Resumo

Este trabalho trata da Educação para a vida nos programas sociais do estado de Pernambuco, como uma das alternativas de inserir o jovem no mercado de trabalho. No programa do governo, o conhecimento e inclusão digital, identificam nos adolescentes/ jovem o seu valor na comunidade, e como tal, convivem numa relação entre a educação continuada com inclusão social. Com o objetivo de analisar a importância da inclusão digital no processo de educação dos jovens no Centro da Juventude, bem como mostrar as ações do programa vida nova. Os resultados revelam que na superação do aluno surge oportunidade de uma nova vida.

Introdução

Educação para a vida nos programas sociais de Pernambuco, na relação entre conhecimento e inclusão que pode ser tratada sob diferentes pontos de vista, permite muitas abordagens e interpretações dentro do contexto juventude, inclusão digital na inclusão social dentro de um ambiente em que o adolescentes/jovem, tenha uma ressocialização com educação para o mercado de trabalho.

Segundo Romanelli (1997) a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, afirma que a educação é para todos os cidadãos, e é o único caminho capaz de abrir os horizontes culturais, e que habilita o individuo ao exercício de sua cidadania, tornando-o mais produtivo, capacitado e participativo.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), a incorporação das inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para a melhoria da qualidade de ensino. O uso do computador possibilita a interação e a produção 2 de conhecimento no espaço e no tempo, favorece a aprendizagem cooperativa, pois permite a interação e a colaboração entre alunos no processo de construção de conhecimentos.

Com certeza a educação pode contribuir para diminuir diferenças e desigualdades, na medida em que acompanhar os processos de mudanças, oferecendo formação adequada as novas necessidades da vida moderna. Tendo como objetivo analisar a importância da inclusão digital no processo de educação dos jovens no Centro da Juventude, bem como mostrar a necessidade de reintegração social do programa vida nova.

Sendo assim, perguntamos: Qual a importância da educação para a vida e inclusão digital para os adolescentes do Centro da Juventude? Tentaremos responder de acordo com o desenvolvimento da temática em questão nas respostas dos protagonistas dos quinze adolescentes/jovens pesquisados e pretendemos apresentar o resultado com analise das respostas dos adolescentes vivenciados nos programas sociais. Na proposição de Freire a educação é um ato político e tem como desafio desvelar a realidade para que os membros da sociedade nela imersos possam emergir para promover mudanças necessárias para um mundo mais democrático.

Educação para uma vida nova Para o programa Vida Nova, Pernambuco acolhendo a População em Situação de Rua, uma ação do Pacto pela Vida, parte integrante das políticas sociais da SEDSDH, desenvolve suas atividades sob a coordenação da Gerência das Ações Socioassistenciais – GASA. O Programa tem como fundamento a garantia de direitos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade e/ou risco pessoal e social, prioritariamente os que se encontram em situação de rua, na faixa etária de 0 a 29 anos, através dos serviços e ações/intervenções especializadas como foco na proteção social especial de média e alta complexidade, necessárias ao atendimento das determinações da legislação vigente. 

Nesta perspectiva, a política pública segundo Silveira (2005), de inclusão digital pode ser analisada como uma política pública de acesso a alguns elementos ou instrumentos fundamentais da era informacional. A dimensão do acesso e o escopo de cada projeto, programa ou política é definido pelos elementos que disponibiliza. As várias acessibilidade desenham na prática e o eu que cada executor de projetos compreende por inclusão digital (SILVEIRA, 2005, p.434).

Para tanto, o Ministério das comunicações cita que os projetos, ações e iniciativas desenvolvidos têm como objetivo promover o uso da internet e outras tecnologias da informação e comunicação tendo como base três eixos de atuação: a ampliação da disponibilidade de acesso às TICs (oferta de infraestrutura, como equipamentos e disponibilização de sinal e internet); o incentivo ao desenvolvimento e à disponibilização de conteúdos que atendam aos requisitos de acessibilidade, usabilidade e inteligibilidade; e a capacitação da população interessada nos uso das TICs e dos profissionais que atuam diretamente no atendimento aos cidadãos, de modo a gerar interesse por tais tecnologias e despertar a confiança nesses potenciais usuários.

Neste projeto, a formação da cidadania promovendo a inclusão social e a redução das desigualdades, nos programas sociais começa com a responsabilidade do desenvolvimento de todos na garantia de ações, nas perspectivas de:

• Ressocialização; reintegar uma pessoa novamente ao convívio social por meio de políticas humanística.Tornar-se sociável aquele que desviou por meio de condutas reprováveis pela sociedade e/ou normas positivadas.

• Protagonismo juvenil: segundo Maria Eleonora D. Lemos Rabêllo é a atuação de adolescentes e jovens, através de uma participação construtiva. Envolvendo se com as questões da própria adolescência/juventude, assim como,com as questões sociais do mundo, da comunidade... Pensando global (O planeta) e atuando localmente ( em casa, na escola, na comunidade...) o adolescente pode 4 contribuir para a assegurar os seus direitos, para a resolução de problemas da sua comunidade, da sua escola...

• Políticas públicas: públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico.

• Inclusão digital: As políticas de inclusão digital implementadas pelo Ministério das Comunicações são concebidas como ferramentas para o exercício da cidadania, tendo como base o pressuposto de que, na sociedade em que vivemos, grande parte dos processos de escolha e de autonomia do indivíduo passam por sua interação com as Tecnologias da Informação e da Comunicação, mais especificamente pelos equipamentos, ferramentas, conteúdos e aplicativos conectados em rede que permitem o acesso à comunicação e à informação.

• Inclusão social é um conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pela falta de classe social, origem geográfica, educação, idade, existência de deficiência ou preconceitos raciais. Inclusão Social é oferecer aos mais necessitados oportunidades de acesso a bens e serviços, dentro de um sistema que beneficie a todos e não apenas aos mais favorecidos no sistema democrático em que vivemos.

Sendo assim, estas definições dos termos necessários para o jovem sair da exclusão social, econômica, racial e cultural, o Instituto de Assistência Técnica articulado com a Secretaria de Defesa Social e Direitos Humanos, possibilita alternativas de desenvolvimento integral, contribuindo para a melhoria das condições de empregabilidade através dos cursos de qualificação profissional e oficina em diversas áreas de conhecimentos (cultura, lazer, esporte, atendimento psicossocial, inclusão digital e outros).

5 O adolescente/jovem e a Inclusão digital O adolescente/jovem que frequenta o Centro da Juventude são oriundos de classe pobre, morador de rua, jovem com risco de vida e sem perspectivas para o futuro. Esta clientela, que procura nestes programas uma mudança de vida e uma oportunidade para se ressocializar perante a sociedade baseado na justiça, na igualdade de oportunidades e, principalmente, na inclusão de todas as pessoas.

Na ressocialização, o processo de mudança, vivência as normas do programa profissional trabalha o contrato de convivência para melhorar as relações interpessoais na escuta afetiva respeitando as particularidades com ética, sigilo e respeito, se preparando para o mercado de trabalho através das atividades sócio inclusivas na procura de construir o resgate da cidadania. Para tal, promover ações contínuas de acesso à educação, à saúde, à geração de renda e à preservação do meio ambiente que vivem à formação cidadã. Compreender a juventude como segmento social especifico, os procedimentos do programa governamental, o conhecimento acontece nas disciplinas curriculares para que o jovem continue na sua caminhada escolar sem abandonar a aprendizagem.

O norteador das ações é pautado na abordagem construtiva, onde o jovem é o protagonista, autor de sua própria história e das ações elaboradas no cotidiano do Centro da Juventude. São trabalhados temas geradores percebidos das necessidades dos jovens, focando o resgate da auto-estima, reconhecendo e reconstruindo a cidadania. Segundo Moran (2010, p.18), o conhecimento não é fragmentado, mas interdependente, interligado, intersensorial. Conhecer significa compreender todas as dimensões da realidade, captar e expressar essa totalidade de forma cada vez mais ampla e integral.Conhecemos mais e melhor conectando, juntando, relacionando, acessando o nosso objeto de todos os pontos de vista, por todos os caminhos, integrando-os da forma mais rica possível (MORAN 2010, p.18).

Neste sentido o conhecimento na ação de incluir o jovem enquanto agente de sua formação social e profissional, cidadão ator em sua comunidade uma mudança social e pessoal. Demo (2012) afirma, 6 a noção curricular disciplinar e estabilizada, que vê conhecimento como pacote completo a ser repassado submissamente pelos docentes, não condiz mais com as “novas epistemologias” (Weinberger, 2011): conhecimento é dinâmica discurssiva e rebelde, sempre incompleta, discutível, aberta (Demo, 2012a).

No conhecimento prévio dos jovens, um ponto fundamental é o diálogo dando autonomia e responsabilidade na aprendizagem criando uma interação entre o grupo com a ideia de ser coletivo, individual, incluso na sociedade. O programa contribui nas ações e atividades intelectuais e culturais, na elevação de escolaridade, realizam eventos, palestras, aulas extras, oficinas culturais, estimulando um aprendizado de forma democrática, participativa e abordando temáticas de informação digital. No espaço em que o jovem é o adolescente protagonista encontra facilidade de se relacionar com a música, arte e as tecnologias. Behrens (2010) afirma que o aprendiz é movido pela duvida, encontra o prazer na descoberta, da investigação e da pesquisa. A elaboração e a reelaboração do conhecimento são componentes substanciais da aprendizagem (BEHRENS, 2010, p.88). Neste programa social, instrutores e alunos trabalham em forma de diálogo e mantém o espírito de autonomia, em que é exercitada a criatividade a participação, solidariedade, construção de novos conhecimentos e engajamento social, na busca de melhores condições de vida.

Freire (2004), essa autonomia é fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando. Portanto, na inclusão social, o individuo é protagonista principal no ambiente propicio se constitui com inclusão digital no uso da tecnologia para transformar a aprendizagem. O envolvimento comunitário, também é parte dos programas de ação social, entretanto, nesses programas os estudantes dão um passo ao ser incentivado a realizar mudança na vida e na comunidade.

Para Padilha (2009) a relação entre tecnologia e sociedade vem se tornando cada vez mais complexa com a inserção das novas tecnologias entrelaçadas ao mundo digital. (LEMOS, 2007b): 7 O avanço da internet na propagação da cibercultura tem proposto a construção social de programas públicos de inclusão digital em todo o país e esses tem por objetivo contribuir na dimensão cognitiva da inclusão social (CORREA, 2007) através da inclusão digital. A inclusão digital surge como possibilidade de inserção de grupos sociais minoritários às novas tecnologias informáticas. Deste modo, percebemos movimentos políticos de mobilização através de projetos governamentais (PADILHA,2009,p.7).

Nessa possibilidade a inclusão digital, na ação social o adolescente/ jovem, trata do conhecimento do Windows XP sistema operacional, Microsoft Office Word XP, iniciando o Excel – Microsoft Excel. PowerPoint, Internet e sua origem e função (como se conectar a internet, navegadores, portais, mecanismos de busca e webmail gratuito). Para Lemos (2011) “É importante pensar a internet como um espaço de liberdade, criação de conhecimento, circulação do saber e de fomento à cultura” .

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