ENTRELINHAS
Publicado em 24 de julho de 2009 por Lourdes Neves Cúrcio
Entre alguns seres humanos
Movidos pela ganância
Escravos da concupiscência
Nem ao menos se cogita
Em falar de amor fraterno
E de justiça social.
Vivenciam o presente
Mergulhados na opulência
Sugam o pouco que garante
Do outro a sobrevivência.
Pobres seres que se abastam
Às custas daquele que vive
Acuado, oprimido,
Na desgraça, na carência.
Pobres seres corrompidos
Submersos no egoísmo
Sem ver que somos mutáveis;
Do tudo se chega ao nada
Do apogeu se vai à ruína
Após o tempo presente
Chegará o tempo vindouro
Que refletirá com sapiência
Ações por nós praticadas
E ao longo da existência
De uma forma ou de outra
A nós mesmos retornadas.
Aprenderemos com a vida
Desde que atentos fiquemos:
Colhemos o que plantamos
Ganhamos o que merecemos.
Pobres seres obcecados
Por fortuna e por domínio
Sem limite, sem medida.
Pobres seres que se eximem
De avaliar as entrelinhas
No livro da vida contidas.