O presente trabalho aborda através de uma pesquisa de campo e análise bibliográfica se ocorre à inclusão da criança autista no ensino regular e se esta educação inclusiva é pautada em perspectivas teóricas que levam em consideração muito mais as suas potencialidades do que suas impossibilidades.  A pesquisa foi realizada com professores, supervisores pedagógicos e educadores que participaram do momento de ensino e aprendizado de alunos com autismo infantil, alguns profissionais apresentam conhecimento teórico e prático sobre o autismo infantil e outros sem conhecimento do caso em questão, mas todos com o propósito de promover a inserção social e educacional da criança em discussão.

1. SITUAÇÃO PROBLEMA

A Inclusão Escolar é a forma de permitir que toda criança esteja na escola, desfrutando dos benefícios que esta oferece com uma participação integral, sem discriminação. A Inclusão Educacional, com o passar do tempo foi se transformando em um direito dos portadores de necessidades especiais, mas é possível observar que esta legalidade não se configura de maneira apropriada no cotidiano de algumas escolas. Com isso, este projeto de pesquisa tem por objetivo mostrar como está o processo de inclusão nas escolas de ensino regular dos alunos portadores de necessidades especiais, em especial o aluno portador do Espectro Autista1 . São inúmeras as escolas que recusam receber crianças com autismo, justificando não ter vagas ou não ter preparo necessário para acolhê-las e passam por cima da Lei da Inclusão. Quando essas crianças são matriculadas, na maioria das vezes não encontra na escola a estrutura suficiente, ou seja, um olhar que tenha como real prioridade permitir que elas explorem ao máximo suas potencialidades neste ambiente tão rico de experiência social. Assim com afirma Bueno (1998), para uma inclusão efetiva, não basta estar garantido na legislação, mas demanda modificações profundas e importantes no sistema de ensino, onde dentro destas mudanças deverão levar em conta o contexto sócio econômico, além de serem gradativos, planejados e contínuos para garantir uma educação de ótima qualidade. A inclusão educacional é a palavra de ordem e os principais documentos que subsidiam a formulação de políticas públicas de Educação Especial - a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Declaração de Salamanca (1994), e a Lei n. 9394 de Diretrizes e Bases da Educação (1996) - enfatizam a igualdade e o direito à educação para todo cidadão. A inclusão educacional dos alunos com autismo merece muitas reflexões. Plaisance (2004) afirma que inclusão é uma questão ética que envolve valores fundamentais, pois a obsessão pela inclusão pode representar uma forma de tornar invisíveis as diferenças, e, portanto, um profundo desrespeito à identidade. O presente trabalho aborda através de uma pesquisa de campo e análise bibliográfica se ocorre à inclusão da criança autista no ensino regular e se esta educação inclusiva é pautada em perspectivas teóricas que levam em consideração muito mais as suas potencialidades do que suas impossibilidades. A pesquisa foi realizada com professores, supervisores pedagógicos e educadores que participaram do momento de ensino e aprendizado de alunos com autismo infantil, alguns profissionais apresentam conhecimento teórico e prático sobre o autismo infantil e outros sem conhecimento do caso em questão, mas todos com o propósito de promover a inserção social e educacional da criança em discussão. 1.2. JUSTIFICATIVA 1.2.1. OBJETIVO GERAL Mostrar que as crianças portadoras de autismo podem e devem se adaptar ao meio social e comunicativo, promovendo a busca pela sociabilidade e independência. Apontar como está a inclusão e contribuir com os educadores que estão presentes no contexto de alunos com espectro autista, visto que o trabalho, junto a esta clientela, requer estratégias singulares para o desenvolvimento de cada aluno específico, pois devem ser adotadas metodologias articuladas com as experiências diárias produzidas no ambiente escolar. Mostrar como identificar e estabelecer formas de reconhecimento do autismo. 1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Discutir a importância da educação inclusiva, para portadores do autismo infantil, no intuito de esclarecer os benefícios da inserção social para o desenvolvimento destas crianças. Sugerir algumas ações práticas na convivência diária com as crianças e jovens com estes tipos de transtornos na família e na escola. 6 1.3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA É relevante que a educação inclusiva seja subsidiada de pressupostos incorporados, onde seja garantido o direito da criança de ser não somente cuidada e educada por mediação da escola, mas, sobretudo o direito de serem aceitas, respeitadas e compreendidas, garantindo as mesmas não apenas a inserção na escola, mas efetivando uma inclusão que atenda as suas necessidades. Assim com afirma Denari (2008, p.42) “A inclusão escolar, para ser exitosa, requer esforços que necessariamente demandam olhares diversos, questionamento a certos paradigmas relacionados com a forma de conceber a deficiência e entender processos de ensino e aprendizagem”. Que seja uma educação inclusiva não apenas no cumprimento de uma lei ou transmissão de um conteúdo, mas sim, uma inclusão que no qual proporcione elementos que tornem as crianças acessíveis, participativas e independentes no meio em que vivem. Cutler (2000) destaca que é possível encontrar diferenças de posicionamentos entre escolas particulares e públicas sobre a inclusão dos autistas e que como a inclusão séria e responsável é algo com custo elevado, parece ser muito mais uma iniciativa pública do que do setor privado, ou seja, as crianças autistas que estão matriculadas nas redes públicas têm maiores possibilidades de desenvolverem suas potencialidades do que as crianças da rede privada. Nunes Sobrinho (2003) considera necessário que o aluno com necessidades especiais seja acompanhado, no seu processo ensino-aprendizagem por professores devidamente preparados tanto no aspecto pedagógico quanto no aspecto psicológico/emocional. A tarefa educativa de uma criança autista põe à prova os recursos e as habilidades de um professor. A promoção da aprendizagem é a principal função do docente e deve ser sempre o objetivo da prática pedagógica com os alunos autistas. Em seu livro Transtornos Globais do Desenvolvimento da coleção “A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar” BELISÁRIO FILHO e CUNHA (2010), apresenta uma contribuição para o desenvolvimento de práticas inclusivas na educação escolar de alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento – TGD, disponibilizando subsídios teóricos necessários à compreensão do transtorno numa perspectiva de interface com a educação escolar a fim de contextualizar o aluno no âmbito educacional. Aborda também práticas 7 escolares com o objetivo de propiciar a superação das dificuldades iniciais e o desenvolvimento de competências sociocognitivas das crianças com estes transtornos, e busca subsídios teóricos que permitem compreender o desenvolvimento efetuado pelos alunos por meio da escolarização, de modo a sistematizar as estratégias pedagógicas. Isabela Fortes, em seu artigo “Autismo: a importância da inclusão escolar” discorre sobre perguntas que levam a reflexão sobre o que realmente se pode chamar de inclusão e se a inserção de crianças com necessidades especiais, como as que se encontram no espectro autista, em escolas regulares já é suficiente para intitular-se este processo como tal, pois, como citamos no tema em pesquisa, infelizmente, muitas escolas que “recebem” essas crianças com autismo em ensino regular não concretizam, de fato, a inclusão social e escolar. Portanto, quando se coloca em proeminência o espectro autista, podemos avaliar a importância do aprendizado das regras sociais, além de aumentar imensamente suas possibilidades de sucesso na escola, que irá repercutir por toda sua vida. Assim, essas regras podem fazer parte do dia-a-dia de todos e nos mostrar como o nosso mundo funciona. [...]