O verde molhado, salgado da seca,
Saturado daquilo que engoliu.
Um bafo estufado, aquecido, empesteia
Nossa tarde derradeira.

Aurora tão linda e agora imunda,
Tomada pela penumbra.
As pernas esnobadas pelos donos da preguiça,
Atitude submissa de quem não quer lutar pra viver

Invés de apenas existir,
Temos que combater, pra continuarmos aqui,
Não devemos escolher como vamos morrer,
Mas podemos decidir como vamos viver.

A vida nos faz e a vida nos traz
Tudo aquilo que nos satisfaz.
A vida nos trai e a vida se vai
Quando nos julgamos incapaz.

Água não faltará enquanto lágrimas
Existir naqueles que resistem,
Revolta não faltará enquanto hipócritas
pisarem em nossas raizes.

Espero que acreditem e não desistem
Para honrarmos nossas cicatrizes
E assim enaltecer a inspiração da vida
Que há tempos está ferida.