Aluno: Samuel Gueiros
Orientadora: Profª Maria Célia Nunes Coelho

Santarém - PA
1994/1995

NOTA REDIGIDA EM MAIO DE 2008:

Este Trabalho foi apresentado como monografia de conclusão de um Curso de pós graduação em Educação Ambiental, na Universidade Federal do Pará, em 1994, portando, há 14 anos atrás.

Os pressupostos que geraram a elaboração da idéia central do Trabalho (Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável) persistem e se ampliam, razão pela qual o Autor sentiu-se estimulado a publicá-lo no WebArtigos, pela convicção de que o seu conteúdo continua atualizado.

O autor espera que os assuntos abordados possam ainda subsidiar o debate da questão ambiental particularmente em relação à Amazônia.

RESUMO

Este Trabalho analisa e critica como a Educação Ambiental foi concebida para exercer o papel de instituto ideológico do Desenvolvimento Sustentável.

Na Primeira Parte, uma série histórica de eventos no período de 1972-1992 demonstra a efetiva articulação e interdependência entre as políticas para o Desenvolvimento Sustentável e os Programas em Educação Ambiental. São analisados os propósitos e inconsistências de ambas formulações, bem como a lógica desses vínculos em relação aos interesses de um complexo mundial eco-industrial.

A Segunda Parte examina a interrelação entre Temas como Igualdade, Desenvolvimento e Educação, sob uma perspectiva histórica. Constata-se uma inversão de valores quando se atribui à questão ambiental o cerne da atual desordem mundial, sendo essa inversão a base ideológica sobre a qual se articulam as concepções do Desenvolvimento Sustentável e da Educação Ambiental. Em seguida, introduz-se uma discussão crítica sobre a interdisciplinaridade, analisando-se as complexas determinantes na constituição e funcionamento dos grupos multidisciplinares ambientalistas, principalmente a partir de observações da Psicologia Social e da Psicanálise sobre a dinâmica inconsciente e ideológica suscitada na atividade dos grupos.

A Parte final aborda a Teoria dos Sistemas como a principal perspectiva do debate entre as correntes de pensamento sobre Meio Ambiente e sua importância na identificação dos vínculos, contradições, racionalizações e alternativas relativamente às concepções do Desenvolvimento Sustentável e da Educação Ambiental.

Sob esse contexto, é possível observar que o saber ambiental emerge como resultado, não de uma estratégia de conhecimento, mas de poder, de uma racionalidade econômica calcada na dominação política, na exploração econômica e na devastação cultural, de forma que a Educação, sob o rótulo de “Ambiental”, repete o seu papel histórico de integrar o aparato de distorção e ocultação de uma ideologia de desenvolvimento que amplia e potencializa a desigualdade social em escala planetária.

Conclui-se que a racionalidade ambiental deve resultar principalmente da dinâmica nas relações do Trabalho, Produção e Consumo, que possa instigar a sociedade a demandas politicamente organizadas por cidadania, resistência cultural, consciência ambiental e transformação social, e não por intermédio de uma concepção de Desenvolvimento (Sustentável) ou de programas formais em Educação (Ambiental).

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