EFICÁCIA DA UTILIZAÇÃO DE ULTRASSOM TERAPÊUTICO E FONOFORESE NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE.

Resumo

O padrão atual de beleza, comumente impulsionados pela mídia contribui muito para que as mulheres fiquem insatisfeitas com o próprio corpo, levando-as assim a uma constante e incansável busca pelo corpo perfeito. Parte superior do formulário

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As restrições impostas pela moda têm colocado as mulheres em uma posição difícil, pois dentro destes parâmetros uma das maiores preocupações está vinculada ao Fibro Edema Gelóide (FDG). Dentre as terapias alternativas da estética para o tratamento do FEG, destaca-se o ultrassom, pois este emite vibrações sonoras de alta frequência, que irá causar um atrito nos complexos celulares dos tecidos, produzindo uma micro massagem que leva a um aumento do metabolismo celular e quebra do FEG (CORRÊA 2005). Desta forma, este estudo foi realizado com o intuito de avaliar o benefício e a eficácia do tratamento do Fibro Edema Gelóide através de Ultrassom terapêutico e sua associação com a Fonoforese, levando em consideração os aspectos da localização da patologia, bem como seu grau de acometimento. O presente estudo trata-se de uma revisão de bibliografia, onde a busca por livros, artigo científico e periódico foi realizado no período de agosto de 2013 a janeiro de 2014. Relatos do estudo realizado por Menezes, Silva, Ribeiro (2009), revelam que a utilização do ultrassom associado à fonoforese demonstram resultados eficazes e muito satisfatórios, pois causam expressivas alterações fisiológicas nos tecidos acometidos pelo FEG. Sendo assim, com esta pesquisa foi possível concluir que o tratamento do fibro edema gelóide com o ultrassom tem grande eficácia na amenização da aparência e diminuição do quadro de FEG, além de ter demonstrado que a fonoforese tem sido muito utilizada também no tratamento desta afecção, elevando assim o grau de satisfação das pacientes.

Introdução

O padrão atual de beleza, comumente impulsionados pela mídia contribui muito para que as mulheres fiquem insatisfeitas com o próprio corpo, levando-as assim a uma constante e incansável busca pelo corpo perfeito. As restrições impostas pela moda têm colocado as mulheres em uma posição difícil, pois dentro destes parâmetros uma das maiores preocupações está vinculada ao Fibro Edema Gelóide (FDG). Sabe-se também que esta disfunção estética atinge entre 85 e 98% das mulheres de todas as raças após a puberdade, sendo que a região com maior afinidade é o glúteo e as coxas podendo ou não estar associada com a gordura localizada (SANT’ANA, 2010; MENEZES, 2009).

O FEG é conhecido erroneamente como celulite, pois esta afecção é causada pelo acúmulo de proteoglicanas no meio extracelular, que carregam consigo grande quantidade de água, levando assim a um quadro edematoso no tecido conjuntivo. Já a celulite consiste na inflamação supurativa, edematosa, alastrante, difusa, aguda dos tecidos subcutâneos e raros casos do músculo, podendo ou não estar associada ao aparecimento de abcesso (CORRÊA, 2005; MILANI, 2006).

De acordo com FREDERICO; et.al (2009) o fibro edema gelóide consiste numa infiltração edematosa do tecido conjuntivo, seguida de polimerização da substância fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva. Tal processo de polimerização da substância fundamental amorfa é resultante de uma alteração no meio interno, em equidade da qual os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de gelificação. Por tanto, o fibro edema gelóide pode ser determinado clinicamente como um espessamento não inflamatório das camadas subdérmicas.

A reação fibrótica que ocorre no FEG como consequência do edema do tecido conjuntivo e da hiperpolimerização revelar-se em forma de nódulos ou placas de diferentes extensões e localizações, podendo até apresentar dor nas áreas acometidas (WEIMANN, 2004).

O fibro edema gelóide surge em decorrência do mau funcionamento dos adipócitos, que retêm um maior teor de lipídio, diferente e alterado e que estimula a retenção de líquidos, obtendo-se assim um aumento do volume da célula, causando compressão dos vasos e afetando a circulação sanguínea. Além disso, o rompimento das fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela sustentação da pele, leva ao aspecto inestético da pele (FREDERICO, et.al; 2005).

Segundo SERRA; MEJIA (2012), a etiologia do FEG pode ser descrita através de subdivisões de fatores que possivelmente desencadeiam o processo em três grupos: fatores predisponentes, que incluem hereditariedade, sexo, desequilíbrio hormonal; fatores determinantes, onde destacam-se tabagismo, estresse, sedentarismo, desequilíbrios glandulares e metabólicos, maus hábitos alimentares e disfunções hepáticas; e fatores condicionantes sendo que as perturbações circulatórias são as mais importantes. Além disso, os autores descrevem também que, alguns hormônios se destacam no surgimento do fibro edema gelóide, tais como o estrógeno que é responsável pelo aumento da permeabilidade e diminuição do tônus muscular, causando assim danos circulatórios; a insulina que é lipogênica; a prolactina, precursora da retenção hídrica no tecido adiposo; as catecolaminas onde suas concentrações elevadas e com a presença de estrógeno ativam alfa receptores lipogênicos.

Outros estudos subdividem o fibro edema gelóide em quatro graus ou fases diferentes, de acordo com as mudanças clínicas e histopatológicas: Grau I: esta é uma fase inicial, onde o indivíduo já esta com o processo instalado internamente, porem não pode ser visto ou sentido; Grau II: o processo começa sua evolução, as mudanças estruturais já são mais relevantes e os primeiros sintomas passam a ser visíveis e sentidos durante a palpação; Grau III: nesta fase os primeiros nódulos começam a aparecer, tendo sinais bem visíveis, a palpação não se faz mais necessária, a pele se torna áspera e apresenta um aspecto de casca de laranja, além da presença de edemas nas pernas, micro varizes e flacidez; Grau IV: a pele fica dura e “lustrosa”, cheia de depressões, as pernas ficam cansadas, inchadas, pesadas e doloridas, mesmo sem esforço físico (MENEZES; SILVA; RIBEIRO, 2009).

O aumento de casos de FEG tem impulsionado cada vez mais o público feminino a procurar métodos e técnicas da área da estética para o tratamento da mesma, na esperança de obter resultados para seus problemas relacionados à beleza. Isto forçou uma grande revolução nas indústrias de aparelhos estéticos e de cosméticos, bem como na pesquisa e introdução de novos conceitos que possam proporcionar resultados que atendam aos anseios dos profissionais e pacientes (FREDERICO, et.al; 2005).

Para tanto se faz necessária à escolha adequada da terapia, para que os resultados obtidos sejam satisfatórios. Estes tratamentos podem variar desde intervenções cirúrgicas, mesoterapia, drenagem linfática, endermologia, até a complementação alimentar e atividade física (MILANI; JOÃO; FARAH, 2006).

Dentre as terapias alternativas da estética para o tratamento do FEG, destaca-se o ultrassom, pois este emite vibrações sonoras de alta frequência, que irá causar um atrito nos complexos celulares dos tecidos, produzindo uma micro massagem que leva a um aumento do metabolismo celular e quebra do FEG (CORRÊA, 2005).  Além disso, o ultrassom tem sido muito indicado no tratamento desses casos não só pelo aumento metabólico e por seus efeitos já conhecidos, mas também pela melhora da circulação sanguínea, com consequente neovascularização e relaxamento muscular, o rearranjo e extensibilidade das fibras de colágeno e melhora das propriedades mecânicas do tecido, bem como seus efeitos de veiculação de substancias por fonoforese (MILANI; JOÃO; FARAH, 2006).

O método de emissão de ondas ultrassônicas é realizado através de um cabeçote com transdutor perpendicular a área a ser tratada em movimento constante e mantida em contato direto com o agente de acoplamento evitando a formação de bolhas de ar (MENEZES; SILVA; RIBEIRO, 2009). Para uma maior absorção do tecido subcutâneo deve ser utilizada uma frequência de 3MHz e uma potência de emissão de 0,8 até 1,0 W/cm2 para se alcançar o efeito térmico (LUZ; SILVA; CAIXETA, 2010)

Quando se trata de associação e terapias, um dos melhores resultados é encontrado na combinação de ultrassom e fonoforese. Como se sabe fonoforese ou sonoforese é o movimento de drogas através da pele, para dentro dos tecidos cutâneos, sob a influência do ultrassom. Além disso, algumas drogas possuem uma absorção lenta pela pele; a vibração sonora de alta frequência pode acelerar este processo (CORRÊA, 2005). Então, a permeabilidade cutânea fica facilitada e penetração de fármacos no organismo através da pele é melhor mais rápida.

Por ser uma terapia efetiva, ou com algum risco potencial, o ultrassom possui uma gama de restrições de uso, tais como: áreas isquêmicas, tromboflebite, área cardíaca, olhos, área anestesiada, varizes e placas epifisárias devem ser evitadas, endopróteses, implantes metálicos, sistema nervoso, gônadas e útero gravídico devem ser preservados, além de, não fazer uso do mesmo em pacientes com casos de tumores malignos, infecções ativas, hemofílicos não tratados (MENEZES; SILVA; RIBEIRO, 2009).

Desta forma, este estudo foi realizado com o intuito de avaliar o benefício e a eficácia do tratamento do Fibro Edema Gelóide através de Ultrassom terapêutico e sua associação com a Fonoforese, levando em consideração os aspectos da localização da patologia, bem como seu grau de acometimento.

Metodologia

O presente estudo trata-se de uma revisão de bibliografia, onde a busca por livros, artigo científico e periódico foi realizado no período de agosto de 2013 a janeiro de 2014. Pesquisaram-se artigos nas bases de dados eletrônicas Scielo, Pubmed. As palavras chaves utilizadas foram Fibro Edema Gelóide, Ultrassom, Fisioterapia Dermato-funcional.

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