Mergulhadas no ópio da rotina, as pessoas negligenciam seus sonhos e vão perdendo a capacidade de sonhar. Levam suas vidas sem direção, sobrecarregadas e insatisfeitas, escravas de suas construções burocráticas, na fantasia de que um dia tudo mude se ganharem na loteria, se esposa deixar, se o chefe, se Deus ajudar... Como estas pessoas estarão em 2020? Se não houver ações claras e direcionadas da sua parte, não se iluda, tudo pode continuar exatamente do jeito que está. César Souza

Ao longo do tempo que venho trabalhando com coaching e treinamento na área de planejamento pessoal, um dos maiores obstáculos que tenho observado nas pessoas que desejam organizar suas vidas e adquirir maior qualidade de vida é a ausência de sonhos. Ou numa linguagem mais clara, uma ambição fraca. Como é possível planejar a própria vida se não há nada a ser conquistado? Para que aprender a administrar melhor o tempo se não haverão frutos futuros?

Comecei então a trabalhar com algumas pessoas no sentido de auxiliá-las a descobrir um sentido para a própria vida. Não o sentido abstrato, do significado da vida em si, mas na descoberta de objetivos a serem alcançados. Quem não sonha não alcança nada, nem grande, nem pequeno, simplesmente passa pela vida, mas não participa dela.

Muitas pessoas subestimam a própria capacidade de realização. Pensam que sonhar só é permitido àquelas pessoas que são empreendedores natos, possuem grande carisma e capacidade de liderança, persistência e determinação. Um sonho não precisa ser necessariamente algo grandioso, difícil, que exigirá um grande sacrifício pessoal. Seus sonhos podem ser pequenos ou grandes, isso não importa. O que importa é que você os tenha. Viver sem sonhos é abdicar do poder pessoal que todos temos de conduzir nossas vidas. Quem não vive os próprios sonhos, é um mero coadjuvante dos sonhos dos outros. Esse fato influi diretamente na auto-estima e na autoconfiança. Quem não acredita que pode conseguir realizar aquilo que deseja, coloca o poder de condução da própria vida nas mãos de outra(s) pessoa(s), e isso tem um impacto profundo no conceito que a pessoa tem de si mesma, tornando-a fraca, manipulável e indecisa.

Para proteger o ego da triste realidade de não ter sonhos, entretanto, muitas pessoas generalizam quando falam sobre o assunto, dizendo que seus sonhos são ser feliz, ser bem sucedido, se dar bem na vida, ou also generalizado. Me diga agora: Alguém por acaso já desejou ser um fracasso, infeliz ou não se dar bem na vida? Provavelmente não. Estas generalizações não são sonhos, são meros mecanismos de defesa. Se este é o seu caso, não se desespere! A solução é descobrir quais são os seus verdadeiros sonhos. Como você deseja ser bem sucedido? O que significa para você se dar bem na vida? As respostas podem clarear um pouco mais as idéias que você tem sobre o seu futuro.

É fundamental entretanto, que você se defina de um lado do muro, ficar em cima dele não é a solução. A pior alternativa é simplesmente não decidir e ficar esperando que as coisas se resolvam ou que a sua vida mude para melhor sem ação da sua parte. Seus sonhos podem ser coisas simples como conseguir um emprego que o satisfaça, morar num lugar melhor ou ter mais tempo para conviver com a família. Como eu disse, sonhos não são necessariamente grandiosos, como a palavra dá a entender.

Sabendo o que você quer conquistar, o planejamento torna-se uma simples ferramenta que vai dinamizar a sua jornada até ele. A administração do tempo então, torna-se uma forma de organizar melhor a rotina para que você não perca tempo e não desperdice esforços em sua busca pela realização.

 

Fran Christy é formada em administração de empresas com especialização em planejamento estratégico. Fran vive em Seattle, EUA, é fundadora do Excellence Studio e escreve sobre desenvolvimento pessoal, produtividade e estratégias de vida. Fran Christy é autora dos livros Planejamento Estratégico Pessoal, Manual de Definição de Metas, Manual de Administração do Tempo e Um Sentido para a Vida.