O solo, tal como a água, é fundamental para a existência da vida, pois é dele que vêm nossos alimentos, sem ele o ciclo hidrológico não existiria e é ele que sustenta a todos os animais, inclusive o homem. Porém, um fenômeno vem ocorrendo no Brasil, e em todos os países, onde, entre outros, a mineração desordenada e a falta de educação ambiental ainda predominam, a erosão, que se trata de um fenômeno caraterizado pelo deslocamento de rochas ou de terra de uma superfície, através da ação humana ou por processos naturais, nas quais o solo perde sua capacidade de sustentação.

A erosão natural ocorre devido ao vento (eólica), chuva (pluvial ou hídrica), água do mar (marinha) e água de rios (fluvial), ocorrendo também como erosão química. Já a causada pela ação humana é consequência da retirada da região superficial do solo, que é rica em nutrientes orgânicos e inorgânicos, causando também a desertificação, pois o solo perde sua capacidade produtiva. Além disso, em situações semelhantes, ocorre o assoreamento que se trata do arraste da material orgânico ou não, pela água, ao longo dos leitos dos rios. No Brasil, esse processo começou com o empobrecimento do solo, com a exploração inadequada, entre os séculos XIX e XX, época em que o cultivo do café era muito praticado, principalmente no Espírito Santo, Paraná e alguns estados do nordeste, como a Paraíba. Além disso, o desenvolvimento e o uso contínuo do arado, o cultivo de plantas em morros, de cima para baixo, as queimadas intensas e a pecuária também desencadeou esse fenômeno nos estados brasileiros, como afirma Igo Lepsch, 2002. Alguns tipos de solo são mais susceptíveis à erosão, por exemplo os arenosos e os argilosos, pela permeabilidade e profundidade.

O Brasil mostra várias evidências da erosão, principalmente a hídrica, em seu território, devido à grande demanda de alimento e ao número de habitantes. Alguns dos efeitos mais notados são árvores com raízes expostas, pela falta de oxigenação do solo, barreiras caídas em estradas, valas, águas de rios barrentas, inundações, deslizamentos de encostas, principalmente em locais com serras e sobrecarga nos esgotos, já que a erosão distribui material através do arraste. A exploração inadequada e as queimadas são, no Brasil, especialmente no nordeste, as grandes causadoras da ação erosiva, que causa até a lixiviação, ou assoreamento

Em regiões mais áridas, com as do nordeste brasileiro, onde o clima e o terreno contribuem naturalmente para a erosão, ocorre, frequentemente, o fenômeno da erosão eólica, onde o material superficial do solo é transportado pelo vento. Ainda no Ceará, com as construções de vias de acesso às cidades, cortando as terras naturais com os asfaltos, a especulação imobiliária e as ações de engenharia totalemte impróprias, inadequadas e incômodas na orla aceleram o processo.

Com o tempo, tecnologias foram desenvolvidas, em prol do trabalho na área rural e na área urbana do estado, porém a falta de preocupação governamental com a educação ambiental da população faz que essas técnicas sejam aproveitadas e nem o problema minimizado quanto poderia ser. 

A preocupação com o crescimento do processo erosivo, principalmente nas regiões semiáridas do Brasil, fez algumas autoridades, com a participação de representantes de vários outros países, organizaram a Rio-92, na cidade do Rio de Janeiro, com o enfoque no estudo, na apuração e no trato que se deve dispensar à essa questão, sendo, esse evento, seguido somente em 2012, no Rio+20, onde serão discutidos esses problemas, incluindo o uso de tecnologias e a conscientização acerca desse fato.

O que ocorre na atualidade, em relação à todos os problemas ambientais, sociais e até políticos é a falta da educação, na base do aprendizado, nos fundamentos que são ensinados, ou, no caso, deixam de ser ensinados, e que deveriam ser construídos em cada ser. Além de atitudes políticas governamentais, como o maior cuidado nos estudos de impacto (EIAs), e questões rutais e citadinas, como o problema sério da impermeabilização do solo por asfaltos, devem ser desenvolvidas e acrescidas de responsabilidade e de senso moral, as atitudes que tomamos com relação ao ambiente onde vivemos, pois somos humanos, nascemos para viver em comunidade. Desde a pré-história nós vivemos em sociedades e é assim que deve ser, pois o aprendizado não se dá sozinho. O cuidado com os resíduos que deixamos, com os terrenos de marinha que invadimos e muitas vezes aterramos, com o ar e as lagoas que poluímos e com o exemplo que damos aos outros é de fundamental importância para que todos vejam, especialmente as autoridades, que não vivemos mais naquela sociedade onde todos fechavam os olhos para os problemas, que antes pensávamos ser pouca coisa, mas hoje, sabemos que se não tomarmos precauções, padeceremos naquilo que mais devemos preservar, a vida.