Mônica Raquel de Morais*[1]

Resumo: Este artigo tem como objetivo enfatizar uma visão parcial de nossa política no que tange o processo eleitoral que se aproxima ano de 2010, almejando ainda atentar o eleitor para as propostas apresentadas pelos candidatos em suas campanhas, principalmente aquelas que se referem à educação.

Palavras chaves: política, educação, campanha e eleitor.

Em 2010, nós brasileiros, participaremos de mais um ano eleitoral, onde teremos eleições para presidente, deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente (nosso representante maior na União). A Julgar pelos cargos supracitados, entendo que enquanto eleitores somos inteiramente responsáveis por mudanças significativas no quadro político de nossa sociedade. Nesse período, as ruas de nossas cidades ficarão repletas de outdoors, cartazes, panfletos, carros de som acima dos decibéis permitidos por lei, santinhos sendo distribuídos com os rostos de nossos - quem sabe-futuros ou veteranos representantes políticos nos estados e país. Ao imaginarmos esse cenário, muitas indagações nos vêm à tona, principalmente, refiro-me aqueles que se preocupam com a educação. Sabemos que muitos de nossos candidatos usarão a luz de seus discursos - a educação – Sim, essa mola propulsora que pode desencadear grandes avanços em uma nação. E, ainda espero que todos possam conceber isto como uma verdade.

Atualmente as pesquisas confirmam que no Brasil ainda existem 10,6% de analfabetismo, sendo que o Nordeste (região na qual resido) tem a maior taxa de analfabetismo do Brasil chegando a 17,7%%. Esses números confirmam o quanto precisa avançar. Se fizermos uma comparação com a Cuba de Raul Castro (país de economia socialista menos desenvolvido que o Brasil, onde as pessoas não têm sequer acesso a internet) veremos que lá as taxas de analfabetismo não ultrapassam 0,2%. Agora nos questionamos "Onde está o erro"? De quem é o erro? Será que existem culpados? Tais indagações deveriam ser respondidas, sobretudo, por aqueles que precisam de nosso voto para nos representar no poder Legislativo e Executivo. Será se eles se preocupam de fato com a realidade da educação brasileira?

Analisando o cenário da educação do governo vigente, visualizamos algumas mudanças que até ousamos chamá-las de "significativas" e podemos elencar algumas: Novo Enem, Cotas para negros, EJA, Ensino Fundamental de nove anos, Prouni, Fundeb, entre outros. Todos esses programas são importantes e, sem dúvida, foram criados com a intenção para que o Brasil avançasse na qualidade de seu ensino. Todavia, caros leitores, o Brasil e seus estados podem avançar ainda muito mais. Pode estar além de projetos e políticas publicas que sempre buscam solucionar problemas superficiais de nossa educação.Sonhar com estas pequenas reformas é subestimar uma nação com tantas potencialidades. Podemos avançar sim, mais que Cuba, Finlândia e Coréia que são modelos de educação de qualidade. Mas esse pensamento de que podemos ir mais além precisa ser pluralizado e está presente na mente de cada cidadão, seja ele candidato, deputado, governador, prefeito, professor, aluno, pai. Afinal de contas, boa parte de nossa sociedade perpassa pela educação formal. Uma vez que na história da educação brasileira podemos ver que é "Cada um por si e os demais contra". E este provérbio, nos excita a mais um questionamento: Este comportamento é oriundo da nossa cultura individualista?Essa Cultura individualista a que me refiro é muitas vezes influenciada pela mídia, publicidade e consumo que pregam o bem-estar individual, o lazer, o interesse pelo corpo, os valores individualistas do sucesso pessoal e do dinheiro.

Dessa forma, percebemos cada vez mais a necessidade de se lutar por uma política nacional de Educação, uma vez que a ausência da mesma resultará no vazio de uma filosofia educacional consistente. A par do que foi dito, meu pensamento entra em concomitância com o de Carneiro (2008) ao afirmar "Cada gestão federal prepara seu próprio 'menu' de programas educativos", o resultado é que o país vive de modismos pedagógicos, com a exata duração do governo de plantão. Isso é fato corriqueiro que devemos lutar para que ocorra o diferente, não é com esse pensamento sem embasamento que conseguiremos conquistar grandes avanços na educação, tão pouco nas outras esferas da nação.

Presenciamos atualmente na política nacional, grandes escândalos pondo em dúvida e aberto a vários questionamentos a sensatez, a honestidade, o bom senso e acima de tudo, a sinceridade de nossos políticos. Certa vez Mikhail Gorbachev líder do partido comunista e um dos maiores líderes soviéticos afirmava que o mundo sofre déficit de lideranças, e nisso devemos concordar com ele literalmente, quando vemos a situação dos nossos líderes políticos.

O foco do eleitorado brasileiro tem sido observar políticos que escondem dinheiro em suas vestimentas, políticos que vivem em grandes castelos, fazendo-nos acreditar que vivemos em verdadeiros sistemas feudais, políticos que dizem não está nem aí pra opinião pública, políticos que são acusados de tráfico de influencia, nepotismo, desvio de verba pública, atos secretos, enfim, se fossemos citar todos os comportamentos errôneos de quem nos representa nos faltariam palavras. Porém, devemos entender que como cidadãos responsáveis, atuantes e defensores da educação devemos dá o nosso grito e dizer aqueles que nos governam que estamos atentos e que entendemos que aquilo que eles nos têm oferecido são migalhas diante do que podemos ter, que seria maravilhoso que nossa educação tivesse um padrão de qualidade invejável e que servisse de modelo para outras nações.

A realidade que cerca o interior brasileiro é triste, pois há municípios onde as merendeiras ministram aulas por falta de professores, o ENADE-Exame Nacional de Desempenho de Estudantes que é parte integrante do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) direciona seus questionamentos para que o acadêmico seja incumbido a responder que o atual governo é coerente nas suas práticas, o salário para professores ainda é muito baixo (isso não é apenas corporativismo, mas é fato), a formação continuada para os docentes é limitada, existem cerca de 1,9 milhões de docentes no país e destes, 32% que estão em exercício na rede pública não têm graduação ou trabalham em áreas diferentes de suas licenciaturas, o ambiente pedagógico às vezes não norteia nada educativo para nossas crianças e discentes em geral, enfim, onde estão as políticas cada vez mais eficientes e duradouras?



[1] Pedagoga e professora de rede privada de Teresina-PI