UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC

PRÓ - REITORIA DE EXTENSÃO / INSTITUTO UFC VIRTUAL 

CURSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

          PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA ALUNOS DA EJA DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE MERUOCA

 

                   EJA COMO PROMOTORA DA INCLUSÃO SOCIAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                            FRANCISCO CÉSAR RIBEIRO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                     MERUOCA – CEARÁ

2012

 

FRANCISCO CÉSAR RIBEIRO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                              EJA COMO PROMOTORA DA INCLUSÃO SOCIAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                   Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial de conclusão do curso de Educação de Jovens e Adultos, com orientação do professor/tutor Francisco Carlos Castro.

    

 

 

 

 

 

                                       

MERUOCA – CEARÁ

2012

 

 

SUMÁRIO

 

 

 

1. INTRODUÇÃO................................................................................04

2. JUSTIFICATIVA.............................................................................06

3. OBJETIVOS......................................................................................07

3.1. OBJETIVO GERAL.....................................................................07

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................07

4. REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................08

5. METODOLOGIA.............................................................................10

6. CRONOGRAMA..............................................................................11

7. REFERÊNCIAS................................................................................12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

É inaceitável sabermos que exista ao longo do tempo condições ditas pela sociedade como desviantes e que causam exclusão social, como características físicas e sociais, cor da pele, altura, forma física, classe social e analfabetismo. Visto que já nascemos com essas características ou adquirimos por falta de melhores oportunidades, ninguém pediu pra nascer ou viver assim.

De acordo com Freire (1996), uma das virtudes que o ser humano deve adotar é aceitar e respeitar as diferenças do próximo, não discriminando o pobre ou rico, o negro ou branco, índio, camponês, operário e etc. não podemos nos opor á eles menosprezando-os. Paulo Freire sempre rebateu com veemência a questão da exclusão social, através da análise do discurso, nos propondo á abordar a temática da inclusão por meio das categorias da historicidade, da inconclusão, da conscientização, da comunhão, do diálogo e da libertação. Ele nos alerta para o risco da acomodação diante do paradigma da inclusão social vista pela ótica fatalista da realidade em que vivemos.

Num país que tem 14 milhões de analfabetos e 40 milhões de analfabetos funcionais, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) surge como uma esperança de oportunidade e inclusão social. Definida como modalidade de ensino na Lei de Diretrizes de Base da Educação (LDB) em 1996, um método de educação voltado para um público jovem e adulto que por diversas situações não permaneceram na escola ou não tiveram oportunidade de ingressar na mesma.

A LDB reserva um artigo voltado para a EJA, artigo 37, onde define essa modalidade de ensino, como um modelo de educação diferenciado que oportuniza àqueles que não tiveram acesso ou não puderam dar continuidade aos estudos na idade certa, levando em conta as características do alunado, como seus interesses, condições de vida e de trabalho.

A exclusão social é resultante de um julgamento equivocado de uma sociedade capitalista e desigual que só aumenta essa disparidade entre as pessoas na medida em que as sociedades aderem às novas tecnologias do mercado. Resultando no dilema em quem acompanha a evolução tecnológica e quem é deixado pra trás e excluído desse meio.

Na análise freiriana que correlaciona os abastados e os pobres, estabelece uma relação vertical, onde os ditos “normais” ou que tiveram melhores oportunidades assumem uma postura de superioridade em relação aos considerados “anormais” ou pobres e que não foram agraciadas com grandes oportunidades na vida, características que Paulo Freire denominou de “relação opressor-oprimido”.

Diante disso a EJA vem para garantir o direito á igualdade ou pelo menos amenizar essas diferenças, oportunizando ao indivíduo uma educação de qualidade e resgatadora dos valores humanos na sociedade.

 

 

 

  1. 2.      JUSTIFICATIVA

O presente trabalho objetiva reforçar a importância da educação em EJA e de um modo em geral como processo aquisitivo dos valores sociais, culturais, morais, éticos e espirituais do ser humano que o conduzirá ao longo de sua existência, suprindo suas necessidades diante de um mundo capitalista.

Freire ressalta que educação é um processo social permanente que socializa o indivíduo ao longo de toda sua vida. Sendo assim compreende-se a EJA como promovente desse processo de inclusão social, onde o indivíduo sente-se “sujeito” nesse processo e integrado no contexto da construção de si mesmo.

A EJA age na condução do jovem e adulto para perceber sua realidade e em cima disso trabalhar a capacidade de transformação em seu meio habitacional, observando suas necessidades e dificuldades. Quando o público de EJA percebe a necessidade da leitura e escrita como forma de conquista e realização de seus objetivos, vê-se a inclusão social acontecer. A educação promove o crescimento da autoestima aumentando as oportunidades individuais.

Mais do que ensinar a ler e escrever a EJA atua como construtora de cidadãos conscientes e críticos nas diversas áreas da sociedade, como: na política, na economia, na cultura, nas crenças, na justiça e etc. condições essenciais para o indivíduo enfrentar as exigências do mundo contemporâneo que afetam diretamente a sua vida cotidiana.

O objetivo da EJA é oportunizar, incluir, transformar e ampliar os conhecimentos na vida de seus alunos, possibilitando-os á uma inclusão numa sociedade democrática e igualitária, tendo acesso às diversas informações que os possibilitem na tomada de decisão, na opção consciente e na participação das questões que afetam a todos.   

  1. OBJETIVOS

      3.1- Objetivos Gerais

Despertar nas pessoas a real importância do ensino em EJA para o resgate da dignidade humana e inclusão social, privada por uma sociedade injusta e preconceituosa para com os analfabetos. 

      3.2 – Objetivos Específicos

  • Destacar a importância da intersetorialidade para melhoria da EJA.
  • Promover politicas públicas mais eficazes para o desenvolvimento da EJA.
  • Compreender a importância desse ensino para a promoção social e resgate da cidadania.
  • Compreender a EJA não apenas como uma oportunidade de recuperação do tempo perdido pelos seus alunos, mas como uma promotora da integração do ser humano no universo da leitura e escrita de mundo e como melhoria para sua vida no cotidiano de trabalho e familiar.
  1. REFERENCIAL TEÓRICO

Como evidenciei nas justificativas anteriores, a EJA tem por finalidade garantir a dignidade da pessoa, como educação de qualidade que vise à inclusão social e aprimore as habilidades e competências para formação de cidadãos conscientes criticamente, participativos, reflexivos, éticos – políticos e analíticos – propositivos. Que o sujeito de EJA não apenas adquira conhecimentos, mas que também se formem cidadãos, que busquem a transformação societária e igualitária, a justiça social, democrática e cidadã.

Na concepção de Almeida (2008) a educação assumiu ao longo do tempo o papel central nas lutas sociais contra a superação do capitalismo que oprime a sociedade ditando suas regras. A EJA possibilita ao indivíduo a capacidade de compreensão de seus direitos e desempenhar ações que revertam os problemas sociais em prol de uma sociedade mais justa e preocupada com o bem comum.

A ideia de educar é surtir algum efeito para que haja o aprendizado, mesmo que já trazemos algum aprendizado de nossas próprias vivências, mas que possamos ser levados á emancipação e humanização, conforme afirma Vallejo (2002, p. 75):

 

fazer no final o processo, a esperança do educador e do educando é a

consecução ou pelo menos a aproximação da meta desejada, que sempre

será um modo de ser mais valioso, mais humano, segundo o modelo ou

padrão escolhido. A herança biológica nos dá o ser, mas não o modo de ser

pois nascemos humanos, mas não humanizados, sociais, mas não

socializados, morais, mas não moralizados [...] Aprendemos a ser humanos,

sociais, morais [...] por meio da educação. O nascimento nos dá as

capacidades, a educação desenvolve as faculdades e potencialidades que a

herança nos proporciona. Esta é a tarefa de toda educação: que a pessoa

que nasce aprenda a ser humana, entre os humanos incorporando valores à

sua existência.

Compreendemos que a educação liberta, abre caminho para o ser humano ir além de suas expectativas, educação essa que deve formar o cidadão num agente do seu próprio desenvolvimento. Com o avanço das tecnologias e a preocupação com uma sociedade cada vez mais letrada, as funções ou profissões tornaram-se mais exigentes do conhecimento e com isso o sujeito não alfabetizado sente-se preso á suas limitações educacionais ou á falta de aprendizado. Mészaros explica essa educação libertadora:

Já a educação libertadora teria como função transformar o trabalhador em um      

                                             agente político, que pensa que age, e que usa a palavra como arma pra

transformar o mundo (2005, p.12).

No contexto social a escola deixa de ser apenas uma instituição transmissora de conhecimentos para se tornar a promotora e mantenedora na construção e recriação de propostas solidárias especificas para a verdadeira cidadania.

Diante de um mundo em que vivemos a era da globalização, da informação, o letramento por meio da EJA é de suma importância para que a inclusão social da pessoa vê-se abrir o caminho para uma sociedade que possa abarcar todos, sem distinções e exclusões, onde a oportunidade seja para todos e não para poucos privilegiados. 

  1. 5.      METODOLOGIA

O projeto oportuniza á observação das diferentes características do alunado de EJA, detectando por meio de entrevistas e convívio com os alunos a forma pela qual suas vidas mudaram com a retomada aos estudos, até que ponto houve mudanças significativas em suas vidas. Seja na vida pessoal ou profissional.

Somos sabedores da extrema importância da educação em EJA na vida dessas pessoas, seja pela interação entre eles que é bastante proveitosa, seja pela aquisição de conhecimentos que os auxiliam nas diversas atividades do cotidiano, que libertam e abrem novos horizontes. A oportunidade de estudar é vista como a retomada do tempo perdido, do sonho não realizado sendo possível outra vez.

O aluno de EJA sente-se incluso na sociedade, sente-se capaz de contribuir com seu bem estar e com o bem estar coletivo, liberto da exclusão e não mais vitima do preconceito, sente-se agente do seu progresso, aprendizado esse que contribui no seu dia-a-dia desde saber ler uma receita ou um bilhete, até assinar seu próprio nome, usar um cartão magnético para sacar seu ordenado, sente a possibilidade de está ciente de exercer sua cidadania com mais transparência, poder reivindicar seus direitos e escolher seus representantes conscientemente.

O público de EJA já não se acomoda mais, sentem-se capazes de buscar melhorias e exercerem novas funções, que antes eram a única opção, percebem a EJA como facilitadora da inclusão social e melhoria das condições de suas vidas.

  1. CRONOGRAMA

Cronograma de Desenvolvimento do Projeto

Outubro

Novembro

Dezembro

Pesquisas e escolha do tema

x

 

 

Analise dos textos selecionados para leitura

x

 

 

Inicio das leituras dos textos

 

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Produção dos textos para elaboração do projeto

 

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Produção dos textos para elaboração do projeto

 

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x

Organização dos textos produzidos

 

 

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Conclusão do projeto

 

 

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Apresentação do projeto

 

 

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  1. BIBLIOGRAFIA

 

  • http://www.brasilescola.com/educacao/inclusao-social.htm
  • Folha Dirigida, 23/04/2010 - Rio de Janeiro RJ
  • LDB artigo 37- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
  • FREIRE. Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 8 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
  • FREIRE. Paulo. Pedagogia da Indignação. São Paulo, 2000.