• INTRODUÇÃO

Sendo um processo atrelado à humanidade desde a mais tenra idade, os avanços tecnológicos têm ganhado constantes destaques no cenário mundial.  Muitas destas conquistas estão diretamente ligadas às necessidades advindas no processo de comunicação, seja ele individual ou coletivo.

Com o crescente avanço da tecnologia, muitas ferramentas de pesquisa foram introduzidas nas metodologias de ensino com o objetivo de melhorar a aprendizagem que, constantemente, enfrenta dificuldades em seu desenvolvimento, o que faz com que, a cada dia, novas alternativas apareçam a fim de melhorar a educação, seja qual for a sua instância.

Os níveis de ensino têm ganhado cada vez mais amplitude quando se trata de desenvolvimento tecnológico. Da Educação Básica à Educação Superior, a modernização tem adentrado freneticamente em seus processos educacionais, fazendo com que a praticidade e, sobretudo, a interatividade, sobressaiam-se aos conceitos paradigmáticos existentes.

A Educação a Distância (EAD), modalidade de educação mediada por tecnologias em que discentes e docentes ficam separados temporalmente, diferente da Educação Presencial, em que professores e alunos se veem constantemente, no mesmo espaço e tempo, depende, hoje, exclusivamente, dos mecanismos tecnológicos existentes no mercado.

Atualmente, graças a expansão tecnológica, a EAD tem se propagado consideravelmente, diminuindo, portanto, a fronteira constituída com a Educação Presencial. Segundo Lévy (1999, p. 170):

Os especialistas neste campo reconhecem que a distinção entre ensino ‘presencial’ e ensino ‘a distância’ será cada vez menos pertinente, já que o uso das redes de telecomunicação e dos suportes multimídia interativos vem sendo progressivamente integrados às formas mais clássicas de ensino.

Tendo uma definição ampla e, muitas vezes, genérica, o ensino a distância tem passado por modificações significativas em seu sistema. O desenvolvimento da tecnologia favoreceu o enriquecimento das propostas educativas, o que garantiu a perpetuação desta modalidade de ensino. Muitas universidades, bem como escolas de primeiro e segundo grau, têm adotado a EAD como forma de expansão do processo de ensino e aprendizagem, o que fortalece, ainda mais, a educação de um modo geral. Na concepção de Freitas (1998, p. 201):

A Educação a Distância tem entrado nas universidades de maneira acelerada. Na medida em que são introduzidos nas academias, os cursos a distância melhoram significativamente o potencial do ensino semoto, estreitando cada vez mais sua relação com a educação convencional.

Mesmo com tanta amplitude, a EAD ainda possui uma restrição no que tange à sua divulgação. Muitas pessoas, inclusive autoridades na área da educação, por desconhecer o seu funcionamento, bem como suas vantagens, optam por preferenciar a Educação Presencial, dificultando, deste modo, o acesso à educação de comunidades cuja presença em cursos de longa duração seria inviável.

Por esse consternado paradigma, a construção de uma nova visão acerca do conceito de Educação a Distância torna-se mais que necessária, uma vez que os processos que geram progressividade no ensino longínquo são tão eficientes quanto na didática presencial.

Dito isto, o principal desafio é a busca de novos referenciais que possam reconstruir, numa perspectiva mais abrangente, o conceito de EAD e, de modo massificado, redistribuí-lo na sociedade de forma que seu alcance possa ecoar a ponto de sobressair-se em relação ao conceito já constituído. Segundo Litwin (2001, p. 39):

A sociedade precisa conhecer a Educação a Distância tal qual ela é. Mesmo sem fazer uso da EAD, o indivíduo, enquanto cidadão, deve conhecer a realidade desta modalidade de ensino. Se todos a conhecessem como é, a EAD seria mais utilizada que a Educação Presencial.

Nesse sentido, torna-se perceptível as mazelas que permeiam o real significado da conceituação de Educação a Distância. Portanto, sua reorganização conceitual, direcionada à sua definição geral, precisa, indubitavelmente, de elucidação imediata, porquanto seu crescimento tem ascendido em larga escala.

Destarte, esta nova concepção ideológica torna-se, pelos motivos supracitados, objeto de estudo desta proposta de trabalho, onde sua releitura tende a ganhar uma nova perspectiva de visualização, tanto a nível local quanto global, sempre atentando para os processos interdisciplinares que envolve este tipo de educação, utilizando, sempre que possível, os conceitos anteriores.

  • PROBLEMA

Tendo em vista o iminente equívoco sobre a conceituação a respeito da definição de EAD, depreende-se a seguinte problemática: a Educação a Distância, no seu mais amplo conceito, tem sido difundida de modo claro e conciso a ponto de a sociedade compreendê-la tal como ela é?

  • HIPÓTESES
  • Os meios de comunicação não propalam o conceito de EAD corretamente;
  • A desvalorização da EAD promove a falta de interesse da sociedade em conhece-la;
  • A Educação Presencial suprimiu a EAD de forma que sua difusão tenha se atrofiado;
  • A EAD não apresenta, em suma, as mesmas regalias que a Educação Presencial;
  • Interpretação equivocada do estado da arte sobre EAD.
  • OBJETIVOS
    • Objetivo Geral

        Avaliar a compreensão da sociedade sobre o conceito de Educação a Distância no Brasil.

Objetivos Específicos

- Conceituar Educação a Distância;

- Conhecer a legislação pertinente a EAD;

- Apresentar o estado da arte da EAD no Brasil;

- Promover a propagação da EAD.

  • JUSTIFICATIVA

O crescente aumento da tecnologia de informação favoreceu a expansão do conhecimento e sua proliferação. Em favor disso, com o surgimento de novas profissões e ofícios, cresce a necessidade de mais proficiência do cidadão no mercado de trabalho.

Com um mundo globalizado, e cada vez mais veloz, o tempo passa a ser mais escasso, sendo necessário ao indivíduo recorrer a novas formas de ensino que não entre em atrito com sua rotina diária. Para atender a essa necessidade, a Educação a Distância fornece um leque de possibilidades de aprendizado. No entanto, para obter os usufrutos deste processo, é necessário seu pleno conhecimento.

Dito isto, a necessidade da análise e reconstrução da definição de Educação a Distância torna-se imprescindível, pois seus conceitos, atualmente, divergem da realidade pela qual esta modalidade de ensino tem propagado suas diretrizes e, sobretudo, sua formação.

Segundo Dohmem (1967) apud Domingos (2010):

Educação a Distância é uma forma sistematicamente organizada de auto estudo onde o aluno instrui-se a partir do material de estudo que Ihe é apresentado, o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível através da aplicação de meios de comunicação, capazes de vencer longas distâncias.

Não obstante, a definição utilizada para definir esta modalidade de ensino não confere com a realidade apresentada pela crítica de Mauri Collins e Zane Berge (1996, apud Palloff; Pratt, 2002), que classificaram as várias tarefas e papéis exigidos do professor online em quatro áreas: pedagógica, gerencial, técnica e social:

Função pedagógica - diz respeito ao fomento de um ambiente social amigável, essencial à aprendizagem online. O papel do professor em qualquer ambiente educacional é o de garantir que o processo educativo ocorra entre os alunos. Função gerencial - envolve normas referentes ao agendamento do curso, ao seu ritmo, aos objetivos traçados, à elaboração de regras e à tomada de decisões. O professor de um curso online é também seu administrador. Função técnica - depende do domínio técnico do professor, sendo então capaz de transmitir tal domínio da tecnologia aos seus alunos. Os professores devem conhecer bem a tecnologia que usam para atuar como facilitadores do curso. Função social - significa facilitação educacional. O professor é responsável por facilitar e dar espaço aos aspectos pessoais e sociais da comunidade online

Portanto, este paradigma divergente deve, axiomaticamente, convergir com a atual situação apresentada teoricamente, uma vez que sua apresentação deve satisfazer, em sua totalidade, seus usuários e afins.

  • PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia referente à execução deste processo se dará através da avaliação dos preceitos estabelecidos em seus objetivos, caracterizando-a, portanto, como uma pesquisa exploratória, com ênfase na análise de seus resultados. Para tanto, um levantamento bibliográfico sobre EAD será feito com a finalidade de verificar a atual situação do estado da arte da Educação a Distância no Brasil.

Além da pesquisa sobre o referencial teórico, será feito estudo de campo com exaustivas entrevistas com a sociedade a fim observar quais os conceitos difundidos acerca da Educação a Distância são conhecidos. Os sujeitos a ser entrevistados são indivíduos com idades entre 18 e 30 anos, usuários de tecnologias da informação, com dificuldades de conciliação entre emprego e estudo. Para as entrevistas, serão utilizados questionários do tipo aberto, cujas questões serão direcionadas ao conhecimento de mundo sobre o conceito de EAD.     

De acordo com Neder (2006, p. 39):

Então, a avaliação em EaD deve proporcionar momentos de análise da capacidade de reflexão crítica dos alunos frente às suas próprias experiências, para que possam atuar dentro de seus limites e sobre o que os impede de avançar

 A partir desta análise, uma remodelação das inconsistências sobre a definição de EAD será feita, sempre atentando para o conceito já estabelecido. Tais ajustes serão feitos através dos meios de comunicação, bem como mídia televisiva, impressa, virtual, etc.

Para maior confiabilidade das informações, órgãos que promovem EAD no Brasil, como a Universidade Virtual do Maranhão (Univima) e a Universidade Aberta do Brasil (UAB), serão entrevistados.

Planejamento, pesquisa e adequação serão os pilares que nortearão a reformulação, como base nos resultados, da reelaboração do conceito desta modalidade de ensino, uma vez que seu real significado deve, indubitavelmente, ser implantado na sociedade. Na concepção de Freitas (2002, p. 57) “a reelaboração de um conceito deve ser dada com planejamento e adequação, aos poucos, de modo que a sociedade se adapte à nova definição”; isso reforça ainda mais a ideia de reconstituição desta definição, dado seu escasso nível de realidade.

REFERÊNCIAS

Brasil Escola. <http://brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-distancia-comodismo-para-sociedade-reflexo-na-educacao.htm> Acesso em 10 de junho de 2016.

DOMINGOS, Reinaldo Portal (org). Fomento para TICs na Educação. Revista do NEAD, Volume 1, p. 13-16. São Luís: 2010.

FREITAS, Alberto. A Educação a Distância do Brasil. Rio de Janeiro: Ática, 2002.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. 34 Ed. São Paulo: Vozes, 1999.

LITWIN, Edith. Educação à DistânciaTemas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

MARTINS, Onilza Borges. A educação superior à distância e a democratização do saber. Petrópolis: Vozes, 1991.

NEDER, M. L. C. Avaliação na Educação a Distância, significações para definição de percursos. Disponível em: <http://www.nead.ufmt.br/NEAD2006/publicacao/download/AVALIArtf.rtf >. Acesso em: 12 abril de 2016.

PALLOFF, Rena; PRATT, Keith. Construindo Comunidades de Aprendizagem o Ciberespaço. Porto Alegre, Artmed, 2002.