EDUCAÇÃO, À FORMAÇÃO DE PROFESSORES INSERIDA NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS.

 

Angelita Rosa de Oliveira Santos [1]

 

RESUMO

 

Este estudo tem o objetivo de analisar a formação de professores inserida no contexto das políticas públicas. Sabendo que as políticas educacionais orientam a melhoria da qualidade da educação a partir dos princípios da autonomia, da colaboração, da participação, da igualdade de oportunidades e da inclusão social. De acordo com o Ministério da Educação a formulação das políticas públicas educacionais, em consonância com os ideais de participação democrática dos cidadãos, é realizada com a escuta e colaboração dos sistemas de ensino.

Palavras-chave: Formação, Professor e Políticas Públicas.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Considerando a importância da História da Educação do Brasil e as discussões acerca do sistema nacional de educação revelam que o Brasil ainda não conseguiu avançar totalmente. Todavia, a partir das duas últimas décadas do século XX, concedeu autonomia e competência a seus entes federados em sua esfera de poder para constituírem sistemas próprios de ensino. Importante agora saber a configuração que os municípios têm adotado na organização do seu processo educacional.

O ensino público no Brasil está passando por transformações profundas. Reformas nacionais juntamente com iniciativas em âmbito estadual e municipal estão altamente às práticas pedagógicas e a organização escolar, na tentativa de conceder resultados eficazes à escola e universalizar o seu acesso. Lembrando que na história do Brasil a questão da educação pública nunca foi tão perceptível na mídia, na vida pública e na consciência do cidadão comum. Vem-se observando amplamente que a educação é um elemento fundamental no crescimento social e econômico, e que, o ensino no Brasil – especialmente aquele oferecido pelos setores públicos – é insatisfatório diante dos padrões, internacionais, tanto na sua quantidade quanto na sua qualidade.

No panorama de rápidas transformações sociais e alterações tecnológicas, em que o global e o local são cada vez mais, interdependentes, as políticas públicas tornam-se instrumentos imprescindíveis para que as decisões tomadas possam colaborar para um futuro sustentável. Na atualidade as políticas educacionais e organizacionais devem ser percebidas no quadro mais amplo das modificações econômicas, políticas, culturais e geográficas que distinguem o mundo contemporâneo. Os últimos anos, a temática de gestão educacional democrático da escola e, consequentemente, em sala de aula tem conseguido a atenção de um maior número de pesquisadores da área, evidenciando as bases paradigmáticas da gestão escolar.

Percebe-se que a cada passagem de década, as políticas públicas, provocam uma grande reflexão, pois para toda ação existe uma reação que atinge diretamente a sociedade. Com isso, se constrói conceito didático que vão alavancar compreensões da parte governamentais sobre  o que fazer  para melhor atender as necessidades  emergente.

As políticas educacionais orientam a melhoria da qualidade da educação a partir dos princípios da autonomia, da colaboração, da participação, da igualdade de oportunidades e da inclusão social. De acordo com o Ministério da Educação a formulação das políticas públicas educacionais, em consonância com os ideais de participação democrática dos cidadãos, é realizada com a escuta e colaboração dos sistemas de ensino, em parceria com órgãos governamentais, organizações não-governamentais e organismos internacionais.

Segundo LIMA (2004), a lógica da política educacional é garantir o direito à educação para todos, investir na escola básica significa investir na educação profissional e na educação superior porque elas estão ligadas direta ou indiretamente. Significa também envolver todos – pais, alunos professores e gestores, em iniciativas que busquem o sucesso e a permanência do aluno na escola proporcionando a reflexão crítica dos indivíduos, a construção da autonomia e a consolidação dos princípios democráticos. Para ele,

Deste modo, o desafio está posto nas políticas educacionais cujos vieses ideológicos se distanciam de uma educação que vislumbre os verdadeiros sentidos sócio-históricos dos conhecimentos produzidos pela sociedade civil.

Nessa perspectiva, sobre há implementação da formação de professores, atualmente tem ganhado muita importância nas discussões acadêmicas, assim vários autores têm abordado sistematicamente a formação tanto inicial quanto continuada de professores - dentre eles: Nóvoa (2002), Candau (1996) e Santos (1998), dentre outros -, e a maioria desses estudos destaca e critica a falta de continuidade das propostas de formação e o distanciamento entre a teoria e a prática em sala de aula. Tendo como base a literatura educacional, parece haver um consenso em torno da ideia de que nenhuma formação inicial, mesmo a oferecida no meio acadêmico, é suficiente para o desenvolvimento profissional (CANDAU, 2001; SANTOS, 1998). Nesse contexto, percebe-se a necessidade de pensar a necessidade de se construir um modelo de formação que possa valorizar o conhecimento científico atrelado à experiência de cada professor em seu local de trabalho.

Já na argumentação de NÓVOA (1991), a formação contínua pode se constituir em um importante espaço de ruptura, estimulando o desenvolvimento profissional. Nesses termos, a formação contínua está inserida em um contexto de conquista da autonomia contextualizada da profissão. Por isso, importa reconhecer a relevância da valorização de paradigmas de formação que promovam o crescimento de profissionais reflexivos, que sejam responsáveis pela criação de meios para o seu próprio desenvolvimento profissional e participem como protagonistas na implementação das políticas educativas.

Partindo desse pressuposto, os processos de formação contínua não podem ser considerados como técnicas e/ou cursos descontextualizados do processo de ensino realizado junto aos alunos e suas famílias que se efetivam em situações de aprendizagens coletivas e politizadas, mas de um procedimento reflexivo e crítico do ato educativo. Os profissionais que atuam no campo educacional precisam estudar e investigar constantemente o seu próprio fazer, entendendo que a formação acadêmica é uma etapa inicial que requer e, algumas vezes, determina complementos de outros saberes pedagógicos.

Como salienta Placco e Silva (2003): É importante destacar que se entende por formação continuada como um processo complexo e multideterminado, que ganha materialidade em múltiplos espaços/atividades, não se restringindo a cursos e/ou treinamentos, e que favorece a apropriação de conhecimentos, estimula a busca de outros saberes e introduz uma fecunda inquietação contínua com o já conhecido, motivando viver a docência em toda a sua imponderabilidade, surpresa, criação e dialética com o novo (p.26).

Para responder a novas demandas educacionais, cabe ao/a educador/a refletir seu fazer, reconhecendo os pontos negativos imbuídos em sua prática pedagógica e, nesse aspecto, as propostas de qualificação profissional precisam estar centradas no estudo das tarefas e realidades do trabalho desenvolvido nas instituições escolares, a fim de atribuir direções almejadas em sua ação educativa.

Segundo Cury (2002) o olhar sobre a educação ganha uma nova significação, a partir de novos conceitos estruturantes. Certamente, este trabalho constitui-se como elemento importante para suscitar debates sobre a educação à formação de professores inseridas no contexto das políticas publica.

 

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

 

Chega-se às portas do século XXI com a certeza de que, na escola, não basta transmitir informações, é preciso educar. Embora o ensino seja parte integrante do processo educativo, o desafio que hoje se coloca ultrapassa a esfera da simples aquisição de conhecimento para dar sentido e aplicabilidade ao que é aprendido. É assim que crianças por natureza ativas e curiosas podem tornar-se cidadãos conscientes, críticos e responsáveis.

Segundo OLIVEIRA, ( 2007) A escola moderna, constrói duas grandes vertentes: ser ao mesmo tempo espaço de superação, de criação, de práxis e, na  contramão dessa feita, espaço de reprodução e controle ideológicos.

Cabe ressaltar, que é de fundamental importância construir dentro dessa esfera educacional, conceitos, valores que as políticas públicas traduzem, buscando no cotidiano desses escolares um processo de elaboração, implantação  de resultados que no seu produto final brotem instrumentos que legitime  positivamente  o papel de cada um na sociedade, sendo um ser altamente reflexivo. Nessa acepção, é imprescindível também, a essência de ambiente satisfatório para se fazer educação, pois, a escola, funciona como uma concordância do processo ensino-aprendizagem.

Destarte, a educação se faz com todos! Esse é o caminho mais coerente para alcançarmos a educação de qualidade para todos... Precisamos fortalecer essa crença. Gestores, professores, pais, alunos, comunidade agindo das ideias coletivas.  As mudanças em educação são processuais e dependem da conjugação de vários fatores. Entre eles, o fortalecimento de relações democráticas, que abre espaço para participação efetiva dos diferentes atores na construção de processos educacionais inclusivos, com foco nas questões pedagógicas, uma escola com professores capacitados e uma estrutura física adequada para o desenvolvimento de tempos e espaços de aprendizagem.  Isso requer mais investimentos, mais recursos materiais e humanos. Todos esses fatores, quando colocados em prática pelo Poder Público, promovem melhores condições de trabalho para os professores e de aprendizagem para os alunos.

Vivemos uma sociedade em constante transformação regulatória principalmente no anexo educacional, que é construída em bases solidadas de governo, pois a mesma incide em leis que permitem aos poderes públicos a construção - reconstrução de metas, que perfaz a progredir o país. A sociedade também faz parte desse contexto regulatório, falta à busca incessante pelos seus direitos e deveres para se fazer manifesto ao poder executivo, há carecimento de mediações organizadas, para que, as políticas públicas possam  obter eficácia que consolidação os anseios de toda a sociedade.

Depreende-se, sem a intenção de concluir este debate, recorro às palavras de Michael Apple: Construir e defender uma educação verdadeiramente democrática e crítica um projeto coletivo. Temos muito a aprender uns com os outros [...] as transformações políticas e culturais constantes são impossíveis sem a esperança de uma sociedade melhor.   (APPLE, 2003, p.284).

REFERÊNCIAS

APPLE, Michael W. Educação e Poder. Porto Alegre, Artes Médicas, 1989.

CANDAU, Vera. M. F. A Didática e a Formação de Educadores. Petrópolis, RJ. Vozes, 1997.

CURY, Carlos Roberto Jamil. A Educação Básica no Brasil. Educ. Soc., Campinas. V 23, n 80, 2002.

LIMA, Antonio  Bosco  de  (org). Estado,  políticas  educacionais  e  gestão compartilhada. São Paulo: Xamã, 2004.

NÓVOA, António. Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa: Educa, 2002.

OLIVEIRA, Adão F. de. POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: conceito e contextualização numa perspectiva didática. Ed. da PUC Goiás, 2010.

PLACCO, Vera M. N. de S.; SILVA, Sylvia H. S. da. A Formação do Professor: reflexões, desafios, perspectivas. In. BRUNO, Eliane Bambini Gorgueira (Org.). O Coordenador pedagógico e a formação docente. 4. ed. São Paulo: Loyola, 2003.

 



[1] Educadora apaixonada pela educação.