Vários são os estudos e conceitos sobre educação, inúmeros teólogos tentam explicar e até mesmo definir técnicas e teorias sobre a temática. Alguns mais específicos tentam ainda estudar a forma de aprendizagem, analisando desde a criança até a fase adulta.

Mas será que no contexto atual, tais teorias e conceitos ainda podem ser tidos como verdades absolutas em meio a uma sociedade formada por indivíduos que acreditam que educação significa apenas saber ler, escrever , calcular e interpretar?

Obviamente que a resposta é não. A educação há muito tempo deixou de ser apenas uma questão de aprender conceitos dos livros para aplicá-los em testes e provas, muito embora essa visão mercantilista tenha enorme força nas escolas, principalmente nas privadas, que apenas preparam seus alunos para concursos vestibulares.

Mas o que realmente é educação? Como ela pode mudar uma sociedade?

Educação no contexto real da palavra, significa uma mudança de comportamentos e atitudes. É agir de acordo com valores éticos e morais. É a compreensão de mundo e de sociedade. É saber que todos fazem parte de um todo e que as nossas ações influenciam direta e indiretamente o mundo.

Ocorre que essa visão mais humana e profunda da educação, foi ficando no esquecimento ao longo dos anos. Lembra-se de antigas disciplinas que existiam nas escolas, como Moral e Cívica, por exemplo, que buscava formar cidadãos para a vida. Que ensinava a importância do papel social de cada um. Que inseria no aluno a questão dos direitos e deveres. Que tinha como objetivo tornar o indivíduo um ser social e relacionável?

Lembra-se da importância dos cumprimentos, como Bom Dia, Boa Tarde e Boa Noite que as escolas enfatizavam aos alunos. Da força de um Obrigado, um Por Favor, do respeito aos direitos dos demais e de tantos outros atos educados que se aprendiam em casa, com as famílias e que as escolas apenas reforçavam?

Infelizmente, essa e outras disciplinas foram sendo sobrepujadas por outras de maior interesse comercial para as escolas e por outras que equivocadamente teriam esse papel. E o mais grave, as famílias foram se distanciando da educação dos filhos e negligenciando sua parte fundamental nesse processo.

Hoje vemos que é unânime a visão equivocada da educação, de que basta entrar na escola, aprender e muitas vezes decorar conteúdos e ser aprovado em um concurso qualquer. Mas se analisarmos mais a fundo, veremos que de fato, educação está em declínio. As pessoas não se cumprimentam mais, não agradecem favores, são rudes com pequenos deslizes do outro, não se respeitam, transgridem os direitos alheios, são agressivas no trânsito, desmoralizam pais, mães e irmãos, enfim, estão desconstruindo a educação que as gerações passadas se propuseram a construir. A gentileza tornou-se coisa rara.

É geral a opinião de que o governo falha na educação, mas se pararmos para refletir, veremos que o governo falha sim, mas na questão de investimento no ensino do país, que envolve a precariedade das instalações das unidades escolares, a falta de material de trabalho para o professor, a péssima remuneração desse profissional, a falta de coerência do ministério da educação com a questão curricular , dentre outros fatores. Mas a questão da educação em si, essa é falha da sociedade como um todo, porque mesmo que o governo investisse mais na qualidade de ensino do país, de nada adiantaria sem uma mudança de comportamento e atitudes dos gestores, professores, alunos, pais e da sociedade em geral.

Educação é algo interno e pessoal que ao transcender o indivíduo e externalizar para o meio, é capaz de transformar uma sociedade. E esta necessita cada vez mais de pessoas educadas.