Juliane Aline dos Reis Delmonego

Raquel Gonçalves da Silva

 

Resumo

O presente trabalho visa identificar concepções e conhecimentos prévios obtidos pelos educandos ao longo de sua vida, contudo busca aprimorar os conceitos de sociedade para que possam relacionar conhecimentos prévios com o cientifico. Contudo, conhecer a realidade do aluno faz com que a escola tenha um papel fundamental como estimulador e precursores de informações na busca incessante de uma melhor formação do individuo. Desta feita, compreende-se a educação popular como um fator de cultura, onde se utiliza de acontecimentos e experiências vividas, na busca de uma interação com a sociedade.

Palavra – Chave: Educação popular, EJA e Cultura.

A educação popular visa à formação de indivíduos com valores, conhecimentos e consciência de cidadania, considerando os conhecimentos prévios que os alunos adquiriram ao longo da vida. Para auxiliar o educando no exercício consciente de seu papel dentro da sociedade, o educador exerce um papel fundamental como estimulador, mensageiro de informações, capaz de utilizar as experiências vividas como subsídio na construção de conhecimento. Na EJA relacionar conhecimentos prévios ao conhecimento científico é muito importante no processo de ensino-aprendizagem, não basta saber sem que ocorra uma compreensão dessas informações de forma clara e objetiva.

Nesse sentido, o pensamento de Paulo Freire retrata a importância da leitura de mundo ser considerada pela escola, para a busca de melhorias visando à conscientização, essencial para que a ação seja realmente transformadora.  Desse modo, o presente texto tem como objetivo refletir sobre a contribuição do autor focada na educação de jovens e adultos, tendo o educador como mediador atuante na formação de cidadãos críticos. Com o intuito de evidenciar a necessidade de desenvolver metodologias conscientes na educação de jovens e adultos, o educador precisa desenvolver sua função de responsável pela formação do cidadão. Ao problematizar essa ação, sensibilizando os educandos à criticidade na cidadania, agirá em consonância com práticas metodológicas significativas, capazes de transformar a realidade dos educandos. 

Freire (2013) compreende que a sociedade está completamente acomodada e adaptada e “imersa” na estrutura de uma sociedade dominadora, temem a liberdade. Diante do exposto, surgiram as seguintes questões problemas: Quais são os fatores que influenciam os alunos de EJA a retornarem a escola? Qual o papel da Escola na formação do educando?

A partir disso levamos em conta a Educação continuada ao longo da vida ou como conhecemos a Educação popular, que vem tendo uma grande importância no âmbito escolar, principalmente na EJA quando por sua vez tem o intuito de ajudar na construção humana.

Segundo Souza (2003), a Educação popular é compreendida conquanto atividade cultural e de desenvolvimento de cultura, tendo em vista a construção da humanidade do ser humano em suas diferentes feições. Sem tal afirmação não conseguimos compreender e avançar na construção idealizadora do individuo jovem ou adulto, libertando-o e tornando capaz de refletir, indagar, problematizar a sua consciência de mundo de forma critica e objetiva.

A EJA proporciona um avanço para o Jovem ou Adulto que querem concluir a Educação Básica (Fundamental/Médio), adotando métodos e contando com a sua força de vontade, mas só isso não pode ser uma garantia do direito a educação, é necessário que os mesmos estejam em uma busca constante por uma igualdade e direito como cidadão, de acordo com as suas condições sejam elas culturais, étnicas, geracionais e interesses no qual o mesmo esteja buscando dentro do espaço escolar.

A EJA é uma conquista da sociedade brasileira. O seu reconhecimento como um direito humano veio se dando de maneira gradativa ao longo do século passado, atingindo sua plenitude na Constituição de 1988, quando o poder público

reconhece a demanda da sociedade brasileira em dar aos jovens e adultos que não tinham realizado sua escolaridade o mesmo direito que os alunos dos cursos regulares que frequentam a escola em idades próprias ou levemente defasadas. (HADDAD, 2007, p.4)

Os alunos quando retornam as salas de aula que por um motivo ou outro deixaram os estudos nos anos considerados ideais para concluir a Educação Básica, justificam a importância de novamente ali estarem, junto trazem um riquíssimo aprendizado que adaptados a sua necessidade de formação humana, tornam capazes de integrar o ensino a sua formação profissional. Muitos dos alunos que voltam temem por não serem aceitos ou incluídos na sociedade já que por sua vez acham que o seu tempo já passou, sendo assim a escola tem um papel norteador na construção de um cidadão critico,

Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade da libertação? Libertação que não chegarão ao acaso, mas pelas práxis de sua busca, pelo conhecimento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela. (FREIRE, 2013, p.42-43).

A EJA é caracterizada por ser uma instituição aberta para as pessoas que querem garantir o direito como cidadão, capazes de ler, escrever e de atuar dentro da sociedade, é um espaço onde os mesmos tem a oportunidade de integrar, socializar e interagir os conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida. Contudo é um espaço de liberdade, onde todos tem uma perspectiva inovadora, assegurando valores que foram adquiridos durante todo o seu processo educativo, tendo o educador como um mediador, com o intuito de despertar nos educandos o conhecimento de mundo. Portanto é necessário que a EJA adote metodologias que compreendam a realidade dos educandos, levando em conta as trocas de experiências, opiniões e histórias vividas e com isso tenha necessariamente a compreensão de forma clara e objetiva da busca de informações.

Conclusão

Desta feita, a escola espreita grandes laços, amplitude a convivência e o respeito pelas pessoas, integrando-os as relações sociais, criadas dentro do espaço escolar, contudo atribuem valores educacionais que conseguem romper barreiras contidas no educando antes de seu retorno as salas de aulas, podendo assim ter um reconhecimento quanto cidadão durante a sua trajetória de vida profissional e familiar, garantindo seu direito de ir e vir perante a sociedade.

REFERÊNCIAS

 

HADDAD, Sérgio – Ação Educativa. Por uma nova cultura na Educação de Jovens e Adultos, um balanço de experiências de poder local. GT: Educação de Pessoas Jovens e Adultas / n.18- 2007

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2013.

SOARES, Leôncio. Formação de educadores de jovens e adultos / organizada

por Leôncio Soares . — Belo Horizonte: Autêntica/SECAD-MEC/UNESCO, 2006.

__________SOUZA, João Francisco. O Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação de Jovens e Adultos e em Educação Popular (NUPEP/UFPE) - Belo Horizonte, 2006.