EMPREENDEDORISMO E CARACTERISTICAS DO EMPREENDEOR

 

                                                                                                          Arthur de Brito Mota

 

 

RESUMO

 

Para a implementação de um projeto é necessário um alto investimento, e como todo investimento, há sempre um risco inerente. Empreender no Brasil, segundo estatísticas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), é arriscado, tendo em vista que um número considerável empresas declara falência nos primeiros anos, a maior parte devido à falta de preparo dos empreendedores.

 

PALAVRAS-CHAVE: Administrador. Empreendedorismo. Risco.

 

INTRODUÇÃO

 

Este trabalho aborda o tema empreendedorismo, as características dos empreendedores, que são aqueles que iniciam o negócio, conceitos de empreendedor/empreendedorismo, o empreendedorismo no Brasil e suas características e como planejar a empresa com o objetivo de diminuir riscos.

 Os empreendedores/investidores que pretendem implantar um negócio são motivados pela oportunidade de trazer uma nova possibilidade de entretenimento para a cidade.

O contexto econômico atual, em que a procura por um emprego é um desafio, muitos jovens e adultos consideram a opção de empreender e serem dono do próprio negócio.

A realização de um negócio tem que ser cercada de cuidados, pois o empreendedor busca realização pessoal e cria a expectativa de sucesso, independência/estabilidade financeira. Porém, ao iniciar um negócio, o empreendedor assume os riscos do empreendimento, havendo a necessidade de estar preparado para os desafios que terá que enfrentar.

1 EMPREENDEDORISMO

 

 

Com o atual cenário econômico, segundo Crespo (2014), percebe-se que o índice de desemprego está aumentando, havendo, assim, uma necessidade das pessoas redesenharem sua vida profissional. Diante desse contexto, faz-se necessário que tais pessoas procurem uma forma de empreender perante o mercado.

O presente capítulo trata de empreendedorismo, demonstrando seus conceitos, as características dos empreendedores, o empreendedorismo no Brasil e suas tendências, a taxa de sobrevivência das empresas, como planejar a empresa e minimizar os riscos do empreendimento.

1.1 Conceitos de empreendedorismo

 

 

A palavra “empreendedor” deriva do termo francês entrepreneur, que significa “alguém que assume riscos e começa algo novo” (CHIAVENATO, 2005, p.3).

O empreendedorismo está relacionado com a percepção através da criatividade e habilidade para desenvolver as oportunidades não identificadas pelos demais profissionais, o que gerou conceitos diferenciados.

“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais” (SCHUMPETER 1949 apud DORNELAS, 2005, p.39).

De acordo com Schumpeter (apud Lima, 2007, p.3):

A essência do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios [...] sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações.

O empreendedor observa uma necessidade no mercado e cria uma oportunidade de negócio para que ele possa obter retorno financeiro sobre ela, mas para isso ele assume riscos calculados (DORNELAS, 2005).

Segundo Timmons (1994 apud DOLABELA, 2006, p.30):

O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século 21 mais do que a revolução industrial foi para o século 20. Em relação à importância para o indivíduo, o autor cita “geração de autonomia, auto realização, busca do sonho” e que é indispensável para qualquer tipo de atividade profissional.

Chiavenato (2005, p.3) define o empreendedor como “a pessoa que inicia ou opera um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente”. Dessa forma, a pessoa empreendedora é aquela que, ao vislumbrar uma oportunidade no mercado a aproveita para construir sua empresa e obter os lucros. O empreendedor também pode ser aquele que resolve certas questões correndo riscos e focando nos resultados.

Sousa, Souza e Machado (apud DOLABELA, 1999, p.45) revelaram o que vinha a ser “empreender”, e enumeraram algumas características, que estão descritas a seguir:

a)    Preparação para que não sejamos limitados;

b)   Não é conteúdo convencional, não se aprende através de livros, é desenvolvido a partir da relação que estabelecemos uns com os outros;

c)    Não é necessário mudar nada, somente desenvolver o seu potencial, se apaixonar;

d)   Descobrir o seu sonho, o que quer da vida, o desejo que quer seja o seu projeto de vida;

e)    Ter ousadia de ir atrás do sonho, não fugir e nem copiar sonhos de outros, não aceitar fingimentos de sonhos da sociedade;

f)    Ser rebelde, inconformado, quebrar padrões, propondo soluções;

g)   Não aceitar respostas dos outros, construir suas próprias respostas, percorrer caminhos não percorridos, não seguir trilhas;

h)   Procurar entender o mundo, estabelecendo múltiplas relações com o mesmo;

i)     Fugir do emprego: pois emprego é uma bomba de efeito retardado;

j)     Tentar nos conhecer: se não nos conhecemos, não sabemos o que somos capazes de fazer.

Uma vez caracterizado o empreendedor e suas ações, evidencia-se o seu papel de forma coletiva e individual, sabendo que o mesmo influencia a sociedade de maneira direta, beneficiando-a no momento em que gera oportunidades e movimenta a economia local.

Segundo Santos (2007, p.44), o empreendedorismo “pode ser definido como: movimento que introduz novos produtos e serviços, criando novas formas de organização ou explorando novos recursos e materiais”.

Segundo Filion (1991 apud DOLABELA, 2006, p. 29): “um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. De acordo com Schumpeter (1934 apud DOLABELA, 2006, p. 29) “associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de oportunidades em negócios.”

Segundo David McClelland (apud. Matos, Souza e Hariz [2010?], p.11):

As pessoas podem ser divididas em dois grandes grupos: uma minoria que, quando desafiada por uma oportunidade, está disposta a trabalhar com determinação e afinco para conseguir o que quer, e uma grande maioria que não se importa tanto assim [...] as pessoas que têm necessidade de realizar se destacam porque, independentemente de suas atividades, fazem com que as coisas aconteçam.

A importância do empreendedor para a economia é relevante, tendo em vista que ele, ao realizar um projeto pessoal, transformar uma ideia em empresa lucrativa, gera trabalho e renda para as famílias, contribuindo para dinamizar o mercado, conspirando para melhores resultados no agregado da economia. Não se limitam apenas a ser donos de empresas que apenas forneçam mercadorias e serviços e pensam no futuro, são visionários e costumam buscar constantemente, aperfeiçoamento nos produtos e serviços oferecidos, em demandas de mercado ainda não atendidas, de forma a manter a empresa gerando resultados e lucros (CHIAVENATO, 2005).

No entanto, o empreendedor não é somente aquele que inicia um novo negócio ou funda uma empresa, visto que ele pode ser herdeiro ou membro de empresas familiares.

Destaca-se o que diz Say (apud Maximiano, 2006, p.339):

O que fazem os empreendedores? Eles usam sua indústria (ou seu trabalho) para organizar e dirigir os fatores de produção, de forma a atender as necessidades humanas. No entanto eles não são apenas dirigentes, são também planejadores, avaliadores de projeto e tomadores de riscos. Usando seu próprio capital ou que emprestam de outros, eles o transferem para os proprietários do trabalho, os recursos naturais (terra) e maquinário (ferramentas). Esses pagamentos, ou aluguéis, somente são recuperados se os empreendedores conseguem vender o produto para os consumidores. O sucesso empresarial não é somente almejado pelo indivíduo, mas também é essencial para a sociedade. Um país com muito comerciantes, fabricantes e agricultores inteligentes tem maiores possibilidades de alcançar a prosperidade, do que um outro que se dedique à busca das artes e ciências.

Em torno de tantos conceitos que caracterizam o perfil empreendedor, surgem algumas informações erradas ou incompletas que, muitas vezes, são barreiras para aqueles que desejam galgar essa caminhada. Muitos empreendedores são abatidos logo no primeiro momento por acreditarem nessas inverdades e não conseguem ir adiante com seus projetos. O esclarecimento se faz necessário para estimular os mesmos a prosseguirem no empreendimento, qualquer que seja o seu tipo (DORNELAS, 2005).

1.2 Características dos empreendedores

 

 

Os empreendedores têm várias características que podem definir o seu sucesso em transformar uma ideia em um negócio. Segundo Chiavenato (2005, p.5):

O empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício próprio e benefício da comunidade.

Chiavenato (2005) cita três características básicas que identificam o espírito empreendedor: necessidade de realização, disposição para assumir riscos e autoconfiança. Para Dornelas (2005), os empreendedores de sucesso apresentam algumas características, conforme o quadro a seguir:

Quadro 1– Características dos empreendedores de sucesso

 

Fonte: Dornelas (2005, p.33)

Quadro 1– Características dos empreendedores de sucesso (continuação)

 

Fonte: Dornelas (2005, p.34)

Os empreendedores são visionários, têm a capacidade de ter uma visão futura de como seu negócio vai ser. São tomadores de decisão, uma de suas características mais determinantes, tomar decisão na hora certa e em situações adversas, fazendo com que isso seja um fator chave para seu negócio (CHIAVENATO, 2005).

São pessoas que conseguem transformar uma ideia em algo concreto, agregando valor ao serviço e produtos que eles põem no mercado, ou seja, são indivíduos que fazem a diferença e sabem explorar ao máximo as oportunidades que lhe aparecem, pois é uma pessoa que está sempre atenta ao seu redor e acaba identificando oportunidades que os outros não veem (DORNELAS, 2005).

Uma das características mais presentes nos empreendedores refere-se a determinação e a dedicação, pois para se abrir um negócio esses dois fatores são essenciais, por isso em empreendedor percebe-se a vontade dele de fazer acontecer, mantendo-se sempre dinâmico, e comprometido com o objetivo até que ele esteja cumprido (DORNELAS, 2005).

Otimismo e paixão são uns dos sentimentos mais presentes na vida de quem está construindo o seu negócio, pois na maioria das vezes, eles estão realizando um sonho, aquele trabalho que é feito com prazer e ninguém irá fazer melhor do que ele, visto que sabem de todas as características e eles têm uma vontade maior do que de todo mundo para que aquilo seja um negócio bem sucedido (CHIAVENATO, 2005).

O sentimento de independência está presente em cada administrador. Eles sempre querem estar na frente da mudança e começar a serem donos de seus próprios destinos. A vontade de ser um empregador e não mais um empregado, isto é, aquele que dita as tarefas e não a pessoa que cumpre (CHIAVENATO, 2005).

O empreendedor tem o respeito e adoração por seus funcionários, visto que tem um senso de liderança agregado nele e por isso sabe muito respeitar e guiar as pessoas com quem ele trabalha, formando uma equipe bem unida em torno de si (CHIAVENATO, 2005).

Networking é um fator decisivo na ascensão da vida de todo e qualquer funcionário, e não seria diferente quando se trata de um empreendedor, uma vez que esse tem que ter uma ótima rede de contatos, com clientes, fornecedores, e outros (DORNELAS, 2005).

Planejamento é um fator de sucesso para qualquer negócio, por este motivo os empreendedores planejam cada passo que seu negócio deve tomar, desde o plano de negócio, até a apresentação para seus investidores, já tendo em mente como tudo deverá funcionar (CHIAVENATO, 2005).

Facilidade e vontade de adquirir conhecimento, normalmente quando entram em um ramo de negócio, começam a aprender tudo sobre o ramo até se tornarem especialistas, podendo vir de um aprendizado conceitual ou aprendizado na prática (CHIAVENATO, 2005).

Uma das características mais conhecidas dos empreendedores é a de assumir riscos, mas de forma calculada. Esses riscos devem ser vistos de forma cautelosa sobre todos os aspectos, requerendo se planejar o máximo possível, para que possam ser reduzidos. Esse risco tem sido visto como um fator de grande incentivo para quem empreende, visto que depois que o seu negócio deu certo, ele sabe que foi capaz de enfrentar aquele desafio com êxito (DORNELAS, 2005).

Criação de valor para a sociedade, consiste em um dos objetivos e uma das consequências de ser empreendedor, pois ele gera emprego para a população, movimenta a economia, e com o seu próprio negócio tenta melhorar ou facilitar a vida das pessoas (CHIAVENATO, 2005).

Uma das peculiaridades de um empreendedor é que seu objetivo não é ficar rico, mas acabam ficando, tendo em vista que acreditam que o dinheiro representa apenas uma consequência de seu sucesso no mundo dos negócios (CHIAVENATO, 2005).

1.3 Empreendedorismo no Brasil

 

 

O Brasil tem sido considerado como um país de empreendedores. No entanto, segundo Dornelas (2005, p.26),

O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como o Sebrae (Serviço de apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Sofitex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas.

Tornou-se evidente o surgimento de novos empreendedores em todo o País, tanto na zona urbana como na rural. Percebe-se essa tendência desde o pequeno comerciante que abre um varejo no interior de seu Estado, ao grande empresário que aproveita uma oportunidade em um nicho mais sofisticado, como o empresário Jorge Paulo Lemann.

É relevante destacar a pesquisa feita pelo Global Entrepreunership Monitor (GEM), em 2009, publicada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas (SEBRAE), sobre a importância e o perfil do empreendedorismo no Brasil. No gráfico 1, se demonstram-se alguns resultados dessa pesquisa.

Gráfico 1 – Evolução da taxa de empreendedores novos no Brasil (2001-2009)

 

Fonte: GEM (2009 apud MACHADO et al., 2010, p.52).

Tabela 1 – Características dos empreendedores (2001-2009)Fonte: GEM (2009 apud MACHADO et al., 2010, p.145).

Diante dos dados obtidos a partir da pesquisa do GEM (2009) na tabela 1, constata-se que houve um significativo crescimento do empreendedorismo no Brasil, no período de 2001 a 2009. Destaca-se ainda a participação da mulher empreendedora, que apesar de não ser predominante quando comparado ao segmento masculino, possui grande participação nas iniciativas empreendedoras. A pesquisa mostra também que a maior parte dos negócios está nas mãos de jovens: 52,5% dos empreendedores têm entre 18 e 34 anos.

A vontade de empreender é aguçada por diversos fatores que cercam o indivíduo, como: o fácil acesso à informação; a “queda” de fronteiras econômicas e entre as economias, possibilitando um livre comércio entre nações; a transição da sociedade industrial para a sociedade de serviço; a nova “era do conhecimento” que valoriza o capital intelectual, e, assim, aumenta o número de franquias e as redes de marketing direto; a valorização de atividades antes esquecidas como o lazer, entretenimento, saúde, e outros; a mutabilidade do trabalho, que será capaz de estimular os indivíduos a serem seus próprios gerentes; o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho e, com isso, nos mais diversos segmentos empreendedores; a valorização da própria cultura; o autogerenciamento; o corporativismo, que possibilita novas parcerias, a fim de promover o crescimento organizacional e individual(CHIAVENATO, 2005).

1.4 Taxa de sobrevivência das empresas

No Brasil, a taxa de mortalidade das empresas com abertura em menos de dois anos vem caindo segundo as pesquisas do SEBRAE. Pesquisas realizadas nos anos de 2005, 2006 e 2007, mostram uma evolução de 2 pontos percentuais, para empresas que conseguiram sobreviver mais de 2 anos no mercado como mostra o Gráfico 2, a seguir:

Gráfico 2 – Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, evolução no Brasil

 

Fonte: SEBRAE (2014, p.19).

Com base nos dados contidos no gráfico 2 verifica-se que as empresas brasileiras estão tendo uma evolução significativa quanto a sua sobrevivência no mercado. Esse fator pode ser explicado pela melhor preparação dos empresários antes de abrirem suas empresas.

Conforme demonstra a tabela 2 a seguir, de um quadro fornecido também pelo SEBRAE, pode-se analisar essa taxa de sobrevivência no mercado, por região e por setor de atividade.

Tabela 2 – Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2007, por regiões e setores.

Fonte: SEBRAE (2014, p.20).

Na tabela 2, os dados expressam um melhor desempenho do setor industrial, o que pode ser explicado devido a maior dificuldade de se abrir uma indústria, haja vista que as barreiras de abertura são maiores, necessitando então de requisitos de capital, tecnologia e conhecimento técnico que nesse setor devem ser maiores do que nos outros.

Pode se perceber com base nos dados contidos na tabela 2 que, em média, 1 entre cada 4 (75%) empresas abertas no Brasil, fecha suas portas em menos de dois anos por diversos fatores que podem prejudicar a empresa, sendo eles fatores endógenos e exógenos. Fatores endógenos: são os que partem do interior da empresa, podendo ser uma má gestão, falta de preparo dos funcionários, falta de metodologia para atendimento, uma produção sem qualidade ou conformidade, falta de conhecimento de mercado do administrador da empresa. Fatores exógenos são aqueles que são externos a empresa, podendo ser uma crise mundial, crise econômica do país ou estado ou até mesmo municipal, faltas de políticas públicas de incentivo, concorrência desleal, etc.

1.5 Planejando a empresa

 

 

Em toda e qualquer empresa aberta, sempre há o risco de não dar certo ou de fechá-la. Para que isso seja evitado, o empreendedor deve fazer um planejamento para que os riscos possam ser muito bem calculados.

Para otimizar as chances de sucesso de uma empresa, devem ser avaliadas duas questões básicas: quem é o cliente e qual o produto/serviço a ser oferecido. Toda empresa para ser constituída deve adotar essas duas diretrizes, pois nelas devem basear o seu plano de negócio.

Segundo Chiavenato (2005, p.85):

Conhecer o cliente é fundamental. Qual são as suas características pessoais: idade, sexo, nível socioeconômico, grau de escolaridade, onde mora, o que faz, seus interesses pessoais, seus valores, quais seus hábitos de compra, suas necessidades, aspirações e expectativas quanto ao que pretende comprar.

Hoje muitas empresas falham na questão básica, de não conhecer o cliente ou até mesmo ter um público/mercado alvo. É muito importante que se conheça esse público para que se possa começar a mensurar qual vai ser o seu poder de venda.

E para analisar o seu produto/ serviço Chiavenato (2005, p.85) sugere:

Você deve visualizar seu produto/serviço da maneira como o cliente os vê [...] Como você o percebe em termos de comparação com outros produtos/serviços concorrentes? Como você pode usá-lo, senti-lo e obter satisfação com a compra feita?

Conhecer o seu produto é fundamental para que o empreendedor saiba a força que ele tem, suas fraquezas e, ainda, saber quais são as vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes.

1.6 Como reduzir riscos

Para diminuir os riscos de uma abertura da empresa, devem ser feitas análises financeiras. Segundo Costa et al. (2008, p.17):

Quando analisamos uma empresa nos atributos econômicos e financeiros, estamos verificando, por meio de índices, a sua performance quanto à sua competitividade na indústria e quanto à capacidade de pagar suas obrigações.

A análise financeira tem por objetivo demonstrar informações financeiras, que ajudam no processo de decisão da empresa, pois quando se analisa uma empresa se faz comparação com a intenção de tirar conclusões a respeito de sua situação econômica.

Se um empreendedor tiver dois projetos para implantar uma empresa, ele deverá fazer a análise financeira das duas propostas, a fim de medir qual será a mais viável, ou seja, a empresa que lhe dará um retorno mais rápido ou a que lhe dará um maior lucro no futuro.

De acordo com Costa et al. (2008, p.19):

A situação econômica de uma empresa expressa o seu grau de competitividade [...] Uma situação econômica boa significa que a empresa é competitiva e as chances de permanecer gerando valor para acionistas e continuar no mercado são grandes.

Sabendo da situação econômica da empresa, o empreendedor poderá reduzir os riscos de a empresa sair do mercado. E também é útil quando um investidor analisa uma empresa, só assim ele poderá ter dados mensuráveis.

Para que a situação econômica da empresa seja mensurada são utilizados métodos quantitativos de previsão. No final da aplicação desses métodos, o empreendedor terá índices contábeis da organização para que ele possa analisar e decidir.

Dentre esses métodos utilizados, destaca-se o método de demonstração de fluxo de caixa, que de acordo com Costa et al. (2008, p.43):

A informação fornecida na demonstração de fluxos de caixa, se utilizada com as divulgações e informações relacionadas nas outras demonstrações financeiras, ajudará os investidores, credores e outros a avaliar: a capacidade do negócio de gerar fluxos de caixa líquidos; a capacidade de o empreendimento pagar dividendos e financiamentos.

Nesse sentido, Gitman (2010, p.102), salienta:

O administrador financeiro também pode elaborar uma demonstração dos fluxos de caixa a partir de demonstrações financeiras projetadas para determinar se medidas planejadas são de fato desejáveis à luz dos fluxos de caixa resultantes.

Ou seja, o método do fluxo de caixa permite que o administrador visualize a capacidade de seu negócio de gerar lucro, podendo a empresa ainda não estar constituída, e também a capacidade que ela tem de pagar seus financiamentos.

REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo. Saraiva, 2005.

______.Introdução à teoria geral da administração. 6. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

DOLABELA, F. O Segredo de Luísa: Uma ideia, uma paixão e um plano de negócios: como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. 2 ed. São Paulo. Editora Cultura, 2006.

______, F. O segredo de Luisa uma idéia, uma paixão e um plano de negócio: como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. São Paulo: Cultura Editora Associada, 1999.

DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 2. ed. Rio de Janeiro. Editora Elsevier, 2005.

LIMA, G. C. Apostila de empreendedorismo. São Luís: Faculdade Atenas Maranhense, 2007.

MATOS, A. C. de; SOUZA, A. A.; HARIZ, M. S. Manual do Jovem Empreendedor. [S.l.: [s.n.], [2010?]. Disponivel em: <www.cjefiesp.com.br>. Acesso em: 10 de mar de 2015.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2006.

SANTOS, J. A. dos. Tudo sobre empreendedorismo. [S.l.]: [s.n.], 2007. Disponível em: http://www.empreenderparatodos.adm.br/empre/mat_18.htm. Acesso em: 5 out. 2014.