UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

POLO DE ALTO ARAGUAIA

LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

JOVELINA MARIA BARBOSA 

EDUCAÇAO EM SAÚDE NO AMBIENTE ESCOLAR

ALTO ARAGUAIA – MT

JUNHO/2014 

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

POLO DE ALTO ARAGUAIA

LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 

EDUCAÇAO EM SAUDE NO AMBIENTE ESCOLAR

TÍTULO DO TRABALHO 

Orientador: Prof. Dr. _____________________ 

Projeto apresentado ao Curso de Ciências Biológicas da UAB/UNEMAT – Polo de Alto Araguaia, como requisito regulamentar obrigatório para obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Mato Grosso.

Alto Araguaia – TM

Junho/2014

  1. 1.      INTRODUÇÃO 

Vivemos numa sociedade em constante processo de transformação onde a diversidade cultural está presente em todos os momentos e espaços, fazendo da demanda por aprendizagens contínuas uma das características que definem a sociedade atual. No entanto não se trata apenas de aprender muitas coisas, ou aprender por aprender, senão de aprender coisas diferentes em um tempo escasso, considerando o grande volume de informação que devemos processar, e a velocidade de mudança e inovação que exigem de nós o aperfeiçoamento constante ao longo de toda a nossa existência.

A prática escolar possui características próprias que a distingue de outras práticas educativas, como as que acontecem no interior das famílias, no trabalho, na mídia, no lazer e nas demais formas de convívio social, por constituir-se em uma ação que possui intencionalidade, e sistemática, planejada e continuada para crianças e jovens, e realizada durante um período contínuo e extenso de tempo.

Nesse contexto, entende-se que a escola pode e deve exercer um papel central no nosso sistema educacional, e abordar temas de grande debate em seus  contexto, como a educação em saúde, em forma de prevenção e qualidade de vida.

A escola, ao tomar para si a responsabilidade de formar cidadãos capazes de atuar com competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, de acordo com os objetivos de ensino propostos, conteúdos que estejam em consonância com as questões sociais que marcam o desenvolvimento histórico-politico-social.

Os projetos de educação em saúde na escola, em sua maior parte, são realizados nas aulas de Ciências ou de Biologia, muito embora os assuntos estejam relacionados ao tema transversal Saúde, ou seja, tema a ser trabalhado em todas as disciplinas do currículo escolar.

Para tanto ainda é necessário que a instituição escolar garanta um conjunto de práticas planejadas com o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem dos conteúdos de maneira crítica e construtiva. A escola por ser uma instituição social com propósito explicitamente educativo tem o compromisso de intervir efetivamente para promover o desenvolvimento e a socialização de seus alunos.

Assim, buscamos abordar sobre a importância de ações educativas no ambiente escolar para a promoção da saúde. 

  1. 2.      JUSTIFICATIVA 

A educação é a base fundamental de um processo de desenvolvimento. O processo de melhoria da qualidade do ensino passa, além de outros fatores – como currículo da escola, o projeto político pedagógico, a participação de pais e da comunidade no processo pedagógico, a articulação da escola com a sociedade, novos paradigmas avaliativos, a utilização das novas tecnologias na educação, - pela formação dos professores.

Compreendendo que a finalidade da educação é formar cidadãos conscientes de seus direitos e obrigações, em termos de uma qualidade de vida sustentável que abranja o ser humano e a sua inserção no planeta em que vivemos, o presente trabalho visa contribuição para a prática do ensino, para que se formem pessoas capazes de raciocinar e perceber os caminhos possíveis para encontrar respostas aos dilemas pessoais e profissionais com que cada um se depara no decorrer da vida.

Dessa perspectiva nasce a necessidade de uma educação que acompanhe a velocidade das novas informações, que possibilite aos indivíduos a adequação a uma sociedade cada vez mais diversa, plural e complexa. A educação, ao longo da vida, sugere a concepção de uma sociedade preparada para aprender a aprender sempre. Essa afirmação evidencia que esses novos espaços, construídos cotidianamente provocam sentimentos de incerteza, vulnerabilidade e impotência frente aos novos rumos do destino individual e coletivo.

Assim, justifica-se a pesquisa ao entender que a educação assume um papel vez mais relevante em relação às novas gerações que, são responsáveis pela condução da humanidade no próximo milênio, rumo a construção de um mundo mais humano que saiba respeitar as diferenças e lutar pela eliminação das desigualdades que pautam as relações raciais, sexuais e sociais.

Nesse sentido, o trabalho estará contribuindo para que a comunidade escolar se sinta motivada a refletir sobre o significado de saúde e qualidade de vida e a discutir sobre as causas e possíveis soluções para os problemas existentes na escola e na comunidade.

  1. 3.      OBJETIVOS 

3.1  OBJETIVO GERAL 

Destacar a importância da ação educativa no ambiente escolar para a promoção da saúde. 

3.2  OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

  • Contextualizar a educação em saúde no ambiente escolar.
  • Demonstrar a importância de práticas escolares para a educação em saúde e qualidade de vida.
  • Identificar como as escolas estaduais no município de Alto  Garças - MT estão trabalhando o tema  da saúde na escola.
  1. 4.      REFERENCIAL TEÓRICO 

Os programas de educação em saúde direcionados para crianças e adolescentes são, em geral, realizados nas escolas. Embora educar para a saúde seja responsabilidade de diferentes segmentos, a escola é instituição privilegiada, que pode se transformar num espaço genuíno de promoção da saúde (BRASIL, 1998).

Segundo Gavidia (2003), existe um consenso sobre o importante papel das ações de promoção da saúde e de educação em saúde desenvolvidas dentro das escolas, com o intuito de garantir uma formação integral dos alunos. Para o autor, os comportamentos espontâneos não asseguram a saúde das pessoas, por isso existe a necessidade da instrução formal obrigatória que incorpore a saúde entre seus objetivos.

Quando a escola se transforma em um espaço de produção de saúde, muitas atividades podem ser desencadeadas pela comunidade escolar, tais como: aulas interdisciplinares, visitas às comunidades, palestras, estudos, seminários, dentre outras. Podem ser atividades educativas abordando os temas como saúde, cidadania e Sistema Único de Saúde (SUS), hábitos e alimentação saudáveis. Além disso, pode-se atuar junto aos conselhos locais e/ou municipais de saúde, sempre planejando coletivamente. (BRASIL, 2005)

À medida que a escola vai se transformando em um espaço de produção de saúde, nasce a necessidade de divulgação das ações e dos conhecimentos que produzimos sobre a saúde. Torna-se crescente o desejo de que outras comunidades também se organizem, planejem ações e possam trocar experiências e conhecimentos, umas com as outras. Nesse caso, é possível criar na escola informativos, folders, histórias em quadrinhos, cartilhas, murais, revistas e tantos outros materiais educativos, em que todos participem da sua elaboração, levando e trocando mensagens de saúde para a comunidade e outros lugares. (BRASIL, 2005)

A produção do material educativo na escola pode ser feita de várias maneiras. Tem escola onde a comunidade participa ativamente, sugerindo o tipo de desenho, dando idéias, discutindo cada frase, o sentido das palavras e o impacto desse material na vida das pessoas e de comunidade. Em outras escolas, essa produção recebe a ajuda de técnicos de comunicação. (BRASIL, 2005)

Eles fazem tudo junto, pois é a comunidade que conhece a realidade e que passa para esses profissionais as informações já discutidas. O mais importante é que o material educativo reflita a realidade cultural da comunidade. É preciso que ele tenha o jeito de ser da comunidade, que ajude as pessoas a questionar e a compreender melhor a sua realidade. Uma coisa importante é garantir o registro das atividades realizadas na escola. Quando começamos a elaborar o roteiro para a produção de um material educativo, temos que lançar mão do registro, para não esquecermos as falas mais significativas do processo. (BRASIL, 2005)

Conforme Bresan (2008), diversas políticas de saúde indicam o espaço escolar para o desenvolvimento de ações de educação em saúde. A articulação entre escola e unidade de saúde também é apontada, assim como é destacada a importância de se trabalhar com equipamentos sociais existentes no território e com a participação comunitária.

Entretanto, Bresan (2008) explica que as práticas prescritivas e higienistas de educação em saúde são ainda bastante comuns e pouca relevância têm na formação de sujeitos autônomos, participativos e críticos. Apesar das ações de promoção da saúde e prevenção serem recomendadas na escola, percebe-se que é frequente a oferta de programas/projetos de prevenção de doenças verticais e que nem sempre são as demandas da comunidade escolar. Faz-se necessária uma reorientação destas práticas e a institucionalização da articulação entre a escola e a unidade básica de saúde.

Conforme Costa (2010), o papel da escola vem se tornando cada vez mais importante na formação de hábitos saudáveis. Nesse ambiente, deve haver espaço para educadores e alunos discutirem questões sobre saúde, mas para isso é fundamental que os educadores tenham formação e conhecimento suficiente.

O desafio da mudança do modelo de produção da saúde se insere no processo de construção cotidiana. Políticas públicas devem ser consideradas como práticas sociais que incidem sobre os corpos, funcionando como dispositivos políticos que regulam ações e hábitos. A implementação de um novo modelo baseado na interlocução, tanto nas práticas de gestão como nas estratégias de promoção da saúde e educação em saúde, requer uma reflexão sobre as realidades, os valores e discursos dos sujeitos.. (BRESAN, 2008)

Assim, Bresan (2008) aponta que o ambiente escolar se apresenta como um contexto situacional onde diversos interlocutores da comunidade escolar compõem a rede discursiva de produção de sentidos em saúde. Na sociedade contemporânea, informacional, se faz necessário o desenvolvimento de modelos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas que visem à democratização das relações sociais e à inclusão e à valorização de discursos silenciados pelas dificuldades da vida.

A escola é um espaço de relações, um espaço privilegiado para o desenvolvimento crítico e político, contribuindo para a construção de valores pessoais, crenças, conceitos e maneiras de conhecer o mundo e interfere diretamente na produção social da saúde

Para Silva (2008), é nesse sentido que a escola tem a ver com saúde, porque saúde não se restringe à ausência de doença. Ao contrário, ela é determinada por esses fatores sociais. A contribuição da escola para a produção da saúde passa, em primeiro plano, pelo exercício do seu papel de constituir conhecimento do cidadão crítico, estimulando-o à autonomia, ao exercício de direitos e deveres, às habilidades para a vida, com opção por atitudes mais saudáveis e ao controle das suas condições de saúde e qualidade de vida.

Para tanto, o trabalho em saúde precisa se deslocar do campo biológico e da ação biomédica. A saúde deve ser pensada não do ponto de vista da doença, mas dos aspectos histórico-sociais, das condições de vida e necessidades básicas do ser humano, com seus valores, crenças e direitos, assim como das relações dinâmicas, construídas ao longo de todo ciclo de vida, na relação com seus espaços de convivência. (SILVA, 2008)

O desafio da escola é o de desenhar processos de enfrentamento, identificando a natureza dessas demandas e de seus significados para crianças e adolescentes, envolvendo-os ativamente na construção de atividades, projetos ou programas que valorizem a qualidade de vida no seu aspecto mais propositivo como:

  • criar ambientes favoráveis à saúde,
  • estimular a autoestima de alunos e das pessoas,
  • colocar em pauta a sexualidade de saúde reprodutiva,
  • estimular alimentação saudável e a prática de atividades físicas,
  • construir uma cultura de paz e de convivência solidária para relações mais harmônicas e solidárias na comunidade,
  • valorizar o autocuidado e o cuidado com o outro,
  • considerar o direito de todos à saúde (inclusive dos profissionais da escola)
  • buscar parcerias com serviços de saúde de referência, para acesso a serviços de saúde mental, saúde bucal, saúde ocular, auditiva, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde,
  • investir na formação de profissionais e da comunidade,
  • identificar, além dos fatores de risco, os fatores de proteção, estimular a  autonomia dos sujeitos, valorizar a ação protagonista de crianças e adolescentes com valorização da vida e de escolhas mais acertadas e favoráveis à saúde. (SILVA, 2008, p. 12)

 

 

Para Nascimento e Fernandes (2008), para promover ações visando à saúde, à educação, à participação e à inclusão social, e para que estas alcancem todas as manifestações da diversidade humana, devem-se considerar, desde seu desenho até sua implementação, as condições, situações e necessidades que possam ter um impacto em seu desenvolvimento. Não se trata somente de postular a inclusão de todos como tema de direitos humanos e um princípio de equidade, mas de propor alternativas para que as capacidades e diversidades do humano sejam usadas, visando a uma sociedade para todos.

A busca pela melhor qualidade de vida só é factível quando se oportuniza a todos uma ampla reflexão sobre como a entendemos, quais caminhos nos levam a ela e as possibilidades que temos de alcançá-la, com ações que estão sob a nossa governabilidade. (NASCIMENTO E FERNANDES, 2008),

As perguntas relacionadas à saúde na escola são importantes para continuarmos no processo de elaboração de respostas, de busca de novas percepções e horizontes, mas não devem estar voltadas para prescrições duras e distantes da prática. A escola desenvolve ações na ponta, no território e com indivíduos, e já traz no seu percurso um histórico que não pode ser desconsiderado. Existe uma necessidade em parar e observar esse local, olhar para ver o que se quer transformar, e o que se quer conservar. 

  1. 5.      MATERIAL E MÉTODOS 

5.1  TIPO DE PESQUISA 

O presente estudo refere-se a uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva.

A pesquisa bibliográfica, de acordo com Figueiredo e Souza (2005) “abrange toda bibliografia já publicada relacionada ao tema em estudo, desde livros, jornais, revistas, monografias, dissertações, teses, incluindo outras fontes como eventos científicos, debates, meios de comunicação”. (Figueiredo e Souza, 2005, p.77-78).

Trata-se de uma pesquisa exploratória, a qual na visão de Silva e Menezes (2001) visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Refere-se a um trabalho com caracteristicas de um estudo descritivo porque visa descrever percepções e características acerca da psicopedagogia institucional, bem como sua forma de intervenção profissional e principais conceitos e definições.

Desenvolve-se sob uma abordagem qualitativa, em que se considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. Como define Silva e Menezes (2001), na abordagem qualitativa o processo e seu significado são os focos principais de abordagem. 

5.2  COLETA DE DADOS 

A coleta de dados se dará por meio de questionário aplicado a 12 professores do ensino fundamental da rede estadual de ensino na cidade de Alto Garças – MT.

O município possui duas escolas estaduais: Escola Estadual Dr.. Ytrio Correa e Escola Estadual Oscar Soares. Assim, serão aplicados 6 questionários em cada escola. Os professores serão escolhidos aleatoriamente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. A educação que produz saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 

BRESSAN, Aline. O que escola tem a ver com a saúde? Ministério da Educação: Saúde e educação. 2008  

COSTA, Sueli. Educação em Saúde na escola na concepção de professores de Ciências e de Biologia. 2010 

NASCIMENTO, Geisa. FERNANDES, Cecilia. Promoção e prevenção da saúde de crianças, adolescentes e jovens Saúde é matéria de escola? Ministério da Educação: Saúde e educação. 2008 

SILVA, Carlos dos Santos. O que a escola pode fazer para promover a saúde de crianças, adolescentes e jovens? Ministério da Educação: Saúde e educação. 2008