Enganação tecnológica.

23,45 Horas.
O alarme dispara na seção. As linhas caíram. O desespero é geral, pois a causa não foi detectada.
- Que fazer? Pergunta um.
- Não sei, responde outro.
- Segura o pessoal no Call Center!  Grita João.
- Ok! Responde José.
Trinta minutos se passam. Nenhuma solução aparece.
- Vamos para o plano “B”! Grita João.
- Ok! Responde José.
Pelo interfone, única coisa que funciona, José grita: “plano “B”, Plano “B”!!!
Vinte e duas equipes de prontidão começam a executar o plano “B”, que consiste em efetuar o simulado roubo de 1.000 metros de fibra ótica do sistema telefonico respectivo em todo os locais do País.
A polícia é acionada em todos os estados. Mas tudo é em vão, pois não existem suspeitos detidos e o prejuízo é documentado oficialmente em cada um dos Boletins de Ocorrência em cada município afetado.
Enquanto isso, no Call Center, as ligações (exclusivas) pipocam. E a resposta é sempre a mesma: “tivemos um problema técnico, em meia hora tudo estará resolvido”.
Duas, três, quatro, cinco horas depois, e nada!
Empresas que dependem de ligações telefônicas para sobreviver comercial e economicamente permanecem acumulando prejuízos.
O tempo passa...
Dias depois, processos explodem nos tribunais: danos materiais representados por lucros cessantes.
Um batalhão de advogados defendem a companhia, ostentando Boletins de Ocorrência interestaduais dos “roubos” das fibras óticas que “causaram” o silêncio telefônico nas empresas vítimas.
A partir daí não existe mais batalha judicial. Qualquer acordo será bem vindo, por conta dos “motivos de força maior”, pois o roubo das fibras óticas não era algo previsível, como um raio, por exemplo.
Santa impunidade! O que não faz o poder detentor de uma fatia “sagrada” do poder representado pelas telecomunicações bem controladas!!!
O povo que se dane!
E a “Deusa Banda Larga” e seus corruptos agradecem.