EDUCAÇÃO DE ADULTOS

 

 

Andresa de Sena Silva

Glauber Vinicius Santos de Oliveira

Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior

- Faculdade Fase -

 

RESUMO

 

Este artigo procurou referenciais teóricos centrados em uma pesquisa sobre a andragogia. Procuramos, pois centralizar nossa exposição na problematização encontrada a educação de adultos focando o ensino superior com o mediante parâmetro pesquisar sobre o tema e enfocar a interdisciplinaridade e a estrutura. A estrutura educacional está mudando, a educação antes vista de forma individual amplia seus horizontes passando a perceber e a aceitar que todos os integrantes ou componentes da educação estão conectados e que existe a possibilidade de educar de maneira integrada. A educação salta de uma vertente monocromática e passa a perceber a possibilidade de interação entre diferentes fontes do saber passando assim a ter uma visão coletiva da aprendizagem.

 

Palavras chaves: Andragogia, Educação de Adultos, Conhecimento.

 

1-  INTRODUÇÃO

 

Crianças são seres indefesos, dependentes. Precisam ser alimentados, protegidos, vestidos, banhados, auxiliados nos primeiros passos, Durante anos se acostumam a esta dependência, considerando-a como um componente normal do ambiente que as rodeia. Na idade escolar, continuam aceitando esta dependência, a autoridade do professor e a orientação deles como inquestionáveis. 

 A adolescência vai mudando: tudo começa a ser questionado, acentuam-se as rebeldias e, na escola, a infalibilidade e autoridade do professor não é mais tão absoluta assim. Alunos querem saber por que devem aprender geografia, história ou ciências. 

 A idade adulta trás a independência. O indivíduo acumula experiências de vida, aprende com os próprios erros, apercebe-se daquilo que não sabe e o quanto este desconhecimento faz-lhe falta. Escolhe uma namorada ou esposa, escolhe uma profissão e analisa criticamente cada informação que recebe, classificando-a como útil ou inútil. 

Esta evolução, tão gritante quando descrita nestes termos, infelizmente é ignorada pelos sistemas tradicionais de ensino. Nossas escolas, nossas universidades tentam ainda ensinar a adultos com as mesmas técnicas didáticas usadas nos colégios primários ou secundários.

 

2-  DESENVOLVIMENTO

 

Andragogia é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender, segunda a definição creditada a Malcolm Knowles, na década de 1970. O termo remete a um conceito de educação voltada para o adulto, em contraposição à pedagogia, que se refere à educação de crianças (do grego paidós, criança).

Para educadores como Pierre Fourter (1973), a andragogia é um conceito amplo de educação do ser humano, em qualquer idade.

Estudos afirmam que alunos adultos retém apenas 10% do que ouvem, após 72 horas. Entretanto serão capazes de lembrar de 85% do que ouvem, vêm e fazem, após o mesmo prazo, as informações mais lembradas são aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de uma aula ou palestra.

Para melhorar estes números, faz-se necessário conhecer as peculiaridades da aprendizagem no adulto e adaptar ou criar métodos didáticos para serem usados nesta população específica. 

Segundo Knowles, à medida que as pessoas amadurecem, sofrem transformações: 

·         Passam de pessoas dependentes para indivíduos independentes e auto direcionados;

·         Acumulam experiências de vida que vão ser fundamento e substrato de seu aprendizado futuro;

·         Seus interesses pelo aprendizado se direcionam para o desenvolvimento das habilidades que utiliza no seu papel social, na sua profissão;

·         Passam a esperar uma imediata aplicação prática do que aprendem, reduzindo seu interesse por conhecimentos a serem úteis num futuro distante;

·         Preferem aprender para resolver problemas e desafios, mais que aprender simplesmente um assunto;

·         Passam a apresentar motivações internas (como desejar uma promoção, sentir-se realizado por ser capaz de uma ação recem-aprendida, etc), mais intensas que motivações externas como notas em provas, por exemplo.

Wilson e Burket (1989) revisaram vários trabalhos sobre teorias de ensino e identificaram inúmeros conceitos que dão suporte aos princípios da Andragogia.

Comparando o aprendizado de crianças (pedagogia) e de adultos (andragogia), se destacam as seguintes diferenças:   

Características da Aprendizagem

Pedagogia

Andragogia

Relação Professor/Aluno

Professor é o centro das ações,decide o que ensinar, como ensinar e avalia a aprendizagem

A aprendizagem adquire uma característica mais centrada no aluno, na independência e na auto-gestão da aprendizagem.

Razões da Aprendizagem

Crianças (ou adultos) devem aprender o que a sociedade espera que saibam (seguindo um currículo padronizado)

Pessoas aprendem o que realmente precisam saber (aprendizagem para a aplicação prática na vida diária).

Experiência do Aluno

O ensino é didático, padronizado e a experiência do aluno tem pouco valor

A experiência é rica fonte de aprendizagem, através da discussão e da solução de problemas em grupo.

Orientação da Aprendizagem

Aprendizagem por assunto ou matéria

Aprendizagem baseada em problemas, exigindo ampla gama de conhecimentos para se chegar a solução 

 

Os adultos têm experiências de vida mais numerosas e mais diversificadas que as crianças. Isto significa que, quando formam grupos, estes são mais heterogêneos em conhecimentos, necessidades, interesses e objetivos. Por outro lado, uma rica fonte de consulta estará presente no somatório das experiências dos participantes.

Esta fonte poderá ser explorada através de métodos experienciais (que exijam o uso das experiências dos participantes), como discussões de grupo, exercícios de simulação, aprendizagem baseada em problemas e discussões de casos. Estas atividades permitem o compartilhamento dos conhecimentos já existentes para alguns, além de reforçar a auto-estima do grupo.

Cabe ao professor propor discussões e problemas que produzam conflitos intelectuais, a serem debatidos com mais ardor,em muitas situações é necessária uma avaliação prévia sobre as necessidades do grupo para que os problemas ou casos propostos estejam bem sintonizados com o grupo. Métodos que permitam ao aluno perceber suas próprias deficiências, ou a diferença entre seu conhecimento atual e o ponto ideal de conhecimento ou habilidade que lhe é exigido são grandes ferramentas de motivação para o aluno maduro.

Adultos sentem a necessidade de serem vistos como independentes e se ressentem quando obrigados a ceder ao desejo ou às ordens de outrem. Por outro lado, devido a toda uma cultura de ensino onde o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem, muitos ainda precisam de um professor para lhes dizer o que fazer. Alguns adultos preferem participar do planejamento e execução das atividades educacionais. O professor precisa se valer destas tendências para conseguir mais participação e envolvimento dos estudantes.

Isto pode ser conseguido através de uma avaliação das necessidades do grupo, cujos resultados serão enfaticamente utilizados no planejamento das atividades. A independência, a responsabilidade serão estimulados pelo uso das simulações, apresentações de casos, aprendizagem baseada em problemas, bem como nos processos de avaliação de grupo e auto-avaliação.

Estímulos externos são classicamente utilizados para motivar o aprendizado, como notas nos exames, premiações, perspectivas de promoções ou melhores empregos. Entretanto as motivações mais fortes nos adultos são internas, relacionadas com a satisfação pelo trabalho realizado, melhora da qualidade de vida, elevação da auto-estima. Um programa educacional, portanto, terá maiores chances de bons resultados se estiver voltado para estas motivações pessoais e for capaz de realmente atender aos anseios íntimos dos estudantes. 

Adultos não gostam de ficar embaraçados frente a outras pessoas. Assim, adotarão uma postura reservada nas atividades de grupo até se sentirem seguras de que não serão ridicularizadas. Pessoas tímidas levarão mais tempo para se sentirem à vontade e não gostam de falar em discussões de grupo. Elas podem ser incentivadas a escrever suas opiniões e posteriormente mudarem de grupos, caso sintam-se melhor em outras companhias. 

O ensino andragógico deve começar pela arrumação da sala de aulas, com cadeiras arrumadas de modo a facilitar discussões em pequenos grupos, nunca deverão estar dispostas em fileiras.         

 

 

 

3-  CONCLUSÃO

 

É necessário estimular o autodidatismo, a capacidade de auto-avaliarão e autocrítica, as habilidades profissionais, a capacidade de trabalhar em equipes,enfatizando a responsabilidade pessoal pelo próprio aprendizado e a necessidade e capacitação para a aprendizagem continuada ao longo da vida.

Estimulando assim a responsabilidade social, formando profissionais competentes, com auto-estima, seguros de suas habilidades profissionais e comprometidos com a sociedade à qual deverão servir.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

CAVALCANTI, Roberto de 1999; Andragogia: A Aprendizagem nos Adultos, Ed. Brasil, São Paulo.

 

FONSECA, Victor 1999; Insucesso escolar, Âncora editora Lisboa – Portugal.

 

KNOWLES, Malcolm. Acessado Wikipédia, a enciclopédia livre. 1970. Disponível em: <HTTP://www.wikipedia.com.br>. 11/07/2008, 14:15:36h. 

 

NETITA, Samuel Pfromm 1987; Psicologia da aprendizagem e do Ensino. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

 

PELLEGRINI, Denise, Referências do MEC mostram" competências que o Professor precisa desenvolver para melhor dar suas aulas " (site da google).

 

FOURTER, Pierre. Acessado Wikipédia, a enciclopédia livre. 1973. Disponível em: <HTTP://www.wikipedia.com.br>. 16/09/2008, 16:10:12h. 

 

WILSON E BURKET. Acessado Wikipédia, a enciclopédia livre. 1989. Disponível em: <HTTP://www.wikipedia.com.br>. 21/03/2008, 11:31:06h.