Natanayara Dias Negrão

A modernidade (e o tempo) construiu no homem a consciência de que a educação é o único e mais eficaz subterfúgio de que o homem pode usufruir para ampliar seus horizontes de oportunidades. E construir gradualmente sua consciência intelectual/crítica, principal requisito avaliado no meio sócio- profissional.
Atualmente as pressões exercidas sobre as pessoas devido às demandas econômicas, tecnológicas sociais e políticas fazem com que nos qualifiquem para atender estas demandas e acompanhar as exigências do mercado. O sistema capitalista (interesse econômico) exige que a educação atenda o maior número possível de pessoas em um menor tempo possível e apresente uma proposta que atenda a política social dominante.
Apesar de a educação ser um direito de todo cidadão garantido por lei, ela é desigual e não supri as necessidades das regiões mais afastadas do centro de distribuição educacional, portanto, ficam a mercê do descaso governamental e/ou colhem os restos de tal essencialidade.
Diante da exigência de mercado e, da determinação e consciência de indivíduos que infelizmente residem nessas áreas carentes? o governo desenvolveu um novo sistema de ensino a fim de abolir ou ao menos amenizar o estado de precariedade de ensino do pais (Brasil). Eis que surge o ensino à distancia (EAD) como alternativa. E com seus pros e contras.
Segundo o conceito proposto por Alves e Nova (2003), educação à distancia é uma modalidade de ensino-aprendizagem possibilitada pela mediação dos suportes tecnológicos digitais e de rede, seja esta inserida em sistemas de ensinos presenciais, mistos ou completamente realizada por meio da distância física. Ela surge a partir da invenção da imprensa por Gutenberg em 1453, no qual o homem começou a aprender diretamente dos textos e não diretamente do professor. O correio foi o modelo precursor nos Estados Unidos da América e na Europa, sendo que, no final do milênio passado é que surgiram os grandes sistemas de educação superior à distância na Europa, Canadá, EUA e Austrália, inclusive em um pais subdesenvolvido como o Brasil (a partir de 1904).
Os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de conclusão de ensino fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação profissional e de graduação são ofertados por instituições publicas ou privadas especificamente credenciadas para esse fim, como a Universidade Federal do Pará. Tais universidades corporativas surgem como umas das maiores patrocinadoras do EAD no Brasil e no mundo em função da necessidade do incremento qualitativo- quantitativo da educação empresarial e garantia da educação continuada.
Dados recentes indicam que o Brasil já possui aproximadamente 100 universidades corporativas. No que se refere às universidades virtuais, somente a partir de 1996 é que as universidades brasileiras despertaram para esta modalidade de ensino.
O objetivo movedor desta modalidade de ensino é o de aumentar o acesso ao conhecimento diminuindo barreiras geográficas. É levar a educação aos lugares mais longínquos ou estrutural e economicamente incapazes de instalar grandes estruturas de ensino como universidades. Para dar certo a educação à distancia faz uso de eventuais subterfúgios: flexibilização do local e horário das aulas, e utilização de diferentes estratégias pedagógicas, a fim de atender a diferentes perfis e necessidade de desenvolvimento de competências. Dentre tantas outras a EAD garante as seguintes vantagens: atinge maior audiência; atende estudantes que não podem assistir aulas na escola, fisicamente falando; os estudantes podem ser instruídos por professores das melhores instituições de ensino; os custos iniciais, em muitos casos, competem vantajosamente com a educação tradicional; acesso facilitado à educação; favorece o aluno a possibilidade de escolher rotas de aprendizagem; e compartilhamento de recursos.
Porém, dentre as desvantagens a EAD apresenta as seguintes limitações: a ausência de interação face- a- face do educador com seus alunos e vice- versa o reconhecimento dos cursos (afinal como garantir o mínimo de qualidade a esses cursos se há ausência de interação entre educando- educador?) e a dificuldade de lidar com a tecnologia (já que nem todos têm acesso à mesma).
Apesar das significativas desvantagens o ensino à distância apresenta-se como uma alternativa para incrementar o déficit educacional brasileiro, sendo que é perceptível a necessidade de os que os atores (governo, instituições, educadores, alunos e professores) cumpram bem o seu papel e que tenhamos uma tecnologia adequada para cada situação.
Mesmo como artifício de supressão de necessidades do país, a educação à distância precisa ser avaliada e aperfeiçoada, para que, a mesma não torne- se uma futilidade da modernidade limitada a poucos.

REFERÊNCIAS:

http://www.artigonal.com/educacao-artigos/distancias-na-educacao-970867.html
acessado em: 01/06/2009
TORI, R.; FERREIRA, M. A. G. V. Educação sem Distância em Cursos de Informática. VII Workshop sobre Educação em Informática ? WEI 99. Rio de Janeiro, RJ, 25 a 27 de agosto de 1999. Anais, pp. 581-590. (PROD-042)
http://www.artigonal.com/educacao-online-artigos/ensino-a-distancia-uma-realidade-508811.html
acessado em: 10/06/2009
FORMIGA, Manuel, Marcos M. Evolução dos 100 anos da educação à distância no Brasil. In: BAYMA, Fátima. Educação corporativa: desenvolvendo e gerenciando competências.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
http://www.uncnet.br/apps/XIISEDEPE/documentos/norma_artigo_completo.pdf
acessado em: 03/06/2009.