Pacote sob pacote, a educação no país não é pensada como política de longo prazo. O retrato dessa abordagem fundamentada na fragmentação, na visão setorizada atende tão somente ao marketing institucional não trazendo efetivo resultado no âmbito da boa qualificação, bem como na melhoria da qualidade do aprendizado, e na inclusão do cidadão no mercado de modo estável.

A gestão da educação pelo poder público, no que é mais útil e perceptível, segue as vias da inclusão, ainda que sob ótica assistencial, cria cotas, gera programas em prol do aluno da rede de ensino público e adota mecanismos  para  obter frequência e permanência do educando na ESCOLA, porém no que o seu programa omite estão os grandes problemas da educação. Problemas históricos e somente solúveis com uma abordagem que valorize o profissional de Educação.

Eis aí um problema insolúvel às práticas da "Corruptocracia". O Brasil não investe com eficiência na melhoria da qualidade de ensino onde realmente essa melhoria se dá: no magistério.

O desvio desse foco elementar mostra o estrabismo do poder que mira em ações marginais sua política. Desvalorizando continuamente o profissional de educação, o reflexo dessa política é a redução drástica de candidatos ao ofício e baixa seletividade do inseridos na profissão.

Em educação, Brasil é Terceiro Mundo e continuará assim por décadas. Tanto sucateamento provido pela adoção de  ações próprias de energúmenos só justificam a queda sistemática e irreversível de sua qualidade.

Educação para todos sim, mas com qualidade, com políticas de melhor qualificação profissional e com busca de resultados práticos, sociais.

A EDUCAÇÃO vale OURO. Tem, por isso, um PREÇO a ser PAGO por ela. O Brasil não, mas o PRIMEIRO MUNDO já faz isso.

A marginalização do profissional de educação pelas autoridades públicas é o melhor exemplo da política que cultiva a "IGNORÂNCIA".

 "Coitado, ele é professor!" Eis a expressão que melhor representa a verdade pública, o discurso da coletividade. Aí se constrói a auto-imagem do professor no seu dia-a-dia. É uma expressão registro das condições a que ele tem sido submetido ao longo desses anos.

O mais consciente aspira outra ocupação para sobreviver ao governante usurpador e sua política de exploração de seu trabalho. Sobrevivem a essa política tenaz os que vão trabalhar para a iniciativa privada.

É preciso que o político tenha um mínimo de consciência quando fala que faz algo pela educação nesse país. No Brasil, nada se faz efetivamente para resolver a situação do EDUCADOR, do que ENFRENTA a labuta das salas de aula.

Nem em tempos de ditadura, época em que o regime oprimia inteligências e se impunha suas verdades institucionais, a figura do professor foi tão desrespeitada, massacrada, vilipendiada. E não serão propagandas, mas políticas sérias, engajadas, fortalecedoras, supridoras, efetivas que poderão melhorar o resultado que se vê nas ruas.

Berthold Brecht veria, hoje, seu poema¹ atualizado dia após dia nos anúncios de jornais, nas esquinas das cidades brasileiras, nas escolas brasileiras e nos governantes do país . O "Analfabeto Político" produz essa realidade de violência e exclusão social e drogas. Esse também ocupa lugar na gestão dos recursos da educação, na sugestão de programas paliativos, na manutenção da ignorância coletiva, no não suprimentodas mínimas condições para o desenvolvimento integral do setor.

Um país que não tem OLHOS para a educação, seguirá na OBSCURIDADE.

Se o segmento contribuiu para o fortalecimento de uma consciência civil e DEMOCRÁTICA , em tempos atuais, é vítima do próprio sistema que ajudou a implantar. UMA DEMOCRACIA POSTIÇA que se usa no discurso e, afora a circunstância de pronunciamento público e midiático, não lhe serve mais ao uso.

Sim, eleva-se, em número, o índice de alunos que permanecem nas séries básicas e diminui -se a evasão dado o apoio assistencial, porém os níveis de  aprendizagem para uma inclusão social efetiva e com qualidade não acontece, bem como a capacidade de o mercado absorver essa mão - de - obra em trabalhos dignificantes também não?Há diploma, não há competência.

É A EXCLUSÂO DE SEMPRE... PURO ENGANO!

Que país é esse?

Qualificação não é só um diploma na mão. É capacidade potencializada por um bom aprendizado. A Educação vai mal apesar dos números. Não se pode maquilar a realidade e esconder os vícios da gestão pública no que tange as necessidades prioritárias da educação brasileira. Devemos primar pela busca de melhor qualificação e subsidiar o atua na formação do indivíduo. Qual incentivo há para que, efetivamente, o profissional de educação  desperte no cidadão amor á Pátria? É ela que lhe impõe o maior fardo. Como despertar cidadania através de quem vive sob a malha opressiva da exclusão e da falta de dignidade profissional?


Melhorar a educação sem valoriazar o professor que atua diretamente com os conteúdos de aprendizagem é a mais pura demagogia, a mais pura hipocrisia.

É exatamenta esta a questão!

NÃO É A EDUCAÇÃO QUE DEVE ESTAR A SERVIÇO  DA POLÍTICA , MAS A POLÌTICA A SERVIÇO  DA EDUCAÇÃO

O primeiro registro dessa "INGESTÃO" está, documentalmente, denunciada no contra - cheque dos servidores e na batalha histórica dos profissionais em manifestos, paralisações, greves, numa insatisafação generalizada da categoria...


São políticas e pacotes constantes minando a proficiência do educando, gerindo o papel de um Educador desmotivado.
Sim, a EDUCAÇÃO é a base de tudo.

Sábia a parábola que fala daquele homem que edificou a sua casa sobre a areia. O Estado é esse homem, o futuro do país, por isso, muito previsível: pó sobre a areia.

¹O Analfabeto Político
Bertolt Brecht


O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.