Resumo

Este artigo tem como tema central o relato de minhas vivências durante o curso de Pedagogia, assim como também a discussão critica de temas sobre educação que tive a oportunidade de desenvolver em sala de aula. Trata sobre diversas formas de ver a educação, destacando conceitos de autores e os comparando com alguns episódios diários durante meu estágio. Ressalto ainda alguns aspectos referentes à relação professor-aluno, assim como também a integração comunidade-escola, que são tão debatidas hoje entre os docentes. Outro tópico secundário, porem que considero de suma significância seria a postura e o diálogo que o educador deve ter diante das ocorrências concernentes ao cotidiano escolar de seus alunos. A orientação metodológica adotada foi à observação durante meu estágio.

Palavras-chave: Estágio; Aprender; Ensinar; Aluno e Professor

        Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém. (Paulo Freire, 1996,p.23)

O curso de Pedagogia me trouxe grandes oportunidades, pois através dele conheci pessoas especiais, que de uma forma ou de outra vieram a ser importantes na realização do estágio. Neste texto serão apresentadas referências acerca da minha trajetória no curso, articulado com a experiência do estágio.

Entre as pessoas que marcam minha trajetória, posso destacar professores tanto da universidade como aqueles da instituição em que desempenhei meu estágio, que me auxiliaram com seus saberes, suas concepções e muitas vezes também com suas críticas construtivas. Através deste curso e do estágio percebi que ser professor não é somente promover a transferência1 do saber como muitos crêem, mas sim possibilitar uma troca de saberes, de mestre para discípulo e vice versa. "Educar é muito mais que passar conteúdos e corrigir provas, mas sim ser consciente de que iremos aprender assim como ensinar, que deveremos estar abertos ao novo. Educar é tornar o homem consciente de si mesmo, de seus deveres e direitos, de sua responsabilidade para com sua espécie. Educar é tornar o homem capaz de pensar em si e nos seus relacionamentos com os outros de modo a perceber que é impossível que ele se nutra autonomamente" (EMERENCIANO, 1996, p.140)

Aprendi que com dedicação e força de vontade podemos concluir trajetórias em nossa vida, mas com certeza nada seria possível se não tivéssemos auxilio, tanto dos educadores que me instruíram ao longo de minha formação, como também colegas e amigos que puderam desfrutar de mais uma conquista. Segundo Shakespeare, "Eu aprendi, que tudo o que precisamos, é de uma mão para segurar e um coração para nos entender." Obviamente a educação está ligado ao lado sentimental, a emoção, e não seria possível ser um "bom professor", sem a contribuição de pessoas, até porque é com elas que lidamos diariamente. Trabalhei com crianças que antes de procurarem apreender os conteúdos que queria lhes ensinar, estavam abertas ao sentimento, a abrir seus corações. No inicio do estágio, especialmente, brotaram diversas inseguranças, de como agir, como efetuar um trabalho diferente e também a probabilidade de desistir pelos empecilhos que teria que confrontar, e foram essas pessoas que me orientaram a seguir em frente e concretizar meu estágio.

As inseguranças talvez tenham sido enfatizadas devido à falta de interligação da teoria com a prática. Fato que se torna crucial dentro do currículo de um curso de licenciatura. Os anseios que não foram contidos durante as aulas foram esclarecidos, enfatizados e postos em prática durante o quotidiano em sala de aula com os alunos. Assunto retratado na citação de Fernandes abaixo:

        O risco de uma teoria geral sem embate com a prática, e esta reduzida a uma ação repetida sem questionamentos, não só dicotomizam o ato de conhecer como alienam os sujeitos de seus objetos de estudo para compreensões mais elaboradas e transformadoras em suas realidades. ( 2005, p.235 )

Destaco, que outro fator presente dentro da conexão teoria-prática, seria que é no momento da teoria que o futuro professor tem a possibilidade de refletir2 sobre como poderá aprender com seu aluno, e não mais somente dar valor a idéia de que ensina a ele alguma coisa. O importante nessa fase de formação é disponibilizar a nós experiências ou relatos de como aprender e ensinar ao mesmo tempo, para que possamos chegar na prática seguros de como produzir o conhecimento com os educandos.

Afirmo, novamente, a noção de que é necessária a junção da teoria com a prática, isto porque é no momento da formação docente que temos a possibilidade de pensar com o coletivo ,ao mesmo tempo, individualmente sobre o tipo de prática que iremos desenvolver. Barth, (apud FIORENTINI; SOUSA Jr.; MELO, 2003, p.321)

        Não é a idade que é o factor determinante das nossas concepções, mas sim, o número de "encontros" que tivemos com um determinado saber, assim como a qualidade da ajuda que tivemos para os interpretar [...] Estes encontros não são os mesmos e não acontecem na mesma ordem; o que é referência para um – e representa o seu quadro conceptual, o seu núcleo de saber – é inexistente ou mantém-se na periferia para o outro [...] O saber não é linear, não se constrói como um prédio onde se deve necessariamente começar pela base e acabar pelo teto [...] o nosso saber é o sentido que damos à realidade observada e sentida num dado momento. Existe no tempo, como uma paragem, uma etapa. Está em constante transformação, em perpétuo movimento, tal como uma sinfonia inacabada.

Em comunhão com a idéia de Barth, Leite (2005, p.753), na citação abaixo, constato que o docente não pode mais simplesmente adaptar-se a idéia de emissor de conteúdos e fugir da realidade das crianças, algo que deve ser apresentado aos educadores durante sua formação inicial.

        É preciso superar um modelo de formação que considera o professor apenas como transmissor de conhecimentos, que se preocupa somente com a formação de atitudes de obediência, de passividade e de subordinação nos alunos, tratando-os como meros assimiladores de conteúdos, a partir de simples práticas de adestramento que tomam como mote as memorizações e repetições de conhecimentos que pouco têm a ver com a realidade dos alunos.

1. O estágio

No inicio do estágio3, pensei em uma forma de realizar um trabalho diferente, que chamasse a atenção das crianças, como passeios, vídeos, brincadeiras e outras atividades lúdicas. Creio que isto pode ser alcançado, pois realizamos uma saída de campo muito eficaz ao Jornal Agora, os alunos adoraram a idéia. Entre outras dinâmicas como um mercado em sala de aula, campeonatos de matemática, uma oficina de brinquedos, jogos como bingo, forca e brincadeiras bem variadas nos momentos de Educação Física.

        [...] o emocional e o racional; a análise lógica e o lado do imaginário e do intuitivo; a imagem e o som; a ação, a presença, a conversa, a interação, o desafio, a exploração de possibilidades, o assumir de responsabilidades, o criar e o refletir juntos sobra a criação" (KENSKI,1996, p. 146).

Sempre acreditei que as crianças aprendem os conhecimentos trabalhados em aula quando gostam ou tem algum interesse no que falamos, sendo assim nada melhor que aprender brincando.

Tive algumas incertezas num primeiro momento se poderia realmente realizar atividades deste tipo, mas como conheci a turma e notei o quanto gostavam de trabalhar, de brincar ao mesmo tempo em que havia respeito comigo, não tive mais dúvidas que esta seria uma turma perfeita para realizar meu estágio com inovações, que muitas vezes lemos e aprendemos dentro da FURG, mas não conseguimos colocar em prática. Nossa turma era um pouco agitada, como toda segunda seria deve ser, mas sempre que pedíamos atenção ou que participassem da aula , sempre éramos atendidas. A classe não tinha muita variação nas idades e era bem unida, algumas vezes brigavam entre eles, mas creio que nada fora do esperado para a suas idades.

Além de haver respeito na turma, sempre conseguimos trazer aqueles alunos que não gostavam muito de realizar as atividades, para pelo menos ouvir o que tínhamos a dizer. Segundo Paulo Freire (1967, p. 66) "[...] o diálogo é uma relação horizontal. Nutre-se de amor, humildade, esperança, fé e confiança". Por isto achava relevante buscar através do dialogo uma forma de aproximação entre os alunos. No entanto tínhamos um menino, que muitas vezes parecia não estar em sala de aula, tinha problemas em casa, pais separados além de doença na família. Algo que sempre nos preocupou, mas aos poucos ele começou a realizar as atividades e conversar quando nos dirigíamos a ele, o que no inicio das aulas, era impossível, parecia que estávamos falando com qualquer pessoa, menos com ele. Creio que assim, como o diálogo, o lado afetivo tem sim grande valor na relação professor-aluno, o que é enfatizado por Aquino (1996, p. 50):

        Os laços efetivos que constituem a interação Professor-Aluno são necessários à aprendizagem e independem da definição social do papel escolar, ou mesmo um maior abrigo das teorias pedagógicas, tendo como base o coração da interação Professor-Aluno, isto é, os vínculos cotidianos.

Para mim, foi muito gratificante ver este menino "transformar-se", meus anseios sempre foram grandes em relação a ele, não tinha idéia de como agir, se obrigava ele fazer as atividades, ou se tentava chamar sua atenção de uma forma distinta. E no final, conseguimos, trouxemos este menino para sala de aula, e não mais somente como um ouvinte que não gostava nem mesmo do que ouvia, mas sim como um participante que tentava realizar nossas atividades. Portanto, "o diálogo é uma exigência existencial que possibilita a comunicação" e "para por em prática o diálogo, o educador deve colocar-se na posição humilde de quem não sabe tudo" (GADOTTI, 1991, p. 69). Acredito que foi através da humildade de realmente deixar exposto que tinha aflições perante aquele menino, é que pude refletir sobre minha prática e buscar formas de melhorá-la. Para Hermández "o diálogo implica a honestidade e a possibilidade de intervir em um clima de confiança" ( 2002,p.18 ).

Também percebi que em nossa turma existiam crianças um pouco atrasadas, em relação à leitura e a escrita. Muitos ainda copiavam os exercícios do quadro com letra "bastão", como diziam, enquanto outros mais adiantados copiavam em letra cursiva. Na leitura, tínhamos aqueles que trancavam muito enquanto outros liam muito bem para a faixa etária. Tentamos contornar esta circunstância através de leituras individuais, chamávamos aqueles com mais dificuldades para ler algum texto para nós, e aos poucos notamos que estavam lendo melhor, talvez não ainda muito bem, mas com certeza de forma que poderiam entender o que estavam lendo. Como tínhamos alunos mais fracos, determinamos dividir a turma para que um pudesse auxiliar os outros, e foi um sucesso esta idéia, pois aos poucos notávamos claramente o quanto rendia a turma, começamos passar mais exercícios, e eles a compreenderem melhor as noções novas.

Sobre a avaliação, tivemos notas muito boas, o que verdadeiramente me surpreendeu foram as notas daqueles alunos que sempre achei que tinham mais custos, pois copiavam lentamente e muitas vezes ficavam sem ter todos os exercícios em seus cadernos. Pois bem, foi para mim uma grande surpresa assim como também uma grande aprendizagem, porque acreditava que estes alunos por não acompanharem o restante da turma, no momento da avaliação não iriam obter sucesso. De certa forma, eu mesma pude me criticar, pois foi um equívoco de minha parte acreditar nisto, as notas foram ótimas, e quando tentei cada vez mais me aproximar destes alunos percebi que sabiam muito os conteúdos, pois prestavam a atenção no que eu falava, embora não tivessem todos os exercícios. Por isto ratifico que tive o ensejo de trabalhar com crianças maravilhosas, não somente elas aprenderam comigo, mas sim eu aprendi muito com elas, aprendi não somente como é ser professora diariamente, mas sim a tentar entender seus pensamentos, seus anseios e suas vontades.

Concordo com Kenski (1996, p. 135) que "para ser eficaz como ato comunicativo é preciso que ocorra na atividade didática uma relação interativa, uma união entre as partes, no nosso caso, professores e alunos". Assim como, "prover o indivíduo de instrumentos para a plena realização desta participação motivada e competente, desta simbiose entre interesses pessoais e sociais, desta disposição para sentir em si as dores do mundo; e semear um conjunto de valores universais que se realizam com o tom e a cor de cada cultura" (Machado, 1997, p. 106). A educação é um compartilhar entre professor e aluno e é com este respeito mútuo que poderemos trabalhar com valores e culturas diferentes. Somente assim as crianças percebem que seus interesses e suas idéias podem ser expressas e respeitadas dentro da sociedade em que elas convivem.

A relação aluno professor a meu ver era muito boa, pois sempre tentávamos escutá-los e diligenciar com eles o que nos pediam. De acordo com Rego na citação abaixo: o educador que manifesta autoridade demasiadamente perante seus alunos não alcançará resultados proveitosos em seu trabalho, mas sim irá impor sua vontade, além de estabelecer uma relação baseada no medo e não na troca de saberes. Uma relação professor-aluno baseada no controle excessivo, na ameaça e na punição provocará reações diferentes das inspiradas por princípios democráticos. ( REGO, 1996, p. 98 )

Enquanto aquele professor que trabalha com respeito pelas opiniões diferentes e não expõe seus alunos a autoridade, conseguirá manifestar a curiosidade, a interação através da comunicação. "Esse professor ou professora consegue estabelecer relações baseadas no diálogo, na confiança e nutrir uma efetividade que permite que os conflitos cotidianos da escola sejam solucionados de maneira democrática". (ARAÚJO, 1999, p. 42).

Houve educandos que nos levaram histórias em quadrinhos que gostavam e perguntavam se nós podíamos trabalhar com toda a turma, assim como também idéias de filmes, como "Deu a louca na Chapeuzinho". Acredito ser imprescindível trabalhar o que eles pediam, sempre na medida do possível, pois prestavam atenção e no momento dos exercícios, notávamos claramente que o conteúdo ou a idéia que queríamos difundir havia sido compreendida. "formação para o método e para o conhecimento, desenvolvendo habilidades e capacidades, fornecendo elementos-chave e instrumentos, e não soluções e digestões de corpus predefinidos e preparados de materiais". (ANTINUCCI, 1998, p.13).

A relação com a regente da turma também era muito boa, não ocorreram empecilhos em relação a isto, assim também como com os pais que sempre estiveram acompanhando nosso trabalho, o que é para mim expressivo, pois os alunos que obtém ajuda dos pais em casa parecem mais interessados em aprender.

A escola tem uma enorme importância no trabalho do professor, com ela podemos aperfeiçoar nosso trabalho , assim como também dispor aos alunos um trabalho diversificado e motivador. De acordo com Guastavigna:

        [...] mediação cultural entre as gerações, para ser adequada ocasião de aprendizagem e de desenvolvimento de métodos e de 'saber-fazer' que constroem, a partir de informações difusas, conhecimentos estruturados (...) A escola deve por um lado projetar novos percursos de formação, mas de outra parte, conservar conscientemente todas as suas particularidades próprias; ser academia - onde se experimenta e se exercita - e refinaria, onde se reelabora e se aperfeiçoa ( 1997, p. 93).

A instituição também nos auxiliou durante o estágio, tanto com equipamentos, como sala de vídeo, mimeógrafo, assim como também sempre nos encorajaram seguir em frente. Sempre nos atenderam com muito carinho e respeito, sendo nas reuniões, diariamente, ou quando iríamos pedir o auxilio em alguma atividade. Todos os funcionários da escola foram gentis e disponíveis as nossas necessidades. Com certeza esta instituição, a meu ver, é muito competente e preocupada num "fazer melhor", e agradeço por ter me possibilitado a realização de meu estágio com sucesso.

Enfim, o estágio deve ser visto não como uma forma de um supervisor ou coordenador avaliar se seu aluno está apto a exercer a função de educador; mas sim como uma vivência enriquecedora, tanto profissionalmente como pessoalmente. Portanto, posso enxergar meu estágio como mais uma trajetória alcançada com sucesso, durante ele pude ultrapassar obstáculos e reaver alguns conceitos que considero terem sido importantíssimos em minha constituição como professora. Espero levar comigo as aprendizagens durante minha formação inicial para toda minha futura prática docente. Acredito que a minha construção da identidade profissional está e estará em constante aprendizagem, mas os primeiros passos foram dados com sucesso. O estágio não é o fim de um caminho, mas sim a abertura de uma nova etapa da vida, a docência propriamente dita.

    REFERÊNCIAS

ANTINUCCI, Francesco.Non bastano molti computer per fare una scuola moderna. Telèma. Il mondo diverso, cambiano impresa e lavoro.13, estate 1998. Disponível em: http://www.fub.it/telema/TELÈMA13/Antinu13.html

AQUINO, J. R. G. A desordem na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e conhecimento. In. J. R. G. AQUINO (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus editorial, 1996.

EMERENCIANA, Maria do Socorro Jordão. Reflexões sobre o home e sua educação. EPISTÈME, n.1, v.2:125-141, jul-dez, 1996.

FERNANDES, Cleoni Maria Barboza. O espaço-tempo do estágio nos movimentos do

curso: interrogantes, desafios e construção de territorialidades UNISINOS, 2005.

FIORENTINI, Dário; SOUSA JR., Arlindo José; MELO, Alves Gilberto F.. Saberes

docentes: um desafio para acadêmicos e práticos. In: GERALDI, Corinta M. G.;

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).

GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo. Spcione série Pensamento e ação no Magistério – 1991.

GUASTAVIGNA, Marco. A scuola oggi non basta insegnare com il computer. Telèma. Medicina, Salute, Benessere. 9, estate 1997. Disponível em: http://www.fub.it/telema/TELÈMA9/guastav9.html

HENÁNDEZ, Fernando. O diálogo como mediador da aprendizagem com o sujeito na sala de aula, Revista Pátio, Ano VI n. 22 jul/ago, 2002.

KENSKI, Vani Moreira. O Ensino e os recursos didáticos em uma sociedade cheia de tecnologias. In VEIGA, Ilma P. Alencastro (org). Didática: o Ensino e suas relações. Campinas,SP, Papirus, 1996, 127-147.

LEITE, Yoshie Ussami Ferrari . A construção dos saberes docentes nas atividades de estágio nos cursos de licenciatura. Santa Maria-RS, 2005.

MACHADO, José Nilson. Ensaios Transversais: Cidadania e Educação. São Paulo Escrituras Editora, 1997.

REGO, T. C. R. A indisciplina e o processo educativo: uma análise na perspectiva Vygotskyana. In: J. R. G. Aquino (Org.) Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus editorial, 1996.