É espantoso o quanto de informações sem embasamento, simplesmente jogadas via “facebook” ou distorcidas pela mídia nacional criam ondas de revolta sem sentido. 

Ao longo desses dias constataram-se inúmeras manifestações por rede social, vinculadas a informações colhidas na mídia tendenciosa, em face da redução em média de 20,2% da conta de energia, fruto da lei 12.783/2013 que promoveu a renovação das concessões de transmissão e geração de energia conciliada. 

De antemão, o Petrobrás anunciou aumento de 6,6% no preço da gasolina a partir do dia 30 de janeiro para o consumidor. Esse aumento é fruto de um repasse aos consumidores de reajuste das refinarias.

Sem uma análise, com a percepção alienada dessas informações, parece-nos contraditório: “o governo da com uma mão, e tira com a outra”. No entanto, por uma apreciação criteriosa, não é precisamente isso que ocorre.

De plano, sabe-se, segundo censo de 2010, que mais de 95% das residências brasileiras possuem energia elétrica. Ou seja, todas as classes sociais possuem energia em seu domicílio. Em outra via, apenas 47% das residências (ressalta-se: residências e não número de moradores) possuem carro ou motocicleta. Desses, 37,5 são carros (os que realmente gastam gasolina).

Ora, é evidente que a medida da lei 12.738/2013 possuí natureza muito mais social do que econômica. Isso porque, todas as classes sociais possuem luz elétrica, diversamente dos automóveis, que é privilégio de uma fatia mais abastada da sociedade. Trata-se de duas medidas que atendem o anseio social: diminuir a péssima distribuição de renda e ainda, cobrar mais de quem tem maior possibilidade de pagar (teoricamente, assim deveria ser).

Se não bastasse, ambos possuem natureza diversa. A redução de energia é fruto de lei, que tramitou por toda burocracia legal instituída pela Constituição. Não, não é a Dilma que simplesmente instituí a lei como bem entender (se assim fosse, retornaríamos ao absolutismo). No caso da Petrobrás, trata-se de medida econômica, fruto do livre mercado e suas consequências.

Nesse caso, não se trata de posicionamento político, mas sim de uma análise crítica consciente. Por fim, a crítica é sempre válida, desde que tenha fundamento