O principal objetivo deste artigo é abordar a educação ambiental no contexto da educação para a cidadania, configurando-a como elemento determinante para a efetivação de sujeitos cidadãos. A grandeza ambiental configura como um assunto que diz importância a um adjacente de atores de natureza educativa, potencializando a implicação dos múltiplos princípios de informação. O desafio que se assenta é de estabelecer uma educação ambiental que seja crítica e inovadora, sendo assim, ela deve ser acima de tudo um ato político regressado para a mudança igualitária. O seu aspecto deve buscar uma expectativa de ato holística que pauta o homem, a natureza e o mundo, tendo como referência que os recursos naturais se exaurem e que o culpado pela sua deterioração é a ação humana sobre o meio ambiente.

Palavras chave: Educação Ambiental. Cidadania. Natureza. Meio ambiente


INTRODUÇÃO
Este estudo propõe um estímulo à conscientização e conservação ambiental, partindo do diagnóstico da percepção da Educação Ambiental e da relação com a cidadania, pois a relação entre ambas exige novos saberes e novas técnicas, abordando a criticidade, postura ética, responsabilidade e inovação.
Decorrente do intenso progresso tecnológico ocorrido na atualidade tem-se observado graves conseqüências para a vida no planeta, pois no proceder dos últimos anos a apreensão com a degradação e depauperamento dos recursos naturais passa a ser preferência nas diferentes classes sociais, sendo o ser humano o principal responsável por essa deterioração. No entanto observa-se que essa mudança é manifesta nos grandes debates que vem ocorrendo nos panoramas mundiais.
A finalidade do trabalho com esse tema é fornecer informações fundamentais para a formação de cidadãos conscientes e capazes de determinar e atuar na realidade socioambiental empenhado com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global.
Sendo assim, a educação ambiental como formação e exercício de cidadania refere-se a uma nova forma de enfrentar a relação do homem com a natureza, baseada numa nova ética, que pressupõe outros valores morais e uma forma diferente de ver o mundo e os homens. Podendo ser vista como um processo permanente de aprendizagem que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária. O repto do fortalecimento da cidadania para a população como um todo, e não para um grupo limitado, efetiva-se pela probabilidade de cada pessoa ser carregadora de direitos e deveres, e de se transformar, portanto, em ator co-responsável na justificação da condição de vida.
Segundo Loureiro (2006), a Educação Ambiental é vista hoje como uma possibilidade de transformação ativa da realidade e das condições da qualidade de vida, por meio da conscientização advinda da prática social reflexiva. Nesse contexto, observa-se que essa conscientização é alcançada através da competência crítica constante de meditação, diálogo e assimilação de múltiplas informações.
A educação ambiental deve basear em valores éticos e humanitários, com relações justas entre os seres humanos e entre os seres vivos em geral, para ajudar a erguer novas formas e possibilidades de relações sociais e de estilos de vida, Educar significa, em primeiro lugar, "auto-transformar-se", pois a educação ambiental precisa ser transformadora, educativa, cultural, informativa, política, formativa e, acima de tudo, emancipatória (Loureiro, 2006). Esse processo torna-se essencial para desenvolver sociedades sustentáveis, ou seja, orientadas para enfrentar os desafios da atualidade, garantindo qualidade de vida para esta e futuras gerações.

A preservação do meio ambiente por meio da Educação Ambiental inter-relacionada com a cidadania

A partir da revolução Industrial ascendida em meados do século XVIII, a utilização dos recursos naturais intensificou, a partir de então a humanidade ditou a velocidade com que a exploração dos recursos naturais deveriam acontecer, fato que se observa com a exploração excessiva pelo homem desses recursos da natureza.
O período contemporâneo é notado por desequilíbrios da relação entre homem e natureza, em que o primeiro usa de forma indevida os recursos naturais, acarretando um desordenado quadro de impactos ambientais e degradação do meio ambiente. A necessidade da sustentabilidade no uso dos recursos e da coerente conservação ambiental é imprescindível. Visto que o meio ambiente sofre com as ações drásticas do ser humano na exploração inadequada do mesmo.
A percepção ambiental pode ser usada como um instrumento para se identificar como acontece a relação entre o homem e a natureza, bem como compreender o nível de conscientização do mesmo quanto à problemática ambiental (MACEDO, 2005).
A ciência passou cada vez mais a servir aos interesses de uma sociedade que, praticamente, ignorou que o ambiente apresentava alguns limites à sua exploração. Nesse contexto, é de suma importância estudar os aspectos comportamentais para alcançar outros campos de estudo do meio ambiente, como a política e a cultura, pois a educação existe para formar cidadãos críticos de seu papel histórico. Faz-se necessário mudar a postura ética e agregar o procedimento rumo à construção de uma realidade harmônica com equilíbrio e sobrevivência, pois segundo Sato:
A mudança de uma sobrevivência predatória a uma vida ética requer instrumentos e educação ainda em plena construção local. Isso não implica, entretanto, desprezar a cidadania planetária, mas antes, institui-se o desafio de sermos realmente justos em construir a requerida cidadania local. (SATO, 2005, p.37).

Para que as mudanças ocorram é essencial que a sociedade tenha uma participação efetiva na construção de um mundo melhor. Deste modo, a educação ambiental deve está voltada para a formação de cidadãos responsáveis e conscientes, na qual precisa ser percebida primeiramente no aspecto local, sobre os ambientes onde estão inseridos. A escola compartilha desse circuito "como uma instituição dinâmica com capacidade de compreender e articular os processos cognitivos com os contextos da vida" (Tristão, 2002). A educação proponha-se na própria seqüência da aprendizagem e adota um desempenho estratégico nessa ação.

A educação ambiental na escola ou fora dela continuará a ser uma concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas radicais, justas e pacíficas. (REIGOTA, 1998, p. 43)

A educação ambiental, como elemento de uma cidadania compreensiva, está ligada a uma nova forma de relação ser humano/natureza, e a sua distinção cotidiana leva a pensá-la como somatório de aprendizados. Entende-se que essa generalização de práticas ambientais só será provável se permanecer introduzida no conjunto de valores sociais, mesmo que se mencione a mudanças de costumes diários.
Diante das questões relacionadas a degradação do meio ambiente compreende a necessidade de buscar uma ética regressada ao equilíbrio da relação homem natureza de modo que o direito essencial ao meio ambiente ecologicamente equilibrado esteja voltado para as presentes e futuras gerações (SIRVINSKAS, 2002, p. 307). Fundamenta-se a nova ética na solidariedade e responsabilidade com o planeta, pois Medina e Santos (1999, p. 18), afirma que:

Necessita-se de uma mudança fundamental na maneira de pensarmos acerca de nós mesmos, nosso meio, nossa sociedade e nosso futuro; uma mudança básica nos valores e crenças que orientam nosso pensamento e nossas ações; uma mudança que nos permita adquirir uma percepção holística e integral do mundo com uma postura ética, responsável e solidária.

A educação para a cidadania concebe a probabilidade de determinar e mover as pessoas para modificar as distintas formas de conhecimento em possíveis caminhos de dinamização da sociedade e de efetivação de uma sugestão de sociabilidade fundamentada na educação para o conhecimento.
É através da Educação Ambiental agrupada á cidadania que poderá amenizar o acelerado ritmo de destruição dos recursos naturais e a busca de alternativas que harmonizem na prática a conservação da natureza e a qualidade de vida de toda a população, por intermédio da conscientização.

CONCLUSÃO

Para o ser humano viver em harmonia com os ambientes naturais e que tenha uma condição de vida melhor é necessário articular com a educação ambiental essa preservação do meio ambiente, pois é através dessa cultura de informação que as pessoas aprendem a pensar criticamente e transformar o mundo por meio da sua atuação.
No entanto, para que as transformações sobrevenham, é mister que a educação ambiental seja assumida pelo poder público em todos os seus segmentos e, sobretudo, com a efetiva participação da sociedade. Pois à medida que a sociedade compartilha, ela se apropria do seu papel fundamental, se responsabilizando pelas determinações adotadas e inserida na ação educativa. Formar uma política pública através do diálogo e do convívio entre o poder público e a sociedade, daí aflui, portanto, a educação para a sustentabilidade.
A educação ambiental é basicamente uma pedagogia de ação. Não basta se tornar mais consciente das dificuldades ambientais, sem se tornar também mais ativo, crítico e participativo. O procedimento dos cidadãos em relação ao seu meio ambiente é indissociável do aprendizado da cidadania.



REFERÊNCIAS:

LOUREIRO, C.F.B. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

MACEDO, R. L. G. Percepção, conscientização e conservação ambientais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2005.

MEDINA, Naná Mininni; SANTOS, Elizabeth da Conceição. Educação ambiental: uma metodologia participativa de formação. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: CASCINO, F.; JACOBI, P.; OLIVEIRA, J. F. (orgs.) Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA/CEAM, 1998, pp. 43-50.

SATO, M. A educação ambiental tecida pelas teorias biorregionais. In: FERRARO, L. (org.) Encontros e caminhos: formação de educadores(as) ambientais e coletivos educadores. Brasília: Diretoria de Educação Ambiental, MMA, 2005, p. 35-46.

SIRVINSKAS, Luís Paulo. Meio ambiente e cidadania. Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos. Bauru, n. 35, p. 305-307, ago. 2002.

TRISTÃO, M. As Dimensões e os desafios da educação ambiental na sociedade do conhecimento. In: RUSHEINSKY, A. (org.). Educação ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002. p.169-173.