A cada momento o planeta em que vivemos passa por inúmeras mudanças. A natureza muda, os hábitos cotidianos das pessoas mudam, surge novas tecnologias. O nosso planeta nunca parou de mudar, mas a transição do século XX para o XXI é o tempo em que as mudanças vem acontecendo numa velocidade incomparável com os séculos anteriores e, essas mudanças vem influenciando o modo de viver da sociedade em geral.

O nosso planeta está em uma era, onde tudo começa a ser distinto, pois as máquinas, sejam elas de qual tipo for, ganham, assustadoramente, mais espaços em nossa sociedade. Hoje quase que é impossível, viver sem a tecnológica em seu todo, sem os computadores ou sistemas informatizados os quais utilizamos em nosso cotidiano.

Diante a todas essas mudanças, as tecnologias de informação e comunicação - TIC´s, caracteriza o surgimento de uma nova era, chamada de “era digital”. É  percebível que, o surgimento dessa nova era vem demandando mudanças nas esferas sociais, econômicas, políticas, educacionais e comportamentais, pois as tecnologias da informação e comunicação vêm se apresentando como mais um recurso para a formação do cidadão. Com isso vem surgindo um novo perfil de sociedade, uma sociedade moderna e informatizada, a qual está impondo novos perfis de profissionais. Consequentemente exigindo novos perfis de educadores. Estes, em sua grande maioria, encontram-se despreparados para trabalharem com as máquinas e viver uma interação produtiva com elas em sua rotina, tanto no ambiente profissional quanto no pessoal. Ao contrário dos alunos (jovens e crianças) que já nascem em uma sociedade informatizada e já estão bem mais adaptados às tecnologias, por terem acesso aos sues recursos desde cedo, em casa ou no meio soial que frequentam.

Perante o crescimento tecnológico o educador desta “era digital” precisa estar aberto a mudanças pedagógicas para que de fato consiga acompanhar seus alunos, isto é “alunos da era digital” e em compensação promover uma educação voltada para o aprendizado, conhecimento e desenvolvimento das competências pessoais, relacionais, cognitivas e produtivas.

O professor desse século deve ser um orientador de onde colher, tratar e utilizar a informação. Partindo desse pressuposto o que faz o professor, geralmente mal remunerado e que ocupa mais de um emprego, para se atualizar em sua disciplina e também em informática, já que isso não é mais um referencial, e sim uma necessidade?

Ele precisa estar sintonizado com os desafios do tempo, Para tanto o uso pedagógico das tecnologias da informação e comunicação no ambiente escolar deve servir como recurso a favor da inserção social, do letramento digital, do aprender a utilizar a linguagem digital, do pesquisar e do trabalhar despertando para a construção de conhecimento. Pois, sem uma perspectiva emancipadora, conforme visão paulofreireana, as tecnologias tendem a contribuir muito pouco para o exercício da cidadania e ao desenvolvimento das principais habilidades e competências exigidas no mundo atual.

BARBERO (1983-1995), deixa bem claro que a simples introdução dos meios e das tecnologias na escola pode ser a forma mais enganosa de ocultar seus problemas de fundo sob a égide da modernização tecnológica. O desafio é como inserir na escola um ecossistema comunicativo que contemple ao mesmo tempo: experiências culturais heterogêneas, o entorno das novas tecnologias da informação e da comunicação, além de configurar o espaço educacional como um lugar onde o processo de aprendizagem conserve seu encanto.

Eduardo Chaves afirma que “a  educação escolar vai ter de ser reconceituada: não faz mais sentido imaginar um professor repassando a seus alunos (passivos) uma quantidade enorme de informações (em geral desatualizadas), nas quais eles não têm o menor interesse.” Mesmo sem entrar no atual contexto escolar o qual vem sendo demonstrado nos baixos índices de proficiência das avaliações externas aplicadas pelo governo é importante pontuar que a escola vem se esforçando para ministrar o ensino em consonância o com avanço tecnológico e com o baixo investimento publico na formação dos professores acarretando e concentrando em segundo plano a aprendizagem tecnológica.

Educar em ambientes virtuais exige do professor: conhecimento, domínio, dedicação, mais tempo de preparação e principalmente de acompanhamento constante das atividades propostas. É sabido que o processo de mudança na educação não é fácil e nem igual uma vez que há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. É difícil, mas não impossível, mudar padrões gerenciais e atitudinais adquiridos por profissionais e sociedade em geral. Por isso, é da maior relevância possibilitar em instituições escolares o acesso às tecnologias e a formação de profissionais da educação, para que eles tenham condições de oferecer aos alunos informação e conhecimentos significativos.

Bibliografia:

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PAPERT, Seymour . A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática.  Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

MORAM, José Manuel,

Desafios na Comunicação Pessoal. 3ª Ed. São Paulo: Paulinas, 2007.

MORAN, J.M. Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias. In:

ROMANOWSKI et al. (Org.). Conhecimento local e conhecimento universal: diversidade, mídias e tecnologias na educação. Curitiba: Champagnat, 2004