Educação de Jovens e Adultos I
Noções Elementares sobre a EJA
A questão do ensino destinado aos jovens e adultos não é um problema novo no contexto social brasileiro. Há muito tem discutido a situação que distancia aqueles que obtiveram conhecimento e instrução no formato tradicional e os demais que tiveram que abandonar os estudos, por falta de oportunidade e/ou por ter que optar pelo trabalho.
Na maioria dos casos, os alunos que abandonaram os estudos durante o período regular e/ou nem chegaram ingressar na escola. Tomaram essa atitude em conseqüência de sua condição socioeconômica. Os alunos quando decidem retomar os estudos, em sua maioria acabam ingressando nos cursos de escolas públicas, oferecidos no período da noite, ou seja, nos cursos noturnos.
É evidente que não é apenas a questão financeira que afastava os alunos da escola. Existe uma série de fatores que contribui para esse processo de exclusão escolar. Entre eles, destacam-se os altos índices de reprovação.
A EJA, conforme entendemos hoje nasceu a partir da LDBEN. Ela abrange uma ampla faixa etária, que se dá a partir dos 15 anos, sendo que dessa idade em diante, a EJA recebe um enorme contingente de alunos, com uma grande variação entre as faixas etárias. A procura dos alunos por essa modalidade de ensino visa à obtenção de conhecimentos, de ascensão social, profissional, cultural e econômica e esse é o objetivo que esses alunos buscam atingir.
O Brasil antes de criar a modalidade de ensino EJA, possuiu outras formas de ensino para as pessoas que, por vários motivos, não conseguiram cursar a modalidade regular de ensino e concluir os estudos no tempo normal e/ou regular.
Anteriormente, ao que hoje se denomina EJA, o pais empregava o sistema de supletivo, no qual o aluno normalmente ingressava a partir dos 18 anos de idade e na maioria dos casos devido ao trabalho.
As políticas públicas educacionais entendiam que a inserção desses alunos deveria ocorrer, preferencialmente, no ensino regular, e mesmo no noturno. O aluno, de certa forma, era encarado da mesma forma que o aluno que freqüentava o ensino do diurno.
O sistema educacional de ensino público no Brasil, em nenhum momento de sua historia garantiu plenamente o acesso da população à educação.
A criação dos cursos profissionalizantes que proliferaram no país a partir das décadas de 1950 e 1960, visava principalmente à sustentabilidade do mercado e à manutenção da plataforma industrial emergente.
Essa visão ainda perdura, contudo é sabido que hoje a escola não garante a empregabilidade futura dos alunos, nem tampouco existe a garantia e/ou certeza do sucesso profissional.
O professor deve tomar todos ou cuidados necessários, para não reproduzir o mesmo tipo de metodologia empregada no ensino regular e destinada aos alunos do diurno.
Os alunos da EJA, ao longo de sua vida escolar, de um modo ou de outro, já sofreram um processo de exclusão e se, ao retomarem os estudos no EJA, receberem um tratamento nos moldes tradicionais, certamente acabarão sendo excluídos novamente da escola.
É fundamental que o processo de ensino e aprendizagem seja distinto do ensino regular ministrado às crianças que freqüentam a escola no diurno.
Deve-se sempre levar em conta a comunidade, o público-alvo, suas características e suas necessidades. Ao observarem essas condições, a escola e os professores, certamente terão mais condições de oportunizar um ensino mais voltado para a realidade dos alunos e mais chance de obter melhores resultados no que se refere à inclusão desses alunos na vida escolar e no mundo social.