EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA  NA ESCOLA MUNICIPAL DA ALDEIA DO MURUTINGA[1] 

AZEVEDO, Ana Mary Melo[2] 

RESUMO: É importante destacar que por serem adotados os estágios numa área indígena no trabalho de pesquisa voltado para a valorização dos jogos, brincadeiras, danças tradicionais nas aulas de educação física na educação escolar indígena, não seja possível que a escola, os alunos, a comunidade conheça e desenvolva através das aulas de educação física o domínio em outras modalidades esportiva de outras culturas, favorecendo assim, a construção de novos conhecimentos com a realidade do outro e valorizando a diferença do outro. Ao adotar alguns jogos e brincadeiras tradicionais, como exemplo, cabo de guerra, rabo de macaco, pira-cola, pula corda, cabo de guerra e corrida de bastão que fossem diferentes do jogo de futebol, o qual se tornava muito repetitivo, porém, não enjoativo, pois os alunos gostavam muito de praticarem o futebol chamou muita a atenção de todos os participantes do processo educativo na escola e mais, até os pais de alunos que moravam na aldeia iam assistir as aulas diferenciadas do que eles tinham o costume de verem pela janela de sua casa as atividades da educação física outrora realizada. Foram gratificantes as experiências adquiridas pela professora pesquisadora em estágio, pois percebeu a importância do dinamizar o plano de aula, contextualizar os conteúdos programáticos a realidade do educando e trabalhar o coletivo na revitalização dos jogos, da arte indígena, pois foi com o apoio dos lideres da aldeia, da gestora da escola, dos professores e dos alunos que as aulas foram desenvolvidas, o estímulo proporcionado na relação amigável entre professor/aluno; aluno/professor; professor/professor; gestora/professor e professor/gestora; comunidade/escola; escola/comunidade. Com uma proposta metodológica na ação-reflexão-ação em buscar revitalizar e valorizar os jogos e recreação tradicionais da aldeia, da realidade do aluno, as aulas práticas de educação física nos estágios se tornaram dinâmicas. Em seu aspecto pedagógico, a escola indígena deve se contrapor à escola oficial como uma escola que se vincula com a sociedade, uma escola dos índios e a serviço deles, de seus interesses culturais, sendo um instrumento competente e crítico no contato com o mundo envolvente. Essa escola deve se constituir em instrumento de saber, na busca de sua autonomia como organização, deve estabelecer seus próprios objetivos, prioridades, conteúdos e metodologia e como espaço de resistência, ao exercer sua prática intercultural, a escola indígena busca articulação com outros movimentos sociais para assegurar seus direitos fundamentais de conformidade com RCNEI - Parâmetro Curricular Nacional para Escolas Indígenas.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Cultura indígena; Contextualização; Revitalização.