ELEIÇÃO NÃO É COMPETIÇÃO

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Vivemos o tempo da campanha eleitoral. Os candidatos estão pelas ruas levando suas propostas. Carro de som, comícios, panfletos entre outros fazem parte de inúmeras estratégias utilizadas para fazer chegar ao povo a mensagem dos que concorrem em outubro as eleições municipais. No Brasil serão escolhidos cerca de 5,5 mil prefeitos e milhares de vereadores.

Apenas uma sociedade esclarecida é capaz de optar conscientemente pelos rumos que deseja seguir. A participação se faz por meio da escolha, e essa escolha não pode se dar por razões irracionais e pouco claras, muito menos por ‘troca de dinheiro ou de favores’. O eleitor consciente precisa neste exato momento fazer uma grande reflexão e examinar a vida do candidato, o brasileiro precisa ficar mais bem informado. Bem sabemos que votar não é fácil, apertar botões não deveria ser a nossa única preocupação nesta época de eleição.

O que queremos é convidar o eleitor a refletir e não pensar que eleição é meramente uma competição. No caso de candidatos que já estiveram no mandando, o eleitor deve fazer uma análise de seu trabalho. E os outros candidatos? Como eles devem ser considerados? Obviamente pelo trabalho que realizaram nas oportunidades que tiveram como figuras públicas ou então verificar a vida pessoal. Estes  candidatos devem ser analisados pelos benefício que já fizeram por sua cidade e pela competência que possuem em administrar ou legislar em prol do progresso e pujança de todos os munícipes.  

É preciso ficar atento a esses candidatos. Cabe a cada um aprofundar suas pesquisas e buscar conhecer o passado de seus candidatos preferidos. Votar com consciência e não se deixar enganar por belos discursos, pela competência dos profissionais de marketing, por promessas infundadas e pelos recursos tecnológicos dos programas eleitorais. É preciso analisar bem e ter cuidado.

Atualmente vemos a televisão, rádio, os jornais entre outros com mais crítica e exigência para formar uma opinião pública mais refinada (esse é um dos aspectos positivos dos avanços da história do votoem nosso País), sendo assim não é tão difícil perceber quem apenas faz promessas eleitoreiras e quem, principalmente com sua conduta de vida e caráter, vai além da receita do ‘demagogismo’. Entretanto se existem políticos desinteressados e, que ficam apenas na demagogia é pelo fato de acreditar que os ventos da ignorância soprarão sempre ao seu favor, mas a história é capaz de mostrar que quanto menor o grau de sabedoria, maior o índice de surpresas

É preciso maturidade para ver se o candidato esta cumprindo aquilo que seu partido promete; ainda deve prevalecer a ligação entre partido e candidato, caso contrário a própria legislação eleitoral brasileira seria diferente. Infelizmente vemos que as ideologias e as características dos partidos políticos acabam ficando de lado quando a eleição é vitoriosa. Basta verificar os resultados das últimas eleições e verificar quem de fato não esqueceu as ideologias de seu partido quando assumiram o governo. Mas, o importante é abrir os olhos e perceber que apenas as questões estatutárias dos Partidos Políticos não podem garantir as mudanças que o povo quer, pois quem assume o poder pode ‘esquecer-se até mesmo de seu Partido e até do povo que o elegeu’.

E assim, vamos compreendendo que eleição não é uma mera competição, aposta, jogo ou outra deriva de disputa, mas é algo importante, sério que legitimará o desejo das urnas eletrônicas de onde o “eleito(a)” permanecerá quatro anos no poder.

E, se desejarmos de fato participar deste pleito eleitoral com convicção, antes de mais nada precisamos, como cidadãos comparecer às urnas, avaliar as alternativas e escolher. Somente assim, teremos todo o direito de se queixar e de mostrar nossa insatisfação com qualquer que seja o vencedor. Isso porque no momento da escolha, dissemos o que preferíamos e, recebemos por isso o direito "moral" de avaliar a situação. Mas, quem não vai votar (ou vota em branco), delega aos outros cidadãos a sua responsabilidade e afirma que qualquer coisa que os outros resolvam está bom. Essa indiferença e apatia é muito pior para a democracia do que ver  nas eleições uma competição.