Augusto Cury não é muito citado, no meio acadêmico, como referência na área pedagógica. Talvez isso se deva a um certo preconceito da academia contra o que é menos técnico e mais humano. O fato é que o livro “Pais brilhantes, professores fascinantes”, pouco explorado e estudado, representa um material de grande riqueza para professores de todas as áreas.

Destacando aspectos como a necessidade da formação do caráter, e não apenas da formação técnica, Cury ressalta a importância de contar histórias, trocar experiências de vida com os alunos, admitir erros e saber colocar-se no lugar dos estudantes. O autor nos lembra que, mais que um depósito de informações, a memória deve ser um “suporte para a arte de pensar”.

Humanizar a educação é essencial. Lembro-me de professores que, no primeiro dia de aula, contavam histórias sobre suas vidas. Não para vangloriar-se de seus feitos, mas sim para repartir experiências e mostrar que, ao contrário do que muitos filmes e desenhos parecem mostrar, ninguém nasce bom em nada: toda a construção é processo, e as dificuldades devem ser encaradas como desafios que podemos vencer. Lembro dessas histórias porque marcaram. E bons professores, como ressalta Cury, “são mestres temporários”, enquanto professores fascinantes “são mestres inesquecíveis”.

Saber criticar de maneira construtiva em lugar de humilhar – bem como não ser excessivamente crítico – ter paciência (pois educar requer paciência), saber incentivar e motivar: todos esses são aspectos tão essenciais ao mestre quanto o conhecimento técnico em sua área particular.

Ensinar, enfim, é mais que uma profissão: ser professor é ser uma referência, um elemento chave na construção de conhecimentos e personalidades. É, portanto, uma atividade de constante pesquisa e construção de caráter. Para educar, é preciso não apenas informar, mas também comunicar-se com... E Augusto Cury nos ensina como, talvez, para ser um bom professor, bastem (muitos) conhecimentos técnicos mas, para ser um professor fascinante, é necessário enxergar o ensino como arte.