RESUMO 

A gestação é um processo que envolve transformações físicas, emocionais, sociais, fisiológicas, culturais e existenciais, em toda a família. Um momento de grande alegria e bem estar para algumas mulheres. Entretanto, algumas, vivenciam um estado de tensão e medos, o que pode estar ligado a contextos emocionais, culturais. A metodologia utilizada consistiu em uma revisão de literatura em enfermagem realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), como também em livros, e manuais. No estudo foram utilizados artigos na língua portuguesa, publicados no período de2005 a2010. Utilizaram-se como palavras- chave: pré-natal, gravidez, emoções, enfermagem. Nos resultados obtidos através das leituras realizadas, percebeu-se que a consulta de pré-natal realizada pelo enfermeiro propicia a mulher esclerecimentos importantes, o que diminui a ansiedade e as dúvidas que naturalmente surgem nesse período de adaptação da mulher face ao novo papel. Na “conversa com os autores”, descobriu-se que os medos e a ansiedade da gestante ocorrem devido à preocupação com o desenvolvimento do filho, medo do parto, de não poder amamentar, de perder o companheiro, de não saber cuidar de um ser tão frágil e dependente entre outros. Finalizando o estudo, a partir dos resultados obtidos, foi possível concluir que a gestação pode causar ansiedade na gestante. Assim, o enfermeiro durante a consulta de pré-natal deve oportunizar a troca de informações com a gestante para que esta possa expressar os seus reais sentimentos em relação a este momento especial de sua vida.

 

 

Palavras- chave: Pré-natal. Medos e Ansiedades da Gestante. Enfermagem.

 

 

1   INTRODUÇÃO

 

 

1.1  TECENDO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMA

 

 

O ciclo de vida da mulher é constituído por diversas fases que vão desde a infância à velhice. Dentre elas, a mulher desfruta o privilégio de poder guardar em seu ventre uma vida, fase esta denominada de gravidez, entendida como um conjunto de fenômenos fisiológicos que evolui para a criação de um novo ser. Entretanto, durante a gravidez ocorrem transformações que mexem consideravelmente com o emocional e o psicológico da gestante, o que pontua para uma maior sensibilidade durante este período (COSTA et al, 2010).

A gestação trata-se de um processo que envolve transformações físicas, emocionais, sociais, fisiológicas, culturais e existenciais, principalmente na gestante, mas também em seus familiares. Essas transformações podem gerar medos, dúvidas, angústias, fantasias ou simplesmente a curiosidade de saber o que acontece no interior do seu corpo (BARCELLOS, 2009).

Para algumas mulheres, a gravidez chega a ser marcada por um estado de tensão e neuroses, que pode ser vivenciado, durante os nove meses de gestação, podendo estar ligado a contextos emocionais e até culturais.

Neste sentido, torna-se importante que a partir da confirmação da gravidez, a mulher procure um serviço de saúde, para iniciar o acompanhamento no pré-natal, que se constitui num conjunto de procedimentos clínicos e educativos com o objetivo de acompanhar a evolução da gravidez durante os nove meses, além de promover a saúde da gestante e da criança, orientando-a a encontrar soluções imediatas quando necessário (BRASIL, 2007).

De acordo com Costa et al (2010), as alterações fisiológicas ocorridas durante a gravidez, sejam elas sutis ou marcantes, estão entre as mais acentuadas que o corpo humano pode sofrer, gerando medos, dúvidas, angústias, fantasias ou simplesmente curiosidade em relação às transformações ocorridas no corpo.

A consulta de pré-natal é, para a gestante, um momento de expectativa, de troca de informações, de liberdade para expressar sentimentos, e se torna uma necessidade primordial de buscar mais informações para esclarecer os questionamentos, dúvidas e anseios, relacionados à gravidez e ao parto.

Portanto, torna-se primordial que esses sentimentos sejam compartilhados com um profissional de saúde ou, mais especificamente, com o enfermeiro e o médico, no momento a assistência pré-natal. Nesse âmbito, cabe ao enfermeiro orientar a futura mãe acerca das mudanças inevitáveis que se desenvolverão durante o período gravídico, a fim de que o mesmo seja encarado da forma mais natural possível, atenuando seus medos e ansiedades.

Sabe-se que o acompanhamento do pré-natal de baixo risco é realizado pelo enfermeiro na Unidade Básica de Saúde (UBS), onde este, dentre outras ações, poderá realizar a consulta e a prescrição de enfermagem, assistir à gestante durante a gravidez, realizar atividades de Educação em Saúde e até prescrever medicamentos, desde que estes sejam preconizados pelos Programas de Saúde Pública e regulamentados por protocolos municipais de cada Estado (BRASIL, 2007).

Nesse sentido, Shimizu; Lima (2009) consideram a consulta de enfermagem como um espaço de acolhimento, já que pode propiciar o diálogo, e permitir a livre expressão de dúvidas, sentimentos, e de experiências, possibilitando assim, a criação de vínculo entre o profissional enfermeiro e a gestante.

Assim, percebe-se que a comunicação dialógica representa um pilar na relação enfermeiro-gestante, o que pode favorecer a gestante uma melhor compreensão deste processo, permitindo vivenciar com mais tranquilidade essa nova fase de sua vida, que é a gravidez.

Compreende-se que as ações a ser desenvolvidas com as mulheres no pré-natal ainda são direcionadas apenas para as mudanças físicas decorrentes da gravidez. Assim, o Ministério da Saúde (MS), reconhece que as condutas baseadas somente nos aspectos físicos não são suficientes para atender as necessidades das gestantes. Elas necessitam ser potencializadas, especialmente pela compreensão dos processos emocionais que permeiam o período gravídico-puerperal, entre eles: ansiedades, medos e mudanças nos vínculos afetivos, reforçando que esses aspectos sejam abordados na interação do profissional de saúde com a gestante (BRASIL, 2005).

Para Costa et al (2010), no pré-natal, é necessário orientar as gestantes e seus familiares, principalmente seus parceiros, sobre as alterações gravídicas, pois é através de um pré-natal de qualidade que se pode prevenir, detectar e tratar problemas que poderão surgir com a evolução da prenhez, requerendo também apoio profissional para auxiliá-la na redução de dúvidas e medos.

Dessa forma, sabendo-se da necessidade do enfermeiro conhecer os processos emocionais que são advindos da gravidez, surgiu o questionamento norteador deste estudo: que percepção o enfermeiro que acompanha o pré-natal possui, acerca das mudanças emocionais que são decorrentes da gestação, tendo em vista que estas orientações devem ser conhecidas e orientadas pelo enfermeiro a gestante?

A experiência na Prática Vivencial de Cuidado (PVC) na Estratégia Saúde da Família e na própria vivência durante a gravidez permitiu a autora do estudo a constatar que durante este período, a mulher apresenta diversos sentimentos ambivalentes, tais como medo, insegurança, entre outros. Por todas essas alterações que a gestante vivencia, percebe-se a necessidade que ela tem de ser cuidadosamente ouvida em diversos aspectos social, pessoal, entre outros.

Nesse sentido, o estudo justifica-se pela necessidade, cada vez crescente, de o enfermeiro compreender as mudanças emocionais decorrentes na mulher durante a gestação, para que este profissional possa desenvolver uma assistência pré-natal harmoniosa, e humanizada, faz-se necessário realizar ações que auxiliem a gestante a compreender essas possíveis modificações, minimizando assim a sua ansiedade e evitando que este momento esperado por grande parte das mulheres se transforme em um momento de tristeza e conflito.

Partindo das reflexões iniciais, o estudo teve por objetivo identificar, através de uma revisão de literatura, as modificações emocionais decorrentes da gravidez e descrever as ações de cuidado realizadas pelo enfermeiro para que a gestante minimize a sua ansiedade em relação a esse momento de sua vida.

 

2   REVISÃO DE LITERATURA

 

 

2.1 REFLEXÕES SOBRE O PRÉ- NATAL

 

 

O pré-natal foi instituído no início do século XX por uma preocupação da sociedade com a saúde da mulher gestante e do seu recém-nascido, tendo como propósito diminuir às elevadas taxas de mortalidade materna e infantil da época (LIMA, 2006).

No contexto da saúde da mulher, a assistência ao pré-natal deve ser organizada pelos serviços de saúde para atender as necessidades das gestantes da comunidade, através da utilização dos conhecimentos técnico-científicos existentes e dos meios e recursos mais adequados e disponíveis, visando manter a integridade das condições de saúde materna e fetal. Para isso, é necessário que o início do pré-natal seja o mais precoce possível, a fim de identificar e prevenir intercorrências que possam trazer agravos à gestante ou ao feto (BRASIL, 1998).

Toda gestante tem o direito a ser acompanhada durante a gravidez por profissionais qualificados nos serviços de saúde. Entretanto, recomenda-se que a mulher realize no mínimo seis consultas durante a gestação, devendo a primeira visita ocorrer ainda no primeiro trimestre da gravidez, seguida de duas consultas no segundo trimestre, e por fim três no terceiro trimestre (BRASIL, 2000).

Nesse sentido, a assistência pré-natal deve ser multidisciplinar, com a participação do enfermeiro, assistente social, nutricionista, profissional de apoio psicológico, nutricionista e obstetra, obviamente. Embora o acompanhamento pré-natal já tenha provado sua eficácia na assistência da mãe/filho, ainda observam-se no país, altas taxas de morbimortalidade materna. Segundo Barbosa (2007), o segredo para contornar a situação destes altos índices, vai além das questões socioeconômicas e culturais, fazendo-se necessário um aumento na cobertura da assistência pré-natal, como também melhorar a qualidade dos serviços oferecidos a esta mulher, antes, durante e após o parto.

Compreende-se, então, que o pré-natal tem como objetivo proporcionar o acompanhamento clínico-obstétrico a mulher, durante toda a gravidez, de maneira periódica e sistemática. E a gestante deve ser orientada a realizar atividades importantes tais como: realizar os exames de rotina, vir ao serviço para ser acompanhada pelos profissionais, além de receber orientações quanto à alimentação e estilo de vida mais adequado para o momento. Vale salientar, que a gestante ainda recebe orientações quanto ao processo de evolução da gestação, parto e puerpério, lactação, aleitamento materno e prevenção de intercorrências, cuidados com o recém-nascido, e orientações para realizar o seu autocuidado (BRASIL, 2006).

Assim, durante os nove meses de gestação, a futura mamãe deve receber orientações que ofereçam suporte para que, tanto ela quanto os seus familiares, compreendam o processo gestacional, as mudanças corporais e emocionais, o trabalho do parto, parto e puerpério, assim como, os cuidados com o recém-nascido e amamentação (BRASIL, 2001).

Considerando o pré-natal e o nascimento como momentos únicos para cada mulher e uma experiência especial e individual do universo feminino, os profissionais de saúde devem assumir a postura de educadores que compartilham saberes, buscando devolver à mulher sua autoconfiança para viver a gestação, parto e puerpério da melhor maneira possível (RIOS; VIEIRA, 2007).

Sabe-se que um dos momentos na vida da mulher onde ela vivencia uma gama de sentimentos é durante a gravidez. Se desejada, traz alegria, se não esperada, pode gerar surpresa, tristeza, e até mesmo a negação. Ansiedade e dúvidas com relação às modificações pelas quais vai passar, sobre como está se desenvolvendo a criança, medo do parto, de não poder amamentar, entre outros, são também sentimentos comuns, presentes nas gestantes (ALVIM et al, 2007; RIOS; VIEIRA, 2007).

 

 

2.2  OS MEDOS E ANSIEDADES DA GESTANTE: QUANDO O CORPO FALA

 

 

Os nove meses de gestação podem ser marcados por uma diversidade de sentimentos e tensões como medo, preocupações, dúvidas, desejos e felicidade, que são gerados pela expectativa do nascimento e também pelo vínculo já estabelecido com seu filho durante a gravidez. Sabe-se que estes sentimentos podem estar ligados a questões emocionais e até culturais.

A gestação é uma experiência única, repleta de sentimentos intensos. É uma fase de grandes transformações, em que todo o corpo da mulher passa por modificações, exigindo profundas e rápidas adaptações, tanto físicas quanto emocionais. Não é uma experiência estática, vem acompanhada de muitas mudanças (de rotina, biológicas, emocionais, sociais) e desafios. Compreender a mulher neste período é uma tarefa muito importante, pois este é um momento no qual ela necessita de atenção e orientações que serão válidas durante toda a gestação, bem como no periodo do parto e puerpério (CATAFESTA et al, 2007).

A história que cada gestante carrega em seu próprio corpo pode ser compartilhada com o enfermeiro durante as consultas de pré-natal. A gravidez é um período que provoca várias mudanças físicas, emocionais e sociais na mulher.

Essas alterações podem e geram, em sua maioria, sentimentos como ansiedade, medo, angústias, fantasias e dúvidas. Tudo pela presença do novo em sua vida, pelas modificações que vai passar, sobre como está se desenvolvendo a criança, medo do parto, de não poder amamentar, de perder o companheiro, de não saber cuidar de um ser tão frágil e dependente (BARBOSA, 2007).

Contando a sua história, as gestantes pode falar sobre os seus medos, ansiedades e conseguir ajuda para ameniza-los, além de esclarecer algumas fantasias, mitos, tabus e mudanças que ocorrem durante o período gestacional, tais como: proibições relacionadas à sexualidade, alimentação adequada, o parto, exercícios, cuidados com o bebê, entre outros.

Com relação ao medo, Anthikad (2005) refere em seus estudos que se trata de um sentimento vivenciado quando se pressente qualquer tipo de perigo, sendo sua intensidade proporcional ao grau deste. Já a ansiedade, trata-se de um desconforto sem explicação, gerado por qualquer situação que ameace a identidade ou autoestima da pessoa ou que faça se sentir desamparado, isolado ou inseguro.

Considera-se o primeiro e o último trimestre da gravidez o período em que a gestante pode apresentar com mais expressividades os sentimentos de ansiedade, dúvidas e medos. No primeiro trimestre comumente a futura mãe sente medo de estar ou não grávida. O segundo trimestre é caracterizado por uma maior estabilidade emocional, que pode ser associada a uma maior aceitação a condição de gestante, tanto pela própria gestante quanto pela família. De acordo com Duarte; Lopes (2008), neste período a gestante apresenta diferentes tipos de reação, mas normalmente essas alterações são sentidas pela gestante de maneira positiva, como orgulho do corpo grávido, principalmente quando este novo aspecto estético é compartilhado pelo companheiro.

Há, por outro lado, o temor pela irreversibilidade do corpo grávido, que pode ter um aspecto mais profundo do que a preocupação objetiva com a estética, como o medo de ficar modificada como pessoa pela maternidade, de não recuperar a identidade anterior a este processo de gerar.

Outros sentimentos são demonstrados pela gestante, tais como: o querer ou não a gestação, medo de abortar, aumento da sensibilidade, oscilações de humor, desejos e aversões a determinados alimentos, aumento de apetite, primeiras modificações da percepção e da imagem corporal, e alguns desconfortos, como náuseas, hipersonia, alterações na mama e cansaço. Além disso, observa-se também muita variação nas emoções, maior irritabilidade, mudanças repentinas de humor, vontade de chorar, apreensão, medo e alegria (SILVA, 2008).

Já a presença do momento do parto pode causar outros medos na gestante. Desta forma,quando o parto se aproxima, comumente observam-se alguns temores: medo da dor na hora do parto, como também da morte, de danificar os órgãos genitais, de produzir leite insuficiente ou fraco, de seu bebê nascer malformado ou natimorto, como também da mudança de rotina da vida após a chegada do bebê, entre outros (SANTOS; ZELLERKRAUT; OLIVEIRA, 2008).

De acordo com Hotimsky et al (2002), um  dos momentos de maior temor e angústia para a mulher é o momento do nascimento de uma criança. Entre as preocupações mencionadas, cabe ressaltar o medo de não encontrar uma vaga na hora do parto. A falta crônica de vagas e o fenômeno da peregrinação hospitalar, que são bastante conhecidos em nossa realidade e representam fontes de angústia para as gestantes.  Além desse, existe outro temor para a gestante: a conduta e o acolhimento dos profissionais de saúde, que geralmente são lembrados pelas experiências em gestações anteriores ou de membros de suas redes de relações que também já vivenciaram momentos parecidos.

Desta forma, varias questões que são únicas para cada mulher, que podem e devem ser esclarecidas durante as consultas, mesmo para aquelas que já são mães (BRASIL, 2000). Nesse sentido, percebe-se que o enfermeiro tem um importante papel nesse momento, já que acompanha o pré-natal na atenção básica desde a primeira consulta da mulher para realizar esse acompanhamento.

Diversos sentimentos podem estar presentes durante toda a gravidez, pré e pós-parto, pois se trata de um período de adaptação e mudanças, cabendo ao enfermeiro que a acompanha neste momento oferecer orientações sobre o processo de cuidar que atendam as necessidades do binômio (mãe e bebê).

 

 

2.3  O OLHAR E A ESCUTA CUIDADOSA DO ENFERMEIRO NO ACOMPANHAMENTO A GESTANTE

 

 

Durante muito tempo tem-se desperdiçado a capacidade de se escutar e olhar para quem traz ao mundo um novo SER: a mulher gestante. A gravidez, bem como o parto, são eventos fisiológicos. No entanto, promovem alterações físicas e emocionais nas mulheres, requerendo cuidados por parte da família e dos profissionais de saúde, bem como do enfermeiro, justificando a atenção para além de um útero gravídico (DUARTE; ANDRADE, 2006).

Em estudo realizado por Hotimsky  et al (2002) constatou-se que grande parte das gestantes no pré-natal, demanda por informações e por uma escuta cuidadosa, já que os materiais educativos entregues (folders e panfletos) no momento da consulta, nem sempre são assimilados e por si só, não são suficientes para esclarecer suas dúvidas, o que pontua para a necessidade destes terem, além de conhecimento, um tempo maior para escutar esta mulher nas suas demandas.

Sabe-se que a consulta de pré-natal realizada pelo enfermeiro propicia um efetivo contato com a gestante. Desse modo, esta contribui dando possibilidade para este profissional compreender, dentre outros, o ambiente em que vivem a gestante, os hábitos de vida física, afetiva, social, entre outros aspectos que realmente subsidiem todo o seguimento de sua gestação (LIMA, 2006).

Para Duarte; Andrade (2006) a intervenção de enfermagem no pré-natal inicia-se muitas vezes quando a mulher procura o serviço de saúde com medos, dúvidas, angústias, fantasias ou simplesmente curiosidade de saber se está grávida. Assim, na consulta de enfermagem, devem ser valorizadas as queixas referidas, visto que estas possibilitam a criação de ambiente de apoio por parte do profissional e de confiança pela mulher.

O pré-natal é um período importante de preparação física e psicológica tanto para o parto, como para a maternidade e, como tal, é um momento de intenso aprendizado e uma oportunidade para os profissionais da equipe de saúde, assim como o enfermeiro, de desenvolver a educação como dimensão do processo de cuidar (OGNIBENI, 2009).

Nesse sentido, segundo Hotimsky  et al (2002),  a relação entre profissionais de saúde e pacientes é, muitas vezes, marcada pela desconfiança, desrespeito e conflito, particularmente em se tratando de pacientes de camadas socioeconômicas desfavorecidas.

Dessa forma, durante a consulta às gestantes, o enfermeiro deve propiciar à participação (troca de conhecimentos e de saberes) da futura mãe, o que contribui de forma significativa para a interação de ambos, havendo assim, a troca de saberes e informações visando à promoção da saúde.

A consulta realizada pelo enfermeiro a gestante durante o pré-natal oportuniza a discussão e esclarecimentos das questões que são únicas para cada mulher e seu parceiro. Entretanto, ainda este momento se realiza de forma solitária devido à ausência do companheiro neste momento importante para o casal que gera um novo SER.

Entretanto, faz-se necessário uma comunicação adequada para que se estabeleça uma relação de confiança e entendimento com o outro, o que irá beneficiar a identificação de necessidades e potencialidades que serão discutidas para alcance de metas.

Dessa maneira, torna-se mais fácil a interação entre enfermeiros e clientes, representando, talvez, a principal estratégia dos enfermeiros na assistência aos seres humanos (XAVIER et al, 2010).

Compreende-se que ao estabelecer uma relação de confiança com a gestante, o enfermeiro consegue perceber claramente através de uma escuta cuidadosa, os sentimentos que são expressos por esta mulher durante a consulta, seja pela fala ou pelo silencio. O diálogo franco, a sensibilidade e a capacidade de percepção dos que cuidam da gestante no pré-natal são condições básicas para que as informações em saúde sejam colocadas à disposição da mulher e da sua família. A escuta cuidadosa, sem julgamentos, nem preconceitos, que permita à mulher falar de sua intimidade com segurança, fortalece a gestante até o momento do parto e lhe ajuda a construir o conhecimento sobre si mesmo, levando a um nascimento tranquilo e saudável (XAVIER, 2007).

Nos programas de atendimento à mulher estabelecido pelo Ministério da Saúde (MS) observa-se que os profissionais de saúde devem valorizar os sentimentos despertados na sua prática diária e incorporá-los como instrumentos na assistência à saúde.

Portanto, não basta apenas investir em equipamentos e tecnologias. O cuidado se torna eficaz quando o cliente é acolhido, ouvido e respeitado pelos profissionais de saúde, sendo compreendido e respeitado na sua individualidade, havendo a preocupação com seus sentimentos, desejos e direitos, buscando, desta forma, a melhoria na assistência com vista à humanização na assistência ao cliente e família (BRASIL, 2004).

Dessa forma, o enfermeiro deve enfocar informações precisas e claras durante a consulta de pré-natal que aborde o pré-natal, o parto e o puerpério, com objetivo de amenizar os anseios e os medos da gestante. Além disso, torna-se importante a promoção de um ambiente saudável para a adaptação física e emocional da mulher, da sua condição de gestante, para a nova condição de puérpera (RODRIGUES, 2006).

Cabe a este profissional, se adequar e adaptar a realidade do mundo da gestante. Torna-se necessário, que este exerça suas atividades no atendimento a gestante com excelência em qualquer nível de atenção a saúde e principalmente no pré-natal, que é o caminho inicial para garantir a humanização do atendimento.

 

3   CAMINHO METODOLÓGICO

 

 

Considerando o objetivo do estudo, optou-se pela pesquisa de natureza qualitativa, do tipo descritivo/exploratório, por melhor se adaptar ao trabalho.

A abordagem qualitativa foi escolhida por atender de forma significativa ao propósito do estudo e que, segundo Rodrigues (2007), é aquela cujas informações obtidas não podem ser quantificadas, os dados são analisados indutivamente e ocorre a interpretação dos fenômenos.

Trata-se de uma reflexão acerca da temática apresentada, utilizando-se uma revisão bibliográfica como método que, de acordo com Minayo (2004), Marconi; Lakatos (2010), trabalha com o universo de significados, motivos, valores, crenças e atitudes, e abrange a bibliografia já tornada pública acerca do tema escolhido.

No estudo, utilizaram-se artigos, livros e textos que oferecessem uma melhor compreensão da temática escolhida, e realizando-se um levantamento do material literário seguiram-se as etapas propostas, que contemplam o levantamento bibliográfico preliminar; a leitura exploratória dos artigos, e, por fim, a elaboração do texto final, que sintetiza os resultados da pesquisa literária (GIL, 2007).

Foram utilizadas na realização desse estudo as seguintes palavras-chave: pré-natal, emoções na gravidez e enfermagem, sendo acessados os artigos científicos da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), através do banco de dados do SCIELO e LILACS. Além disso, foram utilizados para consulta, livros, periódicos, manuais do Ministério da Saúde, utilizando como critério de inclusão, as publicações disponíveis entre o período de2000 a2010, destacando-se os autores com credibilidade e os estudos com tema pertinentes a pesquisa.

 

4   RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

 

Após a busca e consolidação do material coletado e a leitura exaustiva dos artigos, procurou-se apreender nas falas dos autores as ideias relacionadas ao tema estudado. Os resultados apresentados na análise das informações estão relacionados ao tema, gerado a partir dos objetivos da pesquisa: quais são as modificações emocionais decorrentes da gravidez, e as ações de cuidado realizadas pelo enfermeiro para que a gestante minimize a sua ansiedade e seus medos.

No que diz respeito à gestante, a assistência pré-natal deve ser garantida a mulher o mais precoce possível, a fim de identificar e prevenir intercorrências que possam trazer agravos à gestante ou ao filho. No pré-natal, a gestante deverá ser norteada quanto às mudanças ocorridas durante a gravidez de maneira que possa vivenciar de forma positiva esse momento importante na vida de uma mulher (BRASIL, 1998; BRASIL, 2000).

Além disso, o pré-natal propicia a mulher esclarecimentos importantes, o que diminui a ansiedade e as dúvidas, que naturalmente surgem nesse período de adaptação da mulher, face ao novo papel, que é o de ser mãe (ALVIM et al, 2007; RIOS; VIEIRA, 2007).

As leituras realizadas apontam a gravidez como um momento marcado para a mulher por uma diversidade de sentimentos e tensões, como medo, preocupações, dúvidas, desejos e felicidade, que são gerados pela expectativa do nascimento e também pelo vínculo já estabelecido com seu filho durante a gravidez.

Ressalta-se no estudo de Catafesta et al (2007) que a gravidez não é uma experiência estática, mas que vem acompanhada de várias mudanças, que interferem nos sentimentos das mulheres que vivenciam esse período, o que pode tornar esse momento um desafio para a mulher gestante.

A gravidez acaba sendo um misto de alegria e preocupações. O estudo de Barbosa (2007) chama a atenção quanto às modificações que podem ocorrer na vida da mulher pela presença de um novo ser que ela gera.

A gestação produz na mulher a preocupação com o desenvolvimento do filho. Comumente, as futuras mães, de um modo geral, ficam na expectativa de poder gerar um filho doente ou mal formado. Outro momento que angustia é o do nascimento, até pelas histórias contadas, seja por amigos, parentes ou vizinhos, quando expressam que este é um momento de tensão, de dor e de sofrimento.

Entre outros receios, cita-se a possibilidade da gestante não poder amamentar a sua cria. Uma das alegações para que isso aconteça é a mesma considerar o seu leite fraco. Não saber cuidar do SER gerado, pela própria fragilidade que este representa, torna-se algo comumente expressado pelas gestantes, como um momento de angústia e tensão. E, por fim, esse é um momento de ansiedade por estar em risco também a relação com o companheiro, o que geralmente ocasiona medo de perdê-lo após o nascimento do filho.

Ainda em relação aos medos, vale ressaltar a contribuição do estudo de Silva (2008), que lista, além do medo da dor na hora do parto, o medo da morte, de danificar os órgãos genitais, de produzir leite insuficiente ou fraco, de seu bebê nascer malformado ou natimorto.

Enfim, a mulher no período de gestação se descobre numa celeuma de sentimentos que produz ao mesmo tempo, alegria e sofrimento.

Duarte; Lopes (2008) chamam a atenção para o fato de que essas alterações podem ser sentidas pela gestante de maneira positiva que podem ser observadas no momento que esta exibe com orgulho o corpo grávido. Nesse contexto, torna-se importante a presença do companheiro partilhando com a gestante este seu novo aspecto estético.

O estudo de Hotimsky  et al (2002) contribui para uma melhor compreensão de que a escuta cuidadosa da gestante durante a consulta de pré-natal é fundamental para que se esclareçam as dúvidas, já que os materiais educativos entregues (folders e panfletos) no momento da consulta, nem sempre são assimilados e são insuficientes para esclarecer as dúvidas que comumente se apresentam.

E, por fim, o enfermeiro tem um papel fundamental no esclarecimento de dúvidas à futura mãe. Rodrigues (2006) pontua que as informações a serem oferecidas por este profissional devem ser precisas e claras durante a consulta de pré-natal, para que sejam amenizados os anseios e os medos da gestante.

 

5   CONSIDERAÇÕES FINAIS: AS LIÇÕES APRENDIDAS

 

 

A análise realizada a partir das opiniões dos autores sobre os medos e ansiedades durante o período gestacional pontua que estes se relacionam ao desconhecimento do presente e do futuro dos eventos da gravidez, o que indica que esta gestante merece atenção e cuidados especiais durante o pré-natal.

Esses cuidados podem ser realizados pelo enfermeiro, que desempenhará um papel importante durante todos os encontros de acompanhamento do pré-natal, oportunizando a gestante falar sobre os seus medos e receios neste momento importante de sua vida.

A literatura na área de enfermagem sobre a temática ainda é pouco incipiente, o que indica uma necessidade de pesquisas nessa temática por parte dos enfermeiros. Elaborar o estudo a partir do dialogo com os autores foi, sem dúvida, importante o crescimento pessoal e como futuro profissional. Além disso, permitiu a autora visualizar de forma mais abrangente a temática.

 

REFERÊNCIAS

 

 

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ANTHIKAD, Jacob. Psicologia para enfermagem. Tradução de Fernando G. Nascimento. Revisão Técnica de Ana Cristina Sá. São Paulo: Reichmann e Autores Editores, 2005.

 

 

BARCELLOS, Paula Ferreira. Consulta de enfermagem no pré-natal em gestantes HIV positivo. Publicado 23/11/2009. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/28609/1/consulta-de-enfermagem-no-pre-natal-em-gestantes-hiv-positivo/pagina1.html#ixzz12NwKbk7D>.  Acesso em: 14 out. 2010.

 

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

 

 

CATAFESTA, F.; VENTURI, K. K.; ZAGONEL, I. P.S; MARTINS, Marialda M. Pesquisa-cuidado de enfermagem na transição ao papel materno entre puérperas. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line], 2007, mai-ago; 9(2): 457-475. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n2/v9n2a13.htm>. Acesso em: 12 mar. 2010.

 

 

COSTA, E. S. et al. Alterações fisiológicas na percepção de mulheres durante a gestação. Rev. Rene. Fortaleza, v. 11, n. 2, p. 86-93, abr./jun.2010. Disponível em: <http://www.revistarene.ufc.br/11.2/a10v11n2.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2010.

 

 

DUARTE, Ruiara Cintra; LOPES, Clea Maria Ballão. Apoio psicológico a gestantes e seus acompanhantes. Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, 2008. Disponível em: <http://www.unicentro.br/proec/publicacoes/salao2008/artigos/Cl% C3%A9a%20maria%20Ball%C3%A3o.pdf>.  Acesso em: 11 set. 2010.

 

 

DUARTE, Sebastião Júnior Henrique; ANDRADE, Sônia Maria Oliveira de. Assistência pré-natal no programa saúde da família. Escola Anna Nery. Revista de Enfermagem, 2006, abr. 10 (1): 121-5. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141481452006000100016&lang=pt>. Acesso em: 10 set. 2010.

 

 

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