O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma prova que não necessita de muito conhecimento decorado, mas sim, articulado com sentido nas coisas e fatos presentes no seu dia a dia, seja no aspecto linguístico, fenômenos naturais, sociais e codificação logística. Nesse sentido, a avaliação pelo raciocínio, pela interpretação verbal e não verbal ainda acompanhado dos assuntos atuais, são todas características dominadas por algo que ninguém se preocupa tanto, mas que é determinante para o sucesso de uma prova como esta: A POSTURA!

Podemos entender alguns cálculos, articular um raciocínio do texto com a imagem e entender a crítica social envolvida em uma questão do ENEM. Esse fato muitas vezes segue seu rumo natural, e são até simples. Contudo, isso acontece com facilidade mais ou menos até a 20ª questão que o estudante resolve. Depois daí, a postura que ele terá é a determinação da vitória ou derrota frente aos concorrentes ávidos por uma pontuação maior. Que postura é essa? Postura física, esquemática, seletiva e, a principal de todas: a psicológica.

Não se aprendem essas três posturas em nenhum cursinho; em lugar algum se estuda ou pratica essa questão tão crucial, até porque não é observado isso na proposta do ENEM. Porém, educar-se no alinhamento de sua postura é garantir um valor proporcional ao sucesso do conhecimento adquirido. E a tarefa de educar um caminho árduo e que requer, acima de tudo, paciência e treino, precisa ser acompanhada de muita visão e determinação, custe o que custar. Por um lado, se relaxarmos diante dessas posturas, começaremos a crer que somos incapazes, nos sentiremos limitados e seremos vencidos pelo cansaço.

Por outro lado, a combinação do conhecimento técnico e da vida (conhecimento prático), mais uma boa atitude do estudante focado é o grande segredo para o sucesso. E isso não é teoria, explico: O meu sobrinho passou na Unicamp em Engenharia da Computação, 5º curso mais concorrido. Estudou sempre em escola estadual e, dentro de uma orientação pontual voltada à prática de exercícios, no último ano do ensino médio começou a ver os conceitos das matérias escolares com significado e sentido: lia o assunto com foco, sabia em que contexto estava o assunto-chave e depois treinava, com esquemas simples, os exercícios e tirava dúvidas. Tudo sem um sentido. Conhecer isso é a chave para articular as ideias em muitos contextos, seja na comunicação verbal, como na linguagem não verbal (imagem, tirinhas, charges, músicas etc).

Depois de um ano criando o hábito de estudo e treinando os exercícios com os esquemas das aulas, tive uma nova estratégica que determinou e muito o resultado final: 1) criar o hábito de estudo para colocar a matéria em dia; 2) tirar as dúvidas provocadas durante o treino dos exercícios; 3) dormir e alimentar-se bem; 4) esquematizar as questões da prova em simulados, ou seja, assinalar as questões com assuntos mais conhecidos e depois grifar o objetivo do enunciado e das questões que pedem. Resolver por eliminação de alternativas; 5) treinar ara fazer o que precisa e não o que quer. Pronto: UNICAMP, ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO 2013. Criar esse hábito de estudo é um desafio, maior até do que tentar compreender os conceitos expostos em cada matéria escolar. No simulado, portanto, é necessário que haja maior concentração na leitura. Treinar a concentração e a aplicação pessoal, grifando o enunciado sem distração e até fazer pequenos esquemas é um fator essencial para o sucesso. O problema é que, por falta exatamente desse treino, há muitas distrações: muitas vezes o estudante, depois de 20 questões, fica “namorando” com olhar centrado numa questão e deixa o tempo passar na esperança de que algo seja divinamente revelado. Enquanto isso, muitas questões mais fáceis estão pedindo atenção e não percebemos isso. Disciplina é a palavra-chave e isso não se adquire em um simulado em que o foco é apenas testar o conhecimento.

A MAIOR MOTIVAÇÃO É QUANDO SONHAMOS E A PIOR DESMOTIVAÇÃO É QUANDO ANULAMOS NOSSA CAPACIDADE DE SONHAR. Disciplinamo-nos quando nos motivamos. Não aceite terrorismo na hora de estudar. Isso não existe e nunca existirá! O que se entende por “competência” e “habilidades” exposta claramente na proposta do ENEM? O primeiro refere-se às disciplinas que normalmente estudamos na escola; já o segundo (“habilidades”) pontua a aplicação prática no dia a dia desses conceitos. Para que isso ocorra é necessário ter aquele sentido em tudo que façamos a nossa volta. Saí da sala, viver o conhecimento, aplicar na resolução de problemas comuns. Isso traz a concordância inclusive com a Constituição Federal e da LDB quando se diz que a escola tem o dever de preparar novos cidadão para o mundo. Sendo assim, é lógico que o “dever ser” está acima do “deve fazer”. Na hora que fazemos uma prova e nos preocupamos apenas em testar o nosso conhecimento, portanto, desprezamos o efeito extra que a prova avalia diante da nossa capacidade de articulação desses conceitos: as habilidades.

Para o ENEM, as competências são 4, enquanto que as habilidades são 120; 30 para cada uma das competências. Logo, aplicar os conceitos é o foco do ENEM e para isso precisamos mudar a nossa postura. Mas o que seria das competências e habilidades se não tivermos uma postura adequada? Quase todo mundo não vai treinar essa questão, mas é extremamente crucial e decisiva. Por exemplo, um jogador excepcional com cansaço físico não rende absolutamente nada. Pois é. Na hora da prova, quase ninguém vai se lembrar do principal critério para eliminação: a postura física. Dormir e comer adequadamente faz um bem enorme. Quanto à postura psíquica temos algo a considerar.

Preparar-se psicologicamente é crucial. Evitar por um lado a ansiedade e por outro a ociosidade na hora de analisar as questões. É necessário buscar o foco de cada questão. É necessário ainda articular um raciocínio daquilo que é pedido com aquilo que é anunciado. Treinar a concentração e equilibrar a ansiedade parece ser ações difíceis a ser resolvido, porém fundamental para o desempenho qualitativo das questões. Quanto menos pressionado, mais acerto obterá! Quando um estudo é relacionado entre si, tudo fica mais fácil. Muitos decoram conceitos separados e sem contexto, porém um assunto articulado com lógica a outro assunto faz com que o seu raciocínio seja amplo e não limitado a pequenos problemas. Minha irmã, por exemplo, quando fazia cópias de trabalho escolares não sabia nem desenvolver um tema. Ela foi treinada a mostrar um significado a tudo que escrever. Com simples relatório, ela passou a tirar dez em todas as matérias que estudava.

O sentido nos motiva e nos faz conhecer uma cadeia de informações, que antes não tinham o menor encadeamento lógico. Os próprios alunos, com o mínimo de metas e motivação no sentido dos conceitos linguístico-estruturais, despertaram uma estrutura dissertativa com tópico frasal, encadeamento esquemático de ideias e, assim, a perspectiva de boa nota aumentaram consideravelmente. Portanto, o fator psicológico associado a postura física e sem pressão ameaçadoras, fazem com que possamos expor com clareza o que queremos, alimentar estratégias de notas sem distrações e, o melhor de tudo, ver o nosso horizonte se abrir de forma arrebatadora rumo à uma grande universidade ou realização pessoal.

RESUMINDO - 10 PASSOS PARA A VITÓRIA! 1) Conheça basicamente o conteúdo das disciplinas com exercícios-chave; 2) Durma e alimente-se bem para evitar fadiga, estresse e ansiedade acima do normal; 3) Não aceite pressão em hipótese alguma; Tudo é mais simples do que imaginamos. 4) Em textos, grife o assunto (geralmente no início do texto) e os argumentos que estão ligados a ele. Sinta a intenção do autor; pratique essa sensibilidade. 5) Na prova, mantenha-se calmo. Isso será decisivo. Passe “o olho” em quase todas as questões e assinale as que visualmente seriam mais “simples” para serem resolvidas. Sua energia (e disposição) deve ser direcionada para as questões menos complexas. Geralmente, textos grandes são fáceis de resolver. 6) Aproveite o tempo todo que o ENEM oferece para resolver a prova. Aquelas questões que você teve dúvida, podem ser revisadas e reconsideradas. 7) Na dúvida, fique entre duas alternativas e volte ao esquema do texto. Muitos terão preguiça nesse momento. É nessa hora que estará marcada a vitória ou derrota dos candidatos a uma boa pontuação. 8) Maior desafio: manter a concentração depois de uma boa resolução de questões. A cada quinze questão resolvida premie-se com alguma barra de chocolate e um pouco de água. 9) Na prova que tiver a redação, atente: interprete os textos e o tema colocando um esquema simples com argumentos relevantes ao TEMA. Comece a introdução e considere se cada parágrafo se você está contemplando o foco temático. Caso fuja um pouco, aproveite a última linha para “AJUSTAR” a ideia. Depois de a redação estar esquematizada, faça algumas questões e depois retome a redação para passar a limpo e em definitivo. Tente fazer a redação em 4 ou 5 parágrafo e use argumentos atuais, criativos e reflexivos (algumas frases conhecidas ou parte de uma música, às vezes é extremamente bem vindas, mas sem exageros). 10) Dê um voto de confiança em você, seja sempre otimista e tenha uma postura séria e muito disciplinada.

(Mensagem estratégica do professor Wallas Cabral de Souza a seus alunos