INSTITUTO CENTRO DE ENSINO TECNOLÓGICO-CENTEC

FACULDADE DE TECNOLOGIA-FATEC CARIRI

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SANEAMENTO AMBIENTAL

 

 

GEORGE DANTAS SARAIVA

MARYANNA ANDRÉ GALVÃO

 

 

 

 

 

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS FOMENTANDO A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL EM UNIDADE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE PORTEIRAS-CE

 

 

 

 

 

 

 

 

JUAZEIRO DO NORTE-CE

2014

GEORGE DANTAS SARAIVA

MARYANNA ANDRÉ GALVÃO

 

 

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS FOMENTANDO A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL EM UNIDADE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE PORTEIRAS-CE

 

 

 

 

 

Monografia apresentada ao curso superior de Tecnologiaem Saneamento Ambientalda Faculdade de Tecnologia FATEC-CENTEC Cariri, como requisito para obtenção do título de Tecnólogaem Saneamento Ambiental. 

Orientadora: Esp. Michele da Silva Chaves

 

 

 

JUAZEIRO DO NORTE-CE

2014

RESUMO

 

O homem como qualquer outra espécie habitante do planeta, interage com o ambiente para atender suas necessidades, porém, essa interação ultrapassou a questão da simples sobrevivência e está resultando no agravamento das questões ambientais. As ações de degradação sobre o meio ambiente incluindo os resíduos sólidos são as principais causas de enchentes, doenças de veiculação hídrica, perda da biodiversidade dentre outros. Portanto, a Educação Ambiental associada aos resíduos sólidos pode ajudar a tornar mais relevante a educação geral, que pode ser considerada como uma excelente base na qual se desenvolvam novas maneiras de viver sem destruir o meio ambiente. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi utilizar a Educação Ambiental para fomentação da construção cidadã ambiental, promovendo o entendimento sobre a importância do gerenciamento dos resíduos sólidos no campo escolar. Para se atingir este objetivo, metodologicamente a pesquisa caracterizou-se como qualitativa e quantitativa, pois envolveu a aplicação de questionários, rodas de conversa, dinâmicas e oficina de reciclagem a fim de avaliar o conhecimento dos alunos acerca das questões ambientais, caracterizando que tipo de resíduos sólidos são mais produzidos na escola, contribuindo assim, para uma educação ambiental mais sólida. Mediante a explanação realizada na roda de conversa, foi-se percebendo o interesse dos alunos em debater e participar das práticas para a melhoria da qualidade ambiental, pois os mesmos debatiam o que causa o lixo se disposto de forma inadequada e apontavam soluções para os resíduos sólidos produzidos na escola e na comunidade porteirense. Por meio da realização da dinâmica “O boneco”, os alunos demostraram profunda atenção com o meio ambiente. Com o desenvolvimento da pesquisa, foi possível observar que a participação da comunidade escolar foi de fundamental importância, pois possibilitou uma educação ambiental dinamizada e com uma excelente participação de todos, levando à inserção na construção de novos modelos de conhecimento em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos na escola. 

Palavras chave: Educação Ambiental. Resíduos Sólidos.

                                                                                               

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ABSTRACT

 

A man like any other kind person on the planet interacts with the environment to meet your needs, however, this interaction has surpassed the question of simple survival and is resulting in the aggravation of environmental issues. The actions of degradation on the environment including solid waste are the main causes of flooding, waterborne diseases, loss of biodiversity, among others. Therefore, the environmental education associated with solid waste can help make it more relevant to general education, which can be regarded as an excellent basis on which to develop new ways of living without destroying the environment. Thus, the objective was to use the Environmental Education for the construction fostering environmental citizenship, promoting understanding of the importance of managing solid waste in the school environment. To achieve this goal, the methodology research was characterized as qualitative and quantitative, since it involved the application of questionnaires, round of conversation, dynamic and recycling workshop to assess the students' knowledge on environmental issues, characterizing the type of solid waste produced at school are more, thus contributing to a stronger environmental education. Through the explanation made ​​in the wheel of conversation, has been noticing the interest of students to discuss and participate in practices to improve environmental quality, it debated what causes waste if disposed of improperly and point solutions to the solid waste produced in the school and community porteirense. Through the realization of dynamic “The doll” students showed deep care for the environment. With the development of research, it was observed that the participation of the school community was of paramount importance, it enabled a streamlined environmental education and an excellent participation of all, leading to inclusion in the construction of new models of knowledge in relation to the management of solid waste produced at school.

Keywords: Environmental Education. Solid Waste.

 

 

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12

2 OBJETIVOS............................................................................................................14

2.1 Objetivo geral.......................................................................................................14

2.2 Objetivos específicos............................................................................................14

3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................15

3.1 O homem e a questão ambiental.........................................................................15

3.2 Meio ambiente e legislação ambiental.................................................................15

3.3 Educação ambiental.............................................................................................16

3.3.1 Educação ambiental para uma escola saudável...............................................18

3.3.2 Ambientar arte na educação.............................................................................19

3.4 Resíduos sólidos e o meio ambiente....................................................................19

3.4.1 Poluição associada aos resíduos sólidos..........................................................20

3.5 Classificação dos resíduos sólidos.......................................................................21

3.6 Gerenciamento dos resíduos sólidos no ambiente escolar..................................23

3.7 Politica dos 3 R’s..................................................................................................23

3.8 Coleta seletiva......................................................................................................25

4 METODOLOGIA.....................................................................................................27

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................29

6 CONCLUSÃO.........................................................................................................35

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................36

8 APÊNDICE A..........................................................................................................38

1 INTRODUÇÃO

 

Desde os primórdios de sua existência o homem como qualquer outra espécie habitante do planeta, interage com o ambiente para atender suas necessidades. Em consequência essa interação resulta no agravamento das questões ambientais, onde uma das principais questões em destaque são os resíduos sólidos.

Uma vez dispostos de forma inadequada, os resíduos sólidos contribuirão para o colapso ambiental. As ações de degradação sobre o meio ambiente incluindo os resíduos sólidos são as principais causas de enchentes, doenças de veiculação hídrica, perda da biodiversidade dentre outros.

Por ser um processo que deve durar por toda a vida a educação ambiental associada aos resíduos sólidos pode ajudar a tornar mais relevante a educação geral, que pode ser considerada como uma excelente base na qual se desenvolvam novas maneiras de viver sem destruir o meio ambiente (MULLER, 2002).

A partir da Constituição Federal de 1988, um importante passo foi dado no sentido de tornar a educação ambiental exigência constitucional, mas apesar disto, somente dois anos após a Constituição é que começou a ser definido um perfil para a educação ambiental em termos nacionais.

Promover a educação ambiental acerca dos resíduos sólidos na Escola de Ensino Fundamental Franklin Pinheiro no município de Porteiras-CE, é um meio de contribuição para a formação de cidadãos conscientes, críticos, proativos e competentes no desenvolvimento da sustentabilidade. Aplicar a educação ambiental e propor a implantação da coleta seletiva na escola contribui para a realização de um trabalho participativo para a discussão de problemas e potencialidades do nosso meio.

Propondo uma aliança entre educação ambiental e coleta seletiva é possível estabelecer ainda de forma mais sólida tanto a filosofia dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) quanto às demais ações para a preservação do meio ambiente. Quando todos ficam cientes do seu poder ou dever de separar o lixo, passam a contribuir mais ativamente ao programa de educação ambiental.

Configurando esse aspecto precede a escola como um espaço de construção da cidadania onde crianças e jovens dão continuidade ao processo de socialização e aprendizagem perante a sociedade, uma vez que os valores e normas adotados pela escola representam para todos um símbolo que deve ser seguido. Porém, faz-se necessário engajar em sua metodologia questões atuais, problematizando-as e discutindo causas e propostas de ações concretas para a solução dos problemas ambientais.

A escola dentro da educação ambiental deve sensibilizar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando-o a analisar criticamente os princípios que tem levado à destruição inconsequente dos recursos naturais e de várias espécies. Dessa forma, a discursão de temas ligados a padrões de consumo, educação e gestão ambiental participativa foi imprescindível, visando promover vínculos afetivos e culturais dos alunos e funcionários com a sociedade porteirense.

A participação de todos constituiu-se num instrumento fundamental para o estabelecimento de relações mais diretas, flexíveis e transparentes no sentido de se atingir a meta proposta, reforçando os laços de solidariedade e direcionando-se a busca de uma cidadania ativa.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

 

Utilizar a Educação Ambiental para fomentação da construção cidadã ambiental, promovendo o entendimento sobre a importância do gerenciamento dos Resíduos Sólidos no campo escolar.

2.2 Objetivos específicos

  • Avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre as questões ambientais;
  • Instrumentar os atores sociais (alunos e funcionários) para o entendimento das questões ambientais;
  • Propor a implantação da Coleta Seletiva no ambiente escolar.

3 REVISÃO DE LITERATURA

 

3.1 O homem e a questão ambiental

Segundo ABDALA (2007), nos últimos anos tem crescido a atenção apontando que o meio ambiente demonstra profundos e crescentes danos de esgotamento de seus recursos naturais, com graves consequências ambientais preocupantes tanto para a sustentabilidade econômica quanto para a qualidade de vida da sociedade contemporânea e futura.

 A contaminação, a escassez dos recursos hídricos, o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, o degelo polar, a extinção de espécies na fauna e na flora, a desertificação, o desaparecimento das florestas, as queimadas irregulares, as enchentes e as grandes tempestades são alguns dos problemas ambientais que nacional e internacionalmente estão sendo cada vez mais difundidos e discutidos nos mais variados veículos de comunicação.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’S sobre meio ambiente e saúde da Secretaria de Educação Fundamental de Brasília (1997),

á medida que a humanidade aumenta sua capacidade de intervir na natureza para satisfação de necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos em função da tecnologia disponível. Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização, com sua forma de produção e organização do trabalho, além da mecanização da agricultura, que inclui o uso intenso de agrotóxicos, e a urbanização, com um processo de concentração populacional nas cidades.

A questão ambiental revela o retrato de uma crise pluridimensional que aponta para a exaustão de um determinado modelo de sociedade que produz, desproporcionalmente, mais problemas que soluções e, onde as soluções propostas, por sua parcialidade, limitação, interesse ou má fé, terminam se constituindo em nova fonte de problemas (LIMA, 1999).

3.2 Meio Ambiente e legislação ambiental

Até o início dos anos oitenta pode-se dizer que não havia uma legislação de proteção ao meio ambiente no Brasil, o que havia, até então, eram escassas regulamentações com ordenamentos relativos à água e florestas, no entanto, o objetivo era mais a proteção econômica à específica proteção ambiental. Nesse contexto vale lembrar que as Constituições brasileiras anteriores à de 1988 não traziam, em seu texto normativo, nenhuma regra específica em relação ao meio ambiente e sua necessária proteção (GOMES, 2008).

 A Constituição Federal de 1988 lembrou-se da importância do meio ambiente saudável, como condição necessária para assegurar a sobrevivência das futuras gerações e, em seu art.225 assegura a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

O parágrafo primeiro aponta que para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público, entre outras atribuições, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.

A Lei 9.795/1999 (Política Nacional de Educação Ambiental) estabelece que, entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, sendo um componente essencial da educação nacional, estando presente em todos os níveis de ensino de forma articulada, contínua e permanente.

3.3 Educação ambiental

A Educação Ambiental surgiu no Brasil muito antes da sua institucionalização no Governo Federal. Relata-se a existência de um persistente movimento conservacionista até o início dos anos 70, quando ocorre a emergência de um ambientalismo que se unem às lutas pelas liberdades democráticas, manifestada através da ação isolada de professores, estudantes e escolas, por meio de pequenas ações de organizações da sociedade civil, de prefeituras municipais e governos estaduais, com atividades educacionais voltadas a ações para recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente (HENRIQUES et. al., 2007).

A educação ambiental se constitui numa forma abrangente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo participativo permanente que procura incutir uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução de problemas ambientais.

Para PHILIPPI & PELICIONI  (2005, p. 3-6),

a educação ambiental vai formar e preparar cidadãos para a reflexão crítica e para uma ação social corretiva ou transformadora do sistema, de forma a tornar viável o desenvolvimento integral dos seres humanos... No entanto sabe-se que a consciência ecológica (ambiental) não garante uma ação transformadora. Para que a educação ambiental se efetive, é preciso que conhecimentos e habilidades sejam incorporados, e que principalmente atitudes sejam formadas a partir de valores éticos e de justiça social, pois são essas atitudes que predispõe a ação.

Não podemos entender a educação como uma panaceia, capaz de solucionar todos os problemas sociais, mas também, consideramos não ser possível pensar e exercitar a mudança social sem integrar a dimensão educacional. O relacionamento da humanidade com a natureza, que teve início com um mínimo de interferência nos ecossistemas, tem hoje culminado numa forte pressão exercida sobre os recursos naturais, (LIMA, 1999).

A escola é um instrumento de conscientização fundamental na produção de conhecimento e na preocupação de formar indivíduos capazes de entender e ser responsável pelo meio ambiente em que vivem. Com a educação ambiental as crianças e adolescentes têm a possibilidade de promover mudanças no seu comportamento e influenciar outras pessoas em relação aos problemas ambientais, MORALES (2007).

Neste sentido, JACOBI (2003) afirma que o educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.

Esse contexto nos remete ao pensamento de que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a corresponsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro crescente de degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente.

3.3.1 Educação ambiental para uma escola saudável

 

Por muito tempo, a educação na escola centrou a sua ação nas individualidades, tentando mudar comportamentos e atitudes sem, muitas vezes, levar em conta as inúmeras influências provenientes da realidade socioeconômica, politica e cultural na qual as crianças estavam inseridas.

A promoção da saúde no âmbito escolar parte de uma visão integral e multidisciplinar do ser humano, que considera as pessoas em seu contexto familiar, comunitário e social. Procura desenvolver destrezas para o cuidado com a saúde e a prevenção das condutas de risco em todas as oportunidades educativas; fomenta uma analise critica e reflexiva sobre os valores, condutas, condições sociais e estilos de vida, buscando fortalecer tudo aquilo que contribui para a melhoria da saúde, da qualidade ambiental e do desenvolvimento humano (PELICIONI 2005, p. 827).

É necessário compreender a variedade de fatores que podem afetar a saúde, o meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas. Essas devem ser as bases para que a educação e a promoção da saúde sejam colocadas em prática (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 1995, apud PELICIONI, 2005).

A saúde não pode ser tratada como uma questão individual, pois ela parte de uma visão geral, ou seja, para que o individuo desfrute de total saúde ele necessita que o meio em que ele vive possa promover a saúde a qual é necessária para sua sobrevivência.

A ideia de uma escola promotora da saúde é o reconhecimento de que a educação em saúde e a educação ambiental possa atrair ações pedagógicas, de prevenção e promoção da saúde, e de conservação do meio ambiente. Assim, todos os envolvidos na escola poderão por meio da educação ambiental contribuir para a limpeza da escola, para a manutenção da área verde, tomarão cuidado com os resíduos sólidos produzidos, enfim, promoverão com essas simples ações uma excelente qualidade de vida para todos os que convivem no ambiente escolar.

  

3.3.2 Ambientar arte na educação

A utilização da arte pela educação ambiental é uma forma de se trabalhar a alegria das crianças, o lúdico, a beleza e a criatividade, auxiliando em um processo de criação de conceitos, e novas posturas ambientais.

A alegria resgata a esperança necessária para que as pessoas possam encarar a história como possibilidade de vir a ser o que ainda não é. E para que a alegria se estabeleça, é imprescindível que todos sintam o prazer no processo educativo (GEIN, 2005).

A arte possibilita a capacidade de antever uma nova vida, uma outra forma para a realidade, o exercício da reciclagem possibilita a criação dessa nova realidade, onde se consegue extrair um objeto novo por meio de um que já foi utilizado muitas vezes.

A articulação entre a arte educação e a educação ambiental, no contexto escolar, pode apresentar-se como um caminho no desenvolvimento de práticas educativas socioambientais.

Segundo HERNANDEZ (2000; p.53), as obras artísticas, os elementos da cultura visual, são, portanto, objetos que levam a refletir sobre as formas de pensamento da cultura na qual se produzem.

3.4 Resíduos sólidos e o meio ambiente

Com a Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver a era dos descartáveis em que a maior parte dos produtos desde os guardanapos de papel e latas de refrigerante, até os computadores são inutilizados e jogados fora com enorme rapidez.

Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos desenvolvidas.

Verifica-se, entretanto que na grande maioria dos municípios, a destinação dos resíduos sólidos ocorre de forma incorreta, por meio da simples disposição no solo, o que ocasiona graves problemas ambientais, sanitários, econômicos e sociais. Assim, a geração excessiva e o gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos constituem-se em um dos principais problemas ambientais da atualidade.

Segundo SILVA (2009),

A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB (2000) realizada e editada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2002) estima que no Brasil, nas cidades com até 200.000 habitantes, são recolhidos de450 a700 gramasde resíduos por habitante; nas cidades com mais de 200 mil habitantes, essa quantidade aumenta para a faixa entre 800 e1.200 gramaspor habitante. Vale ressaltar que o volume per capita (kg/hab/dia) de lixo gerado tem crescido a cada ano. Conforme os dados da Associação Compromisso Empresarial para Reciclagem – CEMPRE (2006) os resíduos sólidos são dispostos da seguinte maneira:

 

 

                                   Figura 1: Disposição dos resíduos sólidos

                                 urbanos.

                                 Fonte: CEMPRE 2006 apud SILVA 2009.

 

“Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso? (Luis Fernando Veríssimo).”

3.4.1 Poluição associada aos resíduos sólidos

A poluição ambiental provocada pelo crescente acúmulo de lixo representa uma ameaça para a saúde da população em geral, pois se disposto de forma inadequada o lixo pode levar à dispersão de microorganismos como vírus, bactérias, fungos, dentre outros.

A principal causa da poluição provocada pelos resíduos sólidos que vem aumentando muito nos últimos anos se dá devido ao elevado número de diferentes produtos descartáveis, o aumento na quantidade de resíduos, especialmente em embalagens associadas com cada objeto produzido e a tendência para aglomerar resíduos de tal modo que sobrecarrega o processo natural de decomposição, isso implica no elevado índice de poluição.

Em seu projeto sobre gerenciamento e destino dos resíduos sólidos numa escola municipal no Rio de Janeiro os autores TORRES & RODRIGUES (2006) afirmam que,

as questões ambientais são vistas como o resultado do desgaste da relação entre a sociedade moderna e o meio ambiente, demonstrando claramente a chamada crise ambiental que na verdade é uma crise de civilizações, gerada pelo modo de produção e de vida social, causando um conflito entre o mundo humano e ambiental.

As soluções para os problemas causados pelos resíduos sólidos são complexas, pois eles possuem uma grande diversidade de materiais, o que leva a necessidade de soluções específicas e satisfatórias para cada um. As soluções que causam menos impactos são inviáveis do ponto de vista econômico, como por exemplo, os aterros sanitários, que para uma cidade pequena se torna bastante oneroso, somente um gerenciamento ou sistema de gestão integrada, irá permitir e definir a melhor combinação das soluções disponíveis, e compatíveis às condições de cada município.

3.5 Classificação dos resíduos sólidos

 

O lixo pode ser classificado segundo JARDIM et. al. (1995, p. 23) por meio de vários aspectos:

  • Natureza física: seco e molhado;
  • Composição química: orgânica e inorgânica;
  • Riscos potenciais ao meio ambiente: perigosos, não perigosos e inertes;
  • Origem:
  1. Domiciliar: Aquele originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como: cascas de fruta, verduras etc.), produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis, entre outros.
  2. Comercial: Aquele originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes etc. O lixo destes estabelecimentos e serviços tem um forte componente de papel, plástico, embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários, tais como: papéis toalha, papel higiênico etc.
  3. Público: São aqueles originários dos serviços de limpeza pública urbana incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores etc., e de limpeza de áreas de feiras livres, constituídos por restos vegetais diversos, embalagens etc.
  4. Serviços de saúde e hospitalar: Constituem os resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde etc.
  5. Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: Constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio pessoal e restos de alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e países.

 

  1. Agrícola: Resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita etc. Em várias regiões do mundo estes resíduos já constituem uma preocupação crescente, destacando-se as enormes quantidades de esterco animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva. Também embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, tem sido alvo de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação.
  2. Entulho: Resíduos da construção civil – demolições e restos de obras, solos de escavações etc. O entulho é geralmente um material inerte de reaproveitamento.

 A Norma 10004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (2004) classifica como resíduos sólidos e semissólidos:

os que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviáveis seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpos d´água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível.

3.6 Gerenciamento dos resíduos sólidos no ambiente escolar

Para MORALES (2007), o debate sobre os resíduos sólidos na escola, com a educação ambiental sendo uma auxiliar desse processo, é uma forma de contribuir e considerar posturas responsáveis com o meio ambiente, e se tratando da complexidade da educação ambiental no âmbito escolar, os resíduos sólidos são ainda, um dos grandes problemas existentes, em virtude da falta de estudos que procurem identificar em quais situações a educação ambiental, aliada às práticas ambientais podem intervir numa forma de desenvolvimento sustentável no ambiente escolar, e no dia-a-dia dos alunos.

Ainda é comum após o intervalo encontrar-mos em algumas escolas vários papeis jogados pelo chão, sendo assim, a proposta de se trabalhar a educação ambiental na escola alcança não apenas novas posturas em relação ao meio ambiente, possibilita a interação dos alunos com o meio em que vive, fazendo com que os mesmos despertem o hábito de jogar o lixo no lixo, melhorando assim o próprio ambiente da escola. Dessa forma, MORALES (2007) afirma que o renovar do sujeito como elemento presente e atuante na natureza, insere-o como possibilitador de mudanças que contemple ele como agente fundamental nesta relação.

Uma solução para melhorar o hábito dos alunos quanto à questão de jogar o lixo no pátio da escola, é propor-lhes a coleta seletiva que é uma ação educativa onde visa investir na mudança de pensamento e comportamento, como um elo para trabalhar a transformação da consciência ambiental.

3.7 Politica dos 3’Rs

Nos últimos anos, nota-se uma tendência mundial em reaproveitar cada vez mais os produtos jogados no lixo para fabricação de novos objetos através dos processos de reciclagem, o que representa economia de matéria prima e de energia fornecidas pela natureza. Assim, o conceito de lixo tende a ser modificado, de acordo com FONSECA (2001, p. 06) apud SILVA (2009), lixo é um conjunto de resíduos sólidos, resultantes das atividades diárias do homem na sociedade e dos animais domésticos.

Para JARDIM et. al. (1995, p. 23), lixo e resíduo também são conceituados como sendo a mesma coisa. São “considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Normalmente, apresentam-se sob estado sólido e semilíquido.

Ambientalistas preocupados com a situação adotaram a política dos 3 R’s, (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). Essa política procura despertar a consciência das pessoas para o reaproveitamento dos resíduos, tendo como objetivo a redução da quantidade de produção de lixo.

  • Reduzir: A melhor forma de resolver um problema constante, como é o caso dos resíduos, é a de evitar o seu aparecimento. Uma das atitudes para reduzir a quantidade de lixo gerado é utilizando produtos fabricados de forma diferente, ou prolongando o tempo de vida útil do produto. Costuma-se, por exemplo, utilizar copos descartáveis em festas, escritórios ou mesmo em casa. É muito difícil o mesmo copo ser reutilizado, por ser justamente descartável. Deve-se preferir o uso de materiais mais duráveis, como o vidro ou a porcelana.

Algumas atitudes de redução:

  1. Utilizar recursos não descartáveis para anotações de recados;
  2. Levar embalagens e recipientes de casa para fazer compras, evitando inúmeras sacolas plásticas no lixo;
  3. Embalagens: ao comprar qualquer produto, não utilizar várias embalagens;
  4. Verificar o uso excessivo de papel higiênico ou guardanapos;
  5. Substituir os guardanapos de papel pelos de pano;
  6. Preferência a certos produtos em relação a outros como: lâmpadas de baixo consumo (fluorescentes) que são oito vezes mais duráveis que as incandescentes; cartuchos de impressora recarregáveis; produtos de embalagens recicláveis; produtos de embalagens retornáveis;
  7. Planejar bem as compras para não haver desperdício.

Além de reduzir a quantidade de lixo gerado, deve-se buscar a redução da qualidade do lixo a ser descartado, pois muitas substâncias utilizadas na fabricação de alguns produtos podem causar impactos ambientais graves, tendo consequência também para a saúde humana. A embalagem e a composição de certos produtos devem conter o mínimo de toxicidade.

  • Reutilizar: O desperdício é uma forma irracional de utilizar os recursos, e diversos produtos podem ser reutilizados antes de serem descartados, podendo ser usados na função original ou criando novas formas de utilização. Exemplificando: podemos utilizar os dois lados do papel, confeccionar blocos para rascunhos com papeis escritos ou impressos em apenas um dos lados; reutilizar envelopes e clipes; reutilizar latas, sacos e embalagens plásticas para vasilhames, e até mesmo brinquedos, triturar restos de materiais e entulhos de construção para reutiliza-los em construções simples.
  • Reciclar: A partir de 1970 quando se acentuou a preocupação ambiental, em função do racionamento de matérias-primas é que a reciclagem começou a ser vista com um importante elo para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (art. 3º da Portaria n.º15 de 23 de Janeiro de 1996), a reciclagem refere-se ao reprocessamento dos resíduos num processo de produção, para o fim original ou para outros fins. Quase todos os materiais descartados como lixo podem ser recuperados como matéria-prima, sendo reutilizado na fabricação de um novo produto.

3.8 Coleta seletiva

A ameaça da exaustão dos recursos naturais não renováveis aumenta a necessidade de reaproveitamento dos materiais recicláveis, dessa forma a coleta seletiva que é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis que podem ser: papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados, possui um papel muito importante para o meio ambiente, pois por meio dela recuperam-se matérias primas que de outro modo seriam tiradas da natureza.

Para FELIX (2007),

o lixo também chamado de rejeito, passa por um processo de exclusão: ele é “posto para fora de casa” e deve cumprir ritos de passagem, respeitando regras próprias. Assim não deve ser deixado em qualquer lugar, pois não há duvidas que os resíduos sólidos contém várias substâncias que podem afetar a saúde do homem, seja através de contato direto ou indireto, por meio dos micros e macro vetores, assim como causar impactos extremamente negativos ao meio ambiente.  

A coleta seletiva funciona, também, como um processo de educação ambiental na medida em que sensibiliza a todos sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo.

Alguns produtos e embalagens recicláveis possuem em seu rotulo o símbolo de reciclagem para facilitar na hora de saber o que pode e o que não pode ir para a coleta seletiva, a figura 1 ilustra os símbolos mais encontrados pelos consumidores.

    

 

 

                                       Figura 2-Simbolos de reciclagem

                            Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca

                            /Bis/infantil/reciclagem.htm

 

 

 

 

4 METODOLOGIA

 

A pesquisa foi desenvolvida na Escola de Ensino Fundamental Franklin Pinheiro situada a Rua Joaquim Távora s/n, no município de Porteiras que está localizado ao Sul do Estado do Ceará na Região do Cariri, possui um território de 217,577 km2, cuja população é de 15.061 habitantes (IBGE, 2010), conforme mostra a figura 3.

 

                   Figura 3- Localização do municipio de Porteiras-CE

                                          Fonte: http://www.google.com.br

 

Do total de habitantes segundo a Diretora do Departamento de Dados e Estatísticas da Secretaria Municipal de Educação Maria Lindomar Bezerra Monteiro, 4.113 são estudantes e estão matriculados e frequentando a rede publica de ensino, a distribuição segundo a modalidade de ensino encontra-se no quadro 1.

MODALIDADE DE ENSINO

ALUNOS MATRICULADOS

Educação Infantil

974

Ensino Fundamental I e II

2.530

EJA Fundamental

609

Total

4.113

          Quadro 1- Número de alunos matriculados

                    

A escola de Ensino Fundamental Franklin Pinheiro trabalha com turmas do 3º ao 9º ano do Ensino Fundamental, possui 69 funcionários, 585 alunos, sendo que desse total de alunos foi trabalhada a turma do 6º ano A, com um total de 35 alunos.

Na primeira etapa avaliamos o conhecimento dos alunos sobre as questões ambientais e sobre os resíduos sólidos, utilizando a didática de rodas de conversas, onde os temas discutidos foram: A situação ambiental atual; por que preservar o meio ambiente; consequências da disposição inadequada dos resíduos sólidos; tempos de decomposição de vários tipos de lixo e política dos 3R’s.

Para avaliar que tipo de resíduos são gerados na escola, promovemos na segunda etapa da pesquisa um diagnóstico, utilizando um questionário, após realizamos um debate sobre a filosofia dos 3R’s, como forma de contribuir para uma melhor postura em relação aos resíduos gerados no ambiente escolar.

Após a aplicação do questionário realizamos a dinâmica “O boneco” onde dividimos os alunos em seis grupos, cada grupo ficou responsável por uma parte do boneco: cabeça, tronco, braços, mãos, pernas e pés. Cada grupo desenhou uma parte do corpo do boneco e responderam a uma pergunta, as respostas foram registradas nos cartazes juntamente com o desenho. Perguntas: Cabeça: qual a realidade ambiental que vivemos?, Tronco: o que sentimos sobre o papel do estudante na preservação do meio ambiente?, Braços: até onde podemos alcançar com nossa ação?, Mãos: quais as ferramentas que temos disponíveis na escola para divulgar nossas idéias?, Pernas: que caminhos queremos tomar no desenvolvimento de ações de preservação do nosso meio?, Pés: que resultado desejamos com nossas ações de preservação?

Na próxima etapa realizamos um concurso onde cada aluno escreveu uma frase respondendo a pergunta: O que o lixo causa ao meio ambiente se disposto de forma inadequada?, a melhor frase foi a do aluno Eduardo Vidal.

Para compor a comissão dos alunos utilizamos como requisito as melhores respostas do questionário, onde os escolhidos foram: Eduardo Vidal, Tayane Suyane Gomes, Rhana Ávila Matias e Amanda Morais. Na ultima etapa do projeto realizamos uma oficina de reciclagem com garrafa PET, confeccionamos um painel com informações sobre o meio ambiente e os resíduos sólidos e debatemos sobre a importância de se implantar na escola a coleta seletiva.

 

 

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

 

Inicialmente foi realizado um diagnóstico por meio de uma roda de conversa que permitiu verificar o conhecimento dos alunos acerca das questões ambientais e sobre os resíduos sólidos, onde podemos constatar que 57,14% dos alunos, não sabiam de forma clara a situação ambiental que vivemos hoje, não conheciam a politica dos 3R’s, e pouco se engajavam nas questões ambientais, e 42,86% dos alunos participaram da conversa, conheciam a importância das questões que estavam sendo discutidas e apontavam problemas e soluções para o meio ambiente, conforme ilustra o gráfico 1.                     

Mediante a explanação realizada com o auxilio do datashow e dos slides que ilustravam situações de degradação ambiental, foi-se percebendo o interesse dos alunos em debater e participar das práticas para a melhoria da qualidade ambiental, conforme mostra a figura 4.

 A aplicação do questionário (figura 5) serviu para avaliarmos os resíduos produzidos na escola que são a maioria papel, plástico e matéria orgânica proveniente da merenda escolar, e avaliar ainda o destino do lixo produzido na escola que é o lixão. Um fator importante apontado pelos alunos é que a matéria orgânica proveniente da merenda escolar é reaproveitada, servindo como alimento para porcos no município.

De acordo com as demais respostas, avaliamos que os alunos já estavam entendendo o proposito de se preservar o meio ambiente através da ação coletiva, pois debatiam o que causa o lixo se disposto de forma inadequada, e apontavam soluções para os resíduos sólidos produzidos na escola e na comunidade porteirense.

Por meio da realização da dinâmica “O boneco” os alunos demostraram profunda atenção com o meio ambiente, onde as perguntas da dinâmica e as respostas dadas pelos alunos encontram-se no quadro 2, e figura 6.

Perguntas da dinâmica

Respostas dos alunos

Grupo 1 Cabeça: qual a realidade ambiental que vivemos?

O meio ambiente de Porteiras está sendo destruído pelo homem, pois as árvores estão sendo cortadas para a fabricação de carvão.

Grupo 2 Tronco: o que sentimos sobre o papel do estudante na preservação do meio ambiente?

Sentimos que cabe ao estudante lutar junto aos órgãos públicos para diminuir os danos que o homem está causando ao meio ambiente.

Grupo 3 Braços: até onde podemos alcançar com as nossas ações de preservação?

Se todos nós lutarmos a favor do meio ambiente, chegaremos a uma melhor qualidade de vida, viveremos mais em harmonia.

Grupo 4 Mãos: quais as ferramentas que temos disponíveis na escola para divulgar nossas idéias?

Na escola nós aprendemos o que fazer para cuidar do meio ambiente, com essas informações nós podemos retransmitir para nossos pais e para a comunidade.

Grupo 5 Pernas: que caminhos queremos tomar no desenvolvimento de ações de preservação de nosso meio?

Cuidar do lixo produzido na escola, manter sempre limpa a escola, não jogar lixo nas ruas e fazer uso dos 3R’s.

Grupo 6 Pés: que resultado desejamos com nossas ações de preservação?

Desejamos que todos possam viver com saúde e bem, pois quando cuidamos do meio ambiente estamos também cuidando de todos nós.

 

6 CONCLUSÃO

 

A educação ambiental assume a cada dia um papel muito importante na busca de um ambiente equilibrado, pois não se pode tratar das questões ambientais sem mostrar os motivos para o qual se está discutindo temas ligados ao meio ambiente.

Com o desenvolvimento da pesquisa, foi possível observar que a participação da comunidade escolar foi de fundamental importância, pois possibilitou uma educação ambiental sólida levando à inserção na construção de novos modelos de conhecimento em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos na escola. Durante todo o trabalho foi possível, por meio das atividades e das discussões mostrar aos alunos as causas e consequências dos problemas ambientais.

A educação ambiental é uma atividade que exige certo esforço por parte dos educadores, pois novas fontes de poluição e de degradação são criadas a cada dia, e há a necessidade de se debater constantemente temas ligados ao meio ambiente em sala de aula. Considera-se, portanto, que o envolvimento dos professores é de fundamental importância no desenvolvimento de uma comunidade escolar sustentável.

A realização deste trabalho enfatiza o fato que a educação ambiental é realmente o instrumento necessário e eficaz para promover a mudança de paradigma da sociedade e consequentemente alcançar o desenvolvimento sustentável. Tendo a clareza que a natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como um dos processos vitais.

 

 

 

 

 

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABDALA, W. J. S.; RODRIGUES, F. M. J.; ANDRADE, B. L.; Educação ambiental e coleta seletiva: importância e contextualização no mundo atual; travessias, 2 edição, 2007.

BRASIL, ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, Resíduos sólidos – Classificação, 2004.

BRASIL, Constituição Federal 1988, art.225, §1º, VI.

BRASIL, PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: meio ambiente e saúde, Secretaria de Educação Fundamental, Brasília-BR, p. 128, 1997.

BRASIL, Política Nacional de Educação Ambiental, Lei 9.795/1999.

BRASIL, Portaria n.º15, 23 de Janeiro de 1996.

FELIX, R. A. Z.;  Coleta seletiva em ambiente escolar, Rev. eletrônica Mestradoem Educação Ambiental, v.18, janeiro a junho de 2007.

GEIN, E. A. T.; Ambientar arte na educação, 2005.

GOMES, A.; Legislação ambiental e direito: um olhar sobre o Artigo 225 da constituição da república federativa do Brasil; Revista Científica Eletrônica de Administração, Editora FAEF, Ano VIII, Número 14, Junho de 2008.

HENRIQUES, R.; TRAJBER, R.; MELLO, S.; LIPAI, E. M.; CHAMUSCA, A.; Educação Ambiental: aprendizes de sustentabilidade, Ministério da Educação, Brasília-DF, 2007.

HERNÁNDEZ, F.; Cultura visual, mudança educativa e projetos de trabalho, Porto Alegre, 2000.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> acesso: Maio de 2011.

INEP - INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS,  2010. 

JACOBI, P.; Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade, cadernos de Pesquisa, n. 118, 2003.

JARDIM, N. S. et. al. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas: CEMPRE, 1995.

LIMA, G. F. C.; Questão ambiental e educação: contribuições para o debate. Ambiente & Sociedade, NEPAM/UNICAMP, Campinas, ano II, nº 5, 135-153, 1999.

MORALES, F. M.; SILVA, J. M. P.; Educação ambiental e os resíduos sólidos no âmbito escolar, Belém Pará, 2007.

PHILIPPI, A,; PELICIONI, M. C. F.; Educação Ambiental e sustentabilidade, Barueri-SP, Manole, 2005.

SILVA, A. P.; Educação ambiental em resíduos sólidos nas unidades escolares municipais de Presidente Prudente – SP, Dissertação de mestrado – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciência e Tecnologia, 2009.

TORRES, L. F. C.; RODRIGUES, M. G.; Gerenciamento e destino dos resíduos sólidos numa escola municipal no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

 

 

      INSTITUTO CENTRO DE ENSINO TECNOLÓGICO-CENTEC

FACULDADE DE TECNOLOGIA-FATEC CARIRI

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SANEAMENTO AMBIENTAL

 

 

GEORGE DANTAS SARAIVA

MARYANNA ANDRÉ GALVÃO

 

 

 

 

 

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS FOMENTANDO A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL EM UNIDADE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE PORTEIRAS-CE

 

 

 

 

 

 

 

 

JUAZEIRO DO NORTE-CE

2014

GEORGE DANTAS SARAIVA

MARYANNA ANDRÉ GALVÃO

 

 

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS FOMENTANDO A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL EM UNIDADE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE PORTEIRAS-CE

 

 

 

 

 

Monografia apresentada ao curso superior de Tecnologiaem Saneamento Ambientalda Faculdade de Tecnologia FATEC-CENTEC Cariri, como requisito para obtenção do título de Tecnólogaem Saneamento Ambiental. 

Orientadora: Esp. Michele da Silva Chaves

 

 

 

JUAZEIRO DO NORTE-CE

2014

RESUMO

 

O homem como qualquer outra espécie habitante do planeta, interage com o ambiente para atender suas necessidades, porém, essa interação ultrapassou a questão da simples sobrevivência e está resultando no agravamento das questões ambientais. As ações de degradação sobre o meio ambiente incluindo os resíduos sólidos são as principais causas de enchentes, doenças de veiculação hídrica, perda da biodiversidade dentre outros. Portanto, a Educação Ambiental associada aos resíduos sólidos pode ajudar a tornar mais relevante a educação geral, que pode ser considerada como uma excelente base na qual se desenvolvam novas maneiras de viver sem destruir o meio ambiente. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi utilizar a Educação Ambiental para fomentação da construção cidadã ambiental, promovendo o entendimento sobre a importância do gerenciamento dos resíduos sólidos no campo escolar. Para se atingir este objetivo, metodologicamente a pesquisa caracterizou-se como qualitativa e quantitativa, pois envolveu a aplicação de questionários, rodas de conversa, dinâmicas e oficina de reciclagem a fim de avaliar o conhecimento dos alunos acerca das questões ambientais, caracterizando que tipo de resíduos sólidos são mais produzidos na escola, contribuindo assim, para uma educação ambiental mais sólida. Mediante a explanação realizada na roda de conversa, foi-se percebendo o interesse dos alunos em debater e participar das práticas para a melhoria da qualidade ambiental, pois os mesmos debatiam o que causa o lixo se disposto de forma inadequada e apontavam soluções para os resíduos sólidos produzidos na escola e na comunidade porteirense. Por meio da realização da dinâmica “O boneco”, os alunos demostraram profunda atenção com o meio ambiente. Com o desenvolvimento da pesquisa, foi possível observar que a participação da comunidade escolar foi de fundamental importância, pois possibilitou uma educação ambiental dinamizada e com uma excelente participação de todos, levando à inserção na construção de novos modelos de conhecimento em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos na escola. 

Palavras chave: Educação Ambiental. Resíduos Sólidos.

                                                                                               

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ABSTRACT

 

A man like any other kind person on the planet interacts with the environment to meet your needs, however, this interaction has surpassed the question of simple survival and is resulting in the aggravation of environmental issues. The actions of degradation on the environment including solid waste are the main causes of flooding, waterborne diseases, loss of biodiversity, among others. Therefore, the environmental education associated with solid waste can help make it more relevant to general education, which can be regarded as an excellent basis on which to develop new ways of living without destroying the environment. Thus, the objective was to use the Environmental Education for the construction fostering environmental citizenship, promoting understanding of the importance of managing solid waste in the school environment. To achieve this goal, the methodology research was characterized as qualitative and quantitative, since it involved the application of questionnaires, round of conversation, dynamic and recycling workshop to assess the students' knowledge on environmental issues, characterizing the type of solid waste produced at school are more, thus contributing to a stronger environmental education. Through the explanation made ​​in the wheel of conversation, has been noticing the interest of students to discuss and participate in practices to improve environmental quality, it debated what causes waste if disposed of improperly and point solutions to the solid waste produced in the school and community porteirense. Through the realization of dynamic “The doll” students showed deep care for the environment. With the development of research, it was observed that the participation of the school community was of paramount importance, it enabled a streamlined environmental education and an excellent participation of all, leading to inclusion in the construction of new models of knowledge in relation to the management of solid waste produced at school.

Keywords: Environmental Education. Solid Waste.

 

 

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12

2 OBJETIVOS............................................................................................................14

2.1 Objetivo geral.......................................................................................................14

2.2 Objetivos específicos............................................................................................14

3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................15

3.1 O homem e a questão ambiental.........................................................................15

3.2 Meio ambiente e legislação ambiental.................................................................15

3.3 Educação ambiental.............................................................................................16

3.3.1 Educação ambiental para uma escola saudável...............................................18

3.3.2 Ambientar arte na educação.............................................................................19

3.4 Resíduos sólidos e o meio ambiente....................................................................19

3.4.1 Poluição associada aos resíduos sólidos..........................................................20

3.5 Classificação dos resíduos sólidos.......................................................................21

3.6 Gerenciamento dos resíduos sólidos no ambiente escolar..................................23

3.7 Politica dos 3 R’s..................................................................................................23

3.8 Coleta seletiva......................................................................................................25

4 METODOLOGIA.....................................................................................................27

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................29

6 CONCLUSÃO.........................................................................................................35

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................36

8 APÊNDICE A..........................................................................................................38

1 INTRODUÇÃO

 

Desde os primórdios de sua existência o homem como qualquer outra espécie habitante do planeta, interage com o ambiente para atender suas necessidades. Em consequência essa interação resulta no agravamento das questões ambientais, onde uma das principais questões em destaque são os resíduos sólidos.

Uma vez dispostos de forma inadequada, os resíduos sólidos contribuirão para o colapso ambiental. As ações de degradação sobre o meio ambiente incluindo os resíduos sólidos são as principais causas de enchentes, doenças de veiculação hídrica, perda da biodiversidade dentre outros.

Por ser um processo que deve durar por toda a vida a educação ambiental associada aos resíduos sólidos pode ajudar a tornar mais relevante a educação geral, que pode ser considerada como uma excelente base na qual se desenvolvam novas maneiras de viver sem destruir o meio ambiente (MULLER, 2002).

A partir da Constituição Federal de 1988, um importante passo foi dado no sentido de tornar a educação ambiental exigência constitucional, mas apesar disto, somente dois anos após a Constituição é que começou a ser definido um perfil para a educação ambiental em termos nacionais.

Promover a educação ambiental acerca dos resíduos sólidos na Escola de Ensino Fundamental Franklin Pinheiro no município de Porteiras-CE, é um meio de contribuição para a formação de cidadãos conscientes, críticos, proativos e competentes no desenvolvimento da sustentabilidade. Aplicar a educação ambiental e propor a implantação da coleta seletiva na escola contribui para a realização de um trabalho participativo para a discussão de problemas e potencialidades do nosso meio.

Propondo uma aliança entre educação ambiental e coleta seletiva é possível estabelecer ainda de forma mais sólida tanto a filosofia dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) quanto às demais ações para a preservação do meio ambiente. Quando todos ficam cientes do seu poder ou dever de separar o lixo, passam a contribuir mais ativamente ao programa de educação ambiental.

Configurando esse aspecto precede a escola como um espaço de construção da cidadania onde crianças e jovens dão continuidade ao processo de socialização e aprendizagem perante a sociedade, uma vez que os valores e normas adotados pela escola representam para todos um símbolo que deve ser seguido. Porém, faz-se necessário engajar em sua metodologia questões atuais, problematizando-as e discutindo causas e propostas de ações concretas para a solução dos problemas ambientais.

A escola dentro da educação ambiental deve sensibilizar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando-o a analisar criticamente os princípios que tem levado à destruição inconsequente dos recursos naturais e de várias espécies. Dessa forma, a discursão de temas ligados a padrões de consumo, educação e gestão ambiental participativa foi imprescindível, visando promover vínculos afetivos e culturais dos alunos e funcionários com a sociedade porteirense.

A participação de todos constituiu-se num instrumento fundamental para o estabelecimento de relações mais diretas, flexíveis e transparentes no sentido de se atingir a meta proposta, reforçando os laços de solidariedade e direcionando-se a busca de uma cidadania ativa.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

 

Utilizar a Educação Ambiental para fomentação da construção cidadã ambiental, promovendo o entendimento sobre a importância do gerenciamento dos Resíduos Sólidos no campo escolar.

2.2 Objetivos específicos

  • Avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre as questões ambientais;
  • Instrumentar os atores sociais (alunos e funcionários) para o entendimento das questões ambientais;
  • Propor a implantação da Coleta Seletiva no ambiente escolar.

3 REVISÃO DE LITERATURA

 

3.1 O homem e a questão ambiental

Segundo ABDALA (2007), nos últimos anos tem crescido a atenção apontando que o meio ambiente demonstra profundos e crescentes danos de esgotamento de seus recursos naturais, com graves consequências ambientais preocupantes tanto para a sustentabilidade econômica quanto para a qualidade de vida da sociedade contemporânea e futura.

 A contaminação, a escassez dos recursos hídricos, o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, o degelo polar, a extinção de espécies na fauna e na flora, a desertificação, o desaparecimento das florestas, as queimadas irregulares, as enchentes e as grandes tempestades são alguns dos problemas ambientais que nacional e internacionalmente estão sendo cada vez mais difundidos e discutidos nos mais variados veículos de comunicação.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’S sobre meio ambiente e saúde da Secretaria de Educação Fundamental de Brasília (1997),

á medida que a humanidade aumenta sua capacidade de intervir na natureza para satisfação de necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos em função da tecnologia disponível. Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização, com sua forma de produção e organização do trabalho, além da mecanização da agricultura, que inclui o uso intenso de agrotóxicos, e a urbanização, com um processo de concentração populacional nas cidades.

A questão ambiental revela o retrato de uma crise pluridimensional que aponta para a exaustão de um determinado modelo de sociedade que produz, desproporcionalmente, mais problemas que soluções e, onde as soluções propostas, por sua parcialidade, limitação, interesse ou má fé, terminam se constituindo em nova fonte de problemas (LIMA, 1999).

3.2 Meio Ambiente e legislação ambiental

Até o início dos anos oitenta pode-se dizer que não havia uma legislação de proteção ao meio ambiente no Brasil, o que havia, até então, eram escassas regulamentações com ordenamentos relativos à água e florestas, no entanto, o objetivo era mais a proteção econômica à específica proteção ambiental. Nesse contexto vale lembrar que as Constituições brasileiras anteriores à de 1988 não traziam, em seu texto normativo, nenhuma regra específica em relação ao meio ambiente e sua necessária proteção (GOMES, 2008).

 A Constituição Federal de 1988 lembrou-se da importância do meio ambiente saudável, como condição necessária para assegurar a sobrevivência das futuras gerações e, em seu art.225 assegura a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

O parágrafo primeiro aponta que para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público, entre outras atribuições, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.

A Lei 9.795/1999 (Política Nacional de Educação Ambiental) estabelece que, entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, sendo um componente essencial da educação nacional, estando presente em todos os níveis de ensino de forma articulada, contínua e permanente.

3.3 Educação ambiental

A Educação Ambiental surgiu no Brasil muito antes da sua institucionalização no Governo Federal. Relata-se a existência de um persistente movimento conservacionista até o início dos anos 70, quando ocorre a emergência de um ambientalismo que se unem às lutas pelas liberdades democráticas, manifestada através da ação isolada de professores, estudantes e escolas, por meio de pequenas ações de organizações da sociedade civil, de prefeituras municipais e governos estaduais, com atividades educacionais voltadas a ações para recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente (HENRIQUES et. al., 2007).

A educação ambiental se constitui numa forma abrangente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo participativo permanente que procura incutir uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução de problemas ambientais.

Para PHILIPPI & PELICIONI  (2005, p. 3-6),

a educação ambiental vai formar e preparar cidadãos para a reflexão crítica e para uma ação social corretiva ou transformadora do sistema, de forma a tornar viável o desenvolvimento integral dos seres humanos... No entanto sabe-se que a consciência ecológica (ambiental) não garante uma ação transformadora. Para que a educação ambiental se efetive, é preciso que conhecimentos e habilidades sejam incorporados, e que principalmente atitudes sejam formadas a partir de valores éticos e de justiça social, pois são essas atitudes que predispõe a ação.

Não podemos entender a educação como uma panaceia, capaz de solucionar todos os problemas sociais, mas também, consideramos não ser possível pensar e exercitar a mudança social sem integrar a dimensão educacional. O relacionamento da humanidade com a natureza, que teve início com um mínimo de interferência nos ecossistemas, tem hoje culminado numa forte pressão exercida sobre os recursos naturais, (LIMA, 1999).

A escola é um instrumento de conscientização fundamental na produção de conhecimento e na preocupação de formar indivíduos capazes de entender e ser responsável pelo meio ambiente em que vivem. Com a educação ambiental as crianças e adolescentes têm a possibilidade de promover mudanças no seu comportamento e influenciar outras pessoas em relação aos problemas ambientais, MORALES (2007).

Neste sentido, JACOBI (2003) afirma que o educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.

Esse contexto nos remete ao pensamento de que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a corresponsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro crescente de degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente.

3.3.1 Educação ambiental para uma escola saudável

 

Por muito tempo, a educação na escola centrou a sua ação nas individualidades, tentando mudar comportamentos e atitudes sem, muitas vezes, levar em conta as inúmeras influências provenientes da realidade socioeconômica, politica e cultural na qual as crianças estavam inseridas.

A promoção da saúde no âmbito escolar parte de uma visão integral e multidisciplinar do ser humano, que considera as pessoas em seu contexto familiar, comunitário e social. Procura desenvolver destrezas para o cuidado com a saúde e a prevenção das condutas de risco em todas as oportunidades educativas; fomenta uma analise critica e reflexiva sobre os valores, condutas, condições sociais e estilos de vida, buscando fortalecer tudo aquilo que contribui para a melhoria da saúde, da qualidade ambiental e do desenvolvimento humano (PELICIONI 2005, p. 827).

É necessário compreender a variedade de fatores que podem afetar a saúde, o meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas. Essas devem ser as bases para que a educação e a promoção da saúde sejam colocadas em prática (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 1995, apud PELICIONI, 2005).

A saúde não pode ser tratada como uma questão individual, pois ela parte de uma visão geral, ou seja, para que o individuo desfrute de total saúde ele necessita que o meio em que ele vive possa promover a saúde a qual é necessária para sua sobrevivência.

A ideia de uma escola promotora da saúde é o reconhecimento de que a educação em saúde e a educação ambiental possa atrair ações pedagógicas, de prevenção e promoção da saúde, e de conservação do meio ambiente. Assim, todos os envolvidos na escola poderão por meio da educação ambiental contribuir para a limpeza da escola, para a manutenção da área verde, tomarão cuidado com os resíduos sólidos produzidos, enfim, promoverão com essas simples ações uma excelente qualidade de vida para todos os que convivem no ambiente escolar.

  

3.3.2 Ambientar arte na educação

A utilização da arte pela educação ambiental é uma forma de se trabalhar a alegria das crianças, o lúdico, a beleza e a criatividade, auxiliando em um processo de criação de conceitos, e novas posturas ambientais.

A alegria resgata a esperança necessária para que as pessoas possam encarar a história como possibilidade de vir a ser o que ainda não é. E para que a alegria se estabeleça, é imprescindível que todos sintam o prazer no processo educativo (GEIN, 2005).

A arte possibilita a capacidade de antever uma nova vida, uma outra forma para a realidade, o exercício da reciclagem possibilita a criação dessa nova realidade, onde se consegue extrair um objeto novo por meio de um que já foi utilizado muitas vezes.

A articulação entre a arte educação e a educação ambiental, no contexto escolar, pode apresentar-se como um caminho no desenvolvimento de práticas educativas socioambientais.

Segundo HERNANDEZ (2000; p.53), as obras artísticas, os elementos da cultura visual, são, portanto, objetos que levam a refletir sobre as formas de pensamento da cultura na qual se produzem.

3.4 Resíduos sólidos e o meio ambiente

Com a Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver a era dos descartáveis em que a maior parte dos produtos desde os guardanapos de papel e latas de refrigerante, até os computadores são inutilizados e jogados fora com enorme rapidez.

Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos desenvolvidas.

Verifica-se, entretanto que na grande maioria dos municípios, a destinação dos resíduos sólidos ocorre de forma incorreta, por meio da simples disposição no solo, o que ocasiona graves problemas ambientais, sanitários, econômicos e sociais. Assim, a geração excessiva e o gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos constituem-se em um dos principais problemas ambientais da atualidade.

Segundo SILVA (2009),

A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB (2000) realizada e editada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2002) estima que no Brasil, nas cidades com até 200.000 habitantes, são recolhidos de450 a700 gramasde resíduos por habitante; nas cidades com mais de 200 mil habitantes, essa quantidade aumenta para a faixa entre 800 e1.200 gramaspor habitante. Vale ressaltar que o volume per capita (kg/hab/dia) de lixo gerado tem crescido a cada ano. Conforme os dados da Associação Compromisso Empresarial para Reciclagem – CEMPRE (2006) os resíduos sólidos são dispostos da seguinte maneira:

 

 

                                   Figura 1: Disposição dos resíduos sólidos

                                 urbanos.

                                 Fonte: CEMPRE 2006 apud SILVA 2009.

 

“Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso? (Luis Fernando Veríssimo).”

3.4.1 Poluição associada aos resíduos sólidos

A poluição ambiental provocada pelo crescente acúmulo de lixo representa uma ameaça para a saúde da população em geral, pois se disposto de forma inadequada o lixo pode levar à dispersão de microorganismos como vírus, bactérias, fungos, dentre outros.

A principal causa da poluição provocada pelos resíduos sólidos que vem aumentando muito nos últimos anos se dá devido ao elevado número de diferentes produtos descartáveis, o aumento na quantidade de resíduos, especialmente em embalagens associadas com cada objeto produzido e a tendência para aglomerar resíduos de tal modo que sobrecarrega o processo natural de decomposição, isso implica no elevado índice de poluição.

Em seu projeto sobre gerenciamento e destino dos resíduos sólidos numa escola municipal no Rio de Janeiro os autores TORRES & RODRIGUES (2006) afirmam que,

as questões ambientais são vistas como o resultado do desgaste da relação entre a sociedade moderna e o meio ambiente, demonstrando claramente a chamada crise ambiental que na verdade é uma crise de civilizações, gerada pelo modo de produção e de vida social, causando um conflito entre o mundo humano e ambiental.

As soluções para os problemas causados pelos resíduos sólidos são complexas, pois eles possuem uma grande diversidade de materiais, o que leva a necessidade de soluções específicas e satisfatórias para cada um. As soluções que causam menos impactos são inviáveis do ponto de vista econômico, como por exemplo, os aterros sanitários, que para uma cidade pequena se torna bastante oneroso, somente um gerenciamento ou sistema de gestão integrada, irá permitir e definir a melhor combinação das soluções disponíveis, e compatíveis às condições de cada município.

3.5 Classificação dos resíduos sólidos

 

O lixo pode ser classificado segundo JARDIM et. al. (1995, p. 23) por meio de vários aspectos:

  • Natureza física: seco e molhado;
  • Composição química: orgânica e inorgânica;
  • Riscos potenciais ao meio ambiente: perigosos, não perigosos e inertes;
  • Origem:
  1. Domiciliar: Aquele originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como: cascas de fruta, verduras etc.), produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis, entre outros.
  2. Comercial: Aquele originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes etc. O lixo destes estabelecimentos e serviços tem um forte componente de papel, plástico, embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários, tais como: papéis toalha, papel higiênico etc.
  3. Público: São aqueles originários dos serviços de limpeza pública urbana incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores etc., e de limpeza de áreas de feiras livres, constituídos por restos vegetais diversos, embalagens etc.
  4. Serviços de saúde e hospitalar: Constituem os resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde etc.
  5. Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: Constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio pessoal e restos de alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e países.

 

  1. Agrícola: Resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita etc. Em várias regiões do mundo estes resíduos já constituem uma preocupação crescente, destacando-se as enormes quantidades de esterco animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva. Também embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, tem sido alvo de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação.
  2. Entulho: Resíduos da construção civil – demolições e restos de obras, solos de escavações etc. O entulho é geralmente um material inerte de reaproveitamento.

 A Norma 10004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (2004) classifica como resíduos sólidos e semissólidos:

os que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviáveis seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpos d´água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível.

3.6 Gerenciamento dos resíduos sólidos no ambiente escolar

Para MORALES (2007), o debate sobre os resíduos sólidos na escola, com a educação ambiental sendo uma auxiliar desse processo, é uma forma de contribuir e considerar posturas responsáveis com o meio ambiente, e se tratando da complexidade da educação ambiental no âmbito escolar, os resíduos sólidos são ainda, um dos grandes problemas existentes, em virtude da falta de estudos que procurem identificar em quais situações a educação ambiental, aliada às práticas ambientais podem intervir numa forma de desenvolvimento sustentável no ambiente escolar, e no dia-a-dia dos alunos.

Ainda é comum após o intervalo encontrar-mos em algumas escolas vários papeis jogados pelo chão, sendo assim, a proposta de se trabalhar a educação ambiental na escola alcança não apenas novas posturas em relação ao meio ambiente, possibilita a interação dos alunos com o meio em que vive, fazendo com que os mesmos despertem o hábito de jogar o lixo no lixo, melhorando assim o próprio ambiente da escola. Dessa forma, MORALES (2007) afirma que o renovar do sujeito como elemento presente e atuante na natureza, insere-o como possibilitador de mudanças que contemple ele como agente fundamental nesta relação.

Uma solução para melhorar o hábito dos alunos quanto à questão de jogar o lixo no pátio da escola, é propor-lhes a coleta seletiva que é uma ação educativa onde visa investir na mudança de pensamento e comportamento, como um elo para trabalhar a transformação da consciência ambiental.

3.7 Politica dos 3’Rs

Nos últimos anos, nota-se uma tendência mundial em reaproveitar cada vez mais os produtos jogados no lixo para fabricação de novos objetos através dos processos de reciclagem, o que representa economia de matéria prima e de energia fornecidas pela natureza. Assim, o conceito de lixo tende a ser modificado, de acordo com FONSECA (2001, p. 06) apud SILVA (2009), lixo é um conjunto de resíduos sólidos, resultantes das atividades diárias do homem na sociedade e dos animais domésticos.

Para JARDIM et. al. (1995, p. 23), lixo e resíduo também são conceituados como sendo a mesma coisa. São “considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Normalmente, apresentam-se sob estado sólido e semilíquido.

Ambientalistas preocupados com a situação adotaram a política dos 3 R’s, (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). Essa política procura despertar a consciência das pessoas para o reaproveitamento dos resíduos, tendo como objetivo a redução da quantidade de produção de lixo.

  • Reduzir: A melhor forma de resolver um problema constante, como é o caso dos resíduos, é a de evitar o seu aparecimento. Uma das atitudes para reduzir a quantidade de lixo gerado é utilizando produtos fabricados de forma diferente, ou prolongando o tempo de vida útil do produto. Costuma-se, por exemplo, utilizar copos descartáveis em festas, escritórios ou mesmo em casa. É muito difícil o mesmo copo ser reutilizado, por ser justamente descartável. Deve-se preferir o uso de materiais mais duráveis, como o vidro ou a porcelana.

Algumas atitudes de redução:

  1. Utilizar recursos não descartáveis para anotações de recados;
  2. Levar embalagens e recipientes de casa para fazer compras, evitando inúmeras sacolas plásticas no lixo;
  3. Embalagens: ao comprar qualquer produto, não utilizar várias embalagens;
  4. Verificar o uso excessivo de papel higiênico ou guardanapos;
  5. Substituir os guardanapos de papel pelos de pano;
  6. Preferência a certos produtos em relação a outros como: lâmpadas de baixo consumo (fluorescentes) que são oito vezes mais duráveis que as incandescentes; cartuchos de impressora recarregáveis; produtos de embalagens recicláveis; produtos de embalagens retornáveis;
  7. Planejar bem as compras para não haver desperdício.

Além de reduzir a quantidade de lixo gerado, deve-se buscar a redução da qualidade do lixo a ser descartado, pois muitas substâncias utilizadas na fabricação de alguns produtos podem causar impactos ambientais graves, tendo consequência também para a saúde humana. A embalagem e a composição de certos produtos devem conter o mínimo de toxicidade.

  • Reutilizar: O desperdício é uma forma irracional de utilizar os recursos, e diversos produtos podem ser reutilizados antes de serem descartados, podendo ser usados na função original ou criando novas formas de utilização. Exemplificando: podemos utilizar os dois lados do papel, confeccionar blocos para rascunhos com papeis escritos ou impressos em apenas um dos lados; reutilizar envelopes e clipes; reutilizar latas, sacos e embalagens plásticas para vasilhames, e até mesmo brinquedos, triturar restos de materiais e entulhos de construção para reutiliza-los em construções simples.
  • Reciclar: A partir de 1970 quando se acentuou a preocupação ambiental, em função do racionamento de matérias-primas é que a reciclagem começou a ser vista com um importante elo para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (art. 3º da Portaria n.º15 de 23 de Janeiro de 1996), a reciclagem refere-se ao reprocessamento dos resíduos num processo de produção, para o fim original ou para outros fins. Quase todos os materiais descartados como lixo podem ser recuperados como matéria-prima, sendo reutilizado na fabricação de um novo produto.

3.8 Coleta seletiva

A ameaça da exaustão dos recursos naturais não renováveis aumenta a necessidade de reaproveitamento dos materiais recicláveis, dessa forma a coleta seletiva que é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis que podem ser: papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados, possui um papel muito importante para o meio ambiente, pois por meio dela recuperam-se matérias primas que de outro modo seriam tiradas da natureza.

Para FELIX (2007),

o lixo também chamado de rejeito, passa por um processo de exclusão: ele é “posto para fora de casa” e deve cumprir ritos de passagem, respeitando regras próprias. Assim não deve ser deixado em qualquer lugar, pois não há duvidas que os resíduos sólidos contém várias substâncias que podem afetar a saúde do homem, seja através de contato direto ou indireto, por meio dos micros e macro vetores, assim como causar impactos extremamente negativos ao meio ambiente.  

A coleta seletiva funciona, também, como um processo de educação ambiental na medida em que sensibiliza a todos sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo.

Alguns produtos e embalagens recicláveis possuem em seu rotulo o símbolo de reciclagem para facilitar na hora de saber o que pode e o que não pode ir para a coleta seletiva, a figura 1 ilustra os símbolos mais encontrados pelos consumidores.

    

 

 

                                       Figura 2-Simbolos de reciclagem

                            Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca

                            /Bis/infantil/reciclagem.htm

 

 

 

 

4 METODOLOGIA

 

A pesquisa foi desenvolvida na Escola de Ensino Fundamental Franklin Pinheiro situada a Rua Joaquim Távora s/n, no município de Porteiras que está localizado ao Sul do Estado do Ceará na Região do Cariri, possui um território de 217,577 km2, cuja população é de 15.061 habitantes (IBGE, 2010), conforme mostra a figura 3.

 

                   Figura 3- Localização do municipio de Porteiras-CE

                                          Fonte: http://www.google.com.br

 

Do total de habitantes segundo a Diretora do Departamento de Dados e Estatísticas da Secretaria Municipal de Educação Maria Lindomar Bezerra Monteiro, 4.113 são estudantes e estão matriculados e frequentando a rede publica de ensino, a distribuição segundo a modalidade de ensino encontra-se no quadro 1.

MODALIDADE DE ENSINO

ALUNOS MATRICULADOS

Educação Infantil

974

Ensino Fundamental I e II

2.530

EJA Fundamental

609

Total

4.113

          Quadro 1- Número de alunos matriculados

                    

A escola de Ensino Fundamental Franklin Pinheiro trabalha com turmas do 3º ao 9º ano do Ensino Fundamental, possui 69 funcionários, 585 alunos, sendo que desse total de alunos foi trabalhada a turma do 6º ano A, com um total de 35 alunos.

Na primeira etapa avaliamos o conhecimento dos alunos sobre as questões ambientais e sobre os resíduos sólidos, utilizando a didática de rodas de conversas, onde os temas discutidos foram: A situação ambiental atual; por que preservar o meio ambiente; consequências da disposição inadequada dos resíduos sólidos; tempos de decomposição de vários tipos de lixo e política dos 3R’s.

Para avaliar que tipo de resíduos são gerados na escola, promovemos na segunda etapa da pesquisa um diagnóstico, utilizando um questionário, após realizamos um debate sobre a filosofia dos 3R’s, como forma de contribuir para uma melhor postura em relação aos resíduos gerados no ambiente escolar.

Após a aplicação do questionário realizamos a dinâmica “O boneco” onde dividimos os alunos em seis grupos, cada grupo ficou responsável por uma parte do boneco: cabeça, tronco, braços, mãos, pernas e pés. Cada grupo desenhou uma parte do corpo do boneco e responderam a uma pergunta, as respostas foram registradas nos cartazes juntamente com o desenho. Perguntas: Cabeça: qual a realidade ambiental que vivemos?, Tronco: o que sentimos sobre o papel do estudante na preservação do meio ambiente?, Braços: até onde podemos alcançar com nossa ação?, Mãos: quais as ferramentas que temos disponíveis na escola para divulgar nossas idéias?, Pernas: que caminhos queremos tomar no desenvolvimento de ações de preservação do nosso meio?, Pés: que resultado desejamos com nossas ações de preservação?

Na próxima etapa realizamos um concurso onde cada aluno escreveu uma frase respondendo a pergunta: O que o lixo causa ao meio ambiente se disposto de forma inadequada?, a melhor frase foi a do aluno Eduardo Vidal.

Para compor a comissão dos alunos utilizamos como requisito as melhores respostas do questionário, onde os escolhidos foram: Eduardo Vidal, Tayane Suyane Gomes, Rhana Ávila Matias e Amanda Morais. Na ultima etapa do projeto realizamos uma oficina de reciclagem com garrafa PET, confeccionamos um painel com informações sobre o meio ambiente e os resíduos sólidos e debatemos sobre a importância de se implantar na escola a coleta seletiva.

 

 

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

 

Inicialmente foi realizado um diagnóstico por meio de uma roda de conversa que permitiu verificar o conhecimento dos alunos acerca das questões ambientais e sobre os resíduos sólidos, onde podemos constatar que 57,14% dos alunos, não sabiam de forma clara a situação ambiental que vivemos hoje, não conheciam a politica dos 3R’s, e pouco se engajavam nas questões ambientais, e 42,86% dos alunos participaram da conversa, conheciam a importância das questões que estavam sendo discutidas e apontavam problemas e soluções para o meio ambiente, conforme ilustra o gráfico 1.                     

Mediante a explanação realizada com o auxilio do datashow e dos slides que ilustravam situações de degradação ambiental, foi-se percebendo o interesse dos alunos em debater e participar das práticas para a melhoria da qualidade ambiental, conforme mostra a figura 4.

 A aplicação do questionário (figura 5) serviu para avaliarmos os resíduos produzidos na escola que são a maioria papel, plástico e matéria orgânica proveniente da merenda escolar, e avaliar ainda o destino do lixo produzido na escola que é o lixão. Um fator importante apontado pelos alunos é que a matéria orgânica proveniente da merenda escolar é reaproveitada, servindo como alimento para porcos no município.

De acordo com as demais respostas, avaliamos que os alunos já estavam entendendo o proposito de se preservar o meio ambiente através da ação coletiva, pois debatiam o que causa o lixo se disposto de forma inadequada, e apontavam soluções para os resíduos sólidos produzidos na escola e na comunidade porteirense.

Por meio da realização da dinâmica “O boneco” os alunos demostraram profunda atenção com o meio ambiente, onde as perguntas da dinâmica e as respostas dadas pelos alunos encontram-se no quadro 2, e figura 6.

Perguntas da dinâmica

Respostas dos alunos

Grupo 1 Cabeça: qual a realidade ambiental que vivemos?

O meio ambiente de Porteiras está sendo destruído pelo homem, pois as árvores estão sendo cortadas para a fabricação de carvão.

Grupo 2 Tronco: o que sentimos sobre o papel do estudante na preservação do meio ambiente?

Sentimos que cabe ao estudante lutar junto aos órgãos públicos para diminuir os danos que o homem está causando ao meio ambiente.

Grupo 3 Braços: até onde podemos alcançar com as nossas ações de preservação?

Se todos nós lutarmos a favor do meio ambiente, chegaremos a uma melhor qualidade de vida, viveremos mais em harmonia.

Grupo 4 Mãos: quais as ferramentas que temos disponíveis na escola para divulgar nossas idéias?

Na escola nós aprendemos o que fazer para cuidar do meio ambiente, com essas informações nós podemos retransmitir para nossos pais e para a comunidade.

Grupo 5 Pernas: que caminhos queremos tomar no desenvolvimento de ações de preservação de nosso meio?

Cuidar do lixo produzido na escola, manter sempre limpa a escola, não jogar lixo nas ruas e fazer uso dos 3R’s.

Grupo 6 Pés: que resultado desejamos com nossas ações de preservação?

Desejamos que todos possam viver com saúde e bem, pois quando cuidamos do meio ambiente estamos também cuidando de todos nós.

 

6 CONCLUSÃO

 

A educação ambiental assume a cada dia um papel muito importante na busca de um ambiente equilibrado, pois não se pode tratar das questões ambientais sem mostrar os motivos para o qual se está discutindo temas ligados ao meio ambiente.

Com o desenvolvimento da pesquisa, foi possível observar que a participação da comunidade escolar foi de fundamental importância, pois possibilitou uma educação ambiental sólida levando à inserção na construção de novos modelos de conhecimento em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos na escola. Durante todo o trabalho foi possível, por meio das atividades e das discussões mostrar aos alunos as causas e consequências dos problemas ambientais.

A educação ambiental é uma atividade que exige certo esforço por parte dos educadores, pois novas fontes de poluição e de degradação são criadas a cada dia, e há a necessidade de se debater constantemente temas ligados ao meio ambiente em sala de aula. Considera-se, portanto, que o envolvimento dos professores é de fundamental importância no desenvolvimento de uma comunidade escolar sustentável.

A realização deste trabalho enfatiza o fato que a educação ambiental é realmente o instrumento necessário e eficaz para promover a mudança de paradigma da sociedade e consequentemente alcançar o desenvolvimento sustentável. Tendo a clareza que a natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como um dos processos vitais.

 

 

 

 

 

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