Eis o Homem

Solidão e morte, temores atrozes ou verdades ocultas?
Solidão eterna companheira. Ai daqueles que se atrevem a dizer sentirem a dor alheia.
Alegria e tristeza também são singulares, do erro do diagnóstico nasce a conclusão, sempre relativa verdade achológica, receitas de vida boa, regras de conduta, o que antes rastejava hoje é borboleta, há de se confundir chapéu com boné, guarda-chuva com guarda-sol, ambos protegem a cabeça e qual é a necessidade de inventar e reinventar um nome, há de se fazer guerra por isso? Disputa de território abstrato, tirano do dizer, do afirmar e do saber. Disputas de cegos para conduzirem loucos, disputas de oradores para falar aos surdos que desejam ouvir algo, mesmo que esse algo seja o silêncio. Sim, há de se escutar a palavra silêncio para classificar o que os surdos nunca deixaram de ouvir. Orgasmo depressivo, silêncio! O porvir, silêncio!
Morremos a cada instante e nem damos conta disso, será que a doença é um temor imbecil, teme a velhice e de tanto temer nem se deu conta que já se faz velho. Quem te ensinou tais temores? Como não sabes o nome de teu mestre! Ah, já estava tudo pronto quando nasceste, sim, és reflexo de uma pedra que segue a correnteza do rio, nasceste sob o amparo legitimo da "Maria vai com as outras" és fruto da mídia televisiva, és partícipe da grande fraternidade big brother?
Até um asno se cansa de carregar o peso alheio, eis que quando empaca, nasce em seu intimo a natureza do super asno, o que vem depois do homem, é preciso ser asno empacado, pedra que afunda e não segue o fluxo, há de se dizer não! Em meio a tantos angustiantes sim. Asno empacado, eis o momento sublime do verdadeiro movimento natural, um salto para o sublime, um grito de liberdade... inhó, inhó, inhó...