EMBALAGEM PARA O TRANSPORTE DE CERÂMICAS DO DISTRITO DE ICOARACI

PACKING FOR THE CERAMICS TRANSPORT OF THE ICOARACI DISTRICT

SOARES, João Roberto dos Santos1

LUCAS, Milene Miranda1

CASTRO, Rafael Weslen da Silva1

RESUMO

A necessidade de transportar os objetos cerâmicos produzidos no distrito de Icoaraci (em Belém do Pará) em segurança, do local de produção até o usuário final motivou a elaboração deste artigo. A proposta é desenvolver uma embalagem que atenda satisfatoriamente os requisitos dos artesãos, que incluem além da segurança, o baixo-custo de produção e a utilização de materiais biodegradáveis.

Palavras-chave: embalagem; cerâmica; transporte.

ABSTRACT

The necessity to carry produced ceramic objects in the district from Icoaraci (in Belém of Pará) in security, of the production place until the final user motivated the elaboration of this article. The proposal is to develop a packing that satisfactorily takes care of the requirements of the craftsmen, who include beyond the security, the softly-cost of production and the use of natural materials.

Key words: packing; ceramics; transport.

1. INTRODUÇÃO

A Sociedade Amigos de Icoaraci - SOAMI, localizada em Belém no distrito de Icoaraci, está desenvolvendo e ampliando sua produção de vasos cerâmicos, e exportando para outras regiões e fora do país. O transporte desses vasos é feito em caixas de papelão: eles são protegidos por papel-jornal e colocados dentro das caixas. Estas caixas por sua vez são protegidas por um esqueleto feito de madeira. Tudo isso é feito para a proteção do vaso, porém esse método de embalar um produto tão frágil não se mostra eficaz, ocasionando grandes perdas das peças cerâmicas.

Segundo o que foi exposto a cima, este artigo abordará o desenvolvimento de uma embalagem para vasos cerâmicos produzidos pela SOAMI que atenda as necessidades do mercado e proteja a peça cerâmica de eventuais choques que esta poderá sofrer no transporte, sempre tendo em vista que os materiais de composição desta embalagem devem ter baixo custo, boa qualidade, pouco impacto ambiental e que a SOAMI tenha fácil acesso a esses materiais.

A conclusão desse artigo trará uma proposta de embalagem para vasos cerâmicos que vai atender a necessidade de uma embalagem eficiente para transporte que não ocasione grandes perdas de peças cerâmicas e conseqüentemente de valores materiais para a Sociedade Amigos de Icoaraci - SOAMI.

2. BREVE HISTÓRICO DA EMBALAGEM PARA CERÂMICA

O uso das primeiras embalagens data da origem do homem sobre a terra e foram utilizadas a princípio no armazenamento de água e comida. O nomadismo era responsável por essa necessidade de transporte de mantimentos.

Ao cultivar os alimentos e desenvolver a agricultura, se fixando a terra, o homem passou a especializar as funções. Nesse contexto, as embalagens primitivas feitas de peles de animais e folhas de plantas foram adquirindo novas configurações, com o trançamento de fibras vegetais, surgindo a cestaria, e a substituição das peles por um material mais resistente e que pudesse armazenar grandes quantidades de água: a cerâmica.

Durante muito tempo, a cerâmica foi se especializando ainda mais e tornou-se, em muitas situações, objeto de status em diversas sociedades. Mas desde a Antiguidade, quando do surgimento de vasos cerâmicos decorados, havia uma preocupação em transportá-los de maneira adequada durante grandes distâncias. Um exemplo dessa situação era a porcelana chinesa, transportada em caixotes de madeira preenchidos de fibras vegetais ressecadas ou tiras de papel picado.

Esses vegetais e os papéis não protegiam as cerâmicas de maneira adequada, e muito da carga era perdida durante o transporte marítimo, principalmente durante tempestades, ou ainda eram danificadas pelos vegetais. Porém, não havia uma alternativa melhor elaborada para o transporte desses objetos.

Já no século XX, com o desenvolvimento da indústria de materiais sintéticos, a alternativa comumente utilizada para substituir os vegetais ressecados foram os flocos plásticos ou de poliuretano e o plástico bolha, concomitantemente com o uso de papel picado. Atualmente, essa alternativa para o transporte de cerâmicas tem se mostrado eficiente na medida em que a fábrica produtora possui recursos financeiros suficientes para suprir o custo da embalagem; por outro lado, essa mesma alternativa é muito custosa para artesãos de pequeno porte, que não produzem objetos cerâmicos em larga escala.

A embalagem proposta nesse artigo, surge para preencher uma lacuna deixada por essa situação: a necessidade dos pequenos e médios artesãos de embalar sua produção em cerâmica de maneira segura, de modo que possam garantir a integridade do produto desde o momento em que é embalado, passando pelo transporte das peças em diferentes modalidades (marítima, rodoviária entre outras), até finalmente o seu destino; priorizando o baixo-custo e o caráter artesanal na confecção da embalagem, e a segurança que ela deve conferir aos produtos.

3. PROPOSTA DE EMBALAGEM

3.1 Metodologia do projeto

Para iniciar o projeto da embalagem para cerâmicas produzidas em Icoaraci, tomamos como referência a metodologia desenvolvida em sala de aula, com a supervisão dos professores.

Esse conjunto de métodos está dividido nas seguintes etapas, que serão desenvolvidas a seguir:

·Elaboração do briefing

·Projeto Informacional

Levantamento de informações sobre produtos similares;

Levantamento das necessidades do projeto;

Definição dos requisitos de projeto;

Casa da qualidade;

·Projeto Conceitual

Projeto funcional:

a)Definição da função global geral.

Projeto de design:

a)Seleção de palavras-chaves para o design.

b)Imagens referenciais ao design.

c)Definição dos símbolos semióticos.

d)Ilustrações conceituais.

·Projeto Detalhado

Elaboração de documentação mínima para a fabricação do protótipo;

Fabricação do protótipo;

Avaliação do protótipo quanto à:

a)Funcionalidade

b)Fabricação

3.1.1Elaboração do briefing

O briefing consiste na reunião escrita das demandas do projeto. Para o caso de que trata esse artigo, o briefing deveria reunir informações relevantes para a avaliação semestral, como o tipo de apresentação escolhida para o mock-up da embalagem e nome dos professores que avaliariam a proposta como um todo.

BRIEFING

Elaborar uma embalagem segura e resistente para a cerâmica de Icoaraci. Essa embalagem deverá ter baixo custo de produção, e preferencialmente ser composta de materiais biodegradáveis.

OBJETIVO/ PROBLEMA A SER RESOLVIDO

Desenvolver uma embalagem para a cerâmica icoaraciense.

PRINCIPAL DIFERENCIAL A SER EXPLORADO

Baixo custo dos materiais componentes.

PÚBLICO-ALVO (QUEM COMPRA/QUEM CONSOME)

Artesãos da área de Icoaraci e usuários finais da cerâmica. 

CONCORRÊNCIA DIRETA E INDIRETA

Embalagem de papelão ondulado, madeira e compósitos plásticos.

INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS/OBRIGATORIEDADES

Deverá possuir materiais de baixo custo.

TIPO DE APRESENTAÇÃO

Através de ilustrações e protótipo.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

Dimensões/formato: 46 cm x 46 cm x 81,5 cm

Materiais: papelão ondulado, caixa de ovo, goma de tapioca.

Quem aprova (nomes/funções):

Antonio Erlindo Braga Jr. – Professor

Jorge Antonio Hernandez Fonseca - Professor

3.1.2 PROJETO INFORMACIONAL

3.1.2.1 Levantamento de informações sobre produtos similares

Esse levantamento é fundamental para que a idéia primeira do produto seja enfocada, ou seja, para que ao elaborar uma nova proposta, ela não seja rejeitada por falta de associação funcional ou estética àquilo que já existe.

Fig.1 e 2 – Exemplos de caixas de papelão ondulado (FONTE: os autores)

3.1.2.2 Levantamento das necessidades do projeto

Nessa etapa foi importante perceber quais as reais necessidades que a embalagem demandava, e isso incluía significativamente o baixo-custo de produção e a utilização de materiais biodegradáveis.

3.1.2.3 Definição dos requisitos do projeto

Já nessa etapa, que está diretamente conectada à etapa anterior, foi preciso funcionalizar as necessidades do projeto. Isso significou, por exemplo, transformar a necessidade de utilização de materiais biodegradáveis no produto em algo mais real, como a escolha do papelão e da goma de tapioca como requisitos do projeto.

3.1.3 PROJETO CONCEITUAL

3.1.3.1 Projeto funcional

3.1.3.1.1 Definição da função global geral

Essa definição é simples e tem como função orientar as etapas seguintes de maneira clara e simples. A definição da função global geral deve ser obtida em duas palavras, sendo uma delas um verbo e a outra um nome.

A função global geral da embalagem proposta é: proteger cerâmicas.

3.1.3.2 Projeto de design

3.1.3.2.1 Seleção de palavras-chaves para o design

Resistência, proteção, natural e segurança.

3.1.3.2.2 Imagens referenciais ao design.

Fig.3,4 e 5 – Imagens de referência para o design: proteção, resistência e natural

(FONTE: http://www.google.com.br/).

3.1.3.2.3 Definição dos símbolos semióticos.

A análise do produto foi feita segundo o método semiótico descrito por Lucia Santaella. Segundo Santaella (2002), na definição de Pierce, o signo possui uma natureza triádica, e pode ser analisado em si mesmo, na sua referência àquilo que ele indica e nos tipos de efeitos que está apto a produzir nos seus interpretantes.

O símbolo máximo reside sobre a racionalidade, à dureza e a solidez do cubo e seus semelhantes como o prisma de base quadrada na forma da embalagem.

3.1.3.2.4 Ilustrações conceituais

Fig.6 e 7 – Ilustrações da embalagem produzidas em mídia digital. (FONTE: os autores)

3.1.4 PROJETO DETALHADO

3.1.4.1 Elaboração de documentação mínima para a fabricação do protótipo

Ao chegar ao Projeto Detalhado, é fundamental elaborar a documentação mínima para a fabricação do protótipo, que deve especificar as medidas básicas, os materiais utilizados, além de prever os custos de produção.

3.1.4.2 Fabricação do protótipo;

A fabricação do protótipo fornecerá os aspectos visuais importantes para a compreensão da embalagem.

4. Materiais

4.1 Papelão ondulado

O papel é um material que advêm de vários processos que algumas madeiras sofrem para a produção de polpa celulósica[2], depois, transformada em fibra de papel e no fim do processo esta fibra se tornará o papel que conhecemos. Nas últimas décadas tem-se recolhido os papeis já utilizados para retornarem ao processo de produção de novos papéis.

Fig.8 – Partes do papelão ondulado

Desse processo de produção do papel nasce o papelão ondulado, que é feito de várias combinações de papéis que compõe a capa e o miolo (ver figura abaixo). Características como facilidade construtiva, baixo custo de produção, boa resistência mecânica e de fácil obtenção, são determinantes para a utilização desse material para composição de uma embalagem de transporte.

Como foi dito anteriormente, o papelão é constituído de capa e miolo. Esta capa geralmente é feita com as melhores fibras, pois é a parte externa do material, já o miolo, que é ondulado, é feito com fibras de qualidade inferior. Então, essas duas partes são coladas formando, assim, o papelão ondulado. Dependendo do número de capas e de miolos o papelão ondulado pode ser classificado em:

Papelão Ondulado Face Simples

Papelão Ondulado Parede Simples

Papelão Ondulado Parede Dupla

Papelão Ondulado Parede Tripla

Papelão Ondulado Parede Múltipla

Fig.9 – Os variados tipos de papelão ondulado (FONTE: PEREIRA, José Luís).

A fabricação de papelão ondulado não é feita de forma desordenada, existem normas da ABNT e da Associação Brasileira de Papelão Ondulado que exigem um padrão de qualidade e auxiliam os novos produtores desse material. A qualidade do papelão ondulado é muito importante para produtos de exportação, pois uma embalagem de transporte de má qualidade pode prejudicar relações internacionais. Segundo Pereira (2003, p. 14):

"Uma das peculiaridades relativas às embalagens de transporte diz respeito à preocupação principal dos exportadores com a proteção e a conservação dos produtos simultaneamente à necessidade do acondicionamento de quantidades maiores por volume de carga. Materiais de melhor qualidade têm custos elevados, ao passo que a utilização de materiais mais baratos pode resultar em embalagens inferiores. Tal barateamento aumenta o risco de acidentes e de deterioração dos produtos, provocando conseqüentemente e aumentando no preço do seguro e do frete."

Outro ponto a ser abordado é a reciclabilidade do papelão ondulado, já que nas últimas décadas a preocupação do homem com o meio ambiente só vem aumentando e utilizar materiais que degradem o ecossistema não é mais uma alternativa a ser pensada sobre nenhuma hipótese.

Fig.10 – Papelão ondulado aberto

Dados como estes mostram que o papelão ondulado pode retornar ao seu ciclo produtivo com vista à minimização de impactos ambientais. Apesar de sua reciclabilidade, o papelão ondulado tem um número limitado de reutilização que é de 4 a 6 vezes, pois as fibras de papel recuperadas desagregam-se a cada nova reutilização. Isto implica na derrubada de árvores para se obter as fibras virgens para a produção de papel novo.

Vale informar que as árvores usadas na fabricação de fibras de papel são geridas no campo de uma política de gestão florestal que busca a preservação do meio ambiente. São usadas madeiras pertencentes às áreas das empresas que replantam o que utilizam.

De acordo com os aspectos expostos, conclui-se, que o uso de papelão ondulado se mostra fundamental na composição da embalagem para vasos em cerâmica que este artigo se propõe a desenvolver.

O papelão ondulado é o material mais utilizado para o transporte de produtos no mundo inteiro. Sua estrutura permite que também seja utilizável no transporte de objetos cerâmicos. O material é renovável, acessível, tem baixo custo e muitas outras características vantajosas.

Esse material será a estrutura externa da embalagem.

4.2 Caixa de ovo

Seu formato acompanha a sua função; embalagem utilizada para acondicionar ovos, esta caixa possui diversas cavidades para comportá-los de modo mais seguro. É confecciona a partir da polpa-moldada,que " é uma expressão técnica que é usada pela indústria de papel e abrange o processo de desagregação ou separação das fibras de jornal e aparas de papel em geral e moldagem na forma de um produto acabado.A celulose, na forma de papel, é misturada à água e a produtos químicos para formação de uma massa que depois é moldada, dando origem a produtos como embalagens ou bandejas para acondicionamento, transporte e proteção de hortifrutigranjeiros, etc." [3]

Fig.11 - Caixa de ovos (FONTE: os autores)

Esse material foi selecionado para forrar internamente a embalagem. Sua escolha se deu em virtude da boa absorção e impactos que apresenta devido sua forma, e sendo assim, funcionaria como amortecedor contra choques mecânicos que eventualmente podem ocorrer durante o transporte da peça cerâmica. A caixa de ovo se comportou de modo esperado perante o teste de compressão[4] realizado para testar, principlalmente, a resistência da base, que é a parte a qual suporta maior carga.

A leveza também foi considarada na escolha, visto que, era preferível uma embalagem leve que compesasse o peso do vaso.

Todos os lados da embalagem foramforrados internamente com uma caixa de ovo e a base também, só que, esta, recebeu reforço, sendo sobreposta mais uma.

4.3 Goma de Tapioca

Fig. 12 – Raiz da Manihot esculenta

Muito utiliza na culinária paraense por ser ingrediente de um dos pratos mais típicos da culinária local, o tacacá. Provém da mandioca, nome científico Manihot esculenta,que é um arbusto que, teria tido sua origem mais remota no oeste do Brasil (sudoeste da Amazônia) e que, antes da chegada dos europeus à América, já estaria disseminado, como cultivo alimentar. No Brasil, possui muitos sinônimos, usados em diferentes regiões, tais como candinga, castelinha, macamba, maniva, maniveira, moogo, mucamba, pão-da-américa, pau-farinha, uaipi, xagala. No Brasil, a raiz tuberosa da mandioca é consumida na forma de farinhas, da qual se faz a farinha de mandioca e tapioca ou, em pedaços cozidos ou fritos. (LOPES, pág 200)

Fig. 13 – Fécula de mandioca transformada em farinha

Foi escolhia para servir de aderente entre as caixas de ovo e de papelão. A goma se mostrou eficiente para esse fim em testes feitos em corpo de prova. Ela foi inserida entre a caixa de ovo e o papelão e, posteriormente, expôs-se o corpo de prova ao sol. Resultado obtido foi satisfatório, já que, decorridas algumas horas – aproximadamente 3 horas - , os materiais já estavam firmemente aderidos.

Ser biodegradável[5]foi condição motivadora para ser empregada na embalagem.A goma utilizada foi obtida seguindo a receita: 150ml de água para 5 colheres de sopa cheias de goma, levada ao fogo alto entre 2 e 3min. Foi o único colante usado em toda a embalagem.

5. Resultado

Depois de pesquisados, analisados e selecionados os materiais que irão compor a embalagem de transporte para cerâmica que este artigo propõe, seguimos para a última etapa do trabalho que é a construção dessa embalagem. Esta etapa mostrará um passo a passo de como chegamos ao produto final.

Primeiramente, fundamentados no princípio funcional[6], construímos a embalagem na forma mais simples possível, evitando formatos extravagantes e apelo visual exagerado que pudesse encarecer o produto exportado e/ou criar uma embalagem de transporte que não atendesse as necessidades do mercado.

Para esse artigo, nos baseamos num vaso com as dimensões indicadas na fig.18 para desenvolver a embalagem de transporte para vasos cerâmicos para SOAMI. Devido às dimensões do vaso, o formato escolhido para a embalagem foi o paralelepípedo, onde a altura será maior que o comprimento e largura, que são iguais. As delimitações externas da embalagem serão feitas com o papelão ondulado, pois este material é o mais adequado para dar uma estrutura externa definida à embalagem.

As caixas de ovos irão funcionar como amortecedor de impactos que a embalagem de transporte para vasos cerâmicos poderá sofrer no seu transporte. Para tal, foram postas caixas de ovos em todas as paredes internas da caixa de papelão ondulado e no fundo foram colocadas duas caixas de ovos sobrepostas para conferir maior resistência à carga estática que o vaso cerâmico irá efetuar sobre o fundo da embalagem.

Para aderir às caixas de ovos ao papelão ondulado, foi utilizada a goma de tapioca, um aderente natural. Este material apresenta um alto poder de colagem, além de ser biodegradável, a única desvantagem desse material é o longo tempo para haver a aderência desejada.

Após a montagem da embalagem foram empregados elementos gráficos simples nas laterais externas, com o intuito de criar uma identidade visual que diferencie os produtos da SOAMI de outros produtos que estejam embalados em embalagem de transporte.

Depois de construído um protótipo (ver fig.14), os resultados esperados puderam ser conferidos em testes empíricos de impacto sobre a embalagem com um vaso cerâmico em seu interior. Para vasos com "pescoço" é indicado o uso de "pescoceira", que consiste em dois pedaços de papelão ondulado, cada um com a metade do diâmetro do "pescoço" do vaso para dar maior estabilidade ao produto dentro da embalagem.

5.1 Imagens do protótipo

Fig.14, 15,16 e 17 – Imagens do protótipo (FONTE: os autores).

Fig. 18 - Esquema para a embalagem de transporte para vasos cerâmicos da SOAMI. (1 - Orelha ou bainha: junta de fechamento; 2- Entalhe: recorte em diversas embalagens, permite a formação das abas superiores e inferiores, além da perfeita montagem e fechamento desta embalagem).

6. CONCLUSÃO

Constitui-se em um dos desafios do design, aliar baixo-custo de produção com alta eficiência e eficácia do produto. A proposta apresentada nesse artigo buscou solucionar um antigo e grave problema: a proteção das peças cerâmicas durante o transporte, através do desenvolvimento de uma metodologia projetual que contemplasse as necessidades reais dos artesãos da Sociedade Amigos de Icoaraci.Necessidades essas que incluíam facilidade de obtenção de matéria-prima e baixo-custo da mesma, não esquecendo do caráter biodegradável que contribui para reforçar a imagem de um produto amazônico.

Conclui-se assim, que a embalagem proposta não somente seguiu todos os requisitos apresentados pelo projeto como as necessidades dos artesãos e se propõe a ser uma inovação nas fábricas regionais, e nas oficinas de cerâmica do distrito de Icoaraci.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - ABPO – Associação Brasileira de Papelão Ondulado, disponível em <http://www.abpo.org.br/laboratorio_ensaios.php> acessado às 19h54min, do dia 15/11/2008.

2 - ABPO – Associação Brasileira de Papelão ondulado. Disponível em <http://www.abpo.org.br/infor_tec_po.php>, acessado às 19h00minh, no dia 13/11/2008.

3 - HOLANDA, Aurélio Buarque de. Miniaurélio: o Minidicionário a Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

4 - INTERLICHE, Paulo Henrique. Mandioca: a raiz do sucesso.São Paulo: CATI-SP, 2001.

5 - PEREIRA, José Luis. Planejamento de Embalagem de Papel. Rio de Janeiro: 2AB, p. 14, 2003.

6 - POEMATEC, disponível em <http://www.poematec.com.br/apresentacao.htm> acessado às 18h00min, do dia 15/11/2008.

7 - Porto Feliz S/A, disponível em <http://www.portofelizsa.com.br/papelao_01.htm>5/11/2008> acessado às 20h01min, do dia 13/11/2008.

8 - Recicloteca: centro de informações sobre reciclagem e meio ambiente, disponível em <http://www.recicloteca.org.br/Default.asp?ID=41&Editoria=5&SubEditoria=16&Ver=1>, acessado às 18h54min, do dia 13/11/2008.

9 - Recipac - Associação Nacional de Recuperação e Reciclagem de Papel e Cartão, disponível em <http://www.recipac.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=60&Itemid=99>, acessado às 19h09min, do dia 13/11/2008.

10 - Santaella, Lucia. Semiótica Aplicada / Lucia Santaella. – São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

11 - UNICAMP, disponível em <http://www.inova.unicamp.br/inventabrasil/mantac.htm> acessado às 19h54min, do dia 14/11/2008.

12 -LOPES, Sônia. Bio Introdução ao estudo dos seres vivos. São paulo: Saraiva, 1999.



1Graduando do curso de Bacharelado em Design da Universidade do Estado do Pará.

[2]Termo retirado de PEREIRA, José Luis. Planejamento de Embalagem de Papel. Rio de Janeiro: 2AB, p. 25, 2003.

[3]In: Franciane Cristina Grach, Incorporação de Resíduos de Embalagens Pós-Consumo Provenientes das Agroindústrias na Fabricação de Bandejas de Polpa Moldada, 2006.

[4]Este teste foi feito colocando-se sobre duas caixas de ovo sobrepostas o peso de quatro tijolos e mais uma pessoa em pé, com peso aproximado de 68 kg, dando um peso total estimado em 72kg.

[5]Biodegradável: que pode ser decomposto pelos microorganismos usuais no meio ambiente. Conferir em HOLANDA, Aurélio Buarque de. Miniaurélio: o Minidiionário a Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

6 LÖBACH, Bernd. Design Industrial: Bases para a configuração dos produtos industriais. Tradutor: Freddy Van Camp. São Paulo: Edgard Blücher, p. 58, 2001.