Uma vez jornalista, mesmo estando na função de assessor de imprensa da área pública, sou sempre jornalista e é muito comum me chegarem variadas informações. Na época de eleições nem se fala. Fico sabendo de histórias de pessoas com as quais me identifico, seja pelas propostas, ou que tenho empatia. Mas também chegam informações daquelas que não me agradam, seja pelas questões ideológicas, ou pior ainda por sua falta de ética, de lealdade ou de firmeza de caráter.

Neste mar de informações, muito me entristece saber que alguns candidatos falam uma coisa e praticam outra. Soube, por exemplo, que tem candidato que faz ataque pessoal, usa até palavra de baixo calão, para atingir seus adversários ou aliados deles, mas em panfleto diz que reformulará conceitos na educação de nossas crianças ou que levará atendimento respeitoso na saúde, por exemplo.

Será que podemos esperar boa educação para nossas crianças de pessoas que não fazem uso do mínimo que se espera de alguém que disputa cargos públicos, que é educação exemplar? O próprio Evangelho diz que só se pode esperar bons frutos das boas árvores. Não creio ser árvore boa quem, por causa da disputa eleitoral, transforme adversário em inimigo a ser aniquilado a qualquer custo, mesmo que para isso utilize mentiras para iludir eleitor, calúnias, difamações, injúrias, xingamentos pessoais contra os oponentes, enfim não pensam duas vezes antes de querer dilacerar como feroz cão guerra alguma pessoa que, muita vez, só quer discutir proposta em favor de melhorar a comunidade em que vive e trabalha.

Certa vez, em um de seus discursos em final de mandato como presidente pela segunda vez, Lula disse que o ser humano precisa tomar partido em diversas situações de nossas vidas, se não fazemos isso corremos o risco da omissão. Seria demagogia de nossa parte, a esta altura da vida, aos 50 anos e quase há 30 na profissão de jornalista, dizer que não tenho opção política.

Mas isso não me dá o direito de desrespeitar ou atacar pessoalmente alguém, pois não há nenhuma razão humana senão no mundo de ideias e de propostas. Acredito ainda que usurpar o que estiver garantido para a comunidade como se fosse proposta própria também não é honesto da parte de quem age assim.

Por isso, creio mesmo é na vontade soberana de cada cidadão, daquele que busca a verdade e que hoje tem variada gama de informação fundamental para fazer prevalecer a retidão de caráter ao invés da falácia vazia de quem destila ódio em discursos, pois obviamente nada tem de bom para oferecer em favor da educação e da melhoria da qualidade da comunidade, que diz ser sua, embora só a visitem por alguns meses e nos anos das Eleições. Não nos enganem que não gostamos!