Escola e Conhecimento.

Mário Sérgio Cortella.

Diz Cortella.

O verdadeiro objetivo.

Da escola pública.

É democratizar o saber.

Na Educação.

Para a classe trabalhadora.

Com sólida base científica.

Cuja finalidade é evitar.

Apartheid social e político.

Implantado pelas elites econômicas.

Na construção da cidadania.

É necessária a defesa.

 Solidariedade para classe social.

Deve se entender, portanto, o conhecimento.

Como uma construção cultural.

Social, político e histórico.

Até o momento a escola.

Tem sido conservadora e inovadora.

Ao mesmo tempo.

O modo como o conhecimento.

É compreendido, escolhido, transmitido.

Particularmente recriado.

Na história do saber.

O homem teve que fazer-se, construir-se.

A partir do mundo do trabalho.

E do meio ambiente.

Somente o homem é capaz da ação.

De transformação por meio da consciência.

O homem age intencionalmente.

Para realizar o que é necessário.

Tudo acontece por meio da práxis.

A cultura é o conjunto dos resultados.

Da ação humana, por meio do trabalho.

O homem não nasce humano.

Torna-se humano na vida social e histórica.

Por intermédio da formulação cultural.

É a cultura que produz a hominização.

O conhecimento é um bem de produção.

Temos as ideias a partir das coisas.

 Que  fazemos.

Uma dialética entre as ideias e as coisas.

O educador precisa entender.

O caráter múltiplo e diverso da humanidade.

A respeito do conhecimento e da verdade.

Cortella desenvolve a história dos paradigmas.

Somos culturalmente herdeiros dos gregos.

O paradigma de Platão.

Que consiste na seguinte ideia.

A noção da verdade como descoberta.

Estabelecida a partir das teorias.

De dois mundos.

O nosso mundo é o mundo sensível.

Das coisas.

Das materialidades e das aparências.

O mundo das copias.

Existe outro mundo.

Do qual o mundo sensível participa.

Que é mundo inteligível das formas.

Das essências.

A diferença dos dois mundos.

É que o mundo em que estamos.

Ele é apenas participativo do mundo real.

Com efeito, é um mundo mutável.

Imperfeito e finito.

O outro mundo, imaterial, imutável.

Eterno e perfeito.

A concepção pedagógica nesse paradigma.

Fundamenta se que a nossa alma.

Já conhecia a priori o outro mundo.

Em referência.

Mas que pelo fato de estar no mundo sensível.

A alma esqueceu o que está nela mesma.

Portanto, o ato do conhecimento.

É um ato de recordar se.

Conhecer, portanto, é recordar-se.

 Descobrir-se.

O que já está dentro da memória do homem.

Ele refere alegoria platônica.

A caverna de Platão.

Como lógica da explicação.

Esse é o primeiro paradigma da história.

Da pedagogia da educação.

Posteriormente fala de Aristóteles.

Como construtor do segundo paradigma.

Seu método é racionalista.

Mas  sobretudo, empírico.

O verdadeiro conhecimento procede.

Essencialmente da experimentação.

Juncada a observação.

Cortella deixa claro.

Que a concepção que ele adota em seu livro.

Não é platônico.

Porque as verdades são produzidas.

 Nesse mundo.

Não é totalmente aristotélico.

Porque as verdades não são eternas.

Muito menos absolutas.

A verdade é uma construção cultural.

Produzida dentro do tempo histórico.

Não sendo nem absoluta nem eterna.

Cortella retoma a ideia crucial.

Entre a educação e o conhecimento.

Como construção cultural.

Com efeito, mutável.

Por outro lado, o conhecimento também.

É fruto de convencionalidade.

De acordos circunstanciais.

Motivo pelo qual possibilita a interpretação.

Para Cortella todo saber pressupõe.

 Uma intencionalidade.

Não existe busca do saber sem finalidade.

Por esse motivo o erro faz parte do ato.

Do conhecimento.

O conhecimento não se realiza só acertando.

Razão pela qual todo educador precisa ter.

O universo vivencial discente.

O princípio da aprendizagem é a criatividade.

Educador precisa de um ponto de partida.

E uma meta de chegada.

A verdadeira finalidade pedagógica.

E fazer avançar a capacidade de compreender.

Intervindo na realidade para além do presente.

Gerando autonomia e humanização.

Ainda fala do pedagocídio intencional.

O uso não reflexivo e crítico.

 Dos  livros didáticos.

Conteúdos abstratos e sem integração.

A cupabilização do aluno pelo fracasso.

O ato de ensinar requer o entendimento.

Que a educação é ideologia.

E que não existe neutralidade na prática.

Do ensino.

Que é necessário reinventar.

 A Ética da rebeldia.

Educar é transformar a realidade.

Visando um mundo melhor, mais humano.

Portanto, é necessário.

 A inconformidade docente.

Porque educar significa criar outro mundo.

Que seja exatamente melhor para todos.

Edjar Dias de Vasconcelos.