De modo inaugural, vale dizer que a realidade do ensino se desdobra e instala-se em uma zona de transição, onde a Educação a Distância vem ganhando mais adeptos, contudo, ainda existem resistentes.

Para ilustrar essa afirmação, basta voltar no tempo pouco mais de vinte anos, quando os primeiros computadores apareceram, despertando, em uns, curiosidade, enquanto que, em outros, desconfiança e insistência na saudosa máquina de escrever, a qual, atualmente, parece um protótipo do primeiro avião de Santos Dumont, se levada em conta a opinião da chamada geração Z (imediatista e antenada).

Haja vista as mudanças quase sempre serem alvo de certo desprezo, não basta só olhar a ótica negativa do processo inovador, pois, como todo começo, o Ensino a Distância despende certo tempo de implantação, conhecimento do sistema e aceitação dos participantes, através da quebra do estigma que se criou em torno dos clássicos cursos do “Instituto Universal Brasileiro”, que, por sinal, despertaram muitos talentos, empreendedorismo e histórias de verdadeiros vencedores.

Sendo assim, baseado em exemplos positivos e na curiosidade do “querer ver”, somam-se mais seguidores e entusiastas dessa célere e dinâmica forma de aprender, que é a Educação a Distância.

Por outro lado, é de suma relevância acrescentar que os educadores também têm que exercitar um papel investigativo dentro desse processo não presencial. Diz-se investigativo no sentido de identificar eventuais promissores alunos, seja pelo cumprimento das tarefas no prazo estabelecido, seja pela desenvoltura em que estes correspondem às exigências, uma vez que não há o acompanhamento “tête-à-tête”.

Ademais, um bom indicador para mensurar e localizar potenciais educandos, ainda é a boa escrita; a grafia correta de textos, dissertações e afins; os conhecimentos da língua; um vocabulário particular, e, essencialmente, um estilo próprio de escrever que envolva o receptor, e não um estilo que vulgarmente pode-se chamar de “Ctrl C/Ctrl V”.

Todos os elementos ditos acima, denunciam um aluno tendente à ampla leitura, postura profissional, preocupado com a qualidade do ensino, aberto a novas idéias, criativo e pró-ativo, e até um talento não lapidado na área da licenciatura ou magistério.

Portanto, iniciativas como a oferta de cursos profissionalizantes, de graduação e pós-graduação à distância, em um primeiro momento podem gerar certo efeito de frenagem social, mas a alta procura de estudantes por esse método de ensino é o termômetro que mostra o surgimento de uma fórmula que, se aliada a uma metodologia séria, docentes comprometidos e, principalmente, alunos interessados e disciplinados, pode sim transpor barreiras e limites, fazendo com que o espaço físico – escola – seja ampliado e amplificado para vários locais.

Eis os componentes dessa ousada alquimia: educação, tecnologia, mercado de trabalho aquecido, profissionais potencializadores de competências, em prol de um terreno educacional propício à colheita de professores onipresentes.