FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ

NÚCLEO DE ESTUDOS À DISTÂNCIA - NEAD







TEMA:A EDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE










ALUNO: EMILIO PRADO DA FONSECA

POLO: DIVINÓPOLIS ? MG

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é um estado de completo bem estar físico, mental, social e não meramente a ausência de doença e enfermidade. Esta afirmação também reforça a idéia de que a saúde é um direito humano fundamental.
Em 1986 é realizada no Canadá, na cidade de Otawa, a I Conferencia Internacional sobre Promoção da Saúde. Deste encontro resultou a Carta de Otawa que considera como condições necessárias para a existência de saúde: paz, educação, habitação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. Também em 1986 é realizada no Brasil a VIII Conferência Nacional de Saúde e que define saúde como resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Estas definições de saúde mostram que para ser considerado saudável é necessária a união de vários setores sociais e econômicos conjuntamente ao setor saúde. O que demonstra que estar saudável não é um estado estático, mas um processo dinâmico em constantes transformações de acordo com a realidade social em que se encontra cada indivíduo.
A OMS define como promoção da saúde o processo que permite às pessoas aumentar o controle e melhorar o seu estado de saúde. A promoção da saúde representa um processo social e político capaz de direcionar as mudanças das condições sociais, ambientais e econômicos para minimizar seu impacto na saúde individual e publica. São atividades educativas que transformam os comportamentos dos indivíduos, focado no seu estilo de vida.
A Carta de Otawa, marco referencial da promoção da saúde em todo o mundo, adota estratégias-chave para o incremento da promoção da saúde.
Segundo SHEIRAM (2001) estas estratégias podem ser assim resumidas:
1) Promoção da saúde por intermédio de políticas públicas;
2) Criação de um ambiente favorável;
3) Desenvolvimento de habilidades individuais;
4) Fortalecimento de ações comunitárias;
5) Reorientação de serviços de saúde.
Entendida a saúde como um fenômeno produzido socialmente, cabem ações de âmbito coletivo no cotidiano da população, extrapolando o campo especifico da assistência à saúde. Neste campo de ação a promoção da saúde atua enfatizando a determinação social, econômica e ambiental mais do que puramente biológica ou mental da saúde.
A pratica da promoção da saúde requer cooperação entre os diferentes setores envolvidos e a articulação de suas ações: legislativas, tributarias e fiscais, educativas, habitacionais, alimentares, trabalho, lazer, agricultura, entre outros. Neste sentido cabe destacar o papel do governo nos três níveis (federal, estadual e municipal), de atuar de maneira a garantir as condições que extrapolam as capacidades individuais e coletivas.
É de responsabilidade da promoção da saúde investir na formação de cidadãos e trabalhar para a instituição de espaços verdadeiramente democráticos, especialmente nos municípios, onde os problemas e necessidades de saúde são identificados e podem ser mais bem avaliados e revisados.
É importante salientar que o conceito de educação em saúde é diferente de promoção da saúde. Ambos os conceitos são complementares em relação ao estilo de vida dos indivíduos. Onde a educação em saúde é um caminho para se promover a saúde.
O educador em saúde deve lançar mão de estratégias de ensino que resultem em ações transformadoras por parte dos indivíduos. A conscientização é o primeiro passo para incentivar o autocuidado, respeitando que cada indivíduo possui um ritmo para aprender, compreender e por em prática as orientações para o seu estilo de vida. REZENDE (1986) afirma que a educação é um instrumento de transformação social, não só a educação formal, mas toda ação educativa que propicie a reformulação de hábitos, aceitação de novos valores e que estimule a criatividade.
A disseminação da informação e a educação são bases para a tomada de decisão e são componentes importantes da promoção da saúde. Garantir o acesso à informação e ampliar o conhecimento em saúde sem aumentar a capacidade de controle e perspectivas de mudanças apenas contribuem para gerar ansiedade e fomentar a sensação de impotência. Este processo deve ser capaz de despertar o sentimento de que é possível transformar a realidade e também conscientizar que a saúde é um direito de todos e que o maior interessado deve ser o próprio individuo. É assim que educação e saúde surgem com campos distintos à reorganização da sociedade moderna.
O desenvolvimento de políticas públicas que estejam dispostos a promover a saúde utilizando recursos educativos como ferramentas de conscientização e aprendizagem. Educar é um processo intencional com o objetivo de prover situações ou experiências que estimulem a expressão potencial dos seres humanos. O termo educação, no entanto, tem sido utilizado com diferentes significados qualquer que seja a sua abordagem: educação em saúde, educação sanitária, educação popular, educação
para a paz, educação para a cidadania. (FOCESI, MCP; FOCESI, AP. São Paulo: 2007,p. 324).
Portanto, educação em saúde e promoção da saúde caminham juntas com a finalidade de conscientizar os indivíduos da necessidade de que o próprio individuo gerencie sua saúde e tome atitudes que melhorem a qualidade de vida. É fundamental, portanto, vencer as barreiras que limitam o exercício da democracia e desenvolvam sistemas flexíveis que reforçam a participação social e a cidadania. Em que pese todas as transformações do mundo contemporâneo, o mais importante é o que se pretende imprimir à vida.





BIBLIOGRAFIA

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Disponível em: http://www.saude.gov.br . Acessado em: agosto de 2010.
2. CANDEIAS, NMF. Evolução histórica da educação em saúde como disciplina de ensino na faculdade de saúde pública da USP. São Paulo: 1988.
3. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Promoção da saúde e qualidade de vida. Tema Cidades Saudáveis. Radis, n. 19, p. 12-3, 2000.
4. PELICIONI, MCF. Promoção da saúde e meio ambiente: uma trajetória tecno - política. São Paulo: Manole, 2005.
5. ROSEN, G. Uma história da saúde pública. Rio de Janeiro, 1994.