As questões ambientais são cada vez mais levadas em consideração nos programas escolares. Sua importância se revela indiscutível na formação dos indivíduos. É necessário ensinar cedo aos alunos que a saúde deles depende amplamente da qualidade de sua vida. Vive-se melhor permanecendo em um lugar limpo e ingerindo alimentos saudáveis. Para isto, tal lugar deve ser conservado contra fatores poluidores e tais alimentos precisam ser produzidos sem técnicas e insumos nocivos às pessoas e aos recursos naturais.

As questões ambientais são cada vez mais levadas em consideração nos programas escolares. Sua importância se revela indiscutível na formação dos indivíduos. É necessário ensinar cedo aos alunos que a saúde deles depende amplamente da qualidade de sua vida. Vive-se melhor permanecendo em um lugar limpo e ingerindo alimentos saudáveis. Para isto, tal lugar deve ser conservado contra fatores poluidores e tais alimentos precisam ser produzidos sem técnicas e insumos nocivos às pessoas e aos recursos naturais.

As exigências da urbanização têm determinado uma situação na qual o aumento da produtividade é mais importante do que a estabilidade dos níveis produtivos. Por isto, observa-se na agropecuária, durante o último século, uma passagem acelerada de uma produção de subsistência que exaltava as características da estabilidade natural a uma produção para o mercado que dá prioridade ao produtivismo. A título de ilustração, calcula-se hoje que as espécies vegetais cultivadas não são mais que 150 e que a maior parte da população vive de produtos provenientes de 12 espécies, enquanto que - cerca de 10.000 anos atrás - o homem utilizava mais de 10.000 espécies de plantas comestíveis.

Tal consideração leva imediatamente a pensar na relação existente entre a agricultura e a biodiversidade. Além de insumos químicos tóxicos utilizados na produção de alimentos, existem hoje técnicas e modos de produção agropecuária que ameaçam o equilíbrio natural do meio ambiente. De fato, a perda de serviços ambientais que a biodiversidade oferece à agricultura vem crescendo com a expansão da fronteira agrícola, a erosão genética, as práticas de manejo intensivo dos solos, o uso maciço de produtos químicos e a homogeneização dos agrossistemas.

Frente a esses problemas ambientais, é imprescindível criar condições para a construção de nossa cidadania plena. Esta diz respeito a um Estado de Direito que ganha corpo nos países em que a sociedade civil tem a possibilidade de participar no processo de orientação não somente política, mas também social econômica e ambiental dos mesmos. Para isso, os membros de tal sociedade precisam ser informados dos obstáculos que os impedem ter acesso a uma vida saudável. Ao mesmo tempo, eles precisam ser bastante formados para procurar soluções adequadas. É dessas preocupações que nasceu este projeto.

A Educação Ambiental é um processo participativo, onde o educando assume o papel de elemento central do processo de ensino/aprendizagem pretendido, participando ativamente no diagnóstico dos problemas ambientais e busca de soluções, sendo preparado como agente transformador, através do desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes, através de uma conduta ética, condizentes ao exercício da cidadania.

A Educação Ambiental deve buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando o aluno a analisar criticamente o princípio antropocêntrico, que tem levado à destruição inconseqüente dos recursos naturais e de várias espécies. É preciso considerar que:

A natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como processo vital.

As demais espécies que existem no planeta merecem nosso respeito. Além disso, a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência. É necessário planejar o uso e ocupação do solo nas áreas urbanas e rurais, considerando que é necessário ter condições dignas de moradia, trabalho, transporte e lazer, áreas destinadas à produção de alimentos e proteção dos recursos naturais.

A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu processo de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.

Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente.

É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.

Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares.

Considerando a Educação Ambiental um processo contínuo e cíclico, o método utilizado pelo Programa de Educação Ambiental para desenvolver os projetos e os cursos capacitação de professores conjuga os princípios gerais básicos da Educação Ambiental (Sato, 1995).

Princípios gerais da Educação Ambiental:

Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento sistêmico;

Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os sistemas naturais;

Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal protagonista;

Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;

Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.

A Educação Ambiental, como componente essencial no processo de formação e educação permanente, com uma abordagem direcionada para a resolução de problemas, contribui para o envolvimento ativo do público, torna o sistema educativo mais relevante e mais realista e estabelece uma maior interdependência entre estes sistemas.

Bibliografia

CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo, Editora Cultrix, 1982.

CEDI/CRAB. Educação Ambiental. São Paulo, Paulinas, 1992.

EDITORA ABRIL S.A. Guia Rural Abril. São Paulo, Editora Abril, 1986.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E DA AMAZÔNIA LEGAL/IBAMA. Educação Ambiental. Brasília, 1993.

PÁDUA, José Augusto. O que é Ecologia?. São Paulo, Brasilense, 1992.

PENTEADO, Heloída D. Meio Ambiente e Formação de Professores. São Paulo, Cortez Editora, 1994.