EDUCAÇÃO: A AFETIVIDADE COMO ALTERNATIVA PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA REALIDADE EDUCACIONAL NA ESCOLA 13 DE MAIO DA CIDADE DE RIO GRANDE

 

Gabrielle Poujeaux[1]

 

INTRODUÇÃO

Com a agitação da vida diária percebemos a grande distância emocional que está se criando entre as pessoas. É no contexto educacional que esta situação acontece em maior proporção. São educadores que não sabem o que fazer com seus educandos cada vez mais dispersos, são educandos que suplicam a atenção que não tem em casa e, são pais que a cada dia  esquecem um pouco mais o seu verdadeiro papel . Em relação a isso cabe perguntar: Como se dá a relação educador-educando na sala de aula? A afetividade facilitaria essa relação? Os professores estão contribuindo para o desenvolvimento integral dos seus alunos? Existe relação entre a afetividade e a falta de interesse escolar? Qual a importância de unificar afetividade e prática pedagógica? Uma educação, baseada no afeto, facilitaria o processo de ensino-aprendizagem no contexto da Escola 13 de Maio? Como a afetividade pode interferir na vida do aluno, e do professor, a ponto de mudar a realidade educacional na qual vivemos hoje?

Sugerir alternativas, baseadas no afeto, para a construção de uma nova realidade educacional na Escola 13 de Maio, mostrando que a relação afetiva professor-aluno reflete bons resultados na aprendizagem; analisar e discutir a importância do desenvolvimento de um bom relacionamento afetivo entre professor e aluno; identificar as dificuldades encontradas pelos professores na sua prática educativa; alertar que tanto o excesso, como a falta de afeto podem prejudicar a aprendizagem é o que almejamos com essa pesquisa.

A realidade educacional encontrada nas escolas não é satisfatória, nem para educadores, nem para educandos; as reclamações estão cada dia mais freqüentes e com isso, surge a necessidade de ambos refletirem sobre o que está ausente nas práticas educativas atuais. E, é pensando nessa ausência, que percebemos que a falta de afeto dentro da família e da escola empobrece essa prática. Inclusive, nos próprios cursos de formação de professores, essa prática é, na maioria das vezes, barrada. Depois de seis longos anos freqüentando esses cursos de formação, é apenas agora que estamos tendo a liberdade de dialogar sobre as relações de afeto que são tão importantes para a formação do ser humano. São todas essas situações que nos motivam a realizar esse estudo.

Na condição de educadoras em formação, vemos que dentro da escola existem “professores” que não se importam com a essência da sua profissão e que estão a cada dia mais distante de seus educandos desacreditando, dessa forma, nos potenciais emancipadores de suas práticas educativas. Esses “professores” não sabem exercer suas práticas de forma conjunta, eles esquecem que, família, escola e educação complementam-se na construção do ato educativo. Essas são as principais idéias que esse trabalho quer discutir.

Este estudo será dividido em três momentos: no primeiro, faremos uma revisão de cunho bibliográfico onde analisaremos as concepções de diversos autores sobre a importância da afetividade na escola; no segundo, faremos um estudo de campo, aonde iremos à Escola 13 de Maio analisar a realidade da educação atual; e, no terceiro, construiremos uma proposta de intervenção com o intuito de apontar para indicativos de melhoras para o contexto da escola e nossas considerações finais.

 

CAPÍTULO I – A AFETIVIDADE COMO FATOR FUNDAMENTAL PARA A REALIZAÇÃO DA PRÁTICA EDUCATIVA

 

1.1         Conceituando a afetividade

 

 A afetividade possui conceitos diversos repletos de peculiaridades que os tornam tão singulares quanto complexos. Por isso defini-la é muito mais do que uma simples demonstração de conhecimento linguístico, é, antes de tudo, uma busca desafiadora. E, já que estamos falando em língua portuguesa, é importante ressaltar que a afetividade tem, em termos gerais, um significado bem abrangente. Destacamos aqui o seguinte conceito: a afetividade corresponde ao “conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou de tristeza” (FERREIRA, 2009, pag. 61).[2]

A lista de definições ou tentativas de definição é longa, mas seja na gramática ou na psicanálise, a verdade é que basta estar vivo para saber que a afetividade transcende qualquer método de aprendizagem.

Jean Piaget deixou em seus estudos o evidente lugar ocupado pela afetividade no desenvolvimento humano. Ele procurou caracterizá-la como instrumento propulsor das ações, onde a razão está ao seu serviço. Essa ligação existente entre afetividade e razão fica evidente quando La Taille, interpretando as idéias de Piaget, esclarece que “A afetividade seria a energia, o que move a ação, enquanto a razão seria o que possibilitaria ao sujeito identificar desejos, sentimentos variados, e obter êxito nas ações. Neste caso, não há conflito entre as duas partes. Porém, pensar a razão contra a afetividade é problemático porque então dever-se-ia, de alguma forma, dotar a razão de algum poder semelhante ao da afetividade, ou seja, reconhecer nela a característica de móvel, de energia” (LA TAILLE, 1992, p.65 e 66).[3]

         Assim, podemos dizer que razão e emoção, inteligência e afetividade, andam juntas, uma complementa a outra, mas nenhuma toma o lugar da outra. Como Piaget ressalta em seu texto The  relation of  affetivity  to  intelligence  in  the mental  development  of   the child, “É  incontestável que o afeto desempenha um papel essencial no  funcionamento da  inteligência. Sem afeto não haveria   interesse,   nem  necessidade,   nem motivação;   e,   conseqüentemente,   perguntas   ou  problemas   nunca  seriam colocados e não haveria  inteligência. A afetividade é uma condição necessária na constituição da  inteligência mas, na minha opinião, não é suficiente.”[4]

Conforme Piaget, “a afetividade é uma condição necessária, mas não a causa do desenvolvimento intelectual” ,[5] ele deixa claro que a afetividade é necessária para qualquer ação do desenvolvimento humano, mas não é só com ela que se desenvolve intelectualmente, precisamos da emoção e da razão, juntas.

 A posição de Henri Wallon em relação a afetividade é bem definida.  Para ele a afetividade é vista como um dos fatores mais importantes para a sobrevivência, tendo um papel indispensável no processo de desenvolvimento da personalidade. Heloysa Dantas em seu estudo sobre Wallon esclarece que, para ele a afetividade “[...] não é apenas uma das dimensões da pessoa: ela é também uma fase do desenvolvimento, a mais arcaica. O ser humano foi, logo que saiu da vida puramente orgânica, um ser afetivo. Da afetividade diferenciou-se, lentamente, a vida racional. Portanto, no início da vida, afetividade e inteligência estão sincreticamente misturadas, com predomínio da primeira.”[6]

Wallon estabelece um elo muito forte entre a afetividade e a aprendizagem. Para ele, as manifestações desses dois campos vão se distanciando da base orgânica e tornam-se cada vez mais relacionadas ao social, pois é nas relações sociais que os indivíduos praticam-nas.

No entanto precisamos diferenciar afetividade e emoção em sua perspectiva. Nas idéias de Wallon, segundo Galvão: “As emoções, assim como os sentimentos e os desejos, são manifestações da vida afetiva. Na linguagem comum costuma-se substituir emoção por afetividade, tratando os termos como sinônimos. Todavia não o são. A afetividade é um conceito mais abrangente no qual se inserem várias manifestações.” (GALVÃO, 1999, p. 61)[7]

O pensamento de Lev Semenovich Vygotsky acerca da relação entre as dimensões cognitiva e afetiva para o desenvolvimento humano “[...] demonstra a existência de um sistema dinâmico de significados em que o afetivo e o intelectual se unem. Mostra que cada idéia contém uma atitude afetiva transmutada com relação ao fragmento de realidade ao qual se refere. Permite-nos ainda seguir a trajetória que vai das necessidades e impulsos de uma pessoa até à direção específica tomada por seus pensamentos, até o seu comportamento e a sua atividade.”(VYGOTSKY, 1993, p.7)[8] Para ele, nós homens, somos seres que pensamos, raciocinamos, deduzimos, abstraímos, mas também sentimos, nos emocionamos, desejamos, imaginamos e nos sensibilizamos.

Vygotsky, menciona que, ao pensar na relação entre os aspectos intelectuais e afetivos, “A sua separação enquanto objetos de estudo é uma das principais deficiências da psicologia tradicional, uma vez que esta apresenta o processo de pensamento como um fluxo autônomo de “pensamentos que pensam por si próprios”, dissociado da plenitude da vida, das necessidades e dos interesses pessoais, das inclinações e dos impulsos daquele que pensa. Esse pensamento dissociado deve ser considerado tanto como um epifenômeno sem significado, incapaz de modificar qualquer coisa na vida ou na conduta de uma pessoa, como alguma espécie de força primeira a exercer influência sobre a vida pessoal, de um modo misterioso e inexplicável. Assim, fecham-se as porta à questão da causa e origem de nossos pensamentos, uma vez que a análise determinista exigiria o esclarecimento das forças motrizes que dirigem o pensamento para esse ou aquele canal. Justamente por isso, a antiga abordagem impede qualquer estudo frutuoso do processo inverso, ou seja, a influência do pensamento sobre o afeto e a vontade.” (VYGOTSKY, 1993, P. 6-7)[9]. Assim, Vygotsky, defende que a afetividade norteia toda atividade humana.

Através da conversa com todos esses pensadores, conseguimos desvelar as diversas concepções que são dadas para a afetividade, seja ela em termos bem gerais ou na psicologia. O mais importante a ser assegurados dentre todas essas concepções é que não podemos separar a inteligência da afetividade, a razão do afeto, se ambas não andarem juntas o desenvolvimento humano não se dará por completo.

Sabemos que, nós, seres humanos, estamos em um constante processo de desenvolvimento, mas, como também sabemos que grande parte desse desenvolvimento é “provocado” pela educação que recebemos vamos abordar aqui as relações entre a afeto e educação, esclarecendo todos os paradigmas educacionais que se referem às relações afetivas

 

 

1.2      Afeto, Educação e Escola: uma relação primordial

 

Todos nós sabemos que aprendemos melhor quando amamos, esse amor faz com que a sociedade esqueça a visão arcaica do homem dualista, que levou todos a acreditarem e aceitarem a separação entre corpo e mente, na idéia de que o homem era um ser divisível. O fato de aprender melhor quando se ama, leva a humanidade a perceber que nosso ser é indivisível, ao mesmo tempo em que é racional, é emocional também.

Na educação podemos chamar esse amor, que nos faz aprender melhor, de afeto, um afeto que não faz com que o educador seja bonzinho, permissivo e sem formação alguma, mas sim um educador que permeie o respeito mútuo, o diálogo, a troca de experiências, que tenha capacidade de reconhecer a individualidade de cada educando e que tenha aptidão pedagógica.

O grande educador, orientador dessa pesquisa, nos motivando a dialogar sobre o afeto e fortalecendo as nossas esperanças de que é possível uma relação entre educador e educando baseada no afeto, relatou-nos que para se fazer a educação são necessárias duas mãos. Duas mãos que andam juntas; uma que acalenta, que conforta, que cuida e outra que cobra, que cria relações de respeito e limites. Se uma delas não existir, fica impossível de construir uma educação de qualidade.

O afeto é algo que acompanha o homem desde o seu nascimento, mas acaba ficando despercebido nas relações humanas, “no mundo atual, parece uma novidade, mas ele existe desde que respiramos. Decerto, é uma respiração; transpiração e inspiração para a vida.” (CUNHA, 2008, p. 20)[10] Na educação não seria diferente, o afeto existe, mas educadores e educandos acabam não o percebendo, assim, ele fica esquecido e distante das relações de aprendizagem. Para que se encontre o que está ausente na relação educador-educando é preciso que se dê o primeiro passo.

Cabe ao educador fazer valer essa nomenclatura. Como ressalta Rubem Alves “De educadores para professores realizamos o salto de pessoa para funções.” (ALVES, 1980, p. 13)[11].Ser educador não é tarefa fácil, é preciso dar o primeiro passo, exercer as práticas educativas em parceria com a afetividade, utilizando-se de uma pedagogia que valorize o “olho no olho”, com dedicação e amor. Alves reforça essa idéia esclarecendo que “Professores, há aos milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.” (ALVES, 1980, p. 11)[12] Evidenciando essa idéia não queremos dizer que a vocação basta. Todo educador precisa de uma base pedagógica, mas é essencial que se ame daquilo que se faz. Acreditamos que sem amor não é possível fazer acontecer à educação integral do ser humano.

Esse amor que falamos aqui precisa existir desde os primeiros segundos da nossa existência, mesmo quando estamos no ventre de nossas mães precisamos nos sentir amados, e esse afeto deve perdurar para sempre dentro de nossos corações. Um afeto que não tem intervalo de tempo, na educação, por exemplo, nós, enquanto educadoras em formação, precisamos sentir a presença desse afeto tanto quanto um bebê. Podemos dizer, por experiência própria, que são raros os educadores que se interessam em saber quem nós realmente somos, em saber como foi o nosso dia, quais as nossas angustias, as nossas certezas e incertezas. Quando isso acontece existe um salto verdadeiro de função para pessoa. Nesses momentos, o educador faz valer a sua nomenclatura e demonstra a existência real do afeto na relação com seus educandos.

 Falando em educação, em educadores, não podemos esquecer-nos da escola, um lugar que não se trata só de salas, quadros, normas, horários e conceitos, mas um lugar onde se passa tanto tempo que podemos até considerar como um dos nossos lares. E, é nesse lugar, que se constrói uma educação realmente significativa. Eugênio Cunha explica que “Na sociedade atual, é comum os pais preocuparem-se mais em compreender do que educar os filhos. Por sua vez, a escola fica com a responsabilidade de fazer a parte que lhe cabe e a parte que lhe é acrescentada.” (CUNHA, 2008, p. 17)[13]

A escola acaba ficando sobrecarregada, e, se não tiver um foco, uma meta, acaba desviando-se de qualquer ideal. Assim, a escola precisa,“[...] afetar o educando de maneira profícua, despertando-lhe o amor e o interesse. Ainda que ele não tenha propensão para amar algum conteúdo acadêmico, poderá amar quem o educa.” (CUNHA, 2008, p. 17) E, é assim que acontece, nós, enquanto educandos, gostamos mais de alguns educadores do que de outros e nosso rendimento escolar segue o mesmo caminho.

Na atualidade estamos cada vez mais distantes de nós mesmos, de nossa família, e isso se reflete na educação. São crianças e adolescentes que não aprendem e recebem conceitos de menos inteligentes, quando, na verdade, estão afetivamente carentes, em razão das sensíveis alterações nos núcleos familiares e sociais. Vygotsky ressalta que “Sempre que comunicamos alguma coisa a algum aluno devemos procurar atingir seu sentimento.”(VYGOTSKY, 2004, p. 143)[14]

Assim, sabe-se que a escola é “quem melhor pode promover a vida, de vivência plena, experimentação sem desperdício, expressando o valor da coletividade na individualidade de cada um, participando do cotidiano e produzindo conhecimentos por meio do afeto.” (CUNHA, 2008, p. 30)[15]. Expressando a verdadeira essência da escola, Cunha, poeticamente, expressa que “A escola é uma árvore. A árvore é alimentada e alimenta. Abriga e ensina aos passantes a sua sombra. Sustenta os que se aconchegam e fazem seus ninhos e, como pássaros, prepara ali uma nova geração para voar.” (CUNHA, 2008, p. 31)[16]

 

1.3       As práticas educativas e suas relações com o afeto

 

O ponto de partida de qualquer prática educativa deve ser o amor. Sabemos que os sentimentos dos educandos apropriam-se do que será aprendido e, desta forma, o afeto atua no início da aprendizagem para canalizar a atenção e no final para ajudar a memória no resgate das informações. Enquanto o educando está em sala de aula, sua mente acompanha seu desenvolvimento emocional.

Acreditamos que se a escola não afetar o educando, ela poderá se tornar um lugar onde prevaleça o tédio e o desperdício de tempo. O educando poderá chegar a sala de aula com a idéia de que será um desperdício estar ali, por acreditar que fora da escola o mundo é bem melhor. Assim, faz-se necessário que a escola afete o educando, mostrando que vale a pena ele estar ali.

Precisamos entender que é preciso existir empatia entre educador e educando, entender que o importante é que a escola se empenhe para conquistar os educandos. Cabe, então, a escola, e dizemos escola, pois evolve todos que nela convivem, acreditar que o primeiro passo para conquistar a educando é o afeto, ele é um meio facilitador para a educação.

Um ideal que precisamos conquistar é acreditar que a educação verdadeira baseia-se na confiança, como afirma Eugênio Cunha “[...] convém ao professor confiar nos seus alunos e demonstrar sua confiança. Poderá alguém educar se não acreditar em quem aprende? Da mesma forma, poderá alguém aprender se não confiar em quem educa? O amor lança fora as incertezas. Os alunos percebem quando o professor neles acredita. São capazes de captar as incongruências entre a nossa fala e atitude.” (CUNHA, 2008, p. 63)[17]

Educador que é educador confia e transmite confiança aos seus educandos, educadores fascinantes, acima de tudo, educam com sensibilidade e sabem o quanto um olhar sincero e carinhoso é importante para uma educação com essência.   Sabemos que o olhar de um educador não passa despercebido aos olhos dos seus educandos, como nos ressalta Augusto Cury, “bons professores falam com a voz, professores fascinantes falam com os olhos” (CURY, 2003, pág. 64). E é esse olhar que permeia qualquer relação, principalmente a relação educador/educando, pois, na maioria das vezes, a criança passa a maior parte do seu dia, na escola, e é lá que ela vai conhecer os valores mais significativos para sua vida.

Dentre tantos subsídios que ressaltam que o amor é o grande diferencial na educação, cabe a todos nós educadores, e digo educadores, pois acredito que lá no fundo de cada professor existe um educador que só precisa libertar-se, nos perguntarmos o que é mais importante nos dias atuais, se é ensinar ou semear no educando o desejo de aprender?

 

CAPÍTULO II – PESQUISA DE CAMPO: ENFOQUES SOBRE A AFETIVIDADE NO ÂMBITO ESCOLAR A PARTIR DA REALIDADE DA ESCOLA 13 DE MAIO DO MUNICÍPIO DE RIO GRANDE

 

2.1 Caracterização do contexto da escola

 

Nesta análise apresentaremos os resultados da pesquisa de campo, realizada na cidade de Rio Grande. O objetivo das entrevistas realizadas foi uma maior compreensão do papel da afetividade nas relações educacionais a partir da ótica de orientadores e educadores. Foi desenvolvido um tipo de entrevista, que, devido ao pouco tempo disponibilizado, foi realizada através de uma série de questionamentos. Estas entrevistas abordam diversos fatores relacionados a importância da relação entre afetividade e educação, que foram realizadas na Escola 13 de Maio.

 

Todas as entrevistas foram realizadas com sujeitos participantes da realidade da Escola Estadual de Ensino Fundamental 13 de Maio. Esta escola tem como missão ressignificar o espaço escolar, isto é, promover maior integração e atuação da comunidade em que está inserida e estimular a participação dos alunos em atividades extraclasse; levar os alunos a perceberem a sociedade em que vivem e compreenderem seus direitos e deveres como cidadãos atuantes e participativos na mesma; despertar a curiosidade dos alunos, direcionando-os para novas descobertas, e aguçar, nos mesmos, o desejo de participar e aprender, construindo assim seu próprio conhecimento; e, valorizar o aluno pela sua potencialidade, não esquecendo que ele não é mero receptor de conhecimentos.

            O objetivo da Escola 13 de Maio é proporcionar a participação da comunidade escolar, desenvolvendo uma consciência crítica da realidade, oportunizando, assim, uma melhor compreensão e uma conseqüente transformação dos sujeitos participantes da sua história.

A escola oferece atendimento em dois turnos para o Ensino Fundamental e atende dezoito turmas (de 1º ano a 8ª série) num total de quatrocentos e noventa e seis alunos. Esta escola está inserida em uma comunidade de classe média baixa.

Sobre seu projeto político pedagógico fomos informados que a escola ainda não o concluiu. Sabemos que o projeto que esta possui ainda está em andamento e, quando solicitamos esta parte do projeto que já foi construída, não tivemos êxito. A escola informou que como o projeto está em construção, tudo que eles já escreveram pode ser modificado.

Na parte de recursos humanos a escola conta com a atuação de trinta educadores, todos com nível superior de graduação e oito com pós-graduação. O tempo de atuação na escola varia de oito meses a vinte e quatro anos. A escola também conta com oito funcionários, sendo duas merendeiras, três serventes, duas secretárias e uma bibliotecária. Como dito anteriormente a escola atende quatrocentos e noventa e seis educandos, entre o 1º ano e a 8ª série.

Como recursos físicos a escola possui doze salas de aula, tendo como espaço recreativo uma pracinha, um ginásio, área de esporte descoberta e pátio amplo. Quanto ao setor burocrático possui, no setor administrativo, uma secretaria, uma sala da direção, uma sala da coordenação pedagógica (supervisão e orientação). Quanto aos setores de alimentação conta com uma cozinha e um refeitório amplo. Esta escola ainda possui uma sala de recursos e uma sala de apoio.

          

2.2        ENTREVISTA REALIZADA COM EDUCADORES E ORIENTADORES

 

1) O que achas da educação atual?

2) O que tu, enquanto educador (a) ou orientador(a), podes fazer para contribuir de forma positiva com a educação ou com o ensino da escola em que trabalhas?

3) Como se dá, para ti, o processo de ensino/aprendizagem? Quais fatores fazem parte desse processo?

4) Para ser educador, basta ter uma boa formação profissional?

 

6) Como deve ser a relação educador/educando?

8) Qual o papel do afeto perante a educação?

9) Qual deve ser a principal característica da relação afetiva entre educador/educando?

10) Achas que a falta ou o excesso de afeto influencia no fracasso escolar?

 

2.3 As relações entre escola, afeto e educação

 

É de conhecimento geral que a educação é um dos grandes pilares para o desenvolvimento humano, é, através dela, que o ser humano vai construindo seus conhecimentos e aperfeiçoando suas potencialidades. No entanto, nos dias atuais a educação tem deixado muito a desejar, para educadores, para educandos, enfim, para toda a sociedade. Na opinião da educadora Vânia, “Infelizmente, a educação atual enfrenta problemas diversos que afetam a qualidade do ensino. Professores insatisfeitos com os baixos salários, violência nas escolas, falta de recursos, entre outros, tornam a educação de baixa qualidade.”

Realmente, se pararmos para pensar veremos que existem diversos fatores que estão contra a educação, mas se o educador, é educador, pois deseja isso de coração, tudo pode se transformar. Como afirma a educadora Silvia, “o professor precisa se dedicar, no seu caminho ele encontra barreiras, e muitas. Ás vezes é preciso ser mais do que apenas professor, temos que exercer diversas profissões, e, ser mágico é uma delas; com os atrativos da internet, o aluno está sempre buscando mais, é tudo muito rápido, o que já não acontece nas escolas, onde o processo é lento, mas tendo dedicação o professor consegue, mesmo com poucos recursos, realizar a mágica da educação”

Apesar de todos os fatores que enfraquecem o processo educacional atual, a maior parte dos educadores da Escola 13 de maio não está feliz com essa situação e se propõe a contribuir com a educação, a educadora Ana, por exemplo, procura sempre estar atualizada e manter um compromisso com a aprendizagem, o sucesso escolar e a formação dos seus alunos enquanto seres humanos. Ela também procura incentivar valores morais, éticos e atitudes positivas. Já a educadora Suelen expôs que procura “trabalhar com projetos de aprendizagem, os quais surgem a partir do interesse dos alunos, fazendo-os, assim, aprender com mais entusiasmo.”

Embora cada educador tenha uma maneira de contribuir com a educação, o mais importante é dar o primeiro passo. Assim que dá o primeiro passo, o educador se liberta das amarras da sociedade e começa a construir um caminho de aprendizagens, carinho e respeito mútuo.

Esse caminho construído pelo educador é estruturado através do processo ensino-aprendizagem; um processo que, segundo a orientadora Carla, “se dá a partir de uma aprendizagem que tenha significado para o aluno, mediada por um educador que tenha vocação para ensinar. Os fatores desse processo são afeto e comprometimento das partes envolvidas: escola, família e aluno.” Salientamos que o entendimento da orientadora condiz com os ideais propostos para a construção de uma nova realidade educacional na Escola 13 de Maio.

Em relação ao ensino, os educadores, junto com os coordenadores da escola (supervisão e orientação) estão realizando momentos de formação continuada. Nesses momentos, é proporcionado um espaço de troca, onde todos podem relatar quais as práticas realizam na sala de aula, destacando o que foi mais significativo e o que pode ser aprimorado, como afirma a educadora Veridiana ao relatar-nos que “o principal é que aconteça a troca de informações, não apenas entre aluno e professor, mas também entre professores, pais e direção. É um trabalho contínuo de troca”

Ainda, sobre o processo de ensino/aprendizagem, a educadora Gislaine,  afirma que cabe ao educador saber que esse processo “deve acontecer coletivamente e, mesmo assim, nunca ensinamos e nem aprendemos tudo. Assim ressalto que o desejo de ser um professor fascinante deve prevalecer sob qualquer obstáculo que possamos encontrar no nosso caminho, sem nunca esquecer que professor e aluno aprendem juntos, numa troca mútua”. Enfatizando, que a educação nunca acontece isoladamente, Paulo Freire, esclarece que "Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo." (1981, pág. 79)[18]

Realçando que “os homens se educam entre si” (FREIRE, 1981, pág. 79) nos convencemos ainda mais do quão importante é a relação existente entre educador e educando, uma relação que baseia-se na aproximação, no afeto entre esses sujeitos. Por isso, acreditamos que não basta apenas uma formação profissional, é preciso algo mais, como afirma a orientadora Carla quando diz que “não é só o título que conta. Para ser educador tem que amar e se comprometer com aquilo que faz,  bem antes de se formar professor. Vocação vem de dentro e para tê-la não é necessário diploma, é preciso, acima de tudo, querer fazer a diferença na vida de uma criança. A formação só alicerça aquilo que  já nasce dentro de nós”. (grifo do autor)

Vivemos um momento em que as relações humanas não estão sendo valorizadas, a cada dia o que prevalece são práticas solitárias e autoritárias. Como ressalta Cury, “A educação moderna está em crise, porque não é humanizada, separa o pensador do conhecimento, o professor da matéria, o aluno da escola, enfim, separa o sujeito do objeto” (CURY, 2003, p. 139).

Para superar essa crise é preciso, primeiramente, humanizar a relação educador/educando. Para a orientadora Carla, “essa relação é muito importante e deve ser uma relação de respeito mútuo, de tolerância, de carinho, de companheirismo e de liberdade com limite, pois a criança e o adolescente, muitas vezes, precisam do amparo do seu  educador.” Salientamos que, esse amparo baseia-se não só na troca de carinho, mas também na construção de limites.

Entre educador e educando, deve existir “uma relação de diálogo, respeito e afeto”, como afirma a educadora Ana. Nesse sentido torna-se essencialmente importante e fundamental o papel do afeto nas relações escolares e, cabe ao educador dar o primeiro passo, pois se queremos educandos mais harmoniosos e interessados, precisamos motivá-los a tais sentimentos.

Todavia, é importante entender que, quando o assunto é afetividade, existem conceitos muito particulares que tem um significado diferente para cada pessoa. Para a educadora Ana, afeto é “a capacidade de gostar do outro e colocar-se no lugar dele”, já para a orientadora Carla “afeto é ternura, é carinho, é consideração, é liberdade com limite, é respeito às diferenças e, acima de tudo, amor ao próximo”.

Todos esses conceitos expressam a ideia central de que “afeto é uma troca de energia, é respeitar o outro e também se fazer respeitar, é combinar regras, dar limites, mas tudo com doses certas de carinho e compreensão, é saber ouvir, é brincar, fazer carinho, deixar o outro se aproximar sem forçar esta situação”, como ressalta a educadora Silvia.

No final da entrevista, as educadoras, ao serem questionadas, sobre a relação do excesso ou a falta de afeto com o fracasso escolar, tiveram respostas quase que unanimes, afirmando que “o excesso de afeto vicia a relação e impede a cobrança de postura; já a falta de afeto abala a relação e a auto-estima da criança que, muitas vezes, nem existe mais”. Apenas uma das educadoras afirmou que “a falta ou o excesso de afeto não tem nada a ver com o fracasso escolar, pois, o professor fez uma escolha quando optou por esta profissão, a de ensinar, e isto independe do sentimentalismo”. Essa foi a resposta mais espantosa dentre toda a entrevista, e, é nessas horas que nos perguntamos: Qual a essência desse professor? E, podemos dizer professor, pois é aí que existe o salto de pessoa para função.

 

CAPÍTULO III – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao relatarmos o desenvolvimento desta pesquisa, nosso objetivo principal era o de mostrar que a relação afetiva entre educador e educando reflete bons resultados, não só para a aprendizagem, mas para a vida, de ambos, também.

Deste modo, levantamos varias hipóteses e suspeitas sobre o assunto sendo que a primeira foi acreditar que, dentro da escola, existem “professores” que não se importam com a essência da sua profissão e que estão a cada dia mais distante de seus educandos desacreditando, assim, nos potenciais emancipadores de suas práticas educativas. Em seguida, pressupomos que os “professores” não sabem exercer suas práticas de forma conjunta, eles esquecem que, família, escola e educação complementam-se na construção do ato educativo.

Estamos completamente convencidos que o que importa é o comprometimento do educador com a “profissão” que está seguindo, pois “quando amamos, podemos fazer da escola de paredes descascadas, pintura velha, carteiras quebradas, pessoal mal remunerado, até sem água, luz e material didático um ambiente fomentador de conhecimentos e vida, contra todas as probabilidades” (CUNHA, 2008, pág.82)[19].

No entanto, sabemos que o educador precisa de uma formação pedagógica, mas essa formação não deve ser mais valorizada do que a vocação e nem a vocação mais valorizada que a formação; ambas devem andar juntas, pois, do que adianta estudar anos e anos e quando chegar a hora de exercer aquilo que aprendeu e se deparar com educandos completamente carentes afetivamente, o educador apenas ensinar que “B+A= BA”. É importante compreender que “educar não consiste apenas em passar conhecimento acadêmico, porque a vida é demasiadamente afetiva para ser deixada fora da escola” (CUNHA, 2008, pág. 87) Então, tendo vida dentro da escola consegue-se crer que, um abraço, uma troca de carinho e um pouquinho de atenção são essenciais para a consolidação da educação. Como ressaltou a orientadora Carla “A formação só alicerça aquilo que  já nasce dentro de nós”.

Durante as entrevistas realizadas foi possível perceber que, em muitos momentos, os educadores não foram completamente sinceros em suas respostas, seus olhos desmentiam as palavras ditas. Palavras que saiam de suas bocas sem sentimento algum. Vimos apenas nos olhos de uma educadora o brilho condizente com a maravilhosa experiência propiciada pela educação. Uma experiência que tem tudo para ser o mais fantástica possível.

Na entrevista com a orientadora, nos foi relatado diversos acontecimentos em que o afeto vindo de dentro da escola mudou a vida das crianças. E, conseguimos perceber que a escola está se esforçando para fazer a diferença na educação, deixando de ser um mero espaço de aquisição de conhecimentos, para ser um lugar onde a vida seja vivida e o amor esteja presente em todas as ações.

Essa percepção que tivemos, nos fez enxergar que na educação, estamos em um processo de constante construção, desconstrução e reconstrução, necessitamos de energia para nunca estagnarmos no tempo, na vida, pois é só assim que conseguiremos plantar a sementinha da transformação na educação do nosso país e, não importa o tempo em que iremos semear uma semente, ela dará frutos a seu tempo.

Estamos convictos de que a essência da educação não é entupir os educandos de fatos, mas sim orientá-los a descobrirem suas potencialidades, desenvolvê-las e doá-las. É através da troca com o outro que nos constituímos enquanto seres humanos.

Na observação, informal, realizada na escola, conseguimos reparar que há uma grande distância entre os educadores e os educandos. Principalmente quando se está na hora do “cafezinho”, ser interrompidas nessa hora é o que as educadoras menos querem, não importa o que está acontecendo, se aparece uma criança chamando por elas, a resposta é sempre a mesma “agora não fulano”, e lá se vai a esperança da criança de que sua querida educadora poderia ajudá-la.

Outra afirmação que temos é que ninguém mais olha “olhos nos olhos” as pessoas passam umas pelas outras, convivem juntas por longos tempos e não olham “olho no olho”. Destacamos que, para ser afetuoso, é preciso ser espontâneo, o educador precisa tocar em seu educando, sorrir para ele, pensar nele, interessar-se por ele, e, se não for assim, estaremos todos junto e mesmo assim morreremos de solidão.

3.1 Proposta de Intervenção

Dentre todos os aspectos observados, no decorrer desta pesquisa, temos como proposta de intervenção, o ideal de explorar a obra “Vivendo, amando e aprendendo” do autor Leo Buscaglia. Essa obra foi um dos nossos “livros de cabeceira” e a deixamos para o final, pois ela complementa tudo que defendemos aqui.

Nossa proposta de intervenção caminha no intuito de promover encontros mensais entre coordenadores e educadores. Esses encontros se fazem muito importantes, pois é a equipe escolar que mantêm um contato maior com os educandos, um contato que a família, muitas vezes não tem.

Nesse sentido, se buscamos que a escola seja permeada pela afetividade é necessário que o professor dê o primeiro passo, pois no momento em que almejamos educandos mais interessados, mais afetuosos, temos que proporcionar, primeiramente para a equipe escolar, momentos em que esses valores sejam trabalhados.

Os encontros serão momentos de reflexão e também ação, nos quais os educadores poderão repensar suas práticas, reverem seus objetivos e transformarem seus modos de agir.  Dessa forma, haverá maior discussão da prática cotidiana e uma possível teorização das mesmas, a fim de partilhar seus conhecimentos e suas práxis em si.

Dentre as idéias principais, dos encontros que serão realizados, precisará ser proporcionado um momento de reflexão, onde cada educador deverá pensar na essência da sua profissão, no motivo pelo qual buscaram essa formação pedagógica. Nesse momento, eles poderão trocar idéias sobre as diversas características existentes ao ser educador. Poderão, também, contar, quais acontecimentos os fazem continuar ali, como educadores.

Num momento posterior, apresentaremos a obra base da nossa proposta. E, através de algumas reflexões dessa obra, construiremos um conceito realmente significativo, sobre o que é ser educador. Buscaglia, citando Niko Kazantzakis sugere que “os professores ideais são os que se fazem de pontes, que convidam os alunos a atravessarem e, depois, tendo facilitado a travessia, desmoronam-se com prazer, encorajando-os a criarem suas próprias pontes” (KAZANTZAKIS apud. BUSCAGLIA, 1995, pág. 11)

Os encontros da nossa proposta de intervenção seguirão nesse caminho, fazendo com que os educadores sintam-se mediadores do processo de ensino/aprendizagem e compreendam a significância de ser afetuoso com seus educandos e também com todos que passam por nossas vidas.

 

OBRAS CONSULTADAS

 

 

ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez Editora, 1980.

BUSCAGLIA, Leo. Vivendo, amando & aprendendo. Rio de Janeiro: Record, 1995.

CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2008.

CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa.  Curitiba: Ed. Positivo, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1981

GALVÃO, I.  Henri Wallon: Uma concepção Dialética do desenvolvimento infantil. Petróplis: Vozes, 1999.

LA TAILLE, Yves de. Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão /

Yves de La Taille, Martha Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas. São Paulo: Summos, 1992.

PIAGET, Jean. The  relation of  affetivity  to  intelligence  in  the mental  development  of   the child. 1962. Tradução realizada pela aluna Magda Schu da UFRS.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1993.

VYGOTSKY, L. S. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2004.



[1] Educadora em formação do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande, matriculada sob o número 45470.

[2] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; coordenação Marina Baird Ferreira, Margarida dos Anjos. – 4. ed. – Curitiba: Ed. Positivo; 2009

[3] LA TAILLE, Yves de. Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão /

Yves de La Taille, Martha Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas. São Paulo: Summos, 1992

[4]- 5 Tradução do texto “The  relation of  affetivity  to  intelligence  in  the mental  development  of   the child” realizada pela aluna Magda Schu da UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. (no meu PC - A RELAÇÃO DA AFETIVIDADE COM A INTELIGÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO

MENTAL DA CRIANÇA)

 

 

[6] LA TAILLE, Yves de. Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão /

Yves de La Taille, Martha Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas. São Paulo: Summos, 1992

[7] GALVÃO, I.  Henri Wallon: Uma concepção Dialética do desenvolvimento infantil.

Petróplis-RJ: Vozes, 1999

[8] Vygotsky, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1994. (1ª edição) [VER O DA BIBLIOTECA]

[9] Vygotsky, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1993.

[10] CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2008

[11]  ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo, Cortez Editora, 1980.

[12]  ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo, Cortez Editora, 1980.

[13] CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2008.

[14] VYGOTSKY, L. S. Psicologia Pedagógica. São Paulo, Martins Fontes, 2004.

[15] CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2008

[16] CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2008

[17] CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2008

[18] FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1981.

 

[19] CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2008