EFEITOS LESIVOS DA DOR

Independentemente de sua natureza, padrão ou causa, a dor inadequadamente tratada apresenta efeitos lesivos, além do sofrimento que causa. Por exemplo, a dor não aliviada prejudica a capacidade pós-operatória do paciente para dormir. A resposta mais comum à dor intensa em mulheres idosas frágeis em pós-operatório foi a de deitar absolutamente parada, uma resposta provável de resultar em complicações pós-operatórias.

EFEITOS DA DOR AGUDA
A dor aguda não aliviada pode afetar os sistemas pulmonar, cardiovascular, gastrintestinal, endócrino e imune. A resposta ao estresse que acontece com o trauma também ocorre com outras causas de dor intensa. As alterações endócrinas, imunológicas e inflamatórias disseminadas, que acontecem com o estresse, podem apresentar efeitos negativos significativos. Isso é particularmente lesivo nos pacientes comprometidos pela idade, doença ou lesão.
Em geral, a resposta ao estresse consiste na taxa metabólica e débito cardíaco aumentados, resposta à insulina comprometida, produção aumentada de cortisol e retenção aumentada de líquidos. A resposta ao estresse pode aumentar o risco do paciente para distúrbios fisiológicos (p.ex., infarto do miocárdio, infecção pulmonar, tromboembolia e íleo paralitico prolongado). O paciente com dor intensa e estresse associado pode ser incapaz de fazer uma respiração profunda e, assim, pode experimentar fadiga aumentada e mobilidade diminuída. Embora esses efeitos possam ser tolerados por uma pessoa jovem saudável, eles podem prejudicar a recuperação em uma pessoa idosa, debilitada ou criticamente doente. O alívio efetivo da dor pode resultar em uma recuperação mais rápida e resultados melhorados.

EFEITOS DA DOR CRÔNICA
Como a dor aguda, a dor crônica também apresenta efeitos adversos. A supressão da função imune associada à dor crônica pode promover o crescimento tumoral. Da mesma forma, a dor crônica frequentemente resulta em depressão e incapacidade. Embora os prestadores de cuidados de saúde expressem preocupação a respeito das grandes quantidades de medicamentos opióides necessários para aliviar a dor crônica em alguns pacientes, é seguro empregar grandes doses desses medicamentos para controlar a dor crônica progressiva. Na realidade, falhar em administrar o alívio adequado da dor pode ser inseguro por causa das conseqüências da dor não aliviada.
A despeito de como o paciente lida com a dor crônica, a dor por um período extenso pode resultar em incapacidade. Os pacientes com inúmeras síndromes de dor crônica reportam depressão, raiva e fadiga. O paciente pode ser incapaz de continuar as atividades e as relações interpessoais em que se engajou antes de a dor ter início. As incapacidades podem variar desde a diminuição da participação nas atividades físicas até ser incapaz de realizar os cuidados das necessidades pessoais, como vestir-se ou alimentar-se.