O momento é de pagar ou, quem sabe, renegociar as despesas originadas durante as comemorações que finalizaram 2009 e inauguraram nova década. Cartão de crédito, limite bancário, empréstimos, cheques e até mesmo os tradicionais “caderninhos” exigem quitação – o que em muitos casos, com certeza, não irá ocorrer. E isso, talvez seja fruto da falta da população entender seus direitos e deveres enquanto contribuintes responsáveis que discursamos ser. Porém, ao projetarmos tal situação ao universo escolar, nós educadores devemos analisar as atitudes que utilizamos para ensinar crianças e adolescentes, ou seja, questionarmos se orientamos acima de tudo para as peripécias da vida? Propomos discussões e atividades multidisciplinares capazes de encaminhar crianças e adolescentes a comportamentos acerca da economia, da prevenção e da responsabilidade, evitando assim, frutos indesejados que direcionam pessoas a situações caóticas e de desconforto estendido? Escola, família e sociedade necessitam agir imediatamente a fim de eliminar modelos superados que promovem unicamente o repasse teórico desprovido do contexto e das atitudes práticas e necessárias. O ambiente escolar anseia por maior interação com as manifestações sociais e eu, acredito que os conteúdos didáticos oferecem tal possibilidade para que isso ocorra, elevando assim, o nível de aprendizado e de entendimento dos assuntos propostos, bem como, preparando nossos estudantes a agirem com prevenção, coerência e ética mediante as realidades impostas pelo cotidiano humano – que nem sempre são as melhores. A escola precisa ultrapassar seus muros gigantescos, direcionando estudantes a posturas capazes de evitar resultados maléficos, como por exemplo, o consumo de drogas lícitas e/ou ilícitas, gravidez desacompanhada e sem estrutura, abandono dos estudos, desemprego, atos de violência e até mesmo o não cumprimento das obrigações básicas que devem ser respeitadas por todos nós e em todos os tempos, como o pagamento das dívidas adquiridas que, em muitos casos, surgiram sem necessidade real de consumo. Somente assim, a rede que pretendemos articular entre os pólos escola, família e sociedade tende se fortalecer disseminando posturas mais coerentes com a multidão humana. A educação para a vida não se satisfaz unicamente com o aluno que consegue decorar (mesmo sem entender) as regras de matemática ou ainda como se calcula o IDH de um país, mas sim, desafia a agirmos de forma sincronizada com o propósito maior de melhorar a qualidade de vida das pessoas através de ações eficientes, básicas, criativas, sem preconceitos, coerentes com a realidade, permanentes e honestas de fato – é tão difícil fazer acontecer? Por quê?