1 EDUCAÇÃO ON-LINE VERSUS EXCLUSÃO DIGITAL: Um embate desigual entre as regiões brasileiras

 

                        Atualmente, as pesquisas na área da informática educativa para modelos de educação on-line concentram-se em sua maioria, no desenvolvimento de Ambientes Virtuais de Aprendizagem adequados as dinâmicas comunicativas em rede. Mais o sucesso desses ambientes não está condicionado apenas às ferramentas de comunicação como e-mails, fóruns de debates, wikis ou chats de discussão, mas pela necessidade em prover recursos que possibilitem a organização e manipulação das mensagens recebidas, de modo que os alunos possam encontrar conteúdos específicos e redigir mensagens de forma a expressar melhor suas ideias.

                        Outro ponto importante na qual o modelo via web procura se amparar como modalidade educativa é a utilização das prerrogativas: colaboração e cooperação em redes de informação. Por sua vez, esses termos constituem práticas essenciais da Cibercultura, que para Lévy (1999) trata-se de um conjunto de costumes e tradições executadas no mundo virtual que são primordiais para se sentir inserido ou para aqueles pretendentes a fazer parte dela.

                        Embora à primeira vista, esses termos darão ares de sinônimos, colaboração e cooperação possuem dinâmicas intrínsecas no mundo virtual. Lévy (1999) procura compreender a colaboração em ambiente virtual como uma ação desenvolvida em conjunto, por duas ou mais pessoas que se entendem, se respeitam, têm interesses e objetivos comuns e que compartilham os mesmos valores, para a realização de um serviço, um projeto ou um produto. Mas para Kensky, Oliveira e Clementino (2006) a cooperação apresenta melhores resultados para as práticas educativas on-line porque busca realizar uma encruzilhada dessas colaborações, visando benefícios aos outros membros participantes através de três princípios essenciais: a interação, a mediação e a participação ativa. Por isso, acredita-se que para um curso on-line, o sucesso da ampliação de métodos colaborativos depende da criação de ambientes adequados para cooperação.

                        Mas outra condicionante da modalidade é a existência e ampliação da chamada Sociedade da informação[1], que é a possibilidade de todos inseridos nela, poderem aderir as Tecnologias da Informação e Comunicação, presentes no quotidiano, constituindo instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, envolventes no trabalho e no lazer. Muitos pertencentes a esta estrutura de organização social tendem a adquirir vários conhecimentos fora da escola por estarem integrados neste novo paradigma de sociedade, preferindo por vezes, a comodidade do lar ou a praticidade nos intervalos de suas atividades, com todas as tecnologias à disposição, do que a escola presencial e com horários fixos.

                        Deste modo, a modalidade tende a adaptar-se melhor a esse modelo de aluno, proveniente desta sociedade, uma organização que para Lévy (1999) não é estático e sim, está em constante mutação, inserido num processo estimulado pelas relações comunicativas que transformam a informação num bem precioso, e as novas tecnologias, os principais responsáveis. A Cibercultura é o eixo motriz da Sociedade da Informação.

                        Com base nestas ponderações, o modelo via web foi se transformando num produto de investimento promissor de diversas instituições, incentivado por inúmeras estratégias pedagógicas, visando à utilização deste meio na busca de resultados educativos significativos em consonância com o menor gasto possível. Do mesmo modo, o atual contexto do mundo do trabalho inspira as tendências pedagógicas da educação on-line no Brasil, principalmente em instituições voltadas para a formação profissional como SENAC, sustentando num modo de desenvolvimento social e econômico na qual a informação, segundo Castells (1999) é o meio da criação de conhecimento, e desempenha um papel fundamental na produção de riqueza e consequentemente, na suposta contribuição para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos.

                        Santomé (2003) reforça essa tendência ao lembrar que os processos de globalização dos mercados econômicos, o desenvolvimento de novas tecnologias, junto com enfraquecimento das funções tradicionalmente desempenhadas pelo Estado moderno estão entre os fatores determinantes para se reconhecer, que em determinadas aprendizagens, essas redes de educação através da internet obtiveram mais prestigio do que as instituições escolares. Assim, historicamente conhecida como uma alternativa educativa de sucessos e fracassos, a educação à distância através da internet passou a ser vista atualmente, como um modelo estratégico primordial, voltado para uma formação especializada direcionada para a realidade do mercado globalizado.

                        Na aferição do grau de utilização do modelo on-line no Brasil, Moran (2005) demonstra entre o universo de empresas pesquisadas (118, em 2004), 70% estão de alguma forma, envolvidos com o dimensionamento ou a aplicação prática de soluções de educação on-line, ainda que a distribuição geográfica destes investimentos apresente correlações inquestionáveis com o modelo socioeconômico regional e os consequentes índices de investimento e de distribuição de renda em cada uma das regiões analisadas. Botelho (2009) evidência nestas pesquisas, que não somente a Região Sudeste apresenta a maior concentração de empresas que já utilizam e-Learning (87%), como é também a que atende o maior número de treinados on-line no Brasil (31%).

                        Por outro lado, a exclusão digital aparece em incongruência a essa sociedade. Trata-se de um conceito que diz respeito às extensas camadas das sociedades que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da expansão das redes digitais. Evidentemente, que no Brasil o público alvo da educação on-line é bastante variável, mas seleto de acordo com a região. Enquanto o sul, sudeste e centro-oeste apresentam crescimentos acentuados pela busca de cursos na internet, no norte e nordeste a procura se dá de forma mais atenua refletida especialmente por questões econômicas que limitam o acesso tecnológico e cultural que envolve esta modalidade.

                        Contudo, a relação entre exclusão digital e pobreza é uma realidade mundial. De acordo com o Mapa da Exclusão Digital, que analisou os dados do Censo 2000, o nível de escolaridade é ponto de importância não só na geração de renda, mas também no nível de inclusão digital dos estados brasileiros: os cinco mais incluídos são o Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, e os cinco mais excluídos são o Piauí, Tocantins, Acre, Alagoas e, especificamente o Maranhão, que será analisado posteriormente.

                        Entretanto, mesmo com a melhora da Inclusão Digital apresentada nas pesquisas posteriores do IBGE[2], a exclusão atinge as partes mais pobres do país, aonde ainda não chegaram computadores, internet, celular e outros. Muitas instituições de ensino já aderiram a laboratórios de informática, porém ainda há nas regiões mais carentes, ausência desse tipo de recurso. Muitos que entram na Internet, em sua maioria acessam via conexão discada, enquanto a banda larga ainda é restrita a poucos privilegiados. Com isso, as pessoas que nunca viram ou usaram um computador são denominadas popularmente de “sem-tela”. Castells (1999) lembra ainda, que a exclusão digital é equivalente à exclusão cientifica. O fato de ter no laboratório da escola manipulado de maneira limitada um microscópio simples, não o coloca entre os biólogos. Calcular a velocidade de um corpo não torna você um físico. O físico tem uma sinergia com a ciência que se propôs estudar, tem uma subjetividade em relação ao assunto, muito útil e contextualizada. Um incluído digitalmente deve primeiro ter sinergia com o tratamento de informações, uma pessoa que é organizada já o tem de algum modo, e em um segundo momento ela deve ter a capacidade de ampliar essa sinergia com o uso de elementos eletrônicos.

                        Na tentativa de diminuir a exclusão digital no país e ao mesmo tempo, proporcionar um aumento na acessibilidade ao modelo educativo on-line via internet, o governo brasileiro criou em 2005, através do Ministério da Educação e Cultura, a Universidade Aberta do Brasil (UAB)[3], onde suas atividades de Educação à Distância visam atender três campos distintos e delicados. O primeiro para a ampliação do conhecimento cultural com a organização de cursos específicos de acesso a todos. O segundo para a educação continuada, incentivando a reciclagem profissional às diversas categorias de trabalhadores e àqueles que já passaram pela universidade. O terceiro voltado para o ensino superior, englobando tanto a graduação como a pós-graduação.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB - é um programa do Ministério da Educação, criado em 2005, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação e possui como prioridade a capacitação de professores da educação básica. Seu objetivo é de estimular a articulação e integração  de um sistema nacional de educação superior. Esse sistema é formado por instituições públicas de ensino superior, as quais se comprometem a levar ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros. Tendo como base o aprimoramento da Educação à Distância, o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) visa expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior. Para isso, o sistema tem como base, fortes parcerias entre as esferas federais, estaduais e municipais do governo. (BASTOS FILHO, TEIXEIRA, 2008, p.13).

 

                        Diante das áreas de atuação, fica evidente na pretensão da UAB a iniciativa governamental visando à inclusão social e educacional por meio da oferta de educação superior à distância. Perceber-se, que perante o processo de elitização ocorrido ao longo da evolução e mutação da modalidade à distância, esse programa surge no intuito de proporcionar uma viabilidade aqueles menos favorecidos e impossibilitados economicamente de cursar uma faculdade e ao mesmo tempo, ter acesso a um computador ligado na internet. Essa concepção pode ser reforçada por Vidal e Maia (2010) ao reconhecer que a ampliação de vagas nas universidades federais enfrentava sérias limitações, e o MEC viu na UAB a possibilidade de democratizar, expandir e interiorizar o ensino superior público e gratuito no país, com apoio da educação à distância e a incorporação de novas metodologias de ensino, especialmente o uso de tecnologias digitais.

                        Um passo importante para cumprimento dos objetivos da UAB foi à aprovação da Lei governamental N° 11.502 de 2007, indicando para o ensino público o uso conjugado do ensino presencial e a distância em cursos para a formação inicial de profissionais do magistério, e neste caso, a Educação à Distância é apontada como modalidade preferencial para a formação continuada de professores.

                        Com a lei, a UAB primeiramente passou a oferecer cursos de graduação, sequencial, pós-graduação latu sensu e stricto sensu, prioritariamente direcionados para a formação de professores e administração pública. Os funcionamentos desses cursos on-line a partir de uma metodologia de ensino apoiada pelas novas tecnologias passaram a ser de responsabilidade das instituições de educação superior ou de Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia, que possuem como ponto de apoio presencial, pólos localizados em municípios estratégicos.

                        Obviamente, que essa parceria foi o resultado de uma ampla articulação entre instituições públicas de ensino superior, estados e municípios brasileiros, para promover, através da metodologia da Educação à Distância, acesso ao ensino superior para camadas da população que estão excluídas do processo educacional. Como lembra Vidal e Maia (2010) a UAB não constituiu uma nova instituição para o MEC. Na verdade resulta numa configuração de rede, envolvendo as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e as Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES), que no caso, representam as universidades estaduais, incluídas a partir do programa, aproveitando as mesmas instalações locais de seus núcleos de Educação à Distância.

                        No Maranhão, como resultado dessa parceria com a UAB, podem-se destacar: o Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) que passou a oferecer cursos de Licenciatura em Química e em Informática, além de vários outros cursos de extensão e qualificação profissional; a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) ofertando cerca de 8 cursos de graduação, 6 de pós-graduação a nível de especialização e 4 de aperfeiçoamento e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desenvolvendo 5 cursos de graduação, 2 especializações e 8 cursos de aperfeiçoamento.

 

2 A EDUCAÇÃO ON-LINE NO ESTADO DO MARANHÃO

                       

                        O Maranhão apresenta um numero crescente de pessoas que estudam através da Educação à Distância. Esse crescimento também se reflete na modalidade on-line, mas em um ritmo lento, além de alastrar-se antagonicamente entre as esferas públicas e privadas. Na iniciativa privada, o acesso atende a um público bastante restrito, enquanto as instituições públicas de ensino superior assumem o papel de difundir a modalidade numa região onde os indicadores de acessibilidade tecnológica são os mais inaudíveis do país.

                        Sendo uma instituição criada pelo governo Federal com gerenciamento de grupos empresariais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC-MA) inaugurou no final de 2005 o ciclo da educação on-line no Maranhão no âmbito privado através de cursos de pós-graduação no nível de especialização a seus funcionários, além de oferecer parcerias com algumas empresas e órgãos públicos voltados à gestão.

                        A modalidade se tornou um importante recurso para capacitação de determinados grupos estratégicos das corporações, essencialmente, pelo seu direcionamento a profissionais que já possuíam uma convivência diária com sistemas informatizados em seus próprios ambientes de trabalho. O cotidiano digital condicionou a aceitação da modalidade pela própria flexibilidade de tempo e espaço, aliando-se perfeitamente a uma lógica empresarial voltada para dinamizar os tempos livres através dos estudos, ou seja, instrução sem sair necessariamente de suas funções. Desta forma, a educação on-line materializou-se numa alternativa capaz de unir qualificação interna com menor perda econômica, que poderia acontecer no caso de ausência ou diminuição da produtividade de seus empregados em decorrência a uma dedicação extra aos estudos em um modelo presencial de aprendizagem.

                        Contudo, não se pode esquecer o caráter restrito, e de certo ponto, hierárquico contraído nesta esfera. As empresas conveniadas não ofertam os cursos abertamente a todos seus empregados e sim, a grupos específicos importantes para as suas estratégias comerciais ou administrativas. Sendo assim, a acessibilidade à modalidade acaba sendo controlada seguindo os interesses da corporação, podendo em alguns casos, ofertar cursos distintos com especificidade a cada setor produtivo.

                        Atualmente, algumas empresas ainda recorrem ao SENAC-MA para promover capacitação através do modelo on-line aos seus funcionários, mas já existem outras instituições de ensino superior privado que disponibilizam parcerias idênticas ou desenvolve-as de forma independente. Ressalta-se, que aspectos econômicos ditam as preferências formativas de determinados cursos. Neste sentido, aqueles voltados para área da gestão apresentam-se privilegiados, entretanto, a fraca economia local, resultado de uma anêmica presença empresarial, limita a modalidade a cada ano a um contingente reduzido de corporações.

                        Em relação às iniciativas públicas, observam-se a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e o Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), que através de seus Núcleos de Educação à Distância (NEAD) e incentivado pelo projeto Universidade Aberta do Brasil (UAB) criado em 2005, vem ofertando cursos de graduação e pós-graduação à distância através da internet.

                        Neste âmbito, as propostas apresentadas pelas instituições públicas no Maranhão para educação on-line seguem diretrizes da UAB, arquitetadas pelo Ministério da Educação (MEC), empresas estatais e a associação dos dirigentes das instituições federais de ensino. Como já foi comentado, a oferta de cursos e programas de Educação à Distância decorre também através de parcerias entre as universidades públicas locais por meio de consórcios nos Estados da Federação. O objetivo desse projeto é capacitar professores para educação básica, principalmente nos interiores dos Estados, que não possuem nível superior ou formação diferente de sua área de atuação, e ainda:

  • · Expansão pública da educação superior, considerando os processos de democratização e acesso. · Aperfeiçoamento dos processos de gestão das instituições de ensino superior, possibilitando sua expansão em consonância com as propostas educacionais dos estados e municípios; · A avaliação da educação superior a distância tendo por base os processos de flexibilização e regulação em implementação pelo MEC; · As contribuições para a investigação em educação superior a distância no país. · O financiamento dos processos de implantação, execução e formação de recursos humanos em educação superior à distância (UAB, 2009)

 

                        Contudo, possibilitar o acesso de um modelo de educação via internet num Estado com difíceis problemas econômicos e sociais passa por alguns questionamentos pertinentes que podem comprometer significativamente a formação de seus alunos através da metodologia on-line. Essas questões impulsionam a ideia de que esse modelo requerer mais tempo, paciência e dedicação, além de comprometer os prazos estipulados para duração de um curso. Isso levaria a constituir um ambiente desmotivador, impulsionado pela própria angústia do aluno, que em muitos casos, não possui conhecimentos prévios de informática, muito menos, das dinâmicas comunicativas e culturais de um curso via internet.

                        Torna-se, desta maneira, necessário fazer uma pequena análise desses fatores que inibem o processo da modalidade on-line no âmbito público no Maranhão. São prerrogativas direcionadas em três questões cruciais para esse entendimento, mas na qual, possuem uma interconexão intrínseca: as limitações da acessibilidade tecnológica, as questões de infraestrutura técnica e a carência de conhecimentos relacionados às dinâmicas culturais em redes.

                        A primeira questão está ligada às limitações de acessibilidade impostas pelos meios de controle ao acesso à internet, ajustada pelos pólos regionais das instituições promotoras da modalidade on-line. Para muitos, oriundos do interior, esses pólos equipados com computadores são o único local de acesso à web, mas encontram-se impossibilitados de oferecer uma flexibilidade espaço e tempo aos alunos devido ao cumprimento de períodos pré-estabelecidos para seu uso.

                        Reforçando essa problemática, as condições socioeconômicas de muitas cidades do interior do Maranhão desfavorecem o interesse na aquisição e utilização de computadores. Muitos alunos em processo de capacitação por esses pólos são oriundos das camadas mais pobres e com isso, utilizam esses momentos regulares para estabelecer também, os primeiros contatos com as tecnologias da informática. Essa realidade presente na maioria das regiões interioranas do Maranhão é um empecilho considerável aos projetos de educação on-line aberto, porque acaba impondo ao aluno um único local para o seu deslocamento, além de horários estipulados para o acesso à internet.

                        O planejamento de um curso on-line se estrutura nas possibilidades comunicativas da internet, essencialmente nas perspectivas interativas disponibilizadas para o processo ensino-aprendizagem, dinamizando as mediações entre alunos e professores geograficamente distantes. É um atrelamento vital para um processo que implica num elevado intercambio capaz de subsidiar suas perspectivas metodológicas. Como lembra Almeida (2009) à modalidade on-line tem como características mais enfáticas, a velocidade na troca de informações, o feedback entre alunos e professores, e o grau de interatividade, onde são exercitados em períodos flexibilizados.

                        Ora, não existe educação on-line sem acesso rotineiro a web, e quando se pondera sobre a acessibilidade digital no Maranhão, os obstáculos aumentam sensivelmente, sendo uma preocupação a qualquer planejamento voltada a esta modalidade. Para um curso mediado pela web, o sucesso das estratégias pedagógicas depende fundamentalmente da acessibilidade tecnológica do seu público alvo.

                        Para Sorj e Guedes (2005) a exclusão digital é identificada pelas condições econômicas locais que se convergem na ausência de investimento na expansão dos sistemas de comunicação e consequentemente, do acesso a Internet. Lembra-se que a exclusão digital não se dá somente pela ausência de acesso físico a computadores, acessórios e conexões, mas também a recursos adicionais que permitem um uso adequado da tecnologia. Estes recursos são de outra ordem, passando pelo esforço da comunidade em compreender as necessidades reais dos usuários, a existência de conteúdo relevante em idioma do grupo, o grau de instrução da população usuária, sua capacidade de leitura, entre outros. Mas para compreender a lógica da exclusão digital no Maranhão, torna-se necessário analisar alguns indicadores sobre a presença das redes no Brasil, visualizando e comparando referências sobre a expansão da internet em cada região.

                        Não se pode negar que a Internet é uma ferramenta que cresce no Brasil, mas com diferenças regionais. Segundo Farid (2009) ao analisar a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) percebeu que em 2008, 23,8% dos domicílios brasileiros possuíam microcomputador com acesso à internet, percentual superior ao apurado no ano anterior (20,0%), totalizando 13,7 milhões de domicílios. Ao refletir a desigualdade de acesso à informação a partir da web, a região Sudeste possuía 31,5% dos seus domicílios conectados à internet no ano passado, na região Nordeste esse porcentual era de 11,6% e no Norte, de 10,6%.

                        De acordo com o gráfico apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Farid (2009) também abrange um aumento significativo de 26,5% em 2007 para 31,2% em 2008 dos domicílios que possuem microcomputadores, atingindo 17,9 milhões de domicílios. Em sua análise, a autora afirma que mais da metade dos domicílios brasileiros que possuíam computador no ano anterior estavam na região Sudeste, que totalizava 10,1 milhões de domicílios com essa característica. Constata-se que a relação computador e internet se equalizam, onde o acesso ao computador, consequentemente, predispõe o seu possuidor a buscar uma forma de conecta-se a rede mundial.

                        O gráfico abaixo apresentado pela Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicilio (PNAD) demonstra à questão dos usuários que compraram computadores e aqueles que estão conectados a rede mundial.

 

 

Gráfico 1 - Fonte: IBGE – PNAD 2007-2008

                       

                        Ao analisar esses dados e relacioná-los com o Maranhão, percebe-se que o Estado apresenta indicadores contraproducentes em relação a acesso à rede. Apesar de pertencer à região Nordeste, seus dados são os mais inferiores da federação, superando todos os Estados, particularmente da região Norte, onde a internet ainda é um instrumento bastante restrito.

                        Essa peculiaridade pode ser confirmada através da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana[4] (RITLA) que realiza diversas pesquisas, entre as quais, sobre a acessibilidade tecnológica em todo continente latino-americano. De acordo com seu estudo, o Maranhão apresenta os menores índices de acesso à rede mundial de computadores do Brasil, cerca de 2% dos lares estão conectados, e é de 7,7% a parcela de moradores que usam a rede, seja dentro de casa, em centros públicos ou escolas.

                        Diante os indicadores apresentados pelo Maranhão, Rollemberg (2009) conglomera os demais Estados com carência de acessibilidade à rede e comenta, que dentre 10 pessoas, menos de 1 tem acesso à computador em casa nessas regiões, e complementa em torno da relação feita pelo MEC com fatores de desigualdades socioeconômicos afirmando que:

O trabalho, com apoio do Ministério da Educação, relacionou às desigualdades fatores socioeconômicos como renda, raça e oferta de postos de acesso público. Com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2005, o estudo aponta que no grupo de menor renda da população uma parcela de 0,8% possui internet em casa. Entre a população mais rica sobe para 56,3% o percentual de casas com acesso à rede – “uma diferença de 7.600%”, segundo a pesquisa. Ainda de acordo com o estudo, cerca de 28% da população brasileira auto declarada branca na Pnad utiliza a internet, de maneira geral – mais que o dobro dos 13,3% da população negra. (ROLLEMBERG, 2009)

 

                        Perante esses dados sobre acessibilidade na web, fica inevitável não relacioná-las com a pesquisa do Programa das Nações Unidas no Brasil (PNUD-Brasil) que através de seu relatório, identificou o Estado do Maranhão em 2008 entre os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. No que tange a renda per capita, é a pior do Brasil. O gráfico a seguir demonstra a situação socioeconômica maranhense confrontando com índices de outros Estados da Federação:

 

 

Gráfico 2 - Índice de desenvolvimento humano - Fonte: PNUD-BRASIL

 

                        Fazendo uma correlação geral entre os dados apresentados sobre a acessibilidade às redes e as condições socioeconômicas regionais, configura um desfavorável alinhamento entre os Estados com IDH baixo e aqueles que evoluíram irregularmente no acesso as redes. Observa-se, que a exclusão digital é um fator relacionado intimamente com a realidade econômica regional, onde Estados com índices parecidos com o do Maranhão apresentam-se inaudíveis para investimento e ampliação de redes.

                        A lógica, portanto, para investimento em internet se desvela simples, seguindo uma premissa básica do setor privado que controla os sistemas de comunicação no Brasil. Os Estados que apresentam os piores IDH deparam com o maior nível de exclusão digital por não possuir predisposição econômica e cultural para aquisição desta tecnologia, ou seja, carência de mercado consumidor.

                        As desigualdades presentes no IDH sustentam a tese das empresas privadas, onde os custos elevados para os investimentos em infraestrutura digital não são compensatórios, e por isso, são incompatíveis com a realidade socioeconômica destas regiões. A principal empresa de telefonia fixa do Maranhão e responsável pelas ações mais expressivas de expansão da internet em toda região, utiliza o mesmo diagrama natural da realidade capitalista, investir somente em mercados lucrativos. Se existe campo para consumo, surge naturalmente o estímulo necessário para os investimentos na área. Quando esta relação não se apresenta harmoniosamente interligada no ponto de vista econômico, não existe acondicionamento para investimentos em regiões não lucrativas, e para identificar esses fatores, as pesquisas relacionadas a estudos econômicos e sociais são instrumentos avaliativos valiosos para fundamentar essas análises.

                        Mas isso não significa que diagnósticos levantados por uma determinada pesquisa regional condicionam as empresas a seguir uma regra rígida de expansão tecnológica, muito menos afirmar que a exclusão digital é uma característica de cidades interioranas. Existem evidências de ações contraditórias em relação aos investimentos em ampliação de redes. Na própria capital maranhense, São Luís, onde estão localizadas as principais matrizes empresariais da telefonia do Estado, observam-se casos peculiares de exclusão digital, aonde vários bairros periféricos e outras localidades próximos da classe média e alta, não possuem linhas telefônicas adequadas para transmissão da internet. Até em bairros onde existem as residências mais bem valorizadas do mercado, possuem imediações com certa complexidade de funcionamento para determinados tipos de transmissão de rede.

                        A internet além de ser privilégio das classes mais favorecidas, nem todos destas camadas usufrui do acesso em suas próprias residências no Maranhão. Por isso, Rollemberg (2009) sugere uma revisão das estratégias de expansão das redes, baseado num modelo capaz de favorecer o acesso em centros públicos e em locais onde existem acentuadas desigualdades sociais, visando forçar a quebra da concepção voltada para lucratividade dessas empresas.

                        Mesmo assim, a forte exclusão digital parece não influir nos alunos envolvidos com Educação à Distância (EAD) no Maranhão e tão pouco, nos investimentos de instituições de ensino superior para o desenvolvimento de cursos à distância. De acordo com Burgardt (2007) o Estado maranhense está em 11º lugar em alunos matriculados em cursos à distância de ensino superior credenciados pelo MEC, sendo o 3º do nordeste.

                        Outro importante indicador para essa análise é o numero de instituições credenciadas para EAD no Maranhão e que possuem sede fixa no próprio Estado. De acordo com o Sistema de Consulta de Instituições Credenciadas para Educação à Distância e pólos de apoio presencial (SIEAD) verifica-se que a região é assistida por cinco instituições: Centro Universitário do Maranhão (UNICEUMA), Faculdade do Maranhão (FACAM-MA), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Universidade Federal do Maranhão (UFMA) que possuem um quadro crescente de 185 pólos distribuído por quase todo interior do Estado.

                        Para Burgardt (2007) a intensa presença dos pólos das instituições promotoras de EAD pelo interior do Estado pode justificar a ótima posição maranhense de alunos matriculados em curso superior à distância, mas não contribui substancialmente para ampliação da modalidade on-line. Em sua maioria, os alunos optam pelas atividades desenvolvidas através da teleconferência[5], teleaula, vídeoaula ou materiais impressos oferecidos nesses pólos próximos de suas residências, geralmente nos finais de semanas com a presença de um tutor.

                        Diferentemente, a modalidade on-line enfrenta dificuldades para difundir-se na mesma proporção, mesmo com as instituições públicas oferecendo laboratórios em seus pólos no interior. Em muitos lugares, onde as desigualdades sociais influem fortemente na exclusão digital, o computador ainda é visto como uma novidade cheia de receios e preconceitos. O seu uso restrito nestes centros influi negativamente a modalidade já que muitos nem conhecem internet, e poucos o usam corretamente.

                        Um segundo fator que dificulta o desenvolvimento das dinâmicas da educação on-line decorre das limitações na infraestrutura técnicas, essencialmente da falta de outras formas de transmissão da internet. Com já foi dito, esses pólos são para maioria dos alunos o único local para o contato com a web, que dependem demasiadamente da transmissão via rádio (Satélite, modem móvel etc.). Essa forma de acesso à rede é uma alternativa bastante utilizada, principalmente no interior do Estado, onde as concessionárias telefônicas reduzem significativamente os investimentos na qualidade da transmissão a partir do telefone fixo ou cabos de fibra óptica[6], uma tecnologia de custo alto, mas com eficácia bastante reconhecida.       A tecnologia via rádio demonstra ter algumas limitações e vagarosidade em suas transmissões, que ocorrem constantemente devido às perturbações climáticas do Estado. Além disso, as grandes distâncias geográficas cobertas por sinais de rádio perpassam por barreiras das mais variadas possíveis como: vandalismo, terrenos acidentados e outros, dificultando e limitando as conexões baseada nesta tecnologia. Em muitas ocasiões, esses empecilhos comprometem os processos de aprendizagem nesses pólos, interrompendo a transmissão e causando grandes lacunas temporais entre os momentos de acesso a internet.

                        Apesar de esses obstáculos tecnológicos contribuírem de forma significativa para exclusão digital no Maranhão, não se pode considerar que sua superação garanta, a priori, o desenvolvimento da modalidade com uma qualidade aceitável. O sucesso da educação on-line não depende somente de acessos, técnicas e tecnologias avançadas, mas de uma formação cultural de afinidades em redes, o que Lévy (1999) denomina de cibercultura. Desta forma, o terceiro problema é um resultado óbvio concludente dos anteriores citados, já que a carência de conhecimentos prévios de informática causados por este acaba resultando numa prática totalmente empírica nos procedimentos via internet, podendo acarretar no ofuscamento dos objetivos[7] propostos para um curso on-line.

                        A educação através da internet se molda pelas perspectivas comunicativas que dinamizam as relações de colaboração e cooperação, estabelecendo trocas culturais entre os usuários. Porém, essa mesma lógica é presenciada na compreensão da Cibercultura, onde Lévy (1999) afirma que sua origem está diretamente ligada nas relações mediadas através das mídias digitais, capazes de realizar trocas comunicativas sem hierarquias. Mas para está apto a participar desta cultura é necessário maturidade e compreensão dessa dinâmica, e para isso, o pré-requisito são o tempo e a predisposição para convivência e aprendizagem com as possibilidades da própria tecnologia. Portanto, a forte presença da exclusão digital no Estado do Maranhão funciona como um inibidor da maturidade com as dinâmicas do mundo virtual, podendo ocorrer ao longo do desenvolvimento de um curso on-line, situações equivocadas de aprendizagem.

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

                        O aluno ao ingressar num curso on-line deve possuir essencialmente, um conjunto de costumes consolidados no ambiente virtual, que é adquirido através da ampliação e popularização da utilização da internet e de outras tecnologias da comunicação. O cotidiano dessas práticas impulsionará seu amadurecimento neste contexto, envolvendo-o de maneira mais ativa nas relações comunicativas com outros participantes numa condição primordial para a modalidade. Por outro lado, a ausência dessa forma sociocultural incidirá negativamente nestas relações, ocasionando equívocos nos processos comunicativos, consequentemente, na aprendizagem, que podem gerar o desequilíbrio de todo o grupo envolvido, constituindo um ambiente desmotivador e angustiante.

                        Esse amadurecimento consolida ainda, pressupostos identificados por Palloff e Pratt (2002) em comunidades virtuais como espaço de aprendizagem, favorecendo condições para a igualdade de direito de participação de todos os usuários, o foco em interesses comuns, a aprendizagem colaborativa, o trabalho em equipe, a definição de regras para participação pela própria comunidade e a orientação da aprendizagem por um educador. Em suma, a maturidade diante a cibercultura é o regente indispensável para o desenvolvimento significativo da educação on-line, constituído de afinidades apossadas diante o uso cotidiano do ciberespaço.

                        Essa cultura de rede é que estimula um espaço de comunicação mais flexível que o produzido nas mídias tradicionais. Enquanto essas mídias seguem um modelo de produção e distribuição da informação pouco flexível, onde apenas um ou poucos indivíduos são os responsáveis em enviar informações para uma quantidade maior de pessoas, na web a relação com o outro se desdobra no contexto onde todos podem produzir e enviar informações de qualquer lugar do mundo. Essas relações comunicativas sem hierarquias promovem trocas culturais em redes, ou seja, Cibercultura.

                        Deste modo, constata-se um elo entre a educação on-line e a Cibercultura[8] para se definir como educação aberta e flexível no espaço e tempo, valendo-se de suas relações comunicativas na Internet no intuito de estabelecer um modelo de aprendizagem baseado na mediação de trocas culturais. Por isso, o aluno de um curso on-line não pode ser um mero aspirante a navegante de internet. Ele deve está ciente do seu papel perante um determinado grupo virtual de estudo e para isso, o conhecimento com essa nova dinâmica contemporânea é fundamental para o desenvolvimento de seu aprendizado.

                        Por outro lado, essas ponderações contradizem as características de um processo aberto, democrático e flexível da educação on-line confrontadas com a realidade do Maranhão, onde tais perspectivas não se encontram disponíveis a todos. A forte exclusão digital decorrente de aspectos econômicos e sociais acaba limitando a modalidade numa alternativa restrita na esfera pública e seletiva no setor privado. No caso maranhense, essa modalidade educacional acaba se restringindo a uma minoria oriunda das classes A e B, principalmente por pessoas residentes da capital do Estado, detentores de computadores e usuários de internet, em casa ou no trabalho, com formação superior e compreensão das dinâmicas culturais no ciberespaço.

                        Acredita-se que mesmo com a ampliação da modalidade on-line promovida pelo programa da UAB, uma forma das formas de democratizar a modalidade no Maranhão seria uma verdadeira política compensatória, estimulada principalmente pelos Governos Federal e Estadual. Consistiriam em incentivos de ordem fiscal, para ampliação da cobertura das redes via banda larga em todas as regiões excluídas digitalmente, seguindo os mesmos padrões de qualidade exigidos nos grandes centros urbanos. Com isso, o acesso e o interesse em aquisição desta tecnologia poderia, consequentemente, viabilizar o crescimento democrático da modalidade on-line no Estado.

REFERÊNCIAS

 

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VIDAL, Eloisa Maia; MAIA, José Everardo Bessa. Introdução à Educação à Distância. Ed. RDS. Fortaleza. 2010

 

 



[1]A denominação Sociedade da Informação surgiu no final dos anos 60 com o surgimento de diversas tecnologias ligadas diretamente para difusão da informação, mas também pelas exigências de um novo perfil de profissional possuidor de uma maior bagagem intelectual, capaz de supri as novas necessidades do mercado.

[2]A melhora da Inclusão Digital está ocorrendo vagarosamente, uma pesquisa de 2005 do IBGE que 79% dos brasileiros nunca acessaram a Internet. Apenas 21% (32,1 milhões) entraram pelo menos uma vez na Internet.

[3]UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL. Ministério da Educação.  Disponível em: http://www.uab.capes.gov.br/index.php . Acesso em 12 de Dez. 2010

[4]Criada em 26 de outubro de 1983, a Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (RITLA) é um organismo internacional de cooperação técnica que reúne os países latino-americanos integrantes da SELA (Sistema Econômico Latino Americano). Sua missão é fortalecer a cooperação regional, consolidar os mecanismos de colaboração e intercâmbio vinculados ao emprego das novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs) e debater os temas de sua área de competência na região e no mundo. Sua atuação percorre os mais diversos níveis requisitados por esta área, respeitando as necessidades reais de cada região, formando vínculos operacionais com outros sistemas ou redes de informação tecnológica e de tecnologia da informação. O trabalho da organização consiste no apoio aos projetos que incentivam a capacitação de seus membros para criação de tecnologias próprias, bem como na habilitação destes para melhor busca, seleção, negociação, avaliação, adaptação e utilização de tecnologias importadas. Para isto, opera na formação e capacitação dos recursos humanos necessários para o desenvolvimento tecnológico, que proporcione o intercâmbio de informações tecno-econômicas e de tecnologia da informação - respeitando a lei da oferta e demanda correspondente – e incentive a cooperação tecnológica através da difusão de oportunidades existentes e de outras ações que respondam aos problemas e aos desafios decorrentes da cooperação internacional, nacional, regional ou sub-regional. (RITLA, 2010)

[5]Um dos fatores relevantes pela preferência do EAD televisivo deve-se a herança política educacional do governo estadual, que adotou o tele ensino na maioria das escolas públicas entre os anos de 1996 a 2002, expandindo não só modalidade, mas toda uma concepção audiovisual na aprendizagem em todo o Estado. Para muitos, essa política apresentou-se como o modo mais equivocado de desenvolver e oferecer educação à distância. O tele ensino apresentado e defendido pelo governo estadual, consistia numa educação a mercê de uma empresa de comunicação, relatada quando educadores e pedagogos locais prenunciam um baixíssimo nível de aproveitamento e uma péssima base educacional. Mesmo com as críticas, os sistemas televisivos acabaram sendo os mais populares entre as modalidades de EAD no Estado, transcendendo as escolas públicas e sendo usado por diversas Instituições para promover o ensino superior.

[6] Fibras ópticas são fios longos e finos de vidro muito puro, com o diâmetro aproximado de um fio de cabelo humano, dispostas em feixes chamados cabos ópticos e usadas para transmitir sinais de luz ao longo de grandes distâncias.

[7]Para atingir seus objetivos educacionais, os envolvidos necessitam de princípios de comportamento que favoreçam a aprendizagem, como por exemplo, a construção coletiva, a existência de interesse mútuo, regras de resolução de conflitos permitindo que as simples agregação eletrônica de pessoas torne-se uma Comunidade Virtual de Aprendizagem.

[8]A cibercultura encontra-se ligada ao virtual de duas formas: direta e indireta. Diretamente, a digitalização da informação pode ser aproximada da virtualização. Os códigos de computador inscritos nos disquetes ou discos rígidos dos computadores — invisíveis, facilmente copiáveis ou transferíveis de um nó a outro da rede — são quase virtuais, visto que são quase independentes de coordenadas espaço-temporais determinadas. No centro das redes digitais, a informação certamente se encontra fisicamente situada em algum lugar, em determinado suporte, mas ela também está virtualmente presente em cada ponto da rede onde seja pedida. (LÈVY, 1999, p.49)