INTRODUÇÃO 

Durante o processo de escrita do trabalho de conclusão do curso de letras português-Inglês tivemos um contato com as primeiras letras no caminhar da produção textual científica por meio dos portifólios construídos durantes as três etapas que constituem nossa licenciatura minha inserção no curso de Letras Português, pois a Universidade garante a entrada de alunos com diploma de cursos superiores anteriores com créditos das matérias que compõem o núcleo comum. Este processo tem se mostrado bastante benéfico, pois ao sermos avaliados, podemos nos conhecer melhor e neste momento de contato com nosso amago identificamos algumas lacunas e as preenchemos com o conhecimento adquirido por meio do feedback de nossos professores aprendendo também nessa etapa avaliativa como agiremos ou avaliaremos nossos futuros alunos. Então, concluimos que os instrumentos utilizados durante nossa jornada ao centro da terra do conhecimento científico retrata nossa evolução em semelhança ao homem que passa pelo rio sendo que não é o mesmo a cada transposição feita por ele em tal rio. Essa mudança faz-se necessária por que faz parte do processo de amadurecimento do homem tanto pessoal como profissionalmente em busca de um ensino comprometido e responsável em nivel social devolvendo a população o que fora construido em nossa formação na academia.

Em nossos caminhos, precisamos andar de olhos bem abertos e perceber os vários procedimentos que se apresentam e em tais conhecimentos temos contanto com a psicologia que fala da maturação humana e as variantes comportamentais que podem agir de forma benéfica ou de forma destrutiva em nosso discentes e com isso minar o aprendizado que é dado em graus diferentes de maturidade, em seus vários momentos de letramento durante a vida do ser humano. Precisamos estar atentos, pois a mesma mão que alimenta de forma a capacitar e humanizar os seres pode ser a mesma que aprisiona em estruturas onde a sensibilidade torna-se ausente prejudicando o processo de ensino aprendizagem que encontramos algumas vezes nos espaços dedicados ao ensino.

Nas várias etapas percorridas destruímos e reinventamos nossa ação, a qual não é reconhecida se comparada ao que se mostrava nos primeiros passos dados no início de tal jornada em direção ao preenchimento das lacunas deixadas pelo ensino anterior ao ensino superior vivido em nossa juventude em espaços escolares. Neste momento o aprendiz tornasse mestre, ressaltanto que a prática, como mestre precisa tambem ser construida por aprendizes, pois nosso processo de aprendizagem na se esgota ao deixar a academia. No momento de lançar-se ao mundo educativo, da-mos apenas um passo importante de nossa odisséia, a qual termina apenas com o último pulsar de nossos corações e apagar de lousa de nossa existência humana.

  1. 1.              CARTA AOS INICIANTES.

Em nosso primeiro momento como discípulos do saber acadêmico, percebemos as coisas de formas diferentes, pois mesmo tendo passado por uma primeira graduação e outras pós-graduações, verificamos que nada é igual e tudo mesmo que já esteja escrito e internalizado pode vir à tona de forma inovadora ao parafrasear algo que fora dito anteriormente.

Você deve lembrar-se de alguém em algum momento do caminhar acadêmico iniciado no ensino de 1º grau hoje ensino fundamental até a academia quando em um seminário ou trabalho feito em grupo foram proferidos discursos e nessas circunstâncias pareceu mais coerente calar e ao invés de expressar sua opinião, tornando sua participação totalmente nula e em seu íntimo o melhor seria não produzir nenhum comentário e a única coisa que vem a sua cabeça é aquela frase já calcificada na memória dos anos de estudo “professor fulano falou o que ia dizer” e o professor de forma a requerer a sua contribuição ao processo de ensino-aprendizagem instaurado em sala instiga sua participação dizendo ser importante o que você tem a dizer, pois a sala não pensa a mesma coisa da mesma forma. Precisamos agradecer nossos mestres por terem muitas vezes dito tais frases que parecem prontas, mas que se a analisarmos, inferiremos que elas possuem e fazem muito sentindo na construção do que somos e dos profissionais que queremos ser hoje.

Nossos professores insconsciente ou conscientemente plantaram um desejo de querer alçar voos maiores com tais morfemas, fonemas, estruturas frasais e tudo o mais que é versado na constituição da língua portuguesa, atacadas por alguns em relação aos desvios da norma culta e por outro lado como instrumento do preconceito que exclui as camadas mais baixas da população, marginalizado-as por somente não dominar padrões linguísticos detidos pela minoria tradicional e culta nas letras da língua vernácula.

Um dos autores que defendem as massas é Bagno (1999) em seu livro chamado preconceito Linguístico: como é, como se faz. Marcos Bagno em muitos discursos é mal interpretado pelas ordas de gramatiqueiros que somente enxergam a excelência da língua com seus apostos e vocativos hierarquizadores e excludentes, os quais não percebem a variação da língua em seu aspecto oral. Entretanto, Bagno também assume uma posição preconceituosa e excludente quando fala em nivelamento da língua, o qual exclui de seu discurso os mais letrados em uma relação análoga, pois o tal “nivelamento” é concebido, imaginado como um “empobrecimento” da língua e não um meio de acesso ao bem comum pelos menos abastados linguisticamente falando às vantagens oferecidas pela língua mãe. Em um primeiro momento é necessário entender que nós professores ou linguístas, como melhor nos classificarmos, devemos realizar um ensino que não seja excludente, e nessa tentativa de não exclusão, fazer as pazes entre as variantes e a língua culta, pois elas co-existem em vários momentos do cotidiano.

 Nosso dever é mostrar o momento de cada uma delas em cada palco onde ela é apresentada. Pois todos nós em semelhança ao teatro desempenhamos nossos papéis como atores e em cada momento de nossa vida, faz-se necessário uma tomada de decisão oriunda do ambiente geográfico ou social e somos obrigados a assumir uma posição, a qual deve usar uma variante línguística que satisfação o processo comunicacional.

Em cada etapa do curso tivemos oportunidade de entrar em contato com unidades temáticas que foram de suma importância em nosso desenvolvimento como alunos do curso de Letras Português e Inglês. Nesses momentos chamados seminários de integração e durante as oficinas de apoio a aprendizagem, podemos discutir cada uma das temáticas, as quais foram sendo proferidas de forma bastante esclarecedora no ponto de vista conceitual e vivencial por meio do estágio supervisionado.

Muitos conceitos foram apresentados de forma que pudessemos assumir nossas próprias tomadas de decisões e tivéssemos um posicionamento no que diz respeito ao tipo de professor que queríamos ser sem formar arquétipos ou estereotipos do que seria um bom professor de línguas. Pegamos de empréstimos as teorias de Saussure, Chomsky, Arroyo entre tantos que foram modelando nossa consciência de língua, nos vários setores entre eles o psicológico, linguistico, humano em busca de uma docência que fosse projetada em cima de nossos anseios sem nos aviltar a personalidade, pois nós professores em primeiro lugar precisamos formar nossa identidade enquanto pessoas que trabalham com o ensino de jovens e adultos que não partiram do zero, que não estão sendo inciados em sua totalidade nos ambientes educacionais. Estamos lidando com pessoas que trazem consigo culturas, hábitos construídos em sociedade, em seu leito familiar, os quais muitos conceitos foram instituídos e internalizados, situações nas quais o papel do professor será o de reconstruir algo que fora construído de forma erronea ou apenas organizar conhecimentos de forma hierarquizada pelo conhecimento epistemológico do mundo dos saberes.