RESUMO

Os objetivos principais deste estudo foram investigar os casos de dengue em Mirassol D’Oeste no período de 2000 a 2008 e identificar os fatores causadores da dengue e a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Para isso, foram utilizados dados da Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso (SES/MT), Secretaria Municipal de saúde de Mirassol D’ Oeste (SMS – MDO) e Vigilância Sanitária de Mirassol D’ Oeste. A dengue se tornou um sério problema de saúde pública, os paises tropicais apresenta a maior incidência da mesma, devido os fatores climáticos e por hábitos da população que favorecem a presença de "criadouros" lugares para o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, principal causador da doença, Os principais fatores de risco e merecem maior atenção para seu eficaz controle da doença, buscas-se fazer campanhas para a mobilização da população, os agentes de saúde realizam ações para combater o a eliminação do mosquito. 


 INTRODUÇÃO

A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma clássica e potencialmente grave, quando se apresenta nas formas hemorrágicas e síndrome do choque da dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue.É hoje, a mais importante arbovirose que afeta o homem e constitui um sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor. Observar os principais causadores e onde estão situados os maiores casos de dengue no município de Mirassol D’ Oeste do Estado Mato Grosso.

Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi diagnosticar a correlação entre os fatores climáticos, infra-estruturas e saneamento básico com as ocorrências de dengue em Mirassol D’Oeste.

Os objetivos específicos desta analise, contaram com as informações sobre a dengue os principais fatores do período de 2000 à 2008, Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária , verificar os dados mensais e anuais e cruzar as informações sobre os casos notificados da doença e os principais vetores causadores da dengue com a finalidade da elaboração de gráficos .

 MATERIAL E MÉTODOS.

A História do município de Mirassol D'Oeste.

O povoado de Mirassol D'Oeste foi fundado em 28 de outubro de 1964. O nome foi dado em homenagem à cidade paulista homônima onde residia a família do idealizador da cidade de Mirassol D'Oeste, o Sr. Antonio Lopes Molon. No passado a área era ocupada por índios Bororós, também chamados de índios Cabaçais. Os descendentes dessa gente estão em reservas indígenas no município de Barra do Bugres.

A arrancada do povoamento da região de Mirassol d'Oeste começou realmente com a construção da Ponte sobre o rio Paraguai, no município de Cáceres, no ano de 1960. A colonização dessa área foi grandemente impulsionada pelos projetos do Governo Federal e Estadual que, entre outras vantagens, concediam incentivos fiscais à colonização do centro-oeste, como uma forma de incentivo para a ocupação da Amazônia, que era realmente o foco do Governo nessa época.

Mirassol D'Oeste localiza-se a uma latitude 15º40'30" sul e a uma longitude 58º05'45" oeste, estando a uma altitude de 260 metros. Sua população estimada em 2008 é de 25 360 habitantes. Possui uma área de 1134,31 km². É o município de maior densidade demográfica, possui um clima tropical subúmido, ou seja, um período seco e outro úmido bem definidos. O período das chuvas, ou úmido, inicia-se na primavera indo até o final do verão; e o período seco inicia-se no outono indo até o final do inverno. O primeiro período está associado a alta umidade relativa do ar e ao calor, quando a tempeartura pode chegar aos 40ºC. O segundo período caracteriza-se pelas neblinas de outono, eventuais dias frios, noites e madrugadas amenas ou frias, e pela fumaça devido às queimadas.

Deste da sua origem o municipio apresentou algumas doenças, mais a dengue o primeiro caso que se tem registro ocorreu em 1992.A partir de então, a doença passou a ocorrer de forma mais assídua, merece atenção especial para identificar os fatores que estão contribuindo para este aumento.

 Doenças, fatores ambientais e a poluição.

Sempre houve um conceito que a saúde humana, se havia a ausência das doenças, passou a ser considerada não só como bem estar, mas como representante de um equilíbrio de diferentes setores: físico, mental, emocional, psicológico, afetivo, social, espiritual, o que envolve não apenas as condições presentes de vida, mas as expectativas de vida futura.

A saúde esta ligada diretamente ao meio ambiente, sempre houve uma interação entre homem e natureza, muitas das vezes não tão visíveis, pelo fato da sociedade não dar tanta importância as condições e suas alterações. A sociedade vê a importância da natureza quando afetam o seu bem estar e o seu modo de vida.

No mundo inteiro a natureza sofre fortes alterações e muitas delas esperadas e danosas para a sociedade e o meio social de forma geral, estes fatores que interage diretamente na saúde humana.

Na realidade, poucos buscam conhecer as relações que a entre os fatores climáticos e a poluição do ambiente provoca muitas doenças, inclusive a dengue. A exceção de alguns poucos estudos de saúde pública que tangenciam a questão, mais é muito restrito pois só levanta as relações voltadas para a questão do saneamento, doenças de vinculada as catástrofes naturais, poluição do ar, água e solos.

A sociedade mundial já sofre as conseqüências das mudanças que ocorrem no meio ambiente e as diversas formas de poluições, em alguns países causando inundações, por exemplo, deixam mortos, feridos e desabrigados. Causando a transmissão de doenças infecciosas com a contaminação da água, como diarréia e cólera, malária e dengue. Já em outros países vêm enfrentando problemas com estiagens prolongadas. O aumento de calor contribui para a poluição do ar. Com isto crescer os índices de mortalidade e de doenças neste período de muito calor nos centros urbanos. O superaquecimento do planeta Terra, afetará a saúde, a economia mundial.

 Fatores propiciam o aparecimento a dengue em Mirassol D’ Oeste.

 O município de Mirassol d’ Oeste localizado no estado do Mato grosso apresenta um clima tropical subúmido, com periodos bem definidos o período das chuvas, ou úmido, inicia-se na primavera indo até o final do verão; e o período seco inicia-se no outono indo até o final do inverno. O primeiro período está associado a alta umidade relativa do ar e ao calor, quando a tempeartura pode chegar aos 40ºC, havendo uma boa quantidade de chuva neste periodo propiciando um maior acumulo de água nos imoveis e lotes baldios,tormando-se criadouro domosquito da espécie Aedes aegypti, tormando mais favoravel o aparecimento da dengue.

No periodo seco decorre do outono e inverno, a seca fica mais acentoada no inverno, apresenta pouca umidade no ar , agrava principalmente pelas queimadas desordenadas e as tempestades de poeira , provocando riscos para a população, com doenças respiratórias.

O municipio tem buscado fazer um trabalho de consentização e combate a dengue, ja em relaçao a degradação do meio ambiente não possui leis especificas e nem politicas preservação e conservação ambiental.

Dengue problema de saúde pública.

 A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução da forma clássica e potencialmente grave, quando se apresenta nas formas hemorrágicas e síndrome do choque da dengue. É hoje, a mais importante arbovirose que afeta o homem e constitui um sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, “o principal vetor da dengue. O Aedes aegypti foi identificado como vetor secundário na Ásia, e já se estabeleceu nas Américas e partes da Europa e áfrica” (OMS, 2002; GLUBER, 1998; TAUIL, 1998). Contudo vários mosquitos do gênero Aedes podem servir de vetor para o dengue (GLUBER, 1998).

O Aedes aegypti, que também é o vetor da febre amarela urbana, tem sua provável origem no continente africano, na região da Etiópia, e uma hipótese de sua introdução nas Américas e que esses foram trazidos pelos colonizadores em navios oriundos da África (PONTES & RUFFINO-NETO, 1994). Foi em sua origem africana que o mosquito se adaptou ao ambiente humano, em reservatórios artificiais.

O inseto adulto tem o período de vida que varia de poucas semanas podendo chegar até 45 dias, e o tempo entre a eclosão do ovo e a fase adulta varia em torno de 10 dias, se as condições forem favoráveis (PONTES & RUFFINO-NETO, 1994). Os mosquitos passam por metamorfose completa em quatro fases distintas – ovo, larva, pupa e adulto. (FUNASA, 2001).

Os ovos são depositados pelas fêmeas nas paredes dos reservatórios, próximos a superfície da água, após a postura os embriões se desenvolvem em 48 horas, havendo condições ideais. Os embriões formados podem resistir a longos períodos de dissecação (FUNASA, 2001, TAUIL, 1998).

A fase larvária é o período de crescimento e alimentação. Segue-se da fase larvária para a fase de pupa, quando ocorre a metamorfose para a vida adulta, esse período compreende de dois a três dias, posteriormente o inseto adulto emergirá da água (FUNASA, 2001).

Após um período de apenas 24 horas depois de emergir, esse mosquito já pode acasalar e “uma única inseminação é suficiente para fecundar todos os ovos que a fêmea venha a produzir durante sua vida” (FUNASA, 2001, p.13).

As fêmeas se alimentam do sangue de vertebrados, mas o Aedes aegypti tem predileção pelo sangue humano, ou seja, antropofília. O repasto sangüíneo, que seria o ato do inseto alimentar-se diretamente de animal, fornece proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos. O horário de maior atividade para alimentação é nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer, outros horários também ocorrem, quase sempre durante o dia (FUNASA, 2001).

Os mosquitos adultos vivem em média de 30 a 35 dias, com 95% dos mosquitos não sobrevivendo o primeiro mês, mas esses podem viver até 45 dias. Passam toda a sua vida nas redondezas dos locais de onde eclodiu, uma vez que haja alimento e local ideal para postura dos ovos, Sua capacidade de vôo é pequena, não excedendo os 100 metros, mas há estudos que comprovam que as fêmeas ao procurar local ideal para a postura voam até 3 km (FUNASA,2001).

O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, antropofílico, com atividade hematofagíca diurna e utiliza-se preferencialmente de depósitos artificiais de água limpa para colocar seus ovos (TAUIL, 1998, p. 868). Esses mosquitos habitam os domicílios e peri-domicílios onde se alimentam e se reproduzem. O Aedes aegypti é essencialmente encontrado em áreas urbanas, contudo em alguns países da América Latina, ele já foi encontrado nas áreas rurais, “provavelmente transportado de áreas urbanas em vasos domésticos, onde se encontravam ovos e larvas” (FUNASA, 2001, p. 11).

Dentro de reservatórios os ovos do Aedes aegypti resistem a longos períodos de dissecação, o qual dificulta a erradicação do mosquito, uma vez que podem ficar mais de um ano sem o contato com a água, período que chegaria até 450 dias (FUNASA, 2001, TAUIL, 1998). Com isso se tem um tipo de dispersão passiva dos ovos, onde os mesmos, presos nas paredes secas de reservatórios são transportados para outros lugares, muitas vezes distantes, e quando entram em contato com a água eclodem, causando a inserção do vetos em áreas onde não existiam. Um tipo de dispersão, sendo consideradas menos importante, é a dispersão ativa, feita pelo inseto adulto que voa e bota seus ovos em outro lugar (FUNASA, 2001).

Os reservatórios são os principais criadouros, podemos classificar em dois tipos natural são em algumas flores, e troncos de árvores que acumulam água, já no meio artificial são todos aqueles que são produzidos pelo ser humano, são os pneus, caixas d’ água destampadas, latas, garrafas, calhas de casas ,lixo e vasos de plantas, são todos os locais que possam ficar retido água, de forma limpa.

O homem é o principal causador por produzir preferencialmente dentro e ao arredores das residências reafirmando a associação desses mosquito com o homem. Alem dos reservatórios artificiais, os naturais também são usados e criados pelo homem. As flores dentro de uma casa com a função de paisagismo, ou mesmo uma área verde próxima às residências, com a função de embelezamento ou valorização dos imóveis.

Histórico da Doença no Mundo.

Com a dengue houve a necessidade de uma compreensão melhor dos fatores e de sua evolução ao decorrer dos tempos nos mais diversos lugares do planeta. A seguir observando a doença percebesse que houve mudanças com o decorrer dos tempos.

Verificando os fatos de alguns tópicos que não haviam e passaram a haver, para compreender melhor sobre a causas e conseqüências desses fatores.

Segundo Gluber (1998) e Teixeira et al. (1999), o relato mais antigo de doenças com sintomas semelhantes aos do dengue, são os de uma enciclopédia chinesa de sintomas de doenças e remédios publicados durante a dinastia Chin (265 a 420 d.C) e finalmente editadas em 610 d.C na dinastia Tang e re-editadas em 992 d.C (Dinastia Sung do Norte). A doença era associada pelos chineses aos insetos voadores ligados a água.

Como a etiologia viral do dengue foi determinada somente em 1906, a historicidade da doença, anterior a este período é feita por meio de indícios e semelhança de sintomas. Provavelmente as primeiras grande epidemias de Dengue ocorreram em Batavia, Indonésia e Cairo, Egito no ano de 1779 e em 1780 na Filandélfia, Estados Unidos (FUNASA, 2001; PONTES & RUFINONETO, 1994; TEIXEIRA et al, 1999).

Entre 1780 e 1940 doenças com sintomas parecidos com dengue eram raramente caracterizadas, mas frequentemente ocorriam grandes epidemias (GLUBER, 1998). Acredita-se que o dengue nessa época tenha se tornado endêmico em muitas cidades de países tropicais, pois viajantes não-imunes que chegavam em períodos inter-epidêmicos, quando não havia uma aparente transmissão, adquiriam a doença em questão de meses da sua chegada (GLUBER, 1998).

 Formas da dengue.

O dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (existem quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), pode ser classificada em Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque da Dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue.

Dengue Clássica.

O dengue clássico se inicia de maneira súbita e podem ocorrer febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas costas. Às vezes aparecem manchas vermelhas no corpo. A febre dura cerca de cinco dias com melhora progressiva dos sintomas em 10 dias. Em alguns poucos pacientes podem ocorrer hemorragias discretas na boca, na urina ou no nariz. Raramente há complicações.

Dengue Hemorrágica.

Dengue hemorrágico é uma forma grave de dengue. No início os sintomas são iguais ao dengue clássico, mas após o 5º dia da doença alguns pacientes começam a apresentar sangramento e choque. Os sangramentos ocorrem em vários órgãos. Este tipo de dengue pode levar a pessoa à morte. Dengue hemorrágico necessita sempre de avaliação médica de modo que uma unidade de saúde deve sempre ser procurada pelo paciente.

Síndrome de Choque da Dengue.

Segundo Santos (2003), esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.

Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio,sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, paralisias e sinais de meningite.

 Região do Estudo.

A região do estudo compreende os limite do município de Mirassol D’ Oeste no Estado do Mato Grosso, localiza-se a uma latitude 15º40'30" sul e a uma longitude 58º05'45" oeste, estando a uma altitude de 260 metros. Possui uma área de 1134,31 km² , municipios que fazem limites com Mirassol D’ Oeste são Caceres, São José dos Quarto Marcos ,Curvelândia e Gloria D’ Oeste.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dengue no Estado Mato Grosso.

No Brasil a dengue teve um agravante no ano de 1986 na cidade do Rio De Janeiro, onde houve uma grande epidemia desta doença, no decorrer dos anos sub seqüentes se manifestou no restante do país.

O Estado Mato Grosso registrou o primeiro caso de dengue em 1991, nos anos sub seqüentes a doença passou a ocorrer de forma endêmica, tendo um agravante nos anos de 1995, 1996, 1998, 2002, 2006 e ate Dezembro de 2007. Apresentou um aumento dos casos e incidência de dengue.

Segundo (SES/MT) o ano de 2004 quando comparado com 2005 houve um aumento de 58,49 %; de 2005 para 2006 de 32,41 %. Em 2007, já foram registrados 17.125 casos notificados, no período de janeiro a agosto, significando um aumento de 66,3 % em relação ao mesmo período de 2006 (10.297 casos). Esse crescimento contínuo da dengue é contrário às metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Controle da Dengue que prevê uma redução anual consecutiva de 25 %. Em Mato Grosso, 18 municípios (12,7%) são prioritários: Acorizal, Araputanga, Barão de Melgaço, Barra dos Bugres, Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Diamantino, Mirassol d' Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Rondonópolis, Rosário Oeste, Santo Afonso, Santo Antônio do Leverger, Sinop, Tangará da Serra, Várzea Grande ( Ministério da Saúde).

Os municípios prioritários de Mato Grosso apresentaram a seguinte situação em relação ao Índice de Infestação Predial (IIP): 55,5 % dos municípios prioritários em situação satisfatória, 33,3% em estado de alerta, 5,6 em risco de surto e 5,6% não disponibilizaram os dados nos sistemas de informação.

Índice de Infestação Predial (IIP) nos municípios prioritários (2007).

O Levantamento Rápido de Índice de Infestação Predial por Aedes aegypti (LIRAa) é uma metodologia que permite visualizar os IIP e os tipos principais de criadouros do mosquito em áreas localizadas, denominadas estratos, do município (compostas por 8.100 a 12.000 imóveis). Dessa forma, o LIRAa orienta os gestores a intensificar as ações de controle para as áreas de maior risco.(Ministério da Saúde).

Situação Epidemiológica Da Dengue Em Mirassol D’ Oeste .

A dengue em Mirassol d’ Oeste não foge do contexto nacional e estadual, o primeiro caso confirmado de dengue no ano 1992, totalizando dois casos nesse ano. Depois deste momento, doença passou ocorrer de forma mais acentuada, o aumento das ocorrências deixou em alerta para o risco de epidemias, em especial nos anos 2002 a 2013. O crescimento dos casos notificados de dengue, merece uma atenção por parte dos gestores públicos, pois estes índices são contrario ao Plano Nacional de Controle da Dengue.

Casos Notificados de Dengue em Mirassol d’Oeste.

. Conforme dados a maior ocorrência dos casos notificados de dengue é verificada no período de chuvas. Nos cinco últimos anos a curva das notificações inicia a ascendência no mês de outubro a março do ano sub seqüente, exceto o ano de 2004 que ocorreu menos chuva. Em 2005 no primeiro e quarto trimestre houve um aumento dos casos notificados da doença. No ano 2006 os índices apontam o crescimento dos casos de dengue em relação aos anos anteriores De novembro de 2006 a março de 2007 mantém um alto índice dos casos notificados e setembro de 2007 a fevereiro 2008 observa-se o aumento vertiginoso das notificações, apontando nova incidência no ultimo trimestre 2008, verificado que todos os anos à uma queda brusca a partir de abril, pois inicia-se o período de estiagem durando ate setembro.

Distribuição mensal dos casos notificados de dengue em Mirassol D’Oeste .

A dengue apresenta um maior predomínio de casos entre as faixas etárias produtivas entre 15 e 54 anos de idade e com discreto predomínio da doença no sexo feminino em relação ao masculino.

Casos notificados de dengue segundo o sexo, em Mirassol D’Oeste

Analisando os casos de dengue grande parte da população que adoeceu em 2008, mencionou que nunca havia contraído a doença antes (77,3%), porém, 13,4% afirmaram que já tiveram a doença em outras ocasiões, o que passou a ser um dado importante na classificação dos pacientes com maior risco de contrair formas mais graves ou dengue com complicações . O preenchimento deste campo na ficha de notificação ainda é bastante precário, pois, ainda temos muitos casos de paciente sem informação ou que desconhecem contato anterior com o vírus da dengue.

Percentual de casos de Dengue e a reincidência da doença na população de Mirassol D’ Oeste .

Quando se analisa o Índice de Infestação Predial mensal do Aedes aegypti, observa-se uma nítida mudança nos indicadores durante o ano, variando de acordo com a flutuação do regime pluvial, com sazonalidade bem definida, com um aumento significativo do Índice no período de outubro a abril, seguindo o regime de chuvas, com aumento da umidade do ar e a permanência da temperatura acima de 30 graus.

O Programa Nacional de Controle da Dengue a meta é que o índice de infestação predial seja mantido abaixo de 1%, para que os riscos da transmissão da doença. Observa-se que no período de maio a agosto houve transmissão de dengue, com índice de infestação predial abaixo de 1%. Portanto, este valor ainda merece discussão, devido a desigualdade deste índice quando avaliado no município. Os índices altos e baixos acabam se diluindo ao estabelecer a média do município. Assim sendo, índice de infestação pelo Aedes aegypti abaixo de 1% reduz o risco de transmissão de dengue, porém não o elimina. Há portanto, a necessidade de manter esses índices baixos e próximos a zero, o que exige uma vigilância permanente e um acompanhamento dos índices de infestação por bairros para fim de detectar precocemente mudanças na densidade e distribuição geográfica do vetor de foram estratificada, para adoção de medidas de controle imediatas e focadas.

 Índice de Infestação Predial do Município de Mirassol D’ Oeste 

O município de Mirassol D’ Oeste conta com as facilidades oferecidas pelas condições atuais da vida urbana no que diz respeito aos recipientes que servem à proliferação do Aedes aegypti e na deficiência na coleta de lixo, e lotes abandonados, sendo acumuladores dos diversos tipos de lixos, tornando lugares propícios a serem criadouros para o desenvolvimento da dengue são evidentes quando se analisa o as informações sobre a doença.

Em 2006, 2007 e 2008, observa os dados e verifica que os depósitos preferenciais são em primeiro lugar com garrafa/lata/plástico e em segundo lugar com tambor/tanque/ tina/ barril, armazenados dentro dos domicílios respectivamente (Figura 09). Isso evidencia a falta de solução para problemas estruturais básicos, como infra-estrutura, habitação e notadamente saneamento básico (cobertura adequada de distribuição de água e coleta de resíduos sólidos).

 Em alguns bairros de Mirassol D’ Oeste foi identificado um maior índice do Aedes Aegypti, feito através do levantamento Índice de Infestação Predial – IIP, os mesmos apresentam a maior ocorrência de casos notificados da doença, os bairros são onde apresenta problemas na estruturas básicas, como infra-estrutura, habitação e saneamento básico, sendo lugares propícios para o desenvolvimento da dengue.

Em 2006, 2007 e 2008, verifica a ocorrência dos casos de dengue por bairro, apresenta em primeiro lugar Cidade Tamandaré e em segundo lugar a COHAB e terceiro lugar vem a Cohabinha e a seguir Parque Morumbi e Jardim. Aparecida . Mostra que em locais com pouco saneamento básico e infra-estruturas precárias. Os bairros em situações melhores nas estruturas básicas os índices da doença são menores.

 CONCLUSÕES.

Nos últimos anos assistiram-se, em diversas cidades do Brasil, epidemias de dengue, comparáveis as que assolaram o país no ano de 2002. O estado mato Grosso registra muito causos da doença e Mirassol D’ Oeste é uma das cidades que se encontra em estado de alerta seu índice são de atenção principalmente no período das chuvas aonde aumenta de forma alarmante os casos de dengue. Mas, não é, só os fatores climáticos que deve ser levados em consideração, mas também as infra-estruturas, habitações , notadamente saneamento básico e a precariedade dos programas de controle de dengue dos sistemas municipais de saúde.

As epidemias de dengue podem trazer conseqüências danosas às economias regionais,por que incapacita durante uma semana ou mais, trabalhadores ao exercício de suas funções; tiram os estudantes das salas de aula, estabelecem o caos nos hospitais e postos de saúde, pela demanda aumentada de atendimento e a falta de leitos para internações, poderá ceifar vidas.

Até os anos de 1990, o Ministério da Saúde falava-se da erradicação do Aedes Aegypti mosquito causador da dengue, naquele momento até foi implantando um Programa Nacional de Erradicação do Aedes aegypti. A partir de 2000, o Ministério da Saúde não falava mais na erradicação da dengue, mas em controlá-lo para evitar a doença.

O controle do Aedes Aegypti, a maioria da população sabe, que não se pode deixar água limpa ou suja parada em recipientes a sua disposição para que depositem seus ovos. Portanto, a tarefa de combate à dengue parece simples, eliminar os criadouros do mosquito. Mas não tem obtido êxito neste tarefa. O programa de controle de vetores da doença, só terá resultado positivo, quando haver verdadeira participação da população. O poder público não consegue, sozinho, combater o Aedes Aegypti. É necessário, então, convocar a população para assumir também essa responsabilidade, sendo a educação ambiental, juntamente com a educação para a saúde instrumentos fundamentais para a mobilização da sociedade.

Esta pesquisa foi baseada em cima de informações da Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária do município de Mirassol D’ Oeste, apontou os períodos que ocorrem os casos de dengue, verificou os bairros que apresentaram as maiores notificação da doença e também e os índices de infestação predial, faixa etária de idade e sexo que ocorreram a doença. Esta informações representado através de gráficos deixa de forma mais clara, para que seja feita melhorias nas infra- estrutura, saneamento básico, a revisão e adequação de todos os planos de contingência para assistência médica aos pacientes com dengue, considerando o cenário que indica uma maior demanda por leitos pediátricos. Intensificação da capacitação de profissionais de saúde para atenção aos pacientes com dengue.

Implantação de ações intersetoriais para a redução dos determinantes para a infestação por Aedes aegypti, como o abastecimento contínuo d’água, coleta e destino adequado de resíduos sólidos, envolvimento das áreas de educação, meio ambiente e comunicação social, entre outras.Estabelecimento de parcerias com a iniciativa privada e outros órgãos públicos visando ampliar as ações de mobilização social e educação.

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