EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DICAS AOS EDUCADORES




Quando nos referimos a uma educação de jovens e adultos, educação esta que infelizmente não vem acontecendo como deveria, ou seja, libertar o oprimido, ficamos frustrados com muitos dos educadores que estão fingindo que a educação está acontecendo e o aluno fingindo que está aprendendo o blábláblá do(a) "educador(a)". A prática docente de muitos profissionais que estão a frente das inúmeras salas de aula onde os jovens e adultos estão "presos intelectualmente" apenas fazem com que os alunos reproduzem a ideologia cultural, econômica e política dominante, mediante a alfabetização realizado com o uso de material didático inadequado/inflexível em suas ações e métodos ultrapassados de ensino. São educadores que não estão abertos para a educação dialógica, e fazem das mentes dos milhares de jovens e adultos analfabetos um "caixa bancário", onde apenas depositam o que sabem e depois através de uma pedagogia tradicional, saca mediante uma prova (avaliação quantitativa) o que havia anteriormente ministrado.
E qual a nossa proposta para a mudança? Partimos do princípio que nossos alunos precisam primeiramente passar pela ação cultural e posteriormente pela revolução cultural. Mas o que seria esta ação e revolução cultural? De acordo com Freire (1998) a ação cultural é desenvolvida em oposição à elite que controla o poder e a revolução cultural ocorre em completa harmonia com o regime revolucionário.
Desta forma daremos um basta no que está posto na contemporaneidade. A proposta educacional do saudoso Freire, que no período da Ditadura Militar (1964-1985), precisou se exilar em outros países, mas mesmo assim foi reconhecido de forma louvável por onde passou, devido a sua contribuição educacional "libertadora", é aquela onde haja conscientização, onde o autoritarismo seja posto por terra, e no contexto da sala de aula, professores e alunos aprendem juntos, através do diálogo.
Desta forma, o professor irá apreender ao ensinar, e a criatividade que hoje está deformada tanto por parte do professor quanto do aluno, passará pela libertação, criará possibilidades para a produção/construção do conhecimento.
Que os educadores desta modalidade de ensino, passam a ter a capacidade de constante progressão, sejam defensores do processo de conhecimento crítico. Que suas aulas passam a ser recriadas, respeitando o imaginário, o cotidiano, os interesses e valores de seus alunos. Educadores estejam abertos para ouvir críticas e principalmente se auto-criticar. Conseguindo o que acima sinalizamos, tenham a certeza que vocês irão modificar suas metodologias/práticas, rever e alterar conceitos. E assim, como Paulo Freire dizia vocês estarão "cada vez mais incerto de suas incertezas".