Entre as ilusões da sociedade moderna está a crença de que a internet aproximou as pessoas, quando na verdade ela distanciou até mesmo os que residem sobre o mesmo teto, não pretendo ser hipócrita, negando os inúmeros pontos positivos que a internet possui. É verdade que o próprio Imparcialismo existe em função da era da informação, e só se tronou uma realidade por causa dessa mídia.   Contudo sendo o Imparcialismo a leitura da sociedade moderna, tenho que dizer o quando a internet nos distanciou. O que ocorre é o fato de confundirmos a capacidade que essa mídia possui de nos levar a uma viagem (cosmopolitismo virtual) por muitas áreas do conhecimento, pelas culturas, pelos acontecimentos, pelos idiomas do mundo, pelos lugares do mundo e essa capacidade de aproximar (virtualmente) as pessoas dos lugares mais distantes da terra. 
Estar próximo realmente das pessoas é ter com elas anos de convivência física e de alma, é ser tão íntima dessa pessoa que ela não precisa ser quem ela não é de fato, é poder deitar no peito dessa outra pessoa e ouvir seu coração bater, é beijar sentido a umidade dos lábios, é deixar-se cair nos braços da outra pessoa com a confiança que uma criança que se deixa no colo da mãe, é olhar nos olhos do  outro e saber de suas verdades e de suas mentiras, é ser surpreendido com um beijo na boca, é pedir que fique mais  um pouco, é olhar para o outro pela primeira vez e se apaixonar, é olhar para o outro pela primeira vez e sentir que se tornaram amigos porque sua alma sentiu que vocês  se completam, é brigar com seu amor, mandar ele ir em embora fazer suas malas depois arrastá-lo para o quarto e fazer amor, é dizer você não presta  mais eu te amo tanto.... é conhecer todos os seu defeitos e odiá-lo por isso ou amá-lo ainda mais também por isso, é sentir o cheiro, a textura, o gosto, a temperatura, os fluidos, é saciar se do outro querendo ainda mais, é sentir medo, é suspeitar, sentir ciúme, trazer flores, chegar mais cedo, é sentir que o amor está esfriando e aquecê-lo com uma noite só nossa, é inventar acasos só para te ver, é sentar com o filha na sala, é saber como foi o seu dia, é querer ajudar, é sentir o que o outro sente por você quando se cumprimentam, é sair  para comprar um presente para alguém, é pedir ajudar, é dar uma mão, é caminhar juntos no sentido figurado da palavra caminhar, é caminhar juntos no sentido denotativo da palavra caminhar,  é querer voltar para os braços de alguém, é rolar para o outro  da cama e encontra o outro do seu lado, é acordar no meio da noite e fazer juntos coisas inesperadas, é trazer o seu café, é saber o que o  outro sente é pensa sem que ele diga, é crescer juntos na alma e no coração, é boca com boca, é olho no olho no olho, é sexo com sexo, é implorar seu beijo, é fazer promessas, é pedir perdão, é amar para desamar para talvez amar de novo, é sentir calafrios quando te olham nos olhos.                                                                                    Não importa o quando esses sentimentos nos fazem antiquados para esse mundo engolio pela frieza do capitalismo, do consumismo, do globalismo,  do competitivismo que apaga a alma é esfria o coração. De fato somos antiquados e inadequados ao mundo moderno, não somos capazes de respirar a fumaça das fábricas, de beber o veneno dos rios, os corantes e conservantes dos produtos industrializados, não somos capazes de suportar sem danos esse poluição sonora, visual e luminosa por mais que um noite, somos tão primitivos em nosso corpo físico como foram nossos antepassados nas idades mais antigas.                                                     
Esse  sou eu, esse é você inadequados ao seu próprio tempo, porém, homens é mulheres de verdade. Deixemos que as máquinas cumpram o seu papel de máquinas, alma e coração é coisa que vem de Deus, estão não vamos tentar colocá-lo nas máquinas, não vamos esquecer nossa essência de seres humanos nas máquinas, nem tentar viver um tempo que não é nosso, somos inadequados a vida que levamos, somos primitivos no mais fundo de nosso coração e de nossa alma, e o que comprova isso é são as nossas dores de amor. 
Inventamos essa ilusão de proximidade para não nos sentirmos tão abandonados em nós mesmos e tão carentes de um amigo, um coração sincero, um amor verdadeiro, um abraço caloroso, um reconhecimento verdadeiro, um elogio que sai do coração, um sorriso que vem da alma. Certamente essa ilusão é uma mentira que não convence nossos instintos de animal que precisa se agregar não só de corpo, mas de coração.  Eu ainda sou o mesmo menino que precisa de um colo e de sua palavra de incentivo e admiração, também sou aquele mesmo menino rebelde que precisa de repreensão. 

J.Nunez
 O IMPARCIALISMO