Joyce Mara Mota Ferreira¹

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

JOYCE MARA MOTA FERREIRA

Artigo apresentado ao webartigosos.

RESUMO:
Este artigo traz a importância de trabalhar de maneira inclusiva através da educação cooperativa, visando uma igualdade o ensino na educação e na sociedade com intuito de profissionais capacitados para atuar na educação

PALAVRAS CHAVE: inclusão- educação- professores.



Introdução

O desafio da educação inclusiva é ensinar os conteúdos curriculares de uma forma que permita também aos que têm deficiências aprender, fazendo também com que os alunos com algum tipo de deficiência avancem dentro de seus limites.
Sabendo que para alcançá-lo, é necessário respeitar o ritmo e os limites de cada aluno e propor as mesmas atividades a toda a turma, incluindo os estudantes que têm deficiências, estimulando com isso o respeito e a cooperação entre os alunos. Reconhecendo as diferenças como fator de enriquecimento no processo educacional. É importante ressaltar que para que haja inclusão é necessário práticas educacionais voltadas a cooperação entre os alunos, entender o que vem a ser prática de educação cooperativa, da existência de metodologias eficazes que favoreçam práticas educacionais cooperativas na sala de aula.

A importância da inclusão

Segundo os pressupostos legais da Constituição Federal de 1988, o artigo 205 que prevê o direito de todos à educação e o artigo 208 prevê o atendimento educacional especializado, e a inclusão escolar, fundamentada na atenção à diversidade, exigindo mudanças estruturais nas escolas comuns e especiais.
A fundamentação filosófica pressupõe que todos os alunos de uma comunidade, independente de suas necessidades educacionais especiais, etnia, gênero, diferenças lingüísticas, religiosas, sociais, culturais, entre outras, tem o mesmo direito de acesso à escolarização, com o grupo de sua faixa etária e que a escola deva acolher e valorizar as diferenças.
A inclusão de crianças com deficiência sempre foi polêmica, mas recentemente ganhou um novo rumo em nosso país. De acordo com a política do governo federal, elas não devem mais ficar segregadas nas escolas especiais e precisam estudar desde cedo em unidades comuns.
A partir destes fatores, discorremos a seguir sobre a educação cooperativa como prática da educação inclusiva.
A palavra cooperação, inserida no contexto da educação inclusiva deve ser entendida como o apoio dos colegas da escola, o apoio buscado pelos professores junto a outros profissionais e entidades, o apoio dos pais, da própria escola, do Governo. Porém a cooperação que se busca salientar neste projeto é a colaboração existente nas relações estabelecidas dentro da sala de aula.
Segundo uma pesquisa realizada pela Agência Européia para o Desenvolvimento da Educação Especial (2005) em 14 países, os resultados sobre as práticas de sala de aula sugeriram sete grupos de fatores considerados eficazes para a educação inclusiva:
· Ensino Cooperativo;
· Aprendizagem Cooperativa;
· Resolução Cooperativa de Problemas;
· Grupos Heterogêneos;
· Ensino Eficaz;
· Ensino por Áreas Curriculares;
· Formas Alternativas de Aprendizagem.

Destes sete fatores, cinco estão intimamente ligados a práticas de cooperação na sala de aula. Salientando assim sua importância.
Além dos diversos recursos que o professor pode utilizar, ele deve sempre diante de sala de aula com aluno portador de alguma necessidade especial, desde o início estabelecer regras, e estas devem ser muito bem definidas, e seguidas durante o decorrer do tempo, porém podem ser estabelecidas e criadas outras dependendo dos problemas que forem surgindo, a participação dos alunos no estabelecimento destas novas regras é importante, valoriza o aluno, e favorece a interação entre eles.



Dentre práticas que favorecem a cooperação entre os alunos podemos exemplificar:
a) A tutoria entre pares: é eficaz principalmente aos aspectos cognitivos e sócio-emocionais. Para Mittler, 2003 apud Fontes (2007), "a educação colaborativa através de tutoria de pares realizada entre os alunos da turma é uma importante estratégia de apoio em sala de aula e tem sido apontada como facilitadora do processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em classe regular. As tutorias de pares consistem na composição de grupos ou duplas de alunos que desenvolvem atividades escolares em parceria, colaborando uns com os outros. Esta estratégia além de promover autonomia, auto-estima e espírito de colaboração, disponibiliza mais tempo ao professor para atender os alunos em pequenos grupos ou aqueles que mais necessitam." Segundo a AEDEE (2005) esta abordagem tem um efeito significativamente positivo na auto-confiança dos alunos e, ao mesmo tempo, estimula as interações sociais dentro do grupo de pares. Todos os alunos beneficiam com a aprendizagem cooperativa: o aluno que explica ao outro retém melhor e por mais tempo a informação, e as necessidades do aluno que está a aprender são melhor respondidas por um par cujo nível de compreensão está ligeiramente acima do seu próprio nível. Este tipo de abordagem de ensino tem demonstrado somente resultados positivos, pois é de fácil implementação, se adéqua as mais variadas matérias e é de baixo custo os quase zero.
b) Roda de conversa: o professor propõe um tema e este é debatido por todos, os alunos experiênciam a viverem juntos e aprendem a ouvir a opinião uns dos outros;
c) Painel: cada criança faz suas considerações (texto, desenho, colagem) e é formado um painel (varal, mural, colcha de retalhos) e discutido entre todos;
d) Grupos de estudo: os alunos se ajudam, principalmente se os grupos forem flexíveis, e se beneficiam com o aprender em conjunto;
e) Resolução de Problemas: com o surgimento de algum problema na sala o professor pede a opinião e sugere o debate na sala par tomada de decisão. A resolução cooperativa de problemas consiste numa abordagem sistemática do comportamento indesejável na sala de aula. Inclui a definição de regras claras de sala de aula acordadas por todos os alunos, a par de incentivos e de sanções para os comportamentos;
f) Ludicidade: utilização de meios lúdicos (jogos, brincadeiras, músicas, cantigas, oficinas de confecção de brinquedos e outros,) que envolvam a cooperação de todos, para conseguir atingir o objetivo proposto, lembrando da necessidade de recursos diferenciados para diferentes necessidades;
g) Meios alternativos de aprendizagem: realização de passeios, entrevistas, livros, computador, família, recursos áudio visuais diversos. A implementação de meios alternativos de aprendizagem visa ensinar aos alunos a aprender e a resolver problemas. Paralelamente, as escolas responsabilizam mais os alunos pela sua própria aprendizagem.

REFERÊNCIAS

AEDEE. Agência Européia para o Desenvolvimento da Educação Especial. Educação Inclusiva Práticas de Sala de Aula nos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico. 2005. Disponível em [http://www.european-agency.org/publications/ereports/inclusive-education-and-classroom-practice-in-secondary-education/iecp_secondary_pt.pdf]. Acessado em 24/05/2009.

FONTES, R. de S. Educação Inclusiva no Município de Niterói/RJ: das propostas oficiais às experiências em sala de aula ? o desafio da bidocência. Rio de janeiro, 2007.

MEC, BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 1999. Disponível em [ www.mec.gov.br]. Acessado em 24/05/2009.

_____. Cada um Aprende de um Jeito. Nova Escola. Ed. 192. Maio/2006. Disponível em [www.novaescola.com.br]. Acessado em 24/05/2009.

_____. Educação Especial. Disponível em [http://www.coladaweb.com/sociologia/proj
eto3/htm]. Acessado em 24/05/2009.