EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
Publicado em 26 de outubro de 2009 por Elizangela Bispo Rocha
As questões ambientais são cada vez mais levadas em consideração nos programas escolares. Sua importância se revela indiscutível na formação dos indivíduos. É necessário ensinar cedo aos alunos que a saúde deles depende amplamente da qualidade de sua vida. Vive-se melhor permanecendo em um lugar limpo e ingerindo alimentos saudáveis. Para isto, tal lugar deve ser conservado contra fatores poluidores e tais alimentos precisam ser produzidos sem técnicas e insumos nocivos às pessoas e aos recursos naturais.
As questões ambientais são cada vez mais levadas em consideração nos programas escolares. Sua importância se revela indiscutível na formação dos indivíduos. É necessário ensinar cedo aos alunos que a saúde deles depende amplamente da qualidade de sua vida. Vive-se melhor permanecendo em um lugar limpo e ingerindo alimentos saudáveis. Para isto, tal lugar deve ser conservado contra fatores poluidores e tais alimentos precisam ser produzidos sem técnicas e insumos nocivos às pessoas e aos recursos naturais.
As exigências da urbanização têm determinado uma situação na qual o aumento da produtividade é mais importante do que a estabilidade dos níveis produtivos. Por isto, observa-se na agropecuária, durante o último século, uma passagem acelerada de uma produção de subsistência que exaltava as características da estabilidade natural a uma produção para o mercado que dá prioridade ao produtivismo. A título de ilustração, calcula-se hoje que as espécies vegetais cultivadas não são mais que 150 e que a maior parte da população vive de produtos provenientes de 12 espécies, enquanto que - cerca de 10.000 anos atrás - o homem utilizava mais de 10.000 espécies de plantas comestíveis.
Tal consideração leva imediatamente a pensar na relação existente entre a agricultura e a biodiversidade. Além de insumos químicos tóxicos utilizados na produção de alimentos, existem hoje técnicas e modos de produção agropecuária que ameaçam o equilíbrio natural do meio ambiente. De fato, a perda de serviços ambientais que a biodiversidade oferece à agricultura vem crescendo com a expansão da fronteira agrícola, a erosão genética, as práticas de manejo intensivo dos solos, o uso maciço de produtos químicos e a homogeneização dos agrossistemas.
Frente a esses problemas ambientais, é imprescindível criar condições para a construção de nossa cidadania plena. Esta diz respeito a um Estado de Direito que ganha corpo nos países em que a sociedade civil tem a possibilidade de participar no processo de orientação não somente política, mas também social econômica e ambiental dos mesmos. Para isso, os membros de tal sociedade precisam ser informados dos obstáculos que os impedem ter acesso a uma vida saudável. Ao mesmo tempo, eles precisam ser bastante formados para procurar soluções adequadas. É dessas preocupações que nasceu este projeto.
A Educação Ambiental é um processo participativo, onde o educando assume o papel de elemento central do processo de ensino/aprendizagem pretendido, participando ativamente no diagnóstico dos problemas ambientais e busca de soluções, sendo preparado como agente transformador, através do desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes, através de uma conduta ética, condizentes ao exercício da cidadania.
A Educação Ambiental deve buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando o aluno a analisar criticamente o princípio antropocêntrico, que tem levado à destruição inconseqüente dos recursos naturais e de várias espécies. É preciso considerar que:
A natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como processo vital.
As demais espécies que existem no planeta merecem nosso respeito. Além disso, a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência. É necessário planejar o uso e ocupação do solo nas áreas urbanas e rurais, considerando que é necessário ter condições dignas de moradia, trabalho, transporte e lazer, áreas destinadas à produção de alimentos e proteção dos recursos naturais.
A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu processo de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente.
É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.
Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares.
Considerando a Educação Ambiental um processo contínuo e cíclico, o método utilizado pelo Programa de Educação Ambiental para desenvolver os projetos e os cursos capacitação de professores conjuga os princípios gerais básicos da Educação Ambiental (Sato, 1995).
Princípios gerais da Educação Ambiental:
Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento sistêmico;
Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os sistemas naturais;
Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal protagonista;
Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;
Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.
A Educação Ambiental, como componente essencial no processo de formação e educação permanente, com uma abordagem direcionada para a resolução de problemas, contribui para o envolvimento ativo do público, torna o sistema educativo mais relevante e mais realista e estabelece uma maior interdependência entre estes sistemas.
Bibliografia
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo, Editora Cultrix, 1982.
CEDI/CRAB. Educação Ambiental. São Paulo, Paulinas, 1992.
EDITORA ABRIL S.A. Guia Rural Abril. São Paulo, Editora Abril, 1986.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E DA AMAZÔNIA LEGAL/IBAMA. Educação Ambiental. Brasília, 1993.
PÁDUA, José Augusto. O que é Ecologia?. São Paulo, Brasilense, 1992.
PENTEADO, Heloída D. Meio Ambiente e Formação de Professores. São Paulo, Cortez Editora, 1994.