Educação para Prevenção
Publicado em 27 de setembro de 2009 por Maite Vargas
Dados das Nações Unidas (ONU) informam que mais de 200 milhões de pessoas foram afetadas pelas secas, inundações, ciclones, terremotos, incêndios e outras ameaças. Além da crescente densidade demográfica e da degradação ambiental, o aquecimento global torna as ameaças naturais ainda mais graves.
Os acontecimentos dos últimos anos alertaram para o fato de que as ameaças naturais podem afetar a todos, em qualquer localidade. Desde o Tsunami do Oceano Indico ao terremoto no sul da Ásia; desde a devastação que produziu os furacões e ciclones nos Estados Unidos ao estado de calamidade publica que provocaram os deslizamentos e inundações que ocorreram no Brasil.
Neste contexto, diante do agravamento e do aumento de desastres provocados por estes eventos adversos, 168 países membros nas Nações Unidas se comprometeram a adotar medidas para reduzir o risco de desastres, adotando o Marco de Ação de Hyogo, que é um importante instrumento para a implementação de medidas que visam a redução de risco de desastres, objetivando o aumento da resiliencia das nações e comunidades diante de desastres, visando para 2015 a redução considerável das perdas ocasionadas por desastres, de vidas humanas, bens sociais, econômicos e ambientais.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha afirma que a freqüência dos desastres está chegando a um ritmo tão alarmante que muitas populações vulneráveis não tem oportunidade de recuperar-se de um desastre antes de ser assoladas pelo seguinte e, portanto, estar preparado será cada vez mais importante no sentido de minimizar o efeito destas catástrofes.
Neste sentido, os governos, as agencias da ONU e as Organizações Não Governamentais (ONG’s) estão empreendendo processos para definir planos e estratégias nacionais que visam ações concretas na redução dos impactos causados pelos desastres.
A psicóloga da Secretaria Nacional de Defesa Civil, Daniela Cunha Lopes destacou no Encontro Nacional de Prefeitos de 2009, a necessidade de informação e prevenção para enfrentar desastres naturais, afirmando que o maior risco que existe hoje no Brasil é o de não se perceber o risco. Assim, a Secretaria Nacional de Defesa Civil coloca que conscientizar a comunidade sobre a importância da sua participação ativa na identificação e solução dos seus problemas e no implemento de políticas publicas voltadas para a prevenção em defesa civil é o desafio que precisa ser enfrentado por todos os cidadãos, pois prevenir significa evitar custos econômicos e sociais gerados pelos riscos da concretização dos desastres.
O Art. 205 da Constituição Federal de 1988 afirma que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, e será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Tendo em vista que a Defesa Civil somos todos nós, para que as implicações de uma situação de emergência sejam minoradas é indispensável que cada um e todos conheçam os riscos que correm, os meios de que dispõem e a forma correta de atuação em situações adversas.
Assim, no âmbito escolar, os professores podem ser um canal importantíssimo no ensino de Defesa Civil, atuando como multiplicadores responsáveis pela mudança cultural e comportamental e pela divulgação de conteúdos relacionados com a redução de desastres, com o aumento da segurança global e com a valorização da vida humana.
A Secretaria Executiva da Justiça e Cidadania do Estado de Santa Catarina (SJC), por meio do Departamento Estadual de Defesa Civil, em parceria com o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (CEPED/UFSC) desenvolveram o Projeto PERCEPÇÃO DE RISCO, A DESCOBERTA DE UM NOVO OLHAR, que tem por objetivo aumentar a percepção de risco de adolescentes e adultos frente aos desastres ocasionados por fenômenos naturais e pela ação humana, através de uma campanha educativa para cultura de prevenção de desastres, nas escolas públicas estaduais de Santa Catarina, comunidades em situação de vulnerabilidade social em Florianópolis, e a sociedade em geral.