EDUCAÇÃO ESCOLAR: Mudanças na educação – porque resistir? Fala-se tanto em mudanças na educação escolar, mas quem respira escola todo dia, principalmente a pública, ou como se fala, “de cadeira”, não a percebe com clareza. Será que ela só se faz na ação de uns poucos? Por que quando se constata na escola a necessidade de mudança de paradigmas e práticas e educativas já identificadas como ineficientes enfrenta-se tanta rejeição e nos discursos nota-se a ausência de um posicionamento mais vigoroso? Isto é preocupante. Mudança, quando se menciona o assunto, remete a lembranças conflitantes de desconforto, insegurança, adaptação, desconhecido, mas ao mesmo tempo vem recheada de novidade, aventura, recomeço, de possibilidades. Quando associada à educação as mudanças adquirem um caráter mais complexo e conflitante. A conformidade se torna um bem adquirido e pernicioso, enraizado na escola ou no professor, que vê o acúmulo de informações a sua base, priorizando a valorização de uma educação “tradicional” vista como de qualidade. O que tenho ouvido com frequência são afirmações de que a escola só aprova iletrados e de que o aluno não quer aprender, não se esforça, está geralmente defasado em relação à série que cursa e que a família não tem tempo para dar atenção e acompanhar seus estudos. Mas o que tem sido feito de eficaz? Ano após ano se constata que os problemas são os mesmos e por vezes piores. As desculpas aparecem como um ato de consolo – “Leciono em vários horários” – “O sistema quer aprovar todo mundo”. Percebe-se o culto ao antigo em resistência ao novo. A dificuldade de buscar soluções para os problemas do cotidiano escolar é visível. Mudar envolve, necessariamente, capacidade de compreensão e adoção de práticas que concretizem o desejo de transformação, isto é, para que a mudança aconteça, as pessoas precisam querê-la, por isso há necessidade de se perceber a dinâmica das mudanças. Os novos tempos exigem uma nova postura de pensamento e atualizar-se constantemente é uma questão de sobrevivência e uma maneira de visualizar melhor o futuro. O encerrar de um ciclo e o recomeçar de outro são mudanças de cultura e exigem esforço, dedicação e vontade das pessoas, que na maioria das vezes, costumam lidar com isso de maneira defensiva, com temor ou rejeição. Mas vencer o medo é uma habilidade que o homem já conquistou, portanto deve usá-la a favor da educação que queremos. Artigo de opinião da disciplina Educação e Mudança para o Mestrado em Educação Holística apresentado a FATEFFIR – Faculdade de Teologia e Filosofia Fides Reformata, solicitado pela Profª Marcia Nunes Santos. Artigo produzido em grupo pelas mestrandas: CRISTINA MARIA ERLACHER BONGESTAB IDA MARIA GASPERONI MARTINS VANUZA BARBOSA SANTOS MARTINS