Quando falamos em violência, em cidadania, em democracia. Enfim, falamos em desenvolvimento social, cultural etc. estamos falando em Educação seja ela institucional ou familiar.

A sociedade está em constante evolução. Esta evolução certamente desfaz como refaz novos conceitos. É por meio da evolução social, tecnológico, cientifica que passamos a entender melhor o mundo em que vivemos como aprendemos nos relacionar uns com os outros. É por meio da evolução que desfazemos mitos e tornamos mais sociáveis e tolerantes uns com os outros. Enfim, a evolução renova e inova as diversas vertentes da educação.

É por meio da evolução da sociedade, e das experiências positivas e negativas que vamos revisando nossos conceitos de educação seja ela institucional ou familiar. Vejamos um exemplo; a educação familiar no passado era rígida, os filhos por medo de apanhar, de castigos severos respeitavam os pais. Era costume apenas um olhar do pai ou da mãe para que os filhos entendessem o significado. Da mesma maneira se dava numa educação escolar, os professores tinham toda autoridade de fazerem com que os alunos ficassem quietos em sala de aula. Eram comuns os castigos como o de ficar de rosto para parede, de castigo na secretaria ou levar para casa copia e mais copias, e ai do aluno que não fizesse. No passado também era comum os filhos desde cedo ao chegarem da escola trabalhar seja na lavoura, em oficinas mecânicas ou qualquer outra atividade.

Outra situação comum também na educação dos pais eram ensinar os filhos uma espiritualidade. Todos os domingos era sagrado os pais e filhos irem as missas ou cultos. As crianças participarem da catequese e de várias outras celebrações que havia. Educação religiosa na escola, etc. Os pais não perguntavam aos filhos se queriam ou não, eles eram obrigados a participarem dos eventos religiosos.

O mais interessante de tudo isto, é que embora houvesse uma educação rígida, as grandes maiorias dos filhos conviviam com a tal educação e colocavam em pratica no dia a dia. Os filhos respeitavam os mais velhos, não mexiam no que era dos outros. Quando estavam na idade adulta tinham uma profissão. Se olharmos os atos de violência do passado com o de hoje em dia, veremos que as barbarias de violência atualmente são extremamente superiores.

A educação escolar também, embora com toda sua rigidez e severidade dos professores os alunos aprendiam. E grande parte do aprendizado se dava porque o professor conseguia durante o ano letivo passar a grade curricular.

No entanto, com a evolução da sociedade os conceitos foi mudando e com eles a permissividade. Os filhos, não querendo repassar a mesma educação recebida, abriram a guarda para seus filhos. E assim, foi-se perdendo no que é correto na educação e o que é errado. Perdeu-se o senso do limite.

A educação institucional acompanhou a mesma filosofia dos pais e perdeu-se também no limite. E assim, a qualidade do ensino piorou significativamente e continua em decadência. Hoje quem dá as regras numa sala de aula é o aluno. É o aluno que dita velocidade da grade curricular. Quando chega ao final do ano, o professor não consegue passar toda matéria do ano letivo, e então, passa o aluno, pois se não passar cai sobre ele a responsabilidade.

O adolescente trabalhar nem pensar, e assim, as crianças ficam nas ruas brincando, usando drogas pela ausência dos pais e pela super proteção a eles. A pluralidade de religiões e falta de espiritualização dos pais o levaram a abdicarem da formação espiritual dos filhos.

A grande questão que fica para que mudemos esta realidade da destruição da sociedade pela sua própria evolução é encontrar o meio termo. É encontrar o ponto de equilíbrio na educação dos pais como do ensino. É não retroceder, até porque a história não retrocede, mas também não deixar que se caminhe para o caos, para onde está se encaminhando. A destruição da família e do ensino é a sociedade.

Finalizo com uma reflexão; os homens de hoje não são os de ontem, como o tempo também não é o mesmo. Porém os valores básicos de convivência, de respeito, de formação de caráter este são imutáveis, independente o tempo. E o que vemos hoje é a falência destes valores.

Ataíde Lemos
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